1. Spirit Fanfics >
  2. Friends - Louis Tomlinson >
  3. 043. Dor | Parte 2

História Friends - Louis Tomlinson - 043. Dor | Parte 2


Escrita por: sunzjm

Capítulo 43 - 043. Dor | Parte 2


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 043. Dor | Parte 2

Já era noite. 

Isabela foi embora, mas voltaria no dia seguinte para o funeral. Tiago resolveu subir para o quarto depois daquela nossa conversa  e eu sabia que ele cairia no choro. Eu nem o culpava, na verdade. Ele era bem novo e tudo também era novo para ele. O seu aniversário de dezessete era naquele mês e suas ideias ainda estavam confusas sobre o mundo, sobre o jeito como as coisas eram, sobre o modo como aconteciam; enfim, sobre tudo. 

Talvez ele até fosse bem mais maduro do que eu imaginava e apenas não mostrasse aquilo, por isso eu tinha certeza de que Tiago saberia lidar melhor com a morte do seu pai do que Taylor, que era alguns meses mais velha do que ele. Tiago sabia que a irmã precisaria dele nos próximos dias, portanto ele tinha que ser forte a todo custo. Taylor infelizmente era muito sensível, mesmo que tentasse se mostrar durona.

Enquanto ela dormia, dei uma passada na minha casa no fim da tarde. Pus roupas em uma mochila e expliquei para mamãe que eu dormiria na casa dos Hampton. Ela entendeu e não me questionou sobre nada. Na verdade, parecia bem mais preocupada com o cara com quem estava falando no telefone. Já Maggie, não estava em casa e Neil provavelmente estaria escondido em algum canto, dormindo.

Recebi ligações da Marly e não consegui ficar calado, por isso acabei contando sobre o acidente com o pai da Taylor. Marly pareceu bem preocupada e perguntou se também poderia ir ao funeral, a fim de dar algum apoio. É claro que aquilo não seria uma boa ideia, então apenas neguei e disse que seria melhor em um outro dia.

À noite, de madrugada, quando todos já estavam em seus quartos descansando – e eu também, juntamente com Taylor –, acabei acordando com um barulho. Quando abri os olhos, percebi que ela não estava ao meu lado, como eu imaginei que estaria. Me assustei e tentei encontrá-la naquele quarto escuro. Após processar aos poucos e me acostumar com a ausência de luz, vi que Taylor não estava em lugar algum dali.     

Chamei por ela e o barulho encheu os meus ouvidos novamente, algo que estava vindo do banheiro. Corri pra lá, devidamente assustado, e a encontrei de joelhos, com a cabeça inclinada no vaso sanitário.

Estava vomitando. 

Eu a observei se encostar na parede, ainda usando a roupa que foi para o The Gate com George e Tiago, e vi que também estava chorando. Me perguntei por quanto tempo ela esteve naquele banheiro, porque os seus olhos se encontravam inchados demais.     

— Desculpe — sussurrou, entre soluços. — Eu.... eu tentei não fazer muito barulho, mas... — E Taylor parecia mais desesperada a cada palavra que dizia. Lhe interrompi e me agachei na sua frente.     

— Você não precisa se desculpar por causa disso, Taylor. 

Ela realmente estava quase arrancando os próprios cabelos por ter me acordado, algo que me deixou meio desconcertado. Taylor então olhou para as suas mãos e tentou ficar calma. Estranhei aquele comportamento, porque ela geralmente não se importava com o que Jane e eu pensávamos das crises dela.      

— O que foi? — eu quis saber, em busca do seu olhar. Mas ela apenas negou com a cabeça enquanto limpava os olhos. — Vamos, você precisa tomar um banho — e então a puxei pelas mãos.      

— Estou me sentindo fraca — disse, bem baixinho. Senti que ela realmente estava meio mole, mas, para alguém que apenas havia chorado e dormido, deduzi que era mesmo de se esperar uma fraqueza nos músculos.     

— É porque você não comeu nada — expliquei e logo comecei a tirar as suas roupas. — Vou preparar alguma coisa — avisei, sem olhar na sua direção, e ela então entrou debaixo do chuveiro, apenas de calcinha e sutiã. 

Liguei a torneira e saí do cômodo. 

Acendi as luzes da cozinha e preparei um sanduíche. Rapidamente enchi um copo com leite e, depois de tomar um pouco de água, subi pro quarto, após desligar o interruptor. Voltei ao banheiro assim que pus a comida sobre a mesa de cabeceira e me encarreguei de pegar as suas roupas sujas. 

Eu estava preocupado em como Taylor ficaria nos próximos dias. Ela era o tipo de pessoa que parava no meio da estrada por conta de um tropeço – isto no sentido figurado. Ela parecia ser dura na queda, mas só parecia, e era fácil alguém fazê-la chorar. Emoções fortes não faziam parte do seu dia-a-dia e a falta de costume com aquilo afetava o seu modo de pensar. Eu sabia daquilo e por isso sentia medo de como tudo andaria no decorrer dos dias. 

Depois de colocar as roupas na máquina de lavar, fiquei sentado sobre o vaso sanitário enquanto a esperava. Quando ouvi o chuveiro ser desligado, segui para envolvê-la com a toalha que eu tinha nas mãos. Taylor estava nua, mas parecia não ter vergonha daquilo. O seu cabelo molhado grudava sobre os seus seios e eu realmente precisei me esforçar para tirar os olhos dali. Ela estava tão sensível que parecia que, se alguém tocasse em seu corpo, ele se quebraria em mil pedacinhos. 

Assim, a conduzi até a cama e ela se sentou, como se alguém estivesse a controlando através de cliques, em um controle remoto. Taylor estava calada, o que era bastante anormal, e se encontrava perdida em pensamentos. 

