1. Spirit Fanfics >
  2. Friends? >
  3. Presentes e Tatuagens

História Friends? - Presentes e Tatuagens


Escrita por: voldemortindie

Notas do Autor


Saiu rápido? Saiu, de nada.
Este capítulo contém muitos tiros, se preparem.

Capítulo 58 - Presentes e Tatuagens


Fanfic / Fanfiction Friends? - Presentes e Tatuagens

Yaxley

 

Era sábado, um dia depois do encontro duplo com Dani, Perri e James. Aliás, Perrie e James faziam um casal esquisito, eles não tinham muito a ver na humilde opinião de Yaxley. Porém, por que ele se importava? Ele não se importava, óbvio.

 

Nos sábados era permitidos aos alunos a partir do 3 ano a ida a Hogsmeade. Antes isso parecia interessante, mas agora não era mais. Hogsmeade era chata e Yaxley só ia até lá quando era obrigado ou quando realmente não tinha mais nada pra fazer, o que era quase impossível.

 

Yaxley não era a pessoa mais atenciosa e apegada aos seus amigos (desconsideramos Lucas, ele não era amigo de Yaxley, ele era praticamente seu irmão), ele sabia disso, mas ele também sabia que o aniversário de Polly era em duas semanas e ele queria dar um presente pra ela. O ano anterior não tinha sido fácil para a menina e ele sabia disso. De todo o grupo, Polly era a pessoa por quem Yaxley nutria mais afeto (novamente, Lucas está fora dessa).

 

Sendo o aniversário de Polly, Yaxley queria ir na cidade trouxa comprar um presente, mas a questão era: ele não sabia andar lá, iria acabar se perdendo.

 

“James.”

 

Era óbvio, James Potter e seus conhecimentos do mundo trouxa seriam extremamente úteis para Yaxley naquele momento. Ele só precisava achá-lo.

 

“Que ele não esteja com aqueles amigos ridículos dele, por favor.”

 

Ainda era de manhã e não haviam muitas pessoas no Grande Salão, seria ainda mais fácil de localizar James… isso se ele estivesse acordado, o que era pouco provável. Yaxley andou pelo Salão inteiro à procura de James, mas sua missão foi um fracasso deplorável. Decidiu então voltar à mesa da Sonserina e tomar seu café da manhã. Se virou para voltar para onde estava quando se deparou com James e seus cabelos rebeldes (que já estavam um pouco longos, diga-se de passagem, mas Yaxley até que não odiava eles).

 

— Procurando por algo? Talvez o seu coração que você deixou por aí perdido em algum lugar? —James perguntou com sua carinha risonha, ele realmente se achava muito engraçado.

— Meu coração? Isso eu nem tenho mais esperança de encontrar, já se foi há muito tempo.

— Eu não acredito que a pessoa mais emo que eu conheço não tem franja e nem usa lápis de olho.

— Vai se foder. —Yaxley revirou os olhos, mas não de um jeito ruim, era até um jeito de rir. Sim, acredite se quiser, era um jeito de rir. — Está disponível? Eu meio que preciso de você agora.

— Pare o mundo, acabei de ouvir que Kevin Yaxley precisa de mim? —James colocou as mãos no bolso do casaco e sorriu.

— Nop. Você ouviu errado.

— Ouvi, foi? Então eu acho que estou ocupado hoje… —James disse olhando ao redor, fingindo estar interessado em qualquer outra coisa, menos em Yaxley.

— Não fode, ok?

— Eu não estou ouvindo… que barulho estranho será isso? Não consigo compreender…

— Eu preciso de você, Potter, seu imbecil. Preciso de sua ajuda, tá feliz agora?!

— Bastante, diga do que precisa.

— Preciso de seu senso de direção.

— Obrigado por apreciar meu senso de direção, onde quer ir?

— Londres.

— Por quê?

— Compras.

— Ai, que chique, vamos ser duas amigas fazendo compras?

— Para. —Yaxley riu baixo. — Eu quero comprar um presente de aniversário pra Polly, só isso.

— Que amigo bom você é! Meu aniversário é dia 10 de abril, fica a dica.

— Eu vou esquecer, você sabe disso, não sabe?

— Eu te lembro de novo, não tem problema. Eu posso ir com você sim, o aniversário da minha irmã é hoje e eu não tenho nada pra dar pra ela… então acho que também preciso fazer compras.

— Então vamos?

— Vamos, me encontre na passagem de meio dia, ok?

— Certo, até mais tarde.

 

Os dois meninos se separaram e foram cada um para as mesas de suas respectivas casas. Yaxley se sentou perto de Aurora que parecia estar com tanto sono que poderia cair de cara na mesa a qualquer momento.

 

— Bom dia. —Yaxley disse a cutucando, mas não obteve resposta. Geralmente ele não era muito comunicativo as 10 da manhã, mas ele adorava irritá-la. — Não vai falar comigo?

 

Ele ainda não obteve resposta, então ele decidiu que iria soprar no ouvido dela.

 

Ela quase deu um pulo da cadeira e ele começou a rir, nada era mais engraçado do que a desgraça alheia.

 

— SEU FODIDO! —Ela disse tentando se recompor. — Eu tô morta de sono e você fica soprando no meu ouvido, escroto da porra! Sai daqui!

— Você não pode me expulsar da mesa da minha casa.

— Por que é que você simplesmente não me ignora igual você faz com todas as outras pessoas do universo?

