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História Friends - Louis Tomlinson - 008. Ciúmes


Escrita por: sunzjm

Capítulo 8 - 008. Ciúmes


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 008. Ciúmes

Adrian ficou nos observando, como se olhasse para um quadro incapaz de ser compreendido. Dava pra perceber a sua confusão e eu fiquei me perguntando o porquê de tanta desordem. O que ele não entendeu, afinal?

— Amigos? 

— É — respondeu Louis, grosseiro —, por quê?  

— Taylor nunca falou de você pra mim.

Gelei.  

— É mesmo? — senti os olhos do Louis sobre mim e olhei para qualquer lugar, menos pra ele. Aquilo com certeza o irritaria ainda mais. — Bom saber disso... Você conhece Jane Collin? 

— Não, nunca ouvi falar — Adrian deu de ombros, depois olhou para a comida intacta e pareceu pensar. — Enfim, eu acho que vou andando — foi o que disse e logo se preparou para levantar.    

Eu acabei levantando também, confusa.  

— Você nem tocou na comida. — Adrian tirou os olhos de mim e fitou Louis, que não parava de encará-lo. Depois deu uma olhada para a sua bandeja e suspirou. 

— Perdi o apetite, nos vemos depois, Taylor.

E saiu, levando consigo a bandeja cheia de comida. Fiquei atônita e então olhei para Louis. Ele continuava observando Adrian saindo dali, como se aquilo fosse jogá-lo contra as paredes. Me frustrei e acabei batendo o pé da perna machucada no chão. Senti aquela mesma fisgada, mas aquilo só serviu para me irritar mais. 

Louis conseguiu o que queria e, agora, em sua lista havia mais um inimigo. Ele poderia ter pelo menos dado uma chance de conhecer Adrian melhor, ou então poderia ter fingido alguma educação, como fazia quando as pessoas falavam com ele em um de seus momentos de mau humor. Mas não, é claro que não. Ele era o Louis, a quem eu queria enganar? 

— Você o expulsou! — reclamei, sem encontrar qualquer vestígio de calma. Eu sequer poderia correr para longe e era algo que me fazia querer arrancar os próprios cabelos. — Por que teve que ser tão grosso? Você foi... você foi um estúpido! 

— Ele nem deveria ter se matriculado aqui — Louis revidou, e foi a minha vez de matá-lo com a força do olhar. — E não adianta me olhar assim, você sequer falou da gente pra ele!  

— Isso é bobagem.

Apenas saí dali, mancando de uma perna e levando a minha bandeja.  

— Volta aqui — Louis me seguiu quando deixei a bandeja na cantina e busquei por qualquer lugar que eu pudesse estar sozinha. Ignorei os seus chamados e continuei andando. 

Assim que olhei para a minha direita, avistei perto de algumas árvores um banco vazio. O clima estava limpo naquele dia, sem nuvens negras ou pingos de chuva, e eu queria estar daquela forma também, sem as nuvens negras, com a mente clara como o céu. Contudo, não consegui me acalmar.  

— Taylor, estou chamando você! — continuou Louis, igualmente irritado. Resolvi parar quando cheguei ao banco vazio e então olhei para Louis, as mãos fixas na cintura. Eu sentia o meu rosto esquentando e o meu coração parecia querer sair do peito.  

— Quem você pensa que é pra agir daquele jeito?! 

— Eu, Taylor? — jogou ele, perplexo. — Quem você pensa que é pra esconder sobre aquele garoto? 

— Nós não estamos falando de mim! — exclamei, mais alto do que eu realmente queria. — Eu espero mesmo que o Adrian não tenha se chateado comigo, porque se não...  

— Se não o quê? — Louis me interrompeu e abaixou a mão que eu coloquei próxima de seu rosto.   

— Se não eu que não falo mais com você!

Ele riu, sem a menor graça. 

— Você não faria isso por causa dele.  

— Ah, é? Quer apostar quanto? — eu cruzei os braços, com um sorriso irônico. Louis bufou e se virou, enquanto passava as mãos pelo cabelo.  

— E ainda reclama por eu ter sido tão rude com ele, estamos brigando por causa dele. Ele mereceu tudo aquilo! 

— Estamos brigando porque você é um idiota. 

Louis me encarou, furioso.  

— É claro, sou sempre o culpado. Fui eu quem escondeu uma amizade de... há quanto tempo vocês se conhecem mesmo? Sequer falou de mim pra ele, nem da Jan você falou!, que tipo de amiga você é, afinal?  

— Não contei sobre o Adrian justamente porque eu sabia que você teria essas atitudes — expliquei, buscando não me alterar e ignorando a última parte das suas argumentações. — E não me arrependo.  