Busquei outra toalha dentro do armário no banheiro e a usei para secar o seu cabelo. Taylor não olhava para mim de maneira alguma e eu sentia uma carência enorme. A sua tristeza se misturava àquilo e era quase possível escutar os seus pensamentos, devido ao silêncio enorme que estava no quarto.      

— No que está pensando? — resolvi perguntar, após alguns minutos enquanto fazia movimentos circulares em sua cabeça. Sua resposta demorou, por isso parei de secá-la e acariciei o seu rosto, tentando ter os seus olhos em mim. Quando fiz aquilo, percebi que o choro viria a qualquer momento. Fiquei tão mal que simplesmente tive vontade de gritar para o céu, perguntando ao Deus que ela tanto amava onde diabos ele estava quando deixou tudo aquilo acontecer.     

— Eu não consigo entender — sussurrou ela, com algumas lágrimas persistindo em deslizar sobre as suas bochechas. — Não consigo… 

Soltei o seu rosto e fitei as minhas mãos, tendo de volta aquela sensação de inutilidade. Resolvi levantar e fui em busca de roupas pra ela, enquanto ouvia o seu choro inevitável. Com as roupas em mãos, voltei para o lugar de antes, próximo dela.      

— Veste isso — pedi e ela logo levantou, bem devagar. Peguei a sua toalha, a coloquei de volta no banheiro e lavei o meu rosto, a fim de espantar o sono. Quando voltei, Taylor já estava sentada, vestida com a camisa preta de mangas longas e a sua calça de moletom. — Me escuta — eu disse, muito firme —, estou aqui, não estou? Tudo vai melhorar, você vai ver. 

Segurei o seu rosto com uma das mãos, mas ela não parou de chorar. Comecei a ficar desesperado com aquilo. Eu já a fiz chorar algumas vezes, mas não senti o desespero. Na verdade, a irritação com ela era tanta que eu chegava a não me importar. As suas lágrimas eram destinadas ao Christian e aquilo me tirava do sério. Era fácil fazê-la esquecer dele por alguns minutos, mas naquele instante parecia ser um nível extremo de dificuldade porque o problema era mil vezes maior. Um Christian era ruim, mas um pai morto era desastroso.     

— Taylor, para de chorar, por favor — acariciei o seu rosto novamente, mas ela logo se afastou, tirando a minha mão dali sem me olhar.     

— Desculpe por isso, Louis — disse ela, abraçando os próprios joelhos —, eu não queria.      

— Ouviu o que eu disse? — perguntei, um pouco mais alto. Ela apenas olhou pra mim e assentiu, assustada com a minha irritação brusca. — Eu sei o quanto deve estar sendo ruim, mas você precisa aceitar o que aconteceu — continuei, tentando ser carinhoso com as palavras. Aquele era o tipo de assunto que eu detestava, porque me fazia ter lembranças ruins. Era difícil lidar com as emoções dos outros, principalmente quando se tratava da Taylor.     

— É só que ele estava tão feliz, tão atencioso... e nos pediu para que voltássemos lá nos finais de semana — explicou ela, como se não tivesse ouvido nada do que eu havia falado antes. — Ele se arrependeu das coisas que fez, limpou a casa inteira para quando chegássemos lá, nos contou as histórias do Poe, nos levou àquele lago para pescarmos e... — Taylor parou de falar devido ao choro e em seguida suspirou. — E agora ele está morto. Não vamos poder vê-lo nos finais de semanas. Como isso pôde ter acontecido?      

— Eu também não consegui entender quando aconteceu comigo — murmurei, depois de alguns segundos. — Mas... aconteceu.     

— Deus não poderia ter feito isso com a gente. — Ela olhou pra mim, como se exigisse a compreensão. — O que Ele queria, afinal?     

— Ele não queria nada, porque Deus não existe, Taylor — afirmei, sem conseguir evitar. Ela não gostava quando eu pronunciava aquelas palavras, mas simplesmente precisei dizê-las, afinal, George faleceu porque um assaltante de joalheria perdeu o controle do carro. 

Logo, ficamos compartilhando uma tristeza estranha, misturada com dúvidas (pela parte da Taylor) e com raiva (pela minha parte).      

— Vamos — peguei o prato com o sanduíche e entreguei a ela —, come pelo menos um pouco.     

— Não estou com fome.     

— Se não comer — avisei, e me perguntei se precisaria forçá-la a fazer aquilo —, vai acabar ficando sem energias e desmaiando de novo. — Só que Taylor continuou olhando para a comida e novamente pareceu não ter ouvido nada do que eu disse. Voltei a chamar por ela e esta me olhou, com aqueles olhos vermelhos e inchados, negando com a cabeça logo em seguida. — Por favor — passei a mão pelo cabelo, impaciente —, é só um pouco.      

— Você está... — ela me observou durante alguns segundos, muito aflita. — Você está irritado comigo?

Ela estava preocupada com os meus pensamentos e aquilo foi o suficiente para me deixar desconfortável novamente. Era como se aquilo fosse fazer com que eu a abandonasse para sempre, por causa do seu choro e da sua falta de apetite. 

E não tinha nada a ver.     

— Estou irritado porque você não quer se alimentar — expliquei, sincero. Taylor pareceu decepcionada consigo mesma e depois abaixou a cabeça, fazendo eu me sentir a pior pessoa do mundo. E eu só queria que ela comesse; por que ela não fazia aquilo? — Amor da minha vida — murmurei, acariciando a sua bochecha —, eu amo muito você e estou preocupado. Coma isso, pelo amor que você também tem por mim..., por favor.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...