— Porque eu acho mais divertido ficar te irritando, deixa meus dias mais felizes.

 

Nesse momento, Polly se sentou na mesa parecendo estar puta da vida. Nada estranho.

 

— Eu tô muito puta. —Ela disse segurando o garfo com tanta força que era capaz dela entortá-lo.

— O que aconteceu? —Yaxley perguntou.

— Você sabe quem é Michael Duncan?!

— Ah… não.

— Eu odeio ele!

— Eu não sei quem é, mas eu também já odeio ele.

— Sabe o que esse fodido fez? Ele tentou subir a minha saia!

— O quê?! —Yaxley pareceu chocado e Aurora também.

— Que escroto! —Aurora disse. — Vamos matá-lo!

— Eu arranco a cabeça e você arranca os braços. —Yaxley respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— Eu sou especialista em quebrar braços, fui expulsa de Mahoutokoro assim.

— Eu não quero matar ninguém! —Polly disse. — Pelo menos agora.

— De que casa ele é?

— Lufa-Lufa.

— Mentira! Um lufano fez isso? Eu pensei que tinha sido um grifinório. —Yaxley falou.

— Você sempre achar que tudo de ruim vem da Grifinória. —Aurora falou cruzando os braços.

— Acha. —Yaxley a corrigiu.

— Será que o assunto pode voltar pra mim?! Eu fui abusada, caralho! —Polly bateu na mesa.

— O que você quer que eu faça? Quer que eu bata nele? —Yaxley perguntou.

— Quero!

— Mas Polly… espera, você disse sim?

— Disse!

— Hoje é meu dia de sorte e ninguém me disse? Eu realmente vou poder bater em alguém sem ser julgado?

— Sim, parabéns.

— Eu nunca estive tão feliz, obrigado por essa oportunidade, Polly. Agora me diga quem é o urubu?

— Aquele ali. —Polly apontou na cara dura para um menino loiro que sentava na mesa da Lufa-Lufa sem nenhuma preocupação. — Um embuste desses!

— Hoje de tarde eu vou sair, mas eu juro que de noite eu quebro a cara dele, ok?

— Você promete?

— Prometo, vai ser seu presente de aniversário.

— Isso! —Polly sorriu.

— Bem que me avisaram que os Sonserinos são meio sinistros, né? —Aurora disse comendo. — Vocês parecem um bando de mafiosos.

— Se sente no lugar certo então? —Polly perguntou sorrindo.

— 100%.

 

Era meio dia, a hora marcada para se encontrar com James na passagem secreta e os dois irem para Londres. Yaxley não deveria estar tão animado para isso, mas ele estava. Ele colocou uma camisa preta normal e um casaco jeans na sua mochila e partiu para o terceiro andar.

 

Ao dizer o feitiço e a estátua se mover, Yaxley pôde entrar na passagem, James já estava lá dentro esperando parecendo até um pouco impaciente.

 

— Finalmente deu o ar de sua graça, madame. —James disse com ironia enquanto usava o suéter com o “R” que não passou despercebido por Yaxley que o olhou com desdém.

— Seu suéter deve ser a coisa mais brega que eu já vi na vida.

— E eu não lembro de ter te perguntado nada.

— Quantos anos você tem? 12?

— 18, muito obrigado.

— James e Ryan, melhores amigos para sempre. Fofos.

— Kevin Yaxley, ranzinza para sempre. Fofo.

— Vou fazer disso o meu slogan.

— É a sua cara.

 

Yaxley resolveu ignorar a frase de James e tirou sua mochila das costas, colocando-a no chão com cuidado. Logo depois ele tirou o moletom cinza que usava e então começou a desatar o nó da gravata. James o olhava confuso e até um pouco assustado.

 

— Kevin… o que está fazendo?

— Tirando a roupa, o que acha que eu estou fazendo?

— Por que você está tirando a roupa?

— Pra não sair por aí com a roupa do colégio, imbecil.

— Faz sentido.

— Você não trouxe outra roupa?

— Não.

— Eu não vou sair com você usando esse suéter ridículo.

— E o que porra eu vou usar? É frio lá fora!

— Use o meu moletom. —Yaxley estendeu o moletom cinza básico que tinha acabado de tirar.

— Ok, senhor fashionista. —James falou tirando o suéter com a inicial de Ryan e depois tentou desatar o nó da gravata como Yaxley, mas acabou apertando mais e quase se enforcando.

— Não se mate aqui, por favor, depois que comprarmos o presente da Polly você pode se matar, mas agora eu preciso de você vivo.

— Uma ajudinha cairia bem, sabia? —James estava pronto para tentar convencer o menino de olhos verdes a ajudá-lo porque ele tinha certeza que ele falaria algo como “nem morto”, mas o que aconteceu foi Yaxley levando suas mãos até a gravata de James e a tirando sem cerimônia. — Mas… quê? Por que fez isso?!

— Você pediu minha ajuda, não pediu?

— Mas você nunca faz o que eu peço.

— Eu estou de bom humor hoje.

— Valeu então. —James sorriu ainda um pouco confuso e guardou sua gravata na mochila, quando ele se virou a primeira coisa que viu foi Yaxley tirando a camisa.

 

“Uau.”

 

“Quer dizer, uau, ele tem tatuagens.”

