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História Frieza - Capítulo único


Escrita por: anabfernandes8

Notas do Autor


Oi meus amores, tudo bom?
Pra quem ainda não me conhece, sejam bem vindos. Pra quem já me conhece e tá aqui, bem vindos de volta. Bem, essa é a primeira das fanfics da série que estou escrevendo, intitulada Sentimentos. E o primeiro deles é a frieza. Nessa série pretendo trazer personagens comuns, mas com shipps ou situações inusitadas. Nesse trago Neji e Gaara em um shipp totalmente inesperado, que surgiu da minha cabeça louca. Nessa fanfic, não estou seguindo fielmente os acontecimentos do anime. Espero que gostem tanto quanto eu. Boa leitura, nos vemos nas notas finais.
Estou no Nyah com a mema fanfic, com o nick anabfernandes.

Capítulo 1 - Capítulo único


Olho pela janela do hotel, aproveitando o vento fresco que bate em meu rosto. É muito diferente do clima de Suna. Passamos todos os dias por tardes muito quentes e noites muito frias. Nunca há um meio termo. Aqui, no entanto, é sempre assim. O dia é ameno, uma brisa leve e gostosa circulando pela vila. Não há mosquitos em excesso, também.

Não estou reclamando de Suna, é claro. Amo minha vila com todo o meu coração, mas conviver com o mesmo clima todos os dias, sem nenhuma mudança, é um pouco difícil. Maçante, eu diria. De vez em quando, é bom uma mudança. E é exatamente isso que estou fazendo em Konoha neste exato momento.

Férias. Naruto me mandou uma carta, convidando-me para passar uns dias em sua vila, alegando que seria bom para que eu pudesse ter uma mudança de rotina. Ele estava certo. Os treinamentos andavam mais pesados do que nunca, nosso sensei estava nos cobrando mais do que nunca havia cobrado. Sem nenhuma razão em especial.

Dessa forma, Temari e Kankuro ficaram extremamente felizes que iriamos dar um tempo de alguns dias de Suna. Baki, nosso sensei, não. Até começarmos a viagem de três dias, ouvimos muito dele a respeito de tirarmos umas férias. Ele aceitou, a contragosto, não exatamente alegre com a nossa saída.

Estou terminando de descarregar as minhas coisas no guarda-roupa do nosso quarto quando a campainha toca. Eu e meus irmãos nos olhamos, confusão em nossos rostos. Não estávamos esperando ninguém a essa hora. Já é fim de tarde e já tem algumas horas que chegamos, mas desde então ninguém havia aparecido. Por que justo agora então?

Vou até a porta, fazendo o primeiro movimento. Todos olhamos fixamente enquanto abro para ver quem está do outro lado. Não tenho tempo de ver quem é, já que sou engolido por braços eufóricos, recuando alguns passos atrás.

- Ah, Naruto, é você. - Diz Temari, nenhum pouco surpresa. Naruto. Dou um pequeno sorriso, abraçando-o, sem jeito, de volta. Nunca fui uma pessoa que gosta de contato físico, mas estou tentando ser mais amigável com as pessoas. O garoto à minha frente me fez querer tentar isso. Me mostrou o quanto éramos parecidos, apesar de estarmos lidando com nossas vidas de formas diferentes. Ele me mostrou, então, que havia outro jeito. Outra forma de seguir em frente. E eu aceitei. Depois de muita resistência.

- Gaara, Gaara, estava com saudades. - ele fala, animado como sempre, demorando para me soltar. Quando finalmente o faz, ele me cumprimenta com seu típico sorriso gigante. Dou um sorriso pequeno que não posso evitar. A energia de Naruto Uzumaki é contagiante.

- Bom te ver também, Naruto. - É tudo o que digo. Ele sorri ainda mais, como se isso fosse possível. Ele anda na direção de Temari, disposta a cumprimentá-la da mesma forma que fez comigo. No entanto, ela se vira para ele com uma expressão assassina, de que não quer ser tocada. Dou uma risada baixa, vendo-o ficar assustado e se afastar. Olha para Kankuro, que também está encarando-o com o mesmo semblante. Ele, então, dá um aceno de longe, voltando para o meu lado.

Assim como eu, meus irmãos não são muito acostumados com contato físico. Baseado em nosso histórico, e da forma como sempre os tratei, não os culpo. Eles apenas são assim e, agora, finalmente tenho uma relação melhor com eles, como irmãos de verdade.

- Eles são sempre assustadores desse jeito? - O loiro sussurra para mim, colocando as mãos ao lado da boca para que nenhum dos dois ouvisse. Dou de ombros, porque sim, eles são exatamente dessa forma. Ainda com uma careta assustada, ele se recompõe e tenta sorrir novamente, como se nada tivesse acontecido no recinto. - Bem, sinto muito não ter vindo mais cedo, eu tinha umas coisas para acertar com a vovó Tsunade. Então, como foi de viagem?

