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História Freak Show - Madrugada sombria


Escrita por: AnaNMoraes

Notas do Autor


Desculpem a demora! >.<

Tive um pequeno bloqueio com esse capítulo... Espero que gostem ^^

Capítulo 5 - Madrugada sombria


Fanfic / Fanfiction Freak Show - Madrugada sombria

A rua estava completamente deserta e silenciosa, o céu, nublado e cinza. Um calafrio de preocupação percorreu sua espinha ao se deparar com a escuridão do lado de fora, apenas havia alguns pontos malmente iluminados por velhos postes com uma luz amarelada. Todas as casas da vizinhança estavam com as lâmpadas apagadas, a sensação de solidão e medo lhe atingiu, mas isso não a impediria de prosseguir com sua pequena jornada, muita determinação foi acumulada para lhe dar força e coragem de sair em tal horário, precisava descobrir mais sobre o Freak Show e seus moradores.

 

Todavia, mesmo determinada, Frisk ainda estava temerosa de sair de casa durante a madrugada, mas era o único momento cabível. Após o surto, seus pais passaram a vigiá-la o tempo todo e depois de duas semanas, finalmente essa vigilância foi diminuída ao ponto dela conseguir fugir na calada da noite após os mais velhos dormirem.

 

A garota estava estática na entrada da casa, ainda encarando a rua, sentindo a brisa gélida da madrugada lhe bater contra a face. Os pelos do seu corpo arrepiavam-se pelo medo do que lhe aguardava. Respirou fundo algumas vezes, recuperando a coragem, e enfim conseguiu sair da frente da porta, indo em direção a entrada da garagem. Ela pegou a velha bicicleta vermelha e começou a pedalar pelas vielas desertas da cidade. Seu coração batia compulsivamente rápido enquanto encarava as ruas vazias e becos escuros, a sensação de estar sendo seguida e vigiada lhe perturbava, jurava ver vultos se movendo por entre as sombras. Ela acelerou as pedaladas, a coragem esvaía aos poucos, junto com sua sanidade. Os únicos sons que ouvia eram os provocados pelo pedalo, mexendo as antigas correias de metal, e o do atrito do pneu com o chão. Frisk trazia vida para a desertidão da madrugada.

 

Após longos minutos, chegou a estrada de terra que levava as instalações do Freak Show. Diferente da cidade, não havia pontos de iluminação no caminho, apenas o breu, com exceção da pequena lanterna trêmula que ela tentava equilibrar com uma das mãos no guidão, iluminando apenas poucos metros a frente com uma luz pálida e fraca. A mata ao redor não contribuía para um clima agradável, os sons vindo da mesma eram perturbadores para a menina. Desde os movimentos na vegetação, até o barulho das folhas e galhos estalando por conta do vento.

 

O caminho seguia perturbadoramente calmo, até que ela viu uma sombra sair da floresta velozmente, entrando em sua frente no meio da estrada. Ela desviou bruscamente da figura, deslizando a bicicleta na areia e caindo no chão com força. Seu coração pulsava rápido no peito, a adrenalina percorrendo por suas veias. Encarando melhor por entre a luz fraca, percebeu que era apenas uma raposa, que logo voltou a se esconder nos arbustos. Pegou a luminária do chão e nem teve tempo de averiguar seus machucados, voltou a bicicleta e prosseguiu. Ela estava apavorada. Tinha dificuldade de controlar a bicicleta e em manter a lanterna equilibrada, suas mãos estavam trêmulas.Todavia, Frisk continuou em frente, era tarde demais para voltar atrás.

 

Logo após insuportáveis minutos, ela chegou a trilha, deixou a bicicleta na entrada, presa a uma árvore, e pôs-se a caminhar no meio da mata com a lanterna na mão. De onde estava, podia ouvir as pessoas dentro do circo. Naquele horário ainda ocorria um espetáculo, sendo o último da noite. Fazendo com que tivesse uma perigosa movimentação no lugar, que ela precisaria evitar para não ser pega. Depois de chegar a cerca, fez o mesmo procedimento da outra vez: retirou a caçamba de lixo, passou pelo buraco e colocou a lata de volta no lugar, indo parar detrás da grande tenda. Um breve calafrio percorreu seu corpo ao lembrar do esqueleto a abordando na localidade, mas isso não aconteceria novamente, ela estaria mais atenta.