 

E não, James não conseguiu desgrudar seus olhos do tronco desnudo de Yaxley nem por um segundo. Seus olhos estavam confusos, ele não sabia para onde olhar. Ele olhava para as tatuagens que cobriam praticamente todo o braço direito dele? Ele olhava para as tatuagens no peito dele? Ele olhava para as tatuagens na barriga dele que estavam um pouco perto demais de sua virilha? Ou ele olhava para as diversas cicatrizes que estavam espalhadas pelo seu braço e tórax?

 

— Por que está me encarando? —Yaxley perguntou.

— Você… ah… tem tatuagens, eu nunca tinha visto antes.

— Você abriu os botões da minha camisa na biblioteca dos Malfoy, achei que tinha notado isso.

— Eu não percebi… caralho, são muitas.

— É, são.

— Como é que você fez tantas em apenas um ano?

— Eu não fiz tudo em um ano.

— Mas você ficou de maior ano passado, não foi? Como fez tatuagens antes? Seu pai deixava?

— Ele não só deixava, ele me obrigava. Eu nunca quis me encher de tatuagens mas ele achou que ajudaria a aumentar minha resistência a dor.

— Ele te obrigava a fazer tatuagens?! Quê?!

— Essa aqui foi a minha primeira. —Ele disse apontando para uma no seu antebraço direito, era o desenho de um relógio de ponteiro. — Fiz com 13 ou coisa do tipo.

— 13?! O que porra seu pai é? Louco ou algo do tipo?!

— É, acho que sim.

— Você faz tatuagens desde os 13 anos? Tá falando sério mesmo?

— Estou, James.

— E doeu?

— Pra caralho, principalmente essas aqui perto da minha clavícula, a dor da agulha no osso era um saco, mas agora eu nem sinto mais. Então acho que o raciocínio do meu pai estava certo.

— Não, não estava. Isso é tortura, você tinha 13 anos, porra!

— Relaxa, já passou, eu não sinto mais. —Yaxley nesse momento abria a mochila para pegar a camisa preta que trouxe.

— E as cicatrizes?

— O que tem elas?

— Como as conseguiu?

— De várias formas, tem algumas que foram com as espadas, outras foram apenas o meu pai mesmo.

— Espadas? Como assim espadas?

— Espadas ué, facas bem grandes e afiadas.

— Por que porra você se cortou com espadas?

— Porque eu estava treinando e o meu professor me cortou, não é óbvio?

— Você… sabe lutar com espadas?

— Sei.

— O que mais você sabe fazer que eu não estava sabendo?

— Eu sei fazer várias coisas, James.

— Você é uma caixinha de mistérios, Kevin, eu gosto disso.

— Ok, obrigado. —Yaxley vestiu a camisa preta que deixava seus antebraços à mostra, coisa inédita já que as camisas sociais que eles usavam em Hogwarts só deixavam os pulsos à mostra. Porém seus antebraços tiveram que dizer tchau quando ele colocou a jaqueta jeans por cima. — Vamos?

— Ok, calma. —James disse colocando o moletom cinza dado por Yaxley. — Ele ficou enorme.

— Eu sou grande, o que posso fazer?

— Parece que eu peso 100kg.

— Sabe quem pesa quase 100kg?

— Quem?

— Eu.

— Quê?! Tá de brincadeira??

— Não, não estou. 92kg e contando.

— Nossa, estamos aqui há 10 minutos e eu já descobri que você tem um braço fechado de tatuagens, que luta com espadas, que seu pai é um idiota maior do que eu pensava e que você tem quase 100kg… eu não sei se consigo lidar com todas essas novas informações.

— Quer outra?

— Manda.

— Eu já tive um cachorro chamado Bolinha, ele morreu.

— Bolinha?

— Eu tinha 4 anos.

— Baby Kevin.

— Nunca mais me chame assim ou eu juro que quebro sua cara.

— Uau, Dangerous Kevin.

— James.

— Eu vou parar, vamos. —James riu e os dois seguiram o caminho que levava até o porão da Dedosdemel.


 

Depois de uma caminhada de aproximadamente 10 minutos, os dois subiram as escadas e se sentaram no chão de madeira do porão da Dedosdemel.

 

— Ok, aparatamos onde? —Yaxley disse puxando a varinha da bolsa, pronto para aparatar.

— Espera! Não confio muito nas minhas habilidades de aparatar, será que eu posso ir com você?

— Por que não?

— Sei lá, eu nunca fiz e eu meio que tenho medo…

— O grande James Sirius Potter tem medo de algo? E ainda mais: de aparatar? Uau, por essa eu não esperava.

— Vai se foder, ridículo.

— Você vai aparatar hoje, eu te ensino.

— Kevin…

— Não é um bicho de 7 cabeças, ok? É fácil, você é bom, vai conseguir.

— Você está me elogiando? Cuidado, eu posso me acostumar com isso.

— Nunca mais te elogio, ok? Vamos lá, se segure em mim.

 

James segurou o braço de Yaxley com uma força até desnecessária e os dois apareceram em um lugar deserto no meio de Londres. James estava meio tonto.

 

— Você se acostuma. —Yaxley disse guardando a varinha. — E aí, onde vamos agora?

— Calma, minha labirintite atacou.

— Quantos anos você tem? 50?

— Você é chato, hein?

— Eu estou finalmente animado pra alguma coisa, eu não quero ficar parado porque você tem doença de velho!

— Calma, criatura! O que você quer dar pra ela?

— Ah… eu meio que não pensei nisso.

— Ah, que ótimo. Me desculpe, Kevin, mas aqui não tem nenhuma loja chamada “presentes para sua amiga”.

— Eu estava na esperança de que existisse.

— Vamos pensar, no que garotas gostam?

— Beijos no pescoço?

— Eu acho que isso não vai ser um bom presente pra Polly… mas você quem sabe, né?

— Tem razão, vamos procurar o presente da sua irmã primeiro e daqui pra lá eu penso em alguma coisa.

— Ok, vamos numa loja de maquiagem, minha irmã adora essas coisas.

— E você entende alguma coisa de maquiagem?

— Claro, eu sou muito observador e presto muita atenção quando ela compra as maquiagens dela. É só me seguir e você vai ver.

 

15 minutos de caminhada e uma Sephora depois:

 

James e Yaxley estavam em uma gigantesca loja de maquiagem, era tanta maquiagem que eles nem sabiam pra onde olhar. Várias marcas e produtos diferentes que eles nunca nem ouviram falar, por onde começariam?

 

— Acha que Polly usa maquiagem? —Yaxley perguntou.

— Não sei, eu nunca percebo quando meninas usam maquiagem ou não. Mas ela deve usar, né?

— Acha que seria uma boa eu comprar alguma coisa aqui pra ela?

— Acho que sim.

— Ok, por onde começamos, expert?

— Bem… começamos por… ah… base? É, isso, base! Vamos procurar as bases!

— O que é base?

— Alguma coisa que você passa na cara, mas o problema é que eu não sei qual é a marca que a minha irmã compra…

— É fácil, faça que nem eu: procure o mais caro e compre.

— Quê? Tá louco? Eu não sou rico não, meu filho. Eu tenho 100 libras pra vida e pra morte aqui, ok?

— Pfff, eu não sei como é isso, me desculpe.

— Eu vou procurar a base mais barata que eu achar e vai ser essa que eu vou dar pra Lily!

— Pirangueiro, dê alguma coisa que preste pra a sua irmã!

— As coisas que prestam são caras demais pro meu gosto.

— Vamos fazer do meu jeito primeiro, ok? Depois você vai procurar essas coisas que não prestam.

— Como vamos saber qual é a base mais cara daqui?

— Procure algo com o nome em francês.

— Boa dica, gostei.

 

Os dois deram uma volta na gigantesca loja e logo algo chamou a atenção de James, que puxou Yaxley pela manga do casaco jeans que ele usava.

 

— Olha lá! Lancôme! La Mer!

— Lancôme… tem acento, deve ser bem caro.

— Quer ir lá ver?

— Vamos.

 

Os dois foram até o balcão da Lancôme e viram os produtos que estavam à mostra. Começava então a busca pela base. Yaxley segurou um vidrinho de hidratante facial.

 

— Isso deve ser base.

— Acho que não, é branco demais, ninguém é dessa cor.

— Tem que ter a cor da pessoa, é?

— É, né?

— Eu não sabia dessa, então esse é o produto errado. —Yaxley então devolveu o hidratante.

— Olha, acho que isso aqui é base. —James pegou um tubo de corretivo. — Tem cor de pele.

— Mas vem tão pouco… olha só o tamanho disso!

— Eu sei, mas tudo que é de rico é caro e vem pouco, não é?

— Tem razão, então deve ser isso mesmo, quanto é?

— 25 libras?! Meu coração parou! Bota isso aí e vamos sair correndo antes que alguém veja!

— Barato.

— Barato o quê? Isso é um rim!

— É barato pra mim, ué.

— Pessoas ricas, o que comem? Onde vivem?

— Deixa de frescura, temos que achar a cor da Polly agora, onde tem as outras cores? Tipo… cadê as cores de pele negra?

— Não sei, acho que deve ter outro mostruário só pra pele negra.

— É, deve ter, vamos perguntar a alguém. —Yaxley virou-se para uma mulher com uma camisa preta com o nome da loja escrito. — Com licença, mas a senhora poderia me mostrar os tons de pele negra dessa base aqui?

— Ah… isso não é uma base, é um corretivo. —Ela disse rindo, deixando Yaxley e James parecerem dois idiotas. — Essa aqui é a base. —A mulher loira pegou um vidro maior e entregou nas mãos de Yaxley. — São 30 libras, ok? —Enquanto isso, James estava se segurando para não ter um infarto com os preços.

— Ok. —Yaxley disse dando de ombros. — Mas onde estão os tons de pele negra aqui, pode me dizer?

— Esses são todos os tons que temos.

 

Yaxley olhou de novo para a prateleira e viu uma base branca-parede, uma base branca vampiro, uma base branca rosada, uma base branca amarelada e uma base branca bronzeada. Uma expressão confusa tomou conta de seu rosto.

 

— Mas só tem pra gente branca. —Ele disse. — Como assim só tem pra gente branca?

— São os tons que a marca disponibilizou, não temos nada a ver com isso.

— Ok… me desculpe se eu não sou bom o bastante pra usar essa porcaria de base fodida. —Yaxley devolveu o vidro com certa grosseria e deu meia volta, andando pra longe. James sorriu.

— Deveriam se envergonhar! —James disse pra a moça que ainda se encontrava um pouco sem reação.

 

Os dois conseguiram comprar a base. James encontrou sua tão esperada base mais barata da loja e Yaxley conseguiu encontrar uma em um tom que iria bater com o tom de pele de Polly. Os dois estavam felizes, mas agora precisavam do resto.

 

— Ok, James, e agora?

— Agora eu acho que vamos comprar batom.

— Batom? Agora?

— Alguma objeção?

— Não, vamos lá.

 

Os dois saíam procurando em mostruários de várias marcas diferentes, então James mostrou feliz da vida uma máscara de cílios.

 

— Olha esse batom que louco! Ele é preto, show, né? Já pode usar no Halloween!

— Caralho, que legal! —Yaxley pegou a máscara de cílios das mãos de James e a abriu, analisando o pincel com cuidado. — Como é que alguém passa isso na boca? Que aplicador esquisito.

— Achei bem massa, a Lily vai amar!

— Será que eu deveria levar um desses pra Polly também?

— Acho que sim, achei bem a cara dela.

— Então vou levar!

 

Os dois saíram da loja com sacolas cheias de maquiagem. James gastou 50 libras no total, Yaxley gastou 170. Sim, James quase morreu quando viu o preço.

 

— Terminamos aqui, o que faremos agora? —James perguntou.

— Tô morrendo de fome, vamos comer.

— Ok, quer comer o quê? Uma salada ou…

— Acha que cheguei aos 92kg comendo salada? Não, né?

— Então podemos ir no Outback, mas é bem caro lá… eu não tenho dinheiro.

— Relaxa, eu pago.

— Mas é caro demais!

— Eu não me importo em gastar meu dinheiro com meus amigos, ok? De verdade.

— Então quer dizer que agora eu sou seu amigo? Uau, você finalmente admitiu que me vê como um amigo, que fofo! —James sorriu e apertou a bochecha de Yaxley, que se afastou dele rindo. — Você riu? E ainda não me bateu? Nossa, você tá diferente.

— Eu estou tentando ser legal, não estrague tudo.

— Claro, vamos lá, amigo. —James dizia sorrindo e Yaxley sorria também, mas revirando os olhos.

 

Os dois foram até o Outback e pegaram uma mesa no fundo já que Kevin Yaxley era a pessoa mais antipática da face da terra Eles sentaram lado a lado.

 

— Ok, vejamos. —Yaxley abriu o cardápio e começou a analisar o que tinha.

— Por que não me deram um cardápio também?

— Porque eu que pago, eu que escolho, você só come.

— Ok, papai.

— Ok, escolhi.

— O quê?

— Surpresa.

 

A grande era surpresa era um pedaço de carne qualquer, James realmente ficou chocadíssimo ao comer carne no Outback. A refeição correu normalmente, quando James resolveu se sentar na frente de Yaxley ao invés do lado, como estava antes.

 

— Ué, o que foi? —Yaxley perguntou confuso.

— Posso tirar uma foto sua? —James disse tirando sua câmera instantânea da mochila. — Eu gosto muito de tirar fotos pra guardar os momentos.

— Tá, tanto faz.

— Faz uma pose legal.

 

Yaxley mostrou o dedo do meio pra a câmera, James riu e a foto foi tirada. O papelzinho saiu na hora e James o sacudiu um pouco até a imagem ficar clara, ele sorriu ao ver o resultado.

 

— 100% bad boy sonserino.

— Essa é a minha reputação, ainda bem que reconhece.

 

Ao sair do Outback, os dois decidiram ir até uma loja de roupas passar o tempo. Acabaram comprando um vestido e uma jaqueta para Polly, James ainda não entendia o motivo de gastar tanto dinheiro numa roupa só, mas aprendeu a gritar em silêncio e não fazia mais perguntas.

 

Na sessão masculina, James olhava algumas camisetas das bandas que ele gostava, quando foi interrompido pela voz de Yaxley.

 

— Aí, James! —Ele disse jogando uma camiseta preta na cara de James. — Achei que combina com você!

 

James tirou a camiseta da cara e afastou. Ela era preta e seu corte era simples, seu diferencial era que havia escrito “Eu sou estúpido”. James riu e pôde ver que Yaxley ria também. Era inédito vê-lo rindo tantas vezes em um período de tempo tão curto, James desejou que aquele dia pudesse durar para sempre.

 

— Você que é estúpido!

— Eu vou comprar isso pra você.

— Não vai não! Eu não vou deixar você gastar 30 libras só pra me chamar de estúpido!

— Eu gasto meu dinheiro no que eu bem quiser, ok?

— Mas…

— Acho que você precisa de um suéter novo, aquele do R é podre.

— Não é não, ok?

— “R” de ridículo, só se for.

— Não xingue meu amigo.

— Ele me xinga sempre.

— É verdade, então tudo bem, pode xingá-lo.

— Vamos procurar um suéter pra você.

— Eu não quero suéter nenhum, aquele foi minha avó que fez, sabia? Não pode dizer que é feio na minha cara!

— Posso sim: é feio.

— Insensível.

— Caguei, vamos. —Yaxley empurrou James até a sessão dos casacos e moletons e começou a escolher algo. — Ok, do que você gosta?

— Do meu suéter.

— Não é uma opção, já disse, tira aquela bosta da sua vida.

— Não! Tem valor sentimental pra mim!

— Bleeeh! Sentimentos são pra gente burra! —Yaxley pegou um suéter preto e jogou na cara de James. — Experimenta.

— Não tem uma cor mais feliz?

— Preto é minha cor feliz.

— Gótico, vampiro e roqueiro. —James riu consigo mesmo.

— Toma, esse aqui tem a cor da sua casa nojenta. —Yaxley deu um suéter vermelho escuro para James. James lembrou que na ficha, Yaxley disse que vermelho era sua cor favorita.

— Por que vermelho é sua cor preferida? Pensei que fosse gótico.

— Sabe qual é a cor do sangue, James?

— Nossa… você é macabro, sai de perto de mim. —James riu.

— É brincadeira, eu gosto de vermelho porque acho bonito, apenas.

— Então você é um grifinório enrustido.

— Qual é a sua cor preferida?

— Verde.

 

Na verdade, a cor preferida de James era azul, mas ultimamente tem sido verde.

 

— Sonserino enrustido.

— Pode ser que sim, quem sabe?

— Nah, a gente não aceita essa ralé lá na Sonserina. Só entra gente com classe.

— Eu tenho muita classe, eu até bebi vinho uma vez.

Vraiment? —Yaxley perguntou com uma cara blasé e um sotaque muito chique, James achou bonito, mas ficou confuso.

— O quê?

— É francês, ignorante.

— Então quer dizer que eu acabei de descobrir outra coisa que você faz?

— Sim.

— Você realmente fala francês?

— Sim.

— Que chique, mademoiselle.

— Não, é seigneur. Mademoiselle é senhorita, eu não sou uma senhorita.

— Ah, é? Caguei. Eu não tenho classe mesmo, e daí? Eu sou das ruas, sacou?

— Aham, sei.

— Eu sou malandro.

— Te enxerga, você não conseguiria se virar uma noite sozinho na rua.

— Claro que eu conseguiria! Eu sou forte, olha meus músculos!

— Pfff, ok, sei.

— Não me provoque, Kevin, você não vai querer conhecer a ira de… puta que pariu, minha ex.

— Quê?

— Me esconde! —James entrou na arara de roupas tentando se camuflar.

 

Uma menina loira e muito bonita apareceu olhando por entre as roupas, ela não parecia ter visto James e nem ter notado sua presença. Yaxley tinha a impressão de já ter visto a menina antes, mas não sabia onde.

 

Depois que a menina se afastou para outra sessão, Yaxley cutucou James e ele saiu da arara de roupas parecendo aliviado.

 

— Quem era? Eu conheço de algum lugar.

— Ah… Dominique, Dominique Weasley.

— Weasley… ela é sua prima?!

— É.

— Nojento! Você namorou com sua prima?

— Namorei, qual o problema? Ela é bonita!

— Eu sei, mas…

— Fala isso porque não tem prima pra pegar.

— É verdade, vou ficar calado. Mas eu achei ela areia demais pro seu caminhãozinho.

— Caminhãozinho? Se toca, eu carrego a areia da praia inteira no meu caminhão!

— Aham… ok…

— Tem algo a me dizer, Kevin Yaxley Furlannsak?

Furtwängler, James.

— Que seja. —James disse dando de ombros e Yaxley riu de sua reação.

— Vamos levar o suéter vermelho.

— Eu não escolhi o vermelho.

— Eu escolhi, eu gosto de vermelho.

 

Eles levaram o suéter vermelho.

 

A próxima parada foi a sacada do shopping. A vista era incrível, Londres era realmente linda. Yaxley estava encostado na barra da sacada enquanto observava a paisagem. James resolveu tirar outra foto dele.

 

— Eu posso ser seu modelo, James, mas vai ter que começar a me pagar. —Yaxley disse sem tirar os olhos da vista.

— Pff, abaixa sua bola, vai. Aí, olha pra cá, selfie! —James apontou a câmera para o seu rosto, deixando um espaço ao seu lado para Yaxley aparecer lá atrás.

 

Assim que a foto foi revelada, James riu da cara que Yaxley fez. Ele estava rolando os olhos, clássico.

 

Os dois depois começaram a apenas andar sem destino pelas ruas enquanto conversavam coisas aleatórias. Eles já tinham feito o que foram lá fazer, só não queriam que o dia acabasse tão cedo.

 

— Ok, me diga 2 mentiras e 1 verdade que eu vou tentar adivinhar qual é a verdade. —James disse.

— Hm… eu tenho medo de palhaços, eu prefiro ficar sozinho e eu sei falar norueguês.

— Deixe-me ver… não tem nada a ver com você ter medo de palhaços, então isso é mentira, certo?

— Certo.

— Hm… acho que nem as pessoas da Noruega falam norueguês, e é meio óbvio que você gosta de ficar sozinho então a verdade é a segunda.

— Errado, eu sei falar norueguês.

— Como assim você sabe… espera, então você não prefere ficar sozinho? —James parou de andar para olhar para Yaxley.

— Não, eu não gosto de ficar sozinho. Eu fico porque é mais fácil.

— Mais fácil por quê?

— Mais fácil porque eu não preciso fingir que estou bem.

— Você não precisa fingir que está bem comigo.

— Eu não quero contaminar você com minhas depressões.

— Pode desabafar comigo, sabe disso, não sabe?

— É, eu sei,

 

Os dois sorriram sem mostrar os dentes, foi um sorriso simples, porém sincero.

 

— Do que você tem medo? Quero saber o que assusta o grande Kevin Yaxley Furt…

— ...wängler.

— Isso!

— Eu não tenho medo de nada.

— Conta outra.

— Meu pai me ensinou que a única coisa que eu devo ter medo é dele, qualquer outra coisa eu consigo vencer.

— Que lição, hein? Você tem medo dele?

— Bastante. Então respondendo sua pergunta: meu pai, eu tenho medo do meu pai. E você?

— Não sei… tenho medo de morrer.

— Sério? É meu sonho.

— Eu quero muito acreditar que você está brincando quando fala esse tipo de coisa, mas tem horas que eu realmente não sei dizer.

— Eu estou brincando, idiota. —Ele não estava brincando.

— Ah tá. —James riu.

 

Os dois estavam sentados em um branco enquanto James tomava sorvete.

 

— Sabe o que eu gosto de fazer quando tenho tempo livre? —Yaxley perguntou.

— Assustar criancinhas?

— Eu nunca tentei isso, mas deve ser legal. Mas não, não é isso.

— Me diga o que é então.

— Eu gosto de fingir que sou outra pessoa.

— Como assim?

— Tipo… hm… você conhece algum estúdio de tatuagens por aqui?

— Conheço, por quê?

— Me leve lá.

— Ok.

 

James andou com Yaxley até um dos estúdios de tatuagem da região, o tatuador estava sozinho, sorte grande.

 

Assim que Yaxley abriu a boca pra falar, James levou um susto: ele estava fingindo um sotaque alemão???

 

— Boa tarde, senhor, eu gostaria de fazer uma tatuagem. —Ele disse com o sotaque alemão mais pesado do universo, e muito convincente por sinal.

— Ah, claro! Sorte sua que não tenho mais nenhum cliente por hoje. Você parece novo, quantos anos você tem?

— 18.

— Vou precisar do seu documento, ok?

 

James gelou. A família de Yaxley era uma das famílias bruxas conservadoras, era difícil pessoas assim deixarem seus filhos terem registro de nascença trouxa. Todas as suas preocupações foram embora para darem lugar à confusão que sentiu quando viu que Yaxley não parecia nem um pouco preocupado, ele simplesmente colocou a mão no bolso da calça e tirou um documento, entregando para o careca.

 

— Hm… John… Kaiser? —O tatuador perguntou. — De onde você é?

— Alemanha.

— Percebi pelo sotaque.

 

James não conseguiu evitar sorrir pela cara de pau de Kevin naquele momento. Ele falava tudo com tanta naturalidade que parecia que ele realmente era John Kaiser, alemão que estava na Inglaterra em um intercâmbio.

 

— Ok, Kaiser, o que tem em mente?

— Um… gatinho?

 

James ficou boquiaberto. Ok, ele esperava cadáveres, armas, mutilações e coisas do tipo, tudo menos um gatinho.

 

— Um gatinho? —O tatuador perguntou confuso. — Tem certeza?

— É uma homenagem.

— Ah, entendo, posso desenhar alguns modelos pra você e aí decidimos, ok?

— Ok. —Kevin sorriu, simpático como nunca. Que ótimo ator.

 

O tatuador saiu da sala e entrou no seu escritório, deixando James e Kevin a sós. Os dois se olharam e começaram a rir.

 

— Então… John Kaiser? Que porra é essa?

— Eu explico depois, apenas entre no meu jogo.

— E… gatinho? Um gatinho, Kevin?

— A Crystal gostava de gatos, sabia?

— Ah… eu não sabia.

— Eu quero fazer algo pra ela, eu odeio gatos, mas ela gostava… então eu vou fazer.

— É bonito da sua parte.

— Obrigado.

 

O tatuador logo voltou com 5 desenhos diferentes de gatinhos, Kevin escolheu um gato preto com algumas flores em volta. Era fofo, mas ainda era dark, emo e gótico. Ele decidiu colocar no antebraço esquerdo. Era até engraçado: o pai dele tinha uma marca negra no antebraço esquerdo e Kevin iria ter um gatinho. Fofo.

 

— Gosta da Alemanha, Kaiser? —O tatuador puxava conversa.

— Ah, sim! É incrível!

— Ouço falar que a cerveja de lá é impecável!

— É mesmo, você não pode morrer sem experimentar!

 

Durante a tatuagem, James achou realmente incrível Kevin não demonstrar nenhum sinal de dor. Parece que sua resistência era realmente muito alta.

 

— Não sente dor? —O tatuador perguntou.

— Não.

— Rapaz forte, o que será que colocam nessa cerveja, hein?

— Nem te conto…

 

A tatuagem estava na metade e James só queria comer e dormir, era muito chato esperar tatuagens ficarem prontas.

 

— E quem é o seu amigo? —O tatuador perguntou.

— Ah, quem? O Nicholas? Ele não é meu amigo, é meu namorado.

— Quê? —O queixo de James praticamente caiu no chão de tanta surpresa, era aquele o jogo dele?! Os olhos de James encontraram os de Kevin que diziam “entre nessa”. — Ah… claro. —Ele sorriu sem jeito.

— Namorado? Bem, eu não esperava por essa… mas fazem um lindo casal!

— Obrigado! —Kevin sorriu. — Na verdade, eu disse que vim pra cá pelo intercâmbio, mas na verdade eu vim pra ver o Nick! Namoramos há 2 anos, mas nos vimos pessoalmente poucas vezes… não é sempre que temos tempo de pegar trens para nos vermos então é bem triste…

— É… muito triste. —James não era muito bom em atuar.

— Imagino, deve ser muito ruim pra vocês ficarem separados. Como se conheceram?

— Ah! Eu adoro contar essa história! Nicholas estava na Alemanha visitando um tio dele, naquela época eu trabalhava no hotel do meu pai e acabei o vendo e meio que foi amor à primeira vista. Eu não acreditava nisso, mas depois que vi o Nick… tudo se mostrou possível. —Kevin sorriu olhando para James com um olhar que ele até chamaria de apaixonado. Caralho, ele era muito bom mesmo. — Não foi, amor?

 

Ok, as pernas de James falharam naquele momento e tudo parecia quente demais.

 

— Aham… foi bem especial, amor. —James sorriu de nervoso e Kevin riu.

— Ele é tímido, fica assim quando contamos sobre nós.

— Não precisa ficar sem graça, Nicholas! É uma história muito bonita, deveria se orgulhar! —O tatuador disse.

— Eu me orgulho! Eu não tenho vergonha do Johnny. —James ficou olhando para Kevin para pegar sua reação, ele riu olhando para James. — Mas ele não contou sobre o nosso primeiro beijo.

— Conte! Eu quero saber! —O tatuador parecia genuinamente interessado.

— É, bebê, conte. —Kevin dizia com um olhar desafiador.

— Bem… como Johnny já disse, nos conhecemos no hotel do pai dele. Ele estava louco por mim, óbvio, mas eu sou difícil e demorei um pouco para ceder. Até que um dia eu estava na recepção admirando a vista e um cara chegou perto de mim do nada, ele começou a me incomodar e eu realmente não queria nada com ele! Johnny me viu de longe e chegou perto de mim fingindo ser meu namorado e o cara foi embora. Naquele dia ele estava de folga e não iria trabalhar, então me chamou para sair e me mostrar a área. Eu aceitei, e bem… aconteceu. Nos beijamos em um café perto do hotel, foi muito romântico e estava tocando uma música marcante, nunca esquecerei, era…

— Fly me to the moon, Frank Sinatra. —Kevin disse sorrindo e James sorriu também.

— Exato, Sinatra.

— O primeiro beijo ao som de Sinatra?! Parece o paraíso! —O careca dizia sorrindo.

— A verdade é que eu paguei para colocarem Sinatra pra tocar naquela hora, eu queria que fosse especial.

— E foi. —James sorriu.

— Vocês são um casal muito bonito, espero que fiquem juntos por muito tempo e que a distância não os atrapalhe em nada!

— Que nada! A distância só aumenta nosso amor um pelo outro! Não é, amor? —Kevin perguntou.

— Sim, sem dúvidas, amor. —James sorriu.

 

A tatuagem de Kevin estava pronta, o tatuador pediu para que ele a deixasse respirar e não usasse a sua jaqueta. Depois de enrolar a tatuagem com papel filme e falar os cuidados básicos que Yaxley deveria saber de cabo a rabo, o tatuador se despediu dos dois.

 

Já fora do estúdio, a atuação deles podia acabar.

 

— Você é muito bom, Johnny. —James disse rindo.

— Eu sei, você também não é ruim, amor. —Kevin riu também e os dois perceberam que o sol já estava se pondo e era hora de voltar. — Acho que temos que voltar agora.

— É… que droga, hoje foi bem legal.

— Eu também gostei. Obrigado por me fazer esquecer por algumas horas a desgraça que é minha vida. Desculpe se isso soou dramático demais.

— Podemos fazer isso uma vez a cada 2 semanas, o que acha?

— Acho que seria bom, eu gostaria disso.

— Legal. —James sorriu.

 

Os dois voltaram para o lugar isolado que aparataram, era hora de James aparatar sem medo.

 

— Não é difícil, James! Nunca vai aprender se não fizer!

— E se eu me perder?

— Eu te acho, eu prometo.

— Ok… —James sentiu a segurança que precisava.

— Pronto? 3, 2, 1…

 

James levantou sua varinha e sumiu. Yaxley aparatou para o porão da Dedosdemel na hora e viu James lá sorridente por ter conseguido aparatar pela primeira vez.

 

— Eu consegui! Caralho, eu consegui mesmo!

— Eu disse que conseguiria.

— Você é o melhor professor do mundo, não é a toa que o Burke te fez monitor de Poções!

— Nem me lembre disso… por favor, eu estava até feliz e agora vou ficar depressivo de novo.

— Eu posso te ajudar se quiser.

— Claro, você é ótimo em Poções, não é?

— Não joga na minha cara que eu sou um lixo, tá?

— Desculpa. —Kevin riu.

 

Os dois continuaram sentados no porão da Dedosdemel e não pareciam ter nenhuma pretensão de voltar para a escola logo.

 

— Eu não quero voltar. —James disse.

— Nem eu.

— Que droga, hoje foi tão bom… mas quando voltarmos vai ser tudo chato de novo.

— É, digo o mesmo.

— Pelo menos nos divertimos e você ficou menos ranzinza por algumas horas, foi legal te ver de bem com a vida, sabia?

— De bem com a vida? Você nunca me viu de bem com a vida, esse meu eu morreu há uns 10 anos atrás.

— Conversas depressivas de novo? Você quer desabafar?

— Não, talvez outro dia.

— Tem certeza que não precisa falar sobre o Bolinha?

— Vai se foder. —Kevin riu. — Vamos voltar.

— Bleh, vamos.

— Eu tenho uma pessoa pra bater.

— Tem?

— Sim! Agora que lembrei disso eu quero voltar pra escola logo!

— Você não muda, né?

— Não, eu gosto de desgraça e você sabe disso.

— Kevin.

— Hm?

— Você tem uma tatuagem de gatinho, não é mais tão intimidante assim.

— Shhh, é o nosso segredo.


Notas Finais


Tem alguém vivo?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...