- O de sempre. - Não tenho nada diferente para contar a ele. Já viajamos para Konoha dezenas de vezes e ele também já foi a Suna, sabe exatamente como é o caminho. É cansativo todo o trajeto, mas a pior parte é sair do país do vento. Contanto, já estamos acostumados com a travessia.

- Eu aproveitei que você estava vindo para combinar com os meninos alguma coisa. O Chouji estava louco para comer na churrascaria nova, aqui perto, então eu chamei todo mundo. - Ele dá um sorriso simpático, olhando para Temari e Kankuro. - Os seus irmãos podem vir se quiserem também.

- Quem exatamente você chama de todo mundo? - Minha irmã pergunta e sei que ela não está com muita paciência hoje. A viagem foi longa e cansativa e aposto que ela não irá deixar o conforto de sua cama para ir confraternizar com um monte de garotos estúpidos, como ela mesmo diz.

- Bem… Além de Chouji, eu chamei o Shikamaru, Kiba, Shino, Neji, Lee, Sai…

- Não sei porquê me dei o trabalho de perguntar quando já imaginava os idiotas que você ia chamar. Não contem comigo.  - Ela terminou de organizar suas roupas, e foi para o banheiro com uma toalha e uma muda de roupa.

Naruto deu um sorriso nervoso e olhou para Kankuro, que estava distraído. Quando ele finalmente percebeu que estávamos esperando sua resposta, ele deu de ombros, indiferente.

- Não tenho o mínimo interesse de conversar com os pirralhos dessa vila, ainda mais com os mais estúpidos.

- Parece que somos só nós dois. Então, vamos? - Sigo na frente, abrindo a porta. Continuo andando, enquanto olho para trás levemente para ver se Naruto me segue. Ele demora um pouco, ainda atônito, com certeza não acostumado com o jeito dos Sabaku.

Saímos do hotel e deixei-o ir na frente, já que eu não sabia para onde estávamos indo. Ele começa uma conversa leve, me atualizando do que estava acontecendo na vila, por mais que eu não tivesse perguntado. Escuto-o, pacientemente, vendo como ele fica animado ao falar de seus companheiros. Então percebo que, agora, faço parte desses companheiros. Somos amigos e, para ele, sou tão especial quanto os outros.

Não andamos muito até chegar no local marcado. Ao longe, é óbvio aonde é a churrascaria. Da distância em que estamos, já ouvimos gritos animados e risadas nenhum pouco discretas. É por esse motivo que sei que estamos no lugar certo. E também, Naruto começa a andar rápido, não se incomodando em me esperar. Ele está praticamente correndo, mas ando no meu ritmo, sem pressa.

Finalmente chegamos e da entrada já consigo ver os garotos de Konoha reunidos. O grito que ouvi do lado de fora é provavelmente de Lee, que ainda continua com a voz mais alta do que deveria. Ele está começando a ficar vermelho, aparentemente em uma competição com seu companheiro de equipe, Neji. As risadas eram de Kiba e Chouji, que estão lado a lado conversando enquanto embarcam em rir.

Quando chego, todos param e me olham. É estranho estar aqui com eles, imagino que eles devam estar se sentindo da mesma forma que eu. É a primeira vez que venho confraternizar com ele, se assim posso dizer. Antes, éramos inimigos, de alguma forma. Ou pelo menos, era assim que eu via. No entanto, assim que as duas vilas formaram a aliança entre elas, começo a vê-los como companheiros. Espero que o sentimento seja recíproco.

Eles me olham estranho por alguns segundos, antes de me cumprimentarem como se eu fosse um deles. Shino está sentado em um banco de quatro lugares, com Kiba e Chouji. Do outro lado, estão Sai, Lee, Neji e Shikamaru. Estou surpreso comigo mesmo por lembrar o nome de todos eles, sendo que alguns deles eu nem ao menos havia prestado muita atenção no exame Chunnin.

Naruto me empurra para que eu me sente ao lado de Chouji e então puxa uma cadeira para si mesmo, de forma que fique em uma das pontas da mesa, que está repleta de churrasco e refrescos. A conversa volta a fluir como se nada tivesse acontecido. Normalmente, eu estaria achando esse tipo de coisa irritante ou algo do tipo, mas me sinto bem aqui com os meninos, como se fizesse parte do grupo deles.

O garoto ao meu lado e Kiba ainda estão rindo de alguma coisa sem sentido, mais alto do que deveriam. Algumas pessoas estão olhando com desaprovação para a nossa mesa, mas nenhum deles parece se importar. Lee continua gritando, parecendo desafiar Neji para outro tipo de competição, já que a anterior havia acabado. Vi o Hyuuga sorrir simpático, recusando com a mão. O companheiro ficou furioso, como se fosse uma ofensa recusar o duelo.

