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História Frerard Picture Me slow updates - Capítulo 11


Escrita por: Brokenmachine

Notas do Autor


Então, eu tô super atrasada, mas é que a vida tá chamando... mas dia 25 é meu aniversário e decidi me dar esse presente de escrever, haha

xx

Capítulo 12 - Capítulo 11


Fanfic / Fanfiction Frerard Picture Me slow updates - Capítulo 11

Café. Macas. Cochilos. Lanches. Lágrimas. Café. Agonia. Cochilos. Café. Emergência.

As lembranças que Frank possuía daquele hospital se resumiam a justaposições de palavras que, tirando café, não lhe agradavam em nada. Mesmo com todas as reformas no ambiente era irreconhecível em todo o cheiro de sangue e produtos de limpeza, e ele podia jurar que via suas marcas de pegadas de 10 anos atrás no chão, como uma mancha permanente de coisas que não sairiam de sua cabeça por nada na vida.

-Aqui é muito claro – disse Lily, que andava bastante alheia, sem ser contagiada por sentimentos de um passado que ela não lembrava e nem precisava. Não deveria. Ela, na verdade, se divertia com a primeira experiência num hospital. Ela só não gostava, assim como o pai, das pessoas em volta da recepção com celulares apostos para qualquer resquício de fofoca sobre a família Iero. E não importava qual fosse. Toda palavra e movimento valia para movimentar aquela máquina de dinheiro e interesse que era a mídia.

Frank trouxe Lily para perto de si, desejando poder escondê-la completamente, amaldiçoando os anos de infância que tinham passado fazendo com que ela não mais gostasse de se fantasiar para sair na rua. Suspirou de alivio apenas ao encontrar o rosto cansado da mãe dentre os vários outros naquela sala. Ela deu um sorriso de leve ao vê-lo. Ao se aproximar, a mulher quebrou suas barreiras de sempre, envolvendo o filho em seus braços, com alivio e conforto, já que não tinha mais ninguém para relaxar seus sentimentos no mundo.

-Hey, está tudo bem – Frank sussurrou dentre os cabelos da mesma, abraçando a cintura flácida com uma mão. Ao se separarem, ela se ajoelhou, dando um beijo na bochecha da neta. Fazendo o coração do fotografo se derreter um pouco.

Não era como se Linda detestasse a menina, mas ás vezes ela punia Frank e seus erros, por pura influência do pai, através de um pouco de frieza, e isso mata o filho. Mas não era como se só ele sofresse. Um adolescente ausente, Frank sangrava calado e aquilo magoava a relação que inicialmente era intima, quase de uma amizade grande. Por vezes, pareciam apenas duas crianças, diferente do mais velho, que se colocava como um chefe de família, uma figura distante. Família era complicado, um tópico perturbador pra metade da classe humana.

-O vovô está ruim? – perguntou a pequena numa voz doce, ainda que curiosa, como naturalmente era.

-Não, minha querida. Ele só precisa descansar – a senhora disse, logo oferecendo sua mão a Lily, a convidando para comprar um cupcake na lanchonete da recepção. A menor aceitou com animação, e assim Linda entregou sua etiqueta ao filho, o direcionando para o corredor e o quarto corretos – está tudo bem, nada muito chocante – ela sussurrou para Iero, e logo após depositou um beijo carinhoso na bochecha do mesmo, sabendo que ele conseguia esconder as coisas da maior parte do mundo, e até mesmo se enganar achando que passava despercebido por seus olhos atentos, mas era mentira. Frank era pura verdade no semblante. 100% do tempo.

Ele caminhou de cabeça baixa pelos corredores, sentindo seu corpo fraco e desgostoso. O frio cortante, o branco, o cheiro insuportável de limpeza rodeando tudo, e no fundo, um odor metade real e metade paranoico de sangue.

A porta do quarto estava aberta, e pode ouvir a voz do pai conversar com alguém. Tímido, adentrou silencioso, observando o médico fazendo seu check out básico da noite. O rosto duro do senhor Iero estava desfeito, cansado. Os cortes no rosto seriam imperceptíveis se o mesmo não estivesse tão pálido. O estrago estava em uma das pernas, quebrada pelo impacto e que provavelmente demoraria um tanto para sarar. Também tinha algum problema nas costas, algo que iria requerer mais exames no futuro.

-Frank – ele disse no momento que viu o filho encostado na porta, ainda mudo.

-Boa noite, pai – algo foi finalmente dito, e então o fotografo decidiu se aproximar mais da cama, sentando na poltrona ao lado. O médico o cumprimentou e logo anunciou que estava de saída e mandaria uma enfermeira na próxima hora para administrar remédios para dor. Felicitou o empresário pelas conquistas e disse que teve ‘sorte’, como sempre, deixando a sala num instante.

Sorte. Que coisa volátil.

A vida era muito preciosa para depender de algo tão subjetivo. O que seria a sorte? Isso era filosófico demais. Pela primeira vez, passou pela cabeça de Iero que seu pai poderia ter morrido, ou estar na linha tênue entre o aqui e lá, como o motorista. Ser humano é uma parada muito frágil, quase estupida. E nós nos achamos demais. ‘Somos idiotas’, pensou o tatuado. Frank se viu então desolado com as possibilidades que as coisas nos oferecem a cada raiar do sol. Um nó foi formado em sua garganta enquanto as cenas imaginarias se projetavam em sua cabeça oca, trazendo-lhe emoções desnecessárias, mas que facilmente foram interrompidas

-Parece que a vida quis me passar a perna, e não conseguiu – o mais velho comentou com a voz fraca, mas ainda tão irônica quanto em seu maior momento saudável

-Ninguém nunca passa – o filho respondeu sincero, confiando em suas palavras. Feliz e infelizmente.

-Eu vou precisar de você, Frank – disse simplesmente, sabendo que estava sendo bem claro – eu estou aqui, mas o tombo foi forte. Estou proibido de trabalhar. Sabe que não gosto disso...

-Sei – o menor interrompeu, foi inevitável. Ele entendia tudo, era obvio que iria acontecer, mas dentro de si, ainda havia um pingo de esperança que o pai fosse comandar tudo via um mordomo, que as coisas não estariam tão ruins assim. Estavam. E a vida estava acontecendo. Frank gostaria de pular da janela daquele prédio e beijar o chão naquele momento, era como se seu maior pesadelo estivesse se adiantando: os holofotes focando nele, na Lily, sua vida, criticas maiores à sua arte, ao trabalho como empresário da família. Tudo que o perturbava durante a merda da vida toda, tão perto...

-Você deve se sair bem. Não estou mudo. Posso te dar algumas dicas, embora digam que minha cabeça deva descansar. Besteira. Querem que eu atrofie. 

-Você deve descansar, pai – admitiu, ainda um pouco desolado e pensativo demais.

-Você não vai ser o próximo a me dizer o que fazer, junior – se pudesse e estivesse em condições de ser imponente, Frank sabia que ele seria, mas estava quase dopado numa capa de hospital, não amedrontaria como gostaria – eu não estou morto.

-Fico feliz por isso – concluiu

-Eu vou voltar logo, e depois pode voltar para suas fotos.

-Eu agradeço.

Um silencio se estabeleceu no ambiente, e o celular de Frank passou a tocar incessante no bolso. Ele ignorou, bloqueando a tela por dentro do bolso, sem nem mesmo olhar. Não seria legal desviar atenção da majestade no momento, mesmo que fosse extremamente imbecil permanecer calado ali, ao invés de atender o telefone.  As pessoas perderam a noção do que é estar junto.

-Você começa amanhã – o primeiro manifesto se deu depois de alguns simples minutos

-Eu sei.

-Ali – o pai apontou para o sofá verde claro próximo da janela, onde encontravam-se uma pilha de roupas e a pasta de trabalho do mesmo – pegue a pasta e sente aqui perto. Precisamos conversar sobre tudo.

O Iero mais jovem apenas fez o que lhe foi ordenado, sentido o peso devido ao laptop também presente. Uma imensidão de papeis. Uma caneta absurdamente cara e o bloco de notas revestido em couro foi tirado dentre outras coisas e então Frank passou a exercer seus melhores papeis na vida: ouvinte, obediente.

Ainda naquela noite, um Gerard assistia pela trigésima vez o filme besta e romântico na televisão à cabo, jogado no sofá com um pote de yakissoba vazio entre as pernas. Tommy estava lambendo o resto, mesmo que Way tivesse o dito mil vezes para parar. Não que o gato ligasse, é claro.

