A gente cresce ouvindo sobre o amor. Sobre como ele cura e salva. Como ele envenena e mata. Como o coração é feito para o amor. Como o coração tem a função de bombear o sangue.
Começa antes mesmo da gente nascer. Se espera que os bebês sejam frutos do mais puro amor. Se não funciona desse jeito, é como se você já viesse ao mundo de forma errada, imoral.
Depois vem contos de fadas. A gente escuta falar nos dragões, torres que tocam o céu, sonos eternos. Tantos males com uma cura que, ao contrario dos dizeres dos livros, pode ser muitas vezes impossíveis de alcançar.
Na adolescência é quando a gente vê através do espelho. Filmes e livros continuam nos mostrando o amor das princesas. Amizades que viram amor, ódio que vira amor. Mas também é ai que a gente tenta se aventurar no amor, a gente se apaixona, lê sobre conquista, tenta a conquista, e quebra o tal do coração que deveria servir para o amor.
Mas se a gente é adulto, não da mais pra brincar de amar. Tem que amar igual gente grande. Tem que saber amar. Tem que casar e usar o amor pra por mais crianças no mundo, crianças que vão ter de amar um dia.
O que nunca contam, é que o amor pode nunca chegar, ou que mesmo que chegue possa ir embora e acabar com sua raça.
Deve ser uma dessas coisas que quando você é criança os seus pais dizem: "quando você for mais velho, você vai descobrir sozinha"
Quer dizer, acho que é algo do tipo, já que durante anos de adolescência eu vi meus amigos andando em gelo fino com o amor, mas nunca se importando.
Até o sexto ano. O sexto ano de Hogwarts não é exatamente o pior de todos os anos. O quinto tem os NOMs e o sétimo tem os NIEMs e é neles que nossa ansiedade, emocional e esquema de estudos tem que ir a loucura. Mas o sexto? O sexto é um meio entre eles, uma pausa pra não se ferrar.
Mas todos que eu conheço, e mesmo eu, resolveram entrar em surto coletivo em busca da salvação do beijo de amor verdadeiro.
Só que adultos são idiotas em achar que adolescentes, tão idiotas quanto é possível ser, são capaz de receber lição da vida e entende-la bem. E a vida nós ensina que o amor até pode ser bom, mas que é frágil e necessita de cuidados que adolescentes são ruins em ter.
Nós ferramos o sexto ano porque a gente não escutou a vida e brincamos com algo frágil com a delicadeza de um filhote de elefante, dançando ballet clássico, com sapatilhas de ponta em cima de um skate.
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