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História Freedom (interativa) - Chapter One - All Night Long


Escrita por: honeymoonyt

Notas do Autor


Olá!!!! Sim, eu sei que demorei MUITO, mas é que a outra autora, vulgo @neilminyard estava com COVID e não pôde acabar o capítulo no dia marcado :/
Mas só dizendo que a Alê já está bem e esse capítulo foi escrito por ela :)
Espero que vocês curtam
Os capítulos vão ser postados semanalmente, então, o próximo vai sair dentro de sete dias ;) pode ser antes ou até terça da semana que vem!
É isto!

Capítulo 3 - Chapter One - All Night Long


Terça-feira não era um dos melhores dias da semana na concepção de qualquer sênior de Greeniver High. Três aulas seguidas de álgebra com o Sr. O’brien era a maior das torturas que o colégio poderia oferecer aos alunos, até mesmo aos que gostavam de estudar. Mas naquele dia, os batimentos cardíacos de Sam e Kate estavam a mil. Apesar de um certo distanciamento na relação dos dois, os olhares e os sorrisos durante as aulas já tinham ultrapassado o limite do normal. Com muita atenção, era possível ouvir os dedos de Kate batendo freneticamente na mesa de madeira e o barulho irritante da cadeira de Samuel se mexendo por causa do balançar de suas pernas. 

E aí, o som do sinal. Era o dia de colocar o plano em prática. O plano que só existia na cabeça de Kate. Ainda.

Os dois já estavam com os materiais escolares na mochila desde o início da última aula, então apenas se juntaram perto da saída. Uma segunda noite da pizza havia sido marcada na, terça-feira, mas dessa vez, com mais algumas pessoas que ela não confiava ou não conhecia o suficiente. Era necessário confiar em seu instinto que nada ruim aconteceria, entretanto, Katherine não se considerava muito fiel.

— Eu, Alison, o garoto de cabelos azuis e o amigo esquisito dele — Samuel disse assim que os dois se encontraram, olhando para o bloco de notas do celular — Nós vamos no seu carro? 

— Você é um cretino. Se não tiver como você e a Alison irem, vocês podem ir no meu carro — Kate franziu o cenho e olhou em volta — E quanto ao seu amigo esquisito? 

— O Max faltou hoje, não me responde nem fodendo, mas ele vai, confia. Kath também.

— Eu não gosto dela. O apelido dela é muito parecido com o meu. Mas leve quem você achar que não vai fazer merda. Se um dos seus ratinhos andarem para trás, você vai ser o responsável sozinho. 

Katherine precisava cuidar de coisas mais importantes que pessoas que supostamente ajudariam, enquanto a cota de Kate para Sam já havia chegado ao limite naquele dia, mas sabia que teria que deixar um espaço reservado para os amigos dela, aparentemente mais insuportáveis do que ela mesma. Sam se aconchegou no chão do corredor principal enquanto via a garota se afastar e ligou seus fones, mas teve poucos segundos de sossego até uma chave ser arremessada em sua direção. Ele olhou para cima e viu um garoto branco e magro de estatura mediana e expressão de desgosto estampada em sua face. 

— Hey — Sam disse ao notar que estava segurando a chave do carro de Kate — Você não sabe dirigir? 

— Ela disse para você fazer isso, Thredson — Hugh disse imediatamente e ríspido. Apesar de Sam não conhecê-lo muito bem, teve certeza que era o tipo de gente que Kate conversava.

Sam mandou uma mensagem para Alison e seguiu para o estacionamento no subsolo logo atrás de Hugh. Achar a BMW de Kate não foi a tarefa mais complicada de todas, era um carro chamativo em um vermelho vivo que era a cara dela. Os dois entraram, Samuel no lado do motorista e Hugh no passageiro; eles ficaram ouvindo as músicas da playlist de Kate enquanto esperavam pelos outros três que estavam para aparecer. Ryder perdia muito tempo falando com as pessoas e comprando doces, enquanto Alison e Kathlyn estavam, provavelmente, conversando sobre as aulas de biologia como se aquilo fosse algo muito importante. 

Ryder havia conversado com Hugh na noite passada antes de colocá-lo no grupo. O garoto de cabelos azuis havia visitado seu amigo assim que saiu da casa de Max e, assim que chegou, começou a explicar o que Kate havia falado. Hugh, por sua vez, não foi nem um pouco relutante, nem hesitou ao dizer que tudo bem, contanto que não fosse responsável se algo desse errado. A parte mais complicada foi convencer o garoto russo que ele teria que fazer algo arriscado, tarefa que seria dada a ele assim que se reunissem na casa de Ryder na terça-feira, mas, no fim, acabou cedendo.

Alison e Kathlyn não precisaram ser convencidas. Quando se trata de benefício próprio, as duas conseguem se destacar. Kathlyn aceitou contribuir com ideias, mas não com a parte física dos planos; ela era uma garota extremamente inteligente e, por isso, Kate não a rejeitou, as duas, quando precisavam, tinham maturidade para agir em uma espécie de “mutualismo” para conseguir o que queriam. O mesmo acontecia com Alison. Ali iria contribuir com a parte do plano que, de acordo com Kate, exigia um trabalho mais discreto e a garota era perfeita para isso: ágil e silenciosa. 

Em alguns minutos Samuel pôde ver Ryder sorridente descendo para o subsolo, conversando com Kathlyn sobre algo fútil, porque era isso que completos desconhecidos faziam quando precisavam saber melhor um sobre o outro antes de roubar um ônibus. Ela parecia pouco animada, mas ainda assim não estava o ignorando como Sam já fizera algumas vezes. Por mais irritante que Ryder pudesse ser, era inegável que sabia ser simpático.

E lá estava ela. Alison andava atrás de Kath olhando algo no celular. Sam não pôde deixar de reparar que, apesar de estar usando o visual básico — calças jeans e uma blusa branca com alças finas, levemente decotada —, parecia estar mais deslumbrante do que nunca. Samuel não soube dizer se era por conta do seu cabelo, que parecia mais brilhante ou de sua boca colorida com um vermelho ardente. O garoto pensou em comentar algo sobre Alison com Hugh, mas ele estava entretido demais com um jogo de celular para prestar atenção em uma das garotas.

— Boa noite! — Ryder disse, abrindo a porta e dando um tapinha na coxa de Hugh, que arrumou um jeito de passar para o banco de trás, enquanto as meninas também se aconchegaram por lá. Por um instante, o movimento dos dois pareceu corriqueiro, como se eles tivessem chegado num consenso de que Ryder sempre iria na frente — Você recebeu a localização, Samuel?

— Recebi — disse Sam e, em seguida, virou o pescoço — Vocês já se ajeitaram aí atrás? Estão muito lindas.

— Estamos — Kathlyn disse — Pode ir, Sammy. 

— Vocês demoraram — Hugh falou pela segunda vez naquele dia — Uns dez minutos. 

— Você acha que é fácil distrair o Ely o suficiente para ele nos deixar ir sem os relatórios do trabalho em grupo? — Alison falou — Você subestima a capacidade dele de ser um chato. 

— Eu não entendo como vocês ainda fazem trabalho em grupo com ele. Vocês duas não são muito espertas. 

— O Ely é bom nisso. Pode pegar a esquerda e ir reto, Thredson, é mais rápido que o mapa — Ryder falou enquanto Sam já acelerava para longe do colégio — Ele só cobra um pouco demais. Sabe, uma vez ele tirou cinco pontos do meu trabalho porque eu atrasei o envio da conclusão por duas horas. 

— Nós fazemos porque ele é o melhor — Kath disse — Eu não ligo para o jeito todo disciplinado dele, na verdade, acho que isso é o que me faz querer trabalhar com ele.

— Ele é inteligente — Alison falou — Quero ver o que a mente mirabolante da Katherine vai elaborar para que ele não fique sabendo e dê com a língua nos dentes. Pelo que eu ouvi dizer, ela já andou soltando para ele que queria dar uma escapada ontem.

— Sim, mas ele não levou a sério — Ryder falou e se voltou para Sam novamente — A primeira a direita para desviar daquela rua, tem policiais lá. A Kate nunca anda com documento do carro. Não precisa se preocupar, Alison, o plano dela é bom.

— Assim espero — Hugh murmurou.

— Quem mais vai estar lá? — Sam disse — Eu, vocês, Kate e Max... quem mais vai?

— Luna — Hugh respondeu.

O silêncio se estabeleceu por alguns minutos até que Sam chegasse na casa de Ryder. Hugh foi o primeiro a descer do carro e seguir atrás de Ryder em direção à porta, Kath e Alison diminuíram o passo, mas acompanharam os dois. Sam estava logo atrás e deduziu que, fora o garoto russo, era a primeira vez que todos eles visitavam a casa de Ryder, então torceu para os pais dele não estarem, havia esquecido de preparar uma apresentação saudável que não fizesse com que ele parecesse mal-educado. 

Ryder pediu para que todos subissem para seu quarto para esperar por Kate. Não era um espaço tão grande, mas era aconchegante para todos eles. Hugh foi o primeiro a se jogar em um puff e voltou a usar o celular, parecia um pouco bravo desde que seu amigo anunciou que Kate ia demorar um pouco. O resto dos garotos sentaram em um tapete felpudo juntamente com o de cabelos azuis. Não tinham muito o que conversar, então resolveram ficar calados até que ela chegasse, provavelmente só ela quebraria aquele gelo.

— Olá! — Kate abriu a porta depois de cerca de 15 minutos, na companhia de Luna e Max que se sentaram no chão junto com os outros. O restante do grupo a cumprimentou com um “hey” baixinho enquanto a garota jogava uma pasta com alguns papéis em cima da cama de Ryder, em seguida, se jogou nela como se estivesse acostumada a fazer aquilo — Estão todos aqui. Bom, acho que é hora de vocês saberem como vão ajudar, não é? 

— Você não vai esperar a pizza dessa vez, Kate? — Luna disse.

— Hoje a reunião vai ser mais curta, gatinha, sem pizza. Eu só falei da pizza para vocês não faltarem, mas eu dou um presentinho para vocês na saída — ela respondeu e, em seguida pegou a pasta, abriu e pareceu pensar por alguns segundos — Sammy, você não vai fazer nada, não é mesmo? Então eu vou te riscar. Alison, querida, eu preciso que você elabore uma das principais partes do plano.

— Pode falar — Ali disse, parecendo um pouco entediada. Ela estava apoiando o rosto nos joelhos e a maquiagem não pode tapar as olheiras naquele dia. Kate pensou, por um segundo se levá-la até ali não era arriscado demais. 

— Você vai ser a pessoa que vai entrar na sala do meu pai, na quinta-feira, entrar no computador dele e colocar todos nós no mesmo ônibus — Kate entregou uma das folhas da pasta para Alison — Tem um arquivo chamado “Relação Estudantil NY”, você vai entrar lá e terão mais quatro pastas, porque serão quatro ônibus. Você precisa dar um jeito de ter certeza de que todos os nossos nomes estão na pasta três, do terceiro ônibus. Se não estiverem, você vai procurar todos eles nas outras pastas e substituir por outras pessoas.

— Tem bastante gente nessa sua lista, Katherine — Alison disse — As outras pessoas daqui vão participar do seu plano?

— Não. Algumas pessoas estão aí porque são fáceis de controlar ou que vão gostar do plano. Se eu colocar alguém que não concorda com isso e que é forte o suficiente para se impor, vai acabar com tudo.

— Sim, e o Ely vai concordar com tudo e é super manipulável, não é mesmo? — Alison bateu com a folha em sua perna enquanto olhava para Kate com uma expressão sarcástica — Ou você não é tão esperta de colocar ele com a gente, ou você está nos sabotando.

— Isso foi ideia minha — Hugh falou — Foi ele que fez a relação de alunos que vão, eu estava lá olhando. Ele colocou todos no aleatório, mas mudou o nome dele para o ônibus três, o mesmo que a Kate. Provavelmente para ficar de olho nela.

— Sim — Kate apontou um dedo para o garoto, que voltou a usar o celular — Não tem nada que eu possa fazer quanto a isso, mas estava nos meus planos levar ele também. Ele não é feito de pedra, vai me ajudar se eu convencê-lo a fazer isso.

— Você é filha do diretor — Max falou — Não seria melhor você entrar na sala dele?

— Até parece que meu pai me deixa sozinha na sala dele! — Katherine riu — Alison, querida, você vai ter que fazer algo que te coloque para fora da sala na terceira aula do dia. Eu vou estar livre e, enquanto você estiver na sala dele, conversando, eu vou dar um jeito de atraí-lo para fora da sala. Eu não sei a senha de acesso dele, então o computador dele precisa estar ligado. Você tem exatos dez minutos, esse é o tempo máximo que eu consigo distrair ele. Acha que consegue?

— Claro que eu consigo — Alison disse — Só não me passe a perna, O’hara. 

— Eu não vou. 

Kate foi até a porta do quarto novamente e arrastou uma caixa de cervejas que ela havia deixado por lá, pegou uma Bud Light e jogou para Alison. Em seguida, jogou outras duas para Max e Hugh, respectivamente, logo antes de entregar mais duas folhas de sua pasta a eles. 

— Meus amores — ela disse — A primeira parte do plano depende da Alison, se ela não nos decepcionar, podem seguir com a de vocês. Eu vou precisar que vocês para uma parte um pouco mais arriscada. Isso vai ser no dia da viagem, vocês precisam chegar mais cedo e furar os pneus do ônibus. No papel que eu dei para vocês está escrito a hora que vocês precisam chegar e o tempo que vocês têm. Simples, não? 

— Na verdade não — Max falou — Acho que você é inteligente o suficiente para saber que, por mais cedo que a gente chegue, vai ter gente de olho nos ônibus.

— Por que você acha que estou mandando vocês dois? Enquanto um usa uma distração, o outro faz o trabalho. Capiche? 

— “Capiche”? — Hugh ironizou.

— Você me entendeu.

— Sim, não é um trabalho árduo — ele disse.

— Ah, Kate — Max falou — Se você se esforçasse para estudar do jeito que se esforça para fazer merda, você já estaria com um diploma desde os seus 15 anos.

— Isso é verdade — Kate se sentou na cama e leu a próxima folha, em seguida, a entregou para Luna, abrindo um sorriso diabólico — Essa é a minha parte preferida. E é a mais fácil. Eu e você vamos pegar um dinheirinho emprestado com o meu pai um dia antes da viagem para comprar algumas coisas. Não é difícil conseguir o cartão dele, mas eu vou precisar de ajuda com a carga, porque não vai ser pouca coisa.

— Tudo bem, isso é simples — Luna disse — Vamos por no seu carro?

— Vamos por no meu carro, gatinha! — Kate jogou outra latinha de Bud Light para a garota, em seguida, para Ryder — Ray-Ray, você é o último. Eu preciso que você apenas pegue o dinheiro que eu vou te dar na segunda da semana que vem e compre umas passagens de avião. E peço que não faça perguntas.

— Passagens de avião? — seus pequenos olhos se arregalaram um pouco, Ryder não imaginou que aquilo chegaria tão longe assim — Kate, você não disse nada sobre isso.

— Eu não preciso dizer. Você só faz o que eu peço e eu me responsabilizo pelos danos, certo? Não era o que tínhamos combinado? 

Ryder virou os olhos e se jogou na cama ao lado de Kate para beber a cerveja, enquanto ela estalava os dedos para chamar a atenção de todos, principalmente de Alison e Hugh que não pareciam estar muito interessados em ouvir o que não era a parte deles do plano. 

— Kathlyn vai ser os meus olhos — a morena disse enquanto olhava para Kath — Eu já conversei com ela sobre como tudo vai ser no dia da viagem. Eu, provavelmente não vou estar disponível o tempo todo, mas Kath vai estar observando como vocês vão colocar o plano em prática. 

— Você não nos contou como vai ser a execução do seu plano — disse Max — Você só disse o que a gente vai fazer depois que chegarmos em NY.

— Nós não somos estúpidas — Kathlyn disse — Não vamos falar as coisas para vocês antes do dia, se um de vocês não contribuir com o plano e andar para trás depois que os outros já tiverem feito a parte deles, podem colocar tudo a perder. 

— E quem garante que você, que já sabe da execução não vai colocar tudo a perder?

— Eu garanto — a ruiva franziu o cenho — Se você não confia em nós, é melhor nem fazer parte disso, Max.

— Ei, fica calma! — ele lançou um sorriso malicioso — Eu confio na sua palavra. 

— Já que nos resolvemos — Kate levantou a voz — Precisamos ir para a Blues hoje. No caso, eu, Ryder, Hugh e Luna. É aniversário do Daniel.

Sam, Max, Alison e Kathlyn se entreolharam como se estivessem se perguntando se Kate estava convidando eles, até que Alison percebeu que todos, com exceção de Max e Luna, que moravam perto, estavam em um carro só. Katherine estava avisando que todos eles iriam para a Blues e não convidando. A garota não resistiu e deu uma risadinha, balançando a cabeça negativamente.

— É por isso que não vai ter pizza — Kath afirmou, como se tivesse chegado na mesma conclusão que Alison ao mesmo tempo que ela. As duas claramente perceberam isso mais rápido que os meninos.

— Como todo mundo vai caber no mesmo carro, meu Deus! — Alison disse — Somos oito.

— Eu dirijo — Kate disse — Ryder vai na frente. Cabe quatro pessoas apertadas no banco de trás. As outras duas vão no colo de alguém.

— Eu posso pegar um uber — Sam disse — Para casa ou para a Blue. Max pode ir para casa.

— A Blues não é uma balada gay? — Max perguntou — Eu não vou numa balada gay.

— Não é uma balada gay, idiota, lá tem gays, mas não é exclusivo. E, claro, eu tinha me esquecido que vocês são uns merdinhas que não consegue ficar dez minutos num carro cheio.

Aquilo não ofendeu nem a Max, nem a Sam, mas os dois acabaram aceitando a carona para a Blues. Não era sempre que eles abriam em dias de semana, mas quando isso acontecia, a entrada ficava relativamente mais barata, por isso, era bem frequentado já que qualquer jovem de Ohio não dispensava nenhuma promoção. Acabou que Hugh, Luna, Alison e Sam foram sentados no banco de trás, enquanto Kath e Max foram no colo de Luna e Alison respectivamente. 

A viagem não foi longa o bastante para que Kath e Max batessem a cabeça no teto mais de cinco vezes com os baques propositais que Kate proporcionava, mas mesmo assim, chegaram na Blue de mal humor. Ninguém estava com as roupas adequadas para a ocasião, mas ninguém se importava. O que todos estavam esperando era o presente que Kate havia prometido no começo da reunião. 

~

Mesmo depois de várias desculpas e promessas, Guinevere ainda estava chateada com Kate por não ter aceitado ir na Blues naquela noite. Era possível ver alguns rostos conhecidos, como Charlie, Axel, Dan, Lucy e, por mais incrível que pudesse parecer, Ely. Não era um problema para Gwin se divertir sozinha, mas sua companheira de balada nunca recusava um convite, ainda mais para ir em outro lugar. A garota considerou várias vezes o fato de Kate ter arrumado outra companhia e abandonado o trio Luna-Gwin-Kate, que, apesar de não serem as melhores amigas do mundo, eram as melhores bêbadas de Ohio.

Gwin, novamente, olhou em volta. Aquele não era o melhor ambiente de todos, mas tinha um bar e estava tocando música pop, a pista de dança estava lotada e não haviam muitos homens, o que era uma coisa boa, porque esbarrar neles era a pior coisa que poderia acontecer com uma garota naquele lugar. Ela, novamente, voltou a olhar para o pequeno grupo de conhecidos e, seu olhar se cruzou com o de Ely, que esboçou um sorriso fraco e balançou a cabeça como se pedisse para que ela se aproximasse deles. Gwin sorriu, abaixou sua cabeça, pegou seu drink de piña colada e andou até eles.

O lugar não estava muito barulhento, provavelmente porque terça-feira não era o dia que as pessoas normalmente escolhiam para ir a uma balada, as pessoas que vinham para dançar, ficar bêbadas e gritar, chegavam a partir de uma da manhã e Kate havia jurado chegar antes desse horário.

— Oi! — Ely disse em alguns tons a mais para que ela pudesse ouvir e puxou uma cadeira — Kate e Luna estão vindo?

Gwin se sentiu um pouco mal porque imaginou que as duas pudessem estar juntas sem ela, mas durou pouco porque aquilo não era algo que ela realmente se importava. A garota se sentou, imediatamente e começou a beber seu drink enquanto prestava atenção no que acontecia à sua volta. Assim que seus olhos se encontraram com os de Lucy, a garota lançou um sorriso ladino para ela e arregalou os olhos, o que podia expressar muitas coisas, mas Guinevere sabia que era algo como “Eu não sei o que estou fazendo com essas pessoas”, então, Gwin retribuiu o olhar, querendo soar como “Eu também não” e se voltou para Ely.

— Eu não sei se elas vêm. O que vocês estão fazendo aqui?

— O Dan está fazendo 17 anos — Ely sorriu.

— Fica quieto, Ely — advertiu Dan.

— Ele não gosta de aniversários — seu irmão explicou — Mas eu dei de presente para ele uma identidade falsa, então ele pode vir aqui de vez em quando. Estamos estreando.

— Eu não sabia disso! — Charlie pareceu verdadeiramente surpresa — Não imaginei que você fosse alguém que fizesse esse tipo de coisa.

— Eu não sou um padre, nem nada do tipo — Eliot disse — Não é como se eu fosse o pior irmão do mundo.

Aquela era uma combinação estranha para Gwin. Várias pessoas diferentes que ela tinha quase certeza que não se gostavam reunidas ali como se fossem amigos há décadas. De certa forma, ficou feliz em saber que estava sendo parte daquela bagunça, então decidiu que não iria esperar por Kate. Pegou um frasco de plástico dentro de sua bolsa com três comprimidos e decidiu que estava sem graça demais para continuar ali sóbria. 

— Ele pode usar? — Gwin colocou um dos comprimidos na língua assim que acabou de falar olhando para Ely. Ela se referia a Daniel.

— Não — Dan respondeu no lugar de Ely e se enrijeceu, pareceu voltar com aquela postura mal-humorada por meio segundo, mas depois relaxou — Eu já estou bebendo, obrigado.

Ouvindo aquela resposta, Lucy foi até sua amiga, colocando as mãos em torno de sua cintura e se inclinou o suficiente para que seus lábios se tocassem e, com um beijo de língua, ela tomou o pequeno comprimido para sua própria boca em cerca de dois segundos, em seguida e se afastou. O próximo era um pequeno comprimido em formato de coração.

— Coloca embaixo da língua — disse Lucy — A brisa dura mais.

— Você está querendo me matar ou o que?

Lucy abriu a boca e mostrou o comprimido embaixo da língua rapidamente. Era certo que o efeito era mais forte, mas também era mais perigoso, não só pela “bad trip”, mas também porque poderia aumentar o risco de convulsões. Mas isso era algo que Lucy realmente não se importava. Gwin ergueu o dedo e continuou com a “Molly” em contato com o céu da boca até derreter.

— Você tem mais uma? — Axel perguntou à Gwin.

A garota pegou o último comprimido e colocou em sua própria língua mais uma vez, enquanto Axel se aproximava. Ele não ousou tocá-la, nem queria. Apenas se aproximou o suficiente para envolver sua língua na dela e transferir a droga para a sua boca. Foi um pouco mais curto que Lucy.

— Existem jeitos menos escandalosos de usar isso — Charlie comentou.

— Mas não menos divertidos — Lucy disse, o efeito havia deixado sua voz mais baixa. Seus sentidos se aguçaram o suficiente para sentir o som do lugar sob sua pele e suas pupilas estavam começando a se dilatar — Da próxima vez eu trago uma para você, Charlotte.

— Não preciso disso, Scarlett — a garota se encostou ao lado de Ely.

Charlie e os irmãos Lopez não eram muito próximos, mas conseguiam manter uma conversa interessante o suficiente para ela não precisar se drogar para ficar por perto até que Kate chegasse. Seu olhar se desviou para Daniel que sorriu e ofereceu um maço de cigarro para ela. Instantaneamente, Charlie aceitou. Ela não precisava ficar drogada, mas não significa que ela não queria. Era difícil continuar na Blues depois de onze horas estando completamente sóbria e ela não ia ficar bêbada sem que tivesse uma amiga ou amigo por perto.

— Obrigada — ela disse.

Guinevere, Lucy e Axel estavam mais afastados, dançando com um grupo de desconhecidos que havia acabado de chegar, quando viram Kate e Luna na porta com mais algumas pessoas atrás delas. Gwin e Lucy resolveram esperar por elas na pista porque estavam animadas demais para não aproveitar aquele momento, enquanto Axel foi até as duas, de todas, ele era o que estava menos louco.

— Eu achei que você não viria! — Axel disse e puxou Luna para perto de si — Seu namorado já estava preocupado.

— Para, idiota — ela riu — Ele não é meu namorado. Eu trouxe um presente.

— Espero que não seja nada de colocar na boca.

— É LSD. A Kate conseguiu uns a mais para todo mundo.

— Eu já dropei a “Molly”. A Gwin me deu.

— Então você vai guardar para o fim de semana, Axe.

— O que vai ter no fim de semana?

— Você vai ver, enquanto eu estava vindo de carro com a Kate, ela me mandou convidar você, vamos fazer uma festinha na casa dela — Luna observou Axel sorrindo por um tempo, deixando-a sem resposta — Bateu?

— Sim, quer dançar? 

— Por favor.

Kate estava ao lado de Max o tempo todo. Haviam alguns meses desde que o clima entre os dois havia passado e nada aconteceu desde então, mas ela ainda conservava um carinho por ele, por mais difícil que fosse admitir isso, porque parecia ser recíproco, mas não era. Ela o conhecia o suficiente para perceber que, apesar das cantadas, não havia nenhuma tensão. No entanto, eles ainda ficavam juntos quando se encontravam nas festas, ouvindo, muito ou pouco, o som da batida das músicas e observando as pessoas dançarem. Normalmente, quando Kate está drogada, não fica muito animada, seu corpo amolece e ela sorri como uma criança, tende a ficar em silêncio. Naquele dia, Max não usou nada e apenas se sentou ao lado de Kate para olhar pessoas interessantes e inacessíveis dançando na pista.

Ely estava muito envolvido flertando com o barman para prestar atenção no irmão mais novo, o que não era nenhum alívio para Dan. Às vezes ele sentia falta de ter uma família presente, ao menos no seu aniversário, por mais que dissesse que odeia comemorá-lo. De qualquer forma, o garoto passou quase a noite toda conversando com Luna depois que ela se perdeu de Axel na pista. Mais tarde, Charlie se aproximou e eles brindaram àquela noite. Não dançaram, apesar da leve animação, mas beberam o suficiente para estrear a identidade falsa que Ely havia conseguido para ele. 

Axel e Ryder se encontraram em algum lugar e se perderam juntos, novamente, no meio de pelo menos setenta pessoas que estavam dançando perto do DJ. Os dois, com certeza, foram os que mais aproveitaram aquela noite no sentido de gritar, dançar e pular. Ryder não precisava de drogas para isso, às vezes ele imaginava que se usasse ecstasy teria uma parada cardíaca na hora, porque ele já sentia muito e já se animava muito, então naquela noite, ele apenas bebeu, não tanto porque já ia amanhecer com dor no corpo no dia seguinte, não precisava de uma ressaca. Axe aproveitou a sua maneira, além do ecstasy, bebeu bastante porque não tinha intenção de pegar as duas primeiras aulas no dia seguinte. Eles não fizeram questão de perguntar, dessa vez, quem ficaria sóbrio para dirigir, apenas mais tarde saberiam que Max tomou essa responsabilidade naquele dia.

Sam, Alison e Kathlyn, o “trio casa branca”, se divertia não muito, não pouco, mas o suficiente. Thredson não estava no clima de festa, mas fez o que pôde para se divertir e não reparar no barman que, como havia dito às meninas, “era uma bichona”. Naquela noite, após algumas repreensões de Alison, eles preferiram beber pouco e ficar no bar, dando risadas e contando histórias idiotas até perceberem que era tarde demais para ficarem na Blues sabendo que têm aula no dia seguinte, Kathlyn pensou um pouco no quanto Kate era impulsiva e que isso poderia ser o maior fracasso da vida da garota. Foram embora mais cedo, de uber, Alison e Sam não se despediram de ninguém com exceção de Max, enquanto Kath foi direto para a saída porque já estava enjoada daquele lugar.

Guinevere e Lucy também aproveitaram muito. Elas tentaram arrastar Kate para a pista, mas não tiveram sucesso, então resolveram que aquela seria a noite delas. Dançaram o quanto podiam até ficarem ofegantes, quando viram que era a hora de parar, foram para o bar novamente com as mãos trêmulas por conta do efeito colateral do “docinho”. Se acalmaram um pouco por lá e riram a noite toda. Também foram embora um pouco mais cedo que os outros, cerca de duas da manhã elas saíram e dividiram um uber para a casa de Lucy. Seu pai e seu padrasto estavam fora, então a festa continuou por lá, com netflix e refrigerante até às cinco da manhã. Lucy pensou que seria a pessoa mais feliz do mundo se fizesse isso todos os dias, mas morreria antes dos 25.

Hugh tentou acompanhar o ritmo de Ryder, mas falhou miseravelmente. Não estava no clima de beber muito, nem usar o LSD que Kate havia lhe entregado antes de chegar na Blues, entã passou a noite conversando e bebendo drinks leves com Ely depois que ele havia conseguido o número do barman. Falaram pouco sobre a vida pessoal deles, era mais divertido fofocar sobre outras pessoas e soltar um “mas quem sou eu pra julgar...” no final da conversa; no fim da madrugada, os dois se juntaram com Daniel, Luna e Charlie para irem embora. Foi uma noite consideravelmente razoável para Hugh e “razoável” equivale a uma noite incrível para qualquer pessoa.

Kate estava feliz. Mais feliz ainda porque ela conseguiria ver seus amigos felizes daquele jeito por mais tempo do que só uma noite.

 


Notas Finais




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