A atenção do ruivo estava entre o telefone e a história, que por mais previsível que fosse, ainda prendia sua atenção desatenta. Ele contava os minutos desde a primeira e última vez que tentou ligar para Iero. 154, pra ser bastante exato. E essa não era mais uma das hipérboles de sua vida. Era real, e ele estava paranoico, de fato. A vontade de saber o que acontecia, do futuro de seus projetos, de como o coração de Frank estava. Por Deus, ele deveria estar pirado e talvez por isso não tivesse o atendido. ‘Lá vem o interesseiro e enxerido do Way’ ele pensou na voz de Frank dizendo isso em sua cabeça.

Mas Gerard tinha tentado evitar ligar! Teve um compromisso cedo sobre algumas fotos que faria para esse mês com Ray, e depois havia passado o dia pintando todas as encomendas que tinha, se ocupando ao máximo até o momento que ligou pro maldito restaurante chinês e ficou aguardando a comida assistindo o noticiário. Era inevitável.

O modelo checou novamente o visor do celular, ignorando completamente o beijo hetero nojento entre a mocinha e o mocinho na televisão, e se perguntando o que ele teria a perder com aquilo.

-O que você acha, Tommy? – ele perguntou sincero ao gato, que era a única coisa que poderia lhe impedir. Talvez o felino cravasse as unhas em seu tornozelo e aquilo seria um sinal, mas não, apenas permaneceu se deliciando com o sabor novo.

-Tudo bem...

Frank estava na cafeteria solitário – sua mãe havia levado Lily para mansão dos Iero - numa madrugada ridícula no hospital olhando para o nada quando o telefone tornou a tocar. O nome animador apareceu na tela, arrancando um sorriso breve do rosto do mais novo, que nem imaginava o motivo de estar sorrindo, ou não. Gerard significava vida, e era disso que Iero estava precisando agora.

-Hi – ele disse animado, antes de Way se pronunciar

-Frank, como você está? – Gerard começou, com um tom um tanto preocupado.

-Cansado, admito. E um pouco chateado, mas vai passar.

-Seu pai está bem?

-Ele vai ficar, até lá, parece que eu devo enlouquecer um pouquinho.

‘Merda’

-Você que manda agora? – perguntou sem graça

-Sabe, Gerard, quanto mais poder eu tenho, menos poderoso me sinto. Isso faz algum sentido?

O modelo realmente pegou alguns segundos para pontuar sobre isso. E talvez essa pergunta não fizesse muito sentido pra ele, mas provavelmente sim para Frank.

-Acredito que sim.

-É como eu me sinto. Impotente – desabafou, pouco se importando com isso. Gerard havia escolhido ligar, agora ele consequentemente deveria ouvir. E uma parte de Iero sabia que ele gostava de ouvir. Como se a amizade a ser cultivada fosse muito importante.

-Eu sinto muito, Frank.

-Eu imagino que sim.

Por um segundo o silencio pareceu se estabelecer, mas o tatuado decidiu lutar contra isso. Ele precisava de algo.

-E-Eu estou muito ocupado amanhã – constatou – vai ser o inferno na terra. Mas eu posso te ver? Quarta ou quinta, eu...

‘Maldito casamento no quinto dos infernos’ o ruivo gritava dentro de si.

-Eu tenho o casamento do meu irmão, sabe...

-Ó... não sabia, me desculpe

-Não, Frank, tudo bem. Tudo bem – ele respirou, tentando encontrar alguma saída, encontrando-a facilmente – Sexta... tudo bem?

Iero respirou fundo. Não, ele não queria sexta. Queria Gerard e uma cerveja nesse exato momento pra reclamar da vida até os ouvidos dele sagrar tão vermelho quanto o cabelo. Mas iria aceitar de bom grado, afinal, a semana seria fodidamente estressante para recusar uma companhia a final de contas.

-Perfeito.

Um tiro certeiro na cara de Gerard Arthur Way.

-Nós nos falamos durante a semana, certo? Combinamos tudo.

-Ótimo, Gerard.

Os dois se despediram, e Frank desejou uma boa viagem, felicidade à família Way. Ele também desejava felicidades à família Iero, mas as coisas estavam ficando cada vez mais difíceis e sua vontade de liberdade aumentava claramente. Sorriu fraco ao encerrar a ligação e tomou o último gole do chocolate quente antes de retornar ao quarto do pai, que já estava adormecido, para se aconchegar no sofá do local e buscar pelo menos um minuto de descanso na sua mente ansiosa as fuck. 


Notas Finais


Tô pensando em tirar a fic daqui e deixar só no wattpad. Se for mais comodo aqui pra alguém, diga :)


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