— Olha, Taylor — Louis novamente mexeu no cabelo, um tanto desconfortável —, eu não gostei mesmo daquele cara. 

Eu não queria parar de falar com Adrian Carrington, porque ele simplesmente não fez nada. Ele parecia gostar de mim e era gentil sempre que conversávamos. Por que eu deixaria de falar com alguém sem um motivo específico? Aquilo não fazia sentido. 

— Por que... — Hesitei antes de perguntar, mas depois olhei para Louis mais uma vez, já abaixando o tom. — Por que você não tenta ser amigo dele também? 

— Eu não vou ser amigo dele — Louis respondeu rapidamente, depois de revirar os olhos com aquela possibilidade inalcançável. — Mas quer saber? Tudo bem. Se é isso o que você quer, Taylor, então pra mim tanto faz. 

E deu meia-volta, andando de volta para a escola. Estar agindo daquela forma era desnecessário e injusto. Todos os dias, em todos os anos da minha vida desde que eu o conheci, precisei aturá-lo com todos aqueles garotos e garotas. Eu precisei aturar que ele estava em festas, se divertindo com os seus outros amigos, despreocupado com a vida à sua volta. Eu precisei aturar todo aquele seu jeito de ser, com todas as atenções vidradas em sua vida e me ignorando. Tudo o que eu fiz foi continuar ao seu lado, e isto porque eu o amava; porque ninguém poderia afastá-lo de mim. 

Mas e agora? 

Adrian resolveu aparecer na sua frente e então o mundo caiu sobre as suas costas, como se apenas ele pudesse ter o que quisesse nas mãos. Eu não queria provocá-lo, porque brigas eram tudo o que eu não queria, mas deixar de falar com alguém do nada não fazia sentido. Ninguém roubaria o lugar do Louis, assim como não roubariam o lugar da Jane. 

Assim que levantei a cabeça, vi Christian e Alice em umas das mesas de piquenique. Eles conversavam enquanto tinham as mãos entrelaçadas. E se eu ainda fosse amiga dele? Louis simplesmente teria me deixado de lado e me esqueceria aos poucos? 

Afinal, quando Chris e eu ainda éramos amigos, há alguns meses atrás, conversar com Louis era simplesmente cansativo, principalmente quando Christian estava por perto. Louis apenas o odiava e parecia não se importar em não ter um motivo exato para aquilo. Os dois não se davam bem e Louis adorava quando Christian e eu discutíamos. 

Às vezes, eu não sabia se a nossa amizade fazia bem para a nossa saúde mental. Louis adorava cuidar da minha vida, tomando decisões por mim e me jogando um milhão de ordens. Ele simplesmente detestava quando alguém se aproximava, principalmente garotos que ele não conhecia. E, quando via os meus erros, me criticava quando tinha uma oportunidade, como se quisesse me fortalecer à base de chicotadas. 

E eu sequer poderia reclamar daquilo, porque acabava fazendo as mesmas coisas. A única diferença entre nós dois era a intensidade. Louis era intenso demais. E eu? Eu quase apagava, como várias luzes defeituosas. 

Com Jane, no entanto, as coisas já eram um pouco diferentes. Louis, sendo da forma que era, dava ordens a ela, mesmo sabendo que ela não as obedeceria. Raramente ele falava alguma coisa quando Jane estava perto de pessoas que ele não conhecia, e, quando acontecia, Jane sempre conseguia fazê-lo baixar a bola. Era parte da personalidade dela, como se os dois fossem iguais e se entendessem melhor.

Sem saber o que fazer, eu continuei decidida a não me intimidar. Eu queria ser como Jane e queria fazer com que Louis aceitasse que não tinha poder algum sobre mim. Daquela forma, ele até poderia entender que uma amizade a mais não significava nada.        

— Taylor... — alguém me chamou e, quando olhei para trás, vi Adrian se aproximando. Me levantei rapidamente e o esperei. — Eu estava procurando por você — disse ele, o ar de quem estava preocupado.  

— Eu estava conversando com Louis agora pouco — expliquei, envergonhada. — Aliás, desculpa por ele. Louis geralmente é daquela forma.

     — É mesmo? — Adrian levantou as sobrancelhas, um tanto surpreso. — Pois eu jurei que vocês dois estavam juntos.  

— Nós estamos — eu disse, mas depois entendi o sentido da dedução. — Quero dizer, nós estamos juntos em um mesmo espaço, entende?, assim como eu e você. Como amigos…  

— Entendo — ele riu da minha própria confusão —, mas, mesmo assim, acho que o seu amigo não gostou muito da minha companhia. 

Assim, sentamos no banco de madeira.  

— Ele só ficou irritado porque eu não contei sobre você — expliquei, dando de ombros. Depois percebi que, falando aquilo para que alguém escutasse, nem fazia tanto sentido assim. — É complicado de entender...

— E, aliás, por que não contou mesmo? — Adrian perguntou, me olhando. — Você também não me falou nada sobre ele. 

— Não falei porque Louis não iria gostar nada — respondi, sincera. — Você viu o quanto ele foi grosso. Eu escondi sobre a nossa amizade porque não achei que vocês dois fossem se encontrar algum dia.     

E eu tinha certeza de que Adrian não havia entendido aquilo.  

— Ele é muito ciumento — comentou, mas acabou dando uma risada. Não consegui entender como ele tinha a capacidade de rir naquela situação. Louis quase partiu pra cima dele e eu sabia que ele faria de tudo para que Adrian se mantivesse longe, eu gostando ou não. — Você não acha isso estranho?  

— Na verdade, não — mais uma vez dei de ombros. — Eu não o culpo em algumas partes, porque também sou da mesma forma.

 — Desculpa se fiz vocês dois brigarem. 

— Você realmente não tem culpa de nada.  

— Eu tenho — Adrian ficou sério de repente, me observando —, porque não vou me afastar de você só por causa dele.

Ele me encarou e não vi medo nenhum em sua expressão. Ele estava fazendo tudo da maneira errada e eu me imaginava atolada em problemas. Louis estava prestes a se meter em encrenca com Henrik Peterson e agora estava irritado comigo. Era claro que eu não conseguiria saber o que ele iria fazer, principalmente depois que descobriu sobre a minha amizade com Adrian.       

— Vou tentar fazer com que Louis pense de uma outra forma — declarei, sem tanta esperança. Naquele momento, o sinal da escola soou para que o mundo inteiro ouvisse. Era a hora de voltarmos para as aulas.    

— Melhor irmos — disse Adrian e então eu o segui. Dei uma última olhada para a mesa de piquenique onde estavam Christian e Alice, e vi que os dois já caminhavam em direção à escola. O desejo de estar no lugar daquela garota surgiu no meu corpo, mas eu apenas respirei fundo e segui com Adrian. Ele me acompanhou até o corredor da minha sala, se despediu com um beijo na minha bochecha e depois correu para a sua aula.

[…]

Durante várias e várias explicações, algumas sobre guerras civis, outras sobre genética, mais algumas sobre funções e murmúrios dos colegas de classe, Louis não falou comigo uma vez sequer. Ele estava normal perante a sociedade, respondendo todas as perguntas feitas pelos professores e por outras pessoas, mas estava estranho pra mim.

E, mesmo sendo ignorada, tentei manter a calma. Esperei pelas horas e, quando estas se passaram, o sinal voltou a tocar, chamando a atenção da escola inteira. Louis foi mais rápido ao guardar as suas coisas, mas resolveu me esperar na porta da sala, enquanto observava tudo e todos. Desconfiei daquilo mas o segui para o estacionamento, após o guardar de nossos livros.

Acabei lembrando do Neil quando sentei no banco do carro e rapidamente me coloquei a pegá-lo com o meu casaco. Ele estava deitado e com os olhinhos azuis abertos, como se tivesse passado aquele tempo inteiro distraído consigo mesmo. Sorri pra ele e acariciei a sua cabeça. Onde é que eu iria colocá-lo?

De relance olhei para Louis, que prestava atenção na estrada. Eu não queria forçar a barra ao pedir para que ele ficasse com Neil por algum tempo mas, se eu não fizesse aquilo, quem mais poderia me ajudar? Jane definitivamente estava fora de questão.

— Você e Henrik vão sair, não vão? — eu perguntei, tentando puxar assunto. — 'Tá muito perto? — Louis com certeza ajudaria Henrik com qualquer coisa que não fosse vista em boas condições, e, portanto, ele também estava errado, perdendo todo o direito de ficar irritado comigo. 

— Será amanhã à noite — Louis respondeu, depois de algum tempo. Aquela preocupação logo voltou e eu me vi desesperada por mais detalhes. Busquei me controlar e não puxar os próprios cabelos. Louis não me falaria, apenas iria esperar que chegasse o outro dia, após ter feito o que disse que iria fazer, para depois me contar.   

— Tem certeza mesmo de que vai fazer isso? — eu perguntei, mesmo não sabendo quais eram os seus pensamentos. — Ainda há tempo de desistir.   

— Tudo vai dar certo, Taylor — Louis me confortou, a voz baixa e um tanto suave. — Pelo menos é o que eu espero… 



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