 

Andou ao redor da tenda e ficou atrás de um amontoado de caixas, um pouco distante da aglomeração. Era um ótimo esconderijo, lhe dava uma boa visão do que ocorria na entrada do espetáculo e no caminho das barracas, tudo visto através de uma pequena fresta entre as caixas. Aparentemente seria difícil de ser vista, alí esperaria o movimento cessar.

 

O local estava iluminado e colorido, várias luzes espalhadas por todo o caminho das barracas até a tenda. Passava uma sensação agradável por sua beleza e animação, para qualquer outra pessoa no recinto, menos para a garota. O show de luzes vibrantes a perturbava, causava-lhe desconforto a forçada imagem de normalidade que o lugar tentava passar. Rostos sorridentes iluminados pela decoração colorida luminescente, pessoas riam e se divertiam, seus murmúrios chegavam aos ouvidos de Frisk, mas sua atenção estava voltada para a ausência da luz, em certos lugares que ficavam a sombra. Olhando por um tempo, pôde jurar que parecia que a própria escuridão se movia por entre as sombras, por entre os visitantes desavisados.

 

Soltou um grito abafado, e logo se recompôs, não poderia deixar que seu medo a desesperasse, era apenas sua imaginação lhe pregando peças, precisava recuperar ao menos a sanidade para prosseguir com a missão, ou o pior aconteceria. Dirigiu o foco para seu corpo, só depois de perceber os machucados que eles começaram a arder. Espalhados por seus membros, principalmente nos joelhos e braços, pequenos filetes de sangue escorriam pela pele suja de terra. Com um pano e uma garrafa de água retirados da mochila, ela começou a limpar as feridas, ocupando seu tempo com isto enquanto aguardava.

 

Quando o último monstro desapareceu de sua vista, Frisk finalmente saiu do esconderijo. Demorou algumas horas, mas finalmente as pessoas haviam ido embora e os funcionários entrado em seus aposentos, o Freak Show estava deserto. Só havia o som do silêncio.

 

Esgueirou-se sobre as janelas de diversos trailers, observando os ocupantes. A maioria já se encontrava dormindo, sem retirar a “fantasia”. Isso de longe já acabava o último resquício de dúvida restante sobre as suspeitas dela. Atenta e curiosa sobre as criaturas, continuou a observá-los com cautela, vendo seus hábitos e comportamentos. Anotava tudo num bloquinho, queria aprender mais sobre essas novas espécies. Entender o que eram. E quanto mais os observava, mais o medo ia sendo dissipado, aparentemente não eram criaturas perigosas, ao menos não a maioria.

 

Ela anotou sobre a aparência de cada um deles, descreveu o máximo que conseguiu ver de suas habitações. Conseguiu supor as alimentações rotineiras de alguns por restos de comida presentes em cima das mesas. Percebeu a individualidade de cada ocupante pela aparência diversificada de cada trailer, com suas particularidades que iam desde um com teias de aranha espalhadas por um cômodo roxo, até um cheio de pôsteres do dono sem camisa exibindo o abdômen e os bíceps, provavelmente um narcisista. Mesmo não conseguindo observar o interior do grande e misterioso trailer vermelho e dourado, por este possuir persianas obstruindo a visão, foi uma gloriosa noite de descobertas para Frisk.

 

Ciente de que já precisava voltar para casa, ela se afastou da última habitação observada, não pôde olhar todas por uma questão de tempo, haviam dezenas e somente as poucas que havia verificado lhe tomaram mais de duas horas. Planeja voltar em um outro dia para espiar o restante, no momento era indicado retornar antes do amanhecer.

 

Enquanto caminhava por entre os trailers indo em direção a cerca, notou que uma das portas estava sendo aberta. Rapidamente agachou-se atrás de uma das habitações, ouviu alguém sair e caminhar, felizmente os passos estavam se distanciando do local em que estava. Suspirou aliviada, mas ao olhar para sua mão, notou que o bloco de notas havia sumido.

 

Desesperada, começou a procurar por todos os lados, mirando o chão e os locais mais próximos, seria ridículo perder as anotações depois de todo o trabalho que teve para consegui-las. Até que avistou um cachorrinho branco.

 

Um pequeno cãozinho branco, com as anotações na boca. Frisk aproximou-se do cachorro para pegar o bloquinho, mas ele correu para longe dela. Toda a discrição mantida cuidadosamente antes, foi abruptamente quebrada quando a menina começou a correr atrás do cachorro. Em uma espécie de pega-pega, o cãozinho parecia se divertir com o desespero dela, desviava com facilidade de todas as investidas da garota, fazendo-a o seguir por toda a instalação. O sol já ameaçava nascer, fazendo com que o local estivesse um pouco mais claro.

 

Depois de darem algumas voltas ao redor da tenda, o cachorro a levou para além dos trailers, adentrando um pequeno bosque. Frisk estava tão determinada a pegar suas anotações que nem notou o caminho que fazia, pulava os arbustos e ralava-se nos galhos das árvores, sua visão focava apenas o cão. Até que por fim, ele finalmente parou e ela puxou o bloco de notas da boca dele.

 

- Cachorro idiota… - Ela arfava enquanto observava o culpado de seu cansaço abanar o rabo, provavelmente feliz pela brincadeira. Alguns segundos depois, ela finalmente se deu conta do local em que se encontrava. A sua frente, havia um enorme celeiro velho de madeira. O cachorro entrou no recinto por um buraco na parede.

 

A estrutura era enorme, toda cinza e com uma grande porta de madeira que estava entreaberta. Frisk esticou a mão até a porta, estava prestes a abrir quando alguém a interrompeu.

 

- Ribbit ribbit. Quem é você e o que faz aqui?

 

Um pequeno monstro sapo estava atrás dela, ele a encarava com uma feição séria.

 

- Eu... hã… me perdi.

 

- Ribbit Ribbit. Você vai vir comigo. - O monstro lançou sua enorme língua na direção de frisk, enlaçando-a e forçando a acompanhá-lo enquanto saltava de volta às instalações,

 

- Para onde está me levando? - Perguntou aflita enquanto encarava com nojo a língua enrolada em torno de sua cintura.

 

- Apé o Sans, os intusos tem de se leados apé ele, são as odens. - Se não tivesse escutado o nome do esqueleto, teria rido com o esforço do sapo de falar com a língua para fora. Frisk começou a suar frio e se desesperar.

 

Após passarem pelo bosque, chegaram até os trailers, aparentemente ela seria levada diretamente a habitação do esqueleto. As lágrimas já escorriam por seu rosto, o arrependimento de ter ido queimava sua alma.

 

- Hey Darling~, finalmente te encontrei! Já estava preocupado. - O sapo parou ao ouvir a voz e retirou a língua de Frisk.

 

- Ribbit, Ribbit. Ela está com você, Mettaton?

 

- Oh, mas é claro! Ela é a minha secretária pessoal, decidiu dar uma voltinha para pegar ar fresco e acho que acabou se perdendo. A pobrezinha é atrapalhada. Não é, Darling?

 

Frisk finalmente encarou a figura a sua frente. Era um estranho ser retangular de metal com um painel de luzes amareladas na frente e dois braços metálicos longos, seu corpo era sustentado por uma rodinha ao invés dos pés. Ela o reconheceu, era o apresentador do circo.

 

- S-sim… Des-desculpe.

 

- Ribbit, ribbit. Então ela é problema seu, apenas não a deixe ir até as celas novamente ou o Sans irá se zangar. - Após falar, saiu de perto deles a pulos largos.

 

- Eu agradeço por… Ter me salvado.

 

- Me acompanhe. - Disse segurando a mão de Frisk e a puxando dalí.

 

- Pa-Para onde está me levando...?

 

- Bem, Darling. Tenho que te tirar daqui antes do Sans aparecer, não quero nem imaginar o que aconteceria. Então vamos para minha casa, temos muito o que conversar, garotinha enxerida.

 

Os primeiros raios de sol já clareavam o céu, manchando-o num gracioso tom de laranja no horizonte. Frisk nem ao menos notou o espetáculo das luzes, só conseguia pensar no quanto estava encrencada.


Notas Finais


Obrigada por lerem, vejo vocês no próximo! ^3^


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