O garoto de uniforme verde sempre fora muito competitivo. Eu havia descoberto isso assim que havia lutado com ele. Havia uma garra, uma determinação nele que eu jamais poderia entender. Eu quase o havia matado e mesmo assim, em nenhum momento ele havia desistido. Continua o mesmo de sempre.

Ao contrário de seu companheiro de equipe. Nunca prestei muita atenção no membro do famoso clã Hyuuga. Nós provavelmente havíamos tido uma espécie de rivalidade no exame, aflorada pelo local e nosso objetivos ali, mas nunca foi alguém muito marcante. Eu reparava que havíamos sim muito em comum, não tanto quanto Naruto e eu, é claro, mas mesmo assim. Ambos tínhamos um jeito frio e arrogante de lidar com as pessoas, além do desprezo com as necessidades e desejos dos outros. Ele acreditava com todas as suas forças que não se podia mudar o destino de alguém; no fundo, eu também acreditava um pouco nisso na época.

Olho para ele, agora, percebendo o quanto, assim como eu, ele amadureceu. Provavelmente, também, com a ajuda do Uzumaki. Ou de seu amigo Lee. Não soube dizer exatamente. Tudo o que sei é que ele aparentava um jeito mais amigável, um sorriso mais simpático e bonito, que mostrava que ele estava sendo sincero, que queria realmente estar aqui e gostava dos garotos. Não pude deixar de notar que seus lábios formavam meias luas perfeitas que, juntas, faziam um sorriso extremamente belo.

Paro por um momento, confuso com o que acabei de pensar. Estou realmente pensando sobre como o sorriso de um garoto que já foi meu rival é bonito? E ainda por cima estava encarando-o de forma nada discreta, fixamente? Devo estar louco. Ele está rindo e conversando, quando seus olhos passam por mim e ele percebe que estou encarando-o. Viro o rosto, com vergonha. Devo estar vermelho por ter sido pego no flagra. Por que eu o estava encarando daquela maneira psicopata, afinal?

- Tem alguma coisa errada comigo? - Ele pergunta e meu coração gela. Isso não era para ter acontecido. Ainda não consigo entender tudo o que aconteceu, o porquê eu havia feito aquilo.

- Hm, desculpe, eu só estava distraído. - Respondo, olhando para qualquer lugar, menos para ele. O que eu estou fazendo?, penso, passando a mão em meus cabelos, ainda um pouco nervoso.

Olho em volta. Todos estavam conversando e rindo, e parece que nenhum dele prestou atenção à nossa interação. Minha mente afunda em alívio. Está tudo bem. Eu só preciso parar com isso. Mas não sei o que está acontecendo. Há um mecanismo em mim que está louco para ficar olhando para Neji toda hora. E não consigo controlá-lo totalmente. É por isso que, de tempos em tempos, arrisco um olhar para ele. Não sei o que estou fazendo, mas não posso me controlar. Há algo de tão belo e hipnotizante em seu sorriso e em seu jeito que não há nada que eu possa fazer para me parar.

Já tentei me entreter conversando com Naruto e Lee, bebendo algum refresco, brincando de competição com Kiba para ver quem come mais carne, mas nada está funcionando. Pareço estranho e não me reconheço mais. Como se uma nova pessoa tivesse tomado minha mente. Algo está acontecendo, mas não sei definir o que é. A única saída aparente é ir embora.

Então, digo a Naruto que estou cansado da viagem. Não é exatamente verdade, mas preciso de qualquer desculpa para ir. Pelo meu comportamento, devo realmente estar precisando de uma boa noite de sono. Ele pede para que eu fique um pouco mais, mas recuso, com a maior delicadeza que posso. Levanto-me e entrego-lhe a minha parte do dinheiro, que ele recusa alegando que vai pagar para mim já que foi ele que me convidou.

- Tudo bem. - Digo, aceitando o fato sem nenhum tipo de resistência. Só queria ir para o hotel. Então, me despeço dos meninos, que fazem gritarias perante a minha saída e arrisco um último olhar a Neji, que olha de volta para mim, com um sorriso doce. Começo a ficar vermelho, com vergonha e me viro, murmurando uma despedida qualquer. É hora de sair daqui.

***

No outro dia, acordo com um susto. Meu coração está batendo acelerado e não posso acreditar que acabei sonhando com um par de olhos perolados, em conjunto com o sorriso doce que ele me deu na despedida da churrascaria. Levanto e vou ao banheiro, para lavar meu rosto e mandar pelo ralo todas as coisas confusas que acontecem em minha mente. Preciso mandar embora essa obsessão sem sentido, já.

Saio do banheiro mais obstinado e pensando menos nele. Não faço ideia de que horas são, mas parece que sou o único que ainda está no quarto. Temari e Kankuro estão fora de vista e não deixaram recado em lugar nenhum. Eles provavelmente vão voltar em breve e são pessoas crescidas, que não precisam da minha preocupação. Vou até a geladeira e encho um copo com água. Estou terminando de bebê-lo quando meus irmãos abrem a porta e entram eufóricos. Eles estão totalmente diferentes hoje. O que uma noite de sono não faz. Bem, Temari pelo menos.

- Bom dia, dorminhoco. - Temari começou, com um sorriso enorme no rosto. Dei um aceno com a cabeça, sem muita vontade de conversar. Kankuro, por sua vez, estava com uma careta emburrada no rosto.

- Ela está toda sorridente assim porque acabou de ver aquele babaca do Nara aqui na esquina. - Comentou ele, e arqueei minhas sobrancelhas para minha irmã, que começou a ficar vermelha, não sei se era de raiva ou vergonha. Não era de hoje a história dela com Shikamaru. Eles pareciam mais próximos desde que haviam lutado no exame Chunnin.

- Nada a ver, Kankuro. Você só fala besteira. - Ela vira o rosto, em negação, mas todos sabemos que é verdade. Ela provavelmente mantém uma paixão secreta pelo Nara, mas não digo nada. Ela pode lidar com isso sozinha. - Bem, Tenten nos chamou para ir almoçar na casa dela hoje. Ela ficou sabendo que estávamos na cidade e pensou que seria interessante nos receber dessa forma. Inicialmente era só para eu ir, mas ela estendeu o convite a vocês dois também.

- Tudo bem. - concordo, lembrando que Tenten é sua amiga e também companheira de time de Lee e Neji. Seu sorriso surge novamente em minha mente e balanço a cabeça para dissipar o pensamento. Devo estar louco. Completamente.

- Tudo bem, Gaara? - Minha irmã pergunta, com uma expressão confusa. Dou um sorriso pequeno e aceno com a cabeça. Vai ficar tudo bem se eu continuar mantendo minha cabeça no lugar.

- Compartilhar lugar com o povo pateta de Konoha novamente? - Kankuro suspira, nenhum pouco feliz com a programação. - Tudo bem, mas só porque não tenho nada pra fazer nessa vila idiota.

- É claro que você não tem nada pra fazer, você não tem amigos, todo mundo da vila é um idiota pra você.

- E eles não são? - E então os dois começam a briga mais sem sentido que já vi em toda a minha vida, discutindo quais pessoas da vila são realmente idiotas e porquê Kankuro não tem amigos aqui. Não estou a fim de me meter, por isso pego minha toalha, minhas roupas e vou direto para o banheiro. Tomei banho ontem e é hora de tomar de novo. Principalmente porque vou sair.

Passo alguns minutos debaixo do chuveiro e, quando saio, já completamente vestido, a briga parece ter tido fim. Temari está se arrumando e Kankuro está sentado na cama com os braços cruzados, ainda chateado por algum motivo. Por mais que ele não admita, sabemos que ele morre de ciúmes de Temari. Faz de tudo para afastar todos os caras que tentam se aproximar dela.

- Podemos ir? - Diz a loira, já indo em direção à porta. Seguimos atrás, silenciosos. Entre nós, há pouca comunicação. Quando Temari e Kankuro não estão brigando ou ninguém tem algum comunicado importante para dar, não conversamos muito. Não porque não gostamos, mas porque o silêncio entre nós é agradável. Não precisa ser preenchido com um monte de baboseira sem sentido, como quando conversamos com alguns tipos de pessoas.

A casa de Tenten fica mais longe do que eu imaginava inicialmente. É uma casa pequena, em que ela mora com os dois pais, sem irmãos. Quando chegamos, ela nos recebe, dando um abraço em cada um de nós. Kankuro e eu ficamos desconfortáveis, mas recebemos o abraço mesmo assim, não querendo ser mal educados com nossa anfitriã.

De começo, ela e Temari já embarcam em uma conversa que não faz sentido para nenhum de nós dois, mas também não nos metemos. Pelo que escuto, seus pais estão almoçando fora, deixando a casa toda para nós. Elas conversam também sobre o que irão preparar para o almoço, além das novidades que cada uma tem a contar sobre si mesma.

- Fiquem à vontade, Lee e Neji vão chegar à qualquer momento. - Gelo perante sua fala. Neji vem. Ele vem, e ainda não superei o acontecimento da noite anterior e o sonho. Não sei se consigo ficar ao lado dele sem a vontade estranha de olhar para ele a qualquer momento. Vou usar esse tempo antes dele chegar para me preparar e tentar lidar com isso o mais naturalmente possível.

As meninas vão para a cozinha e Kankuro e eu ficamos sentados na mesa, que fica na sala, onde provavelmente iremos nos servir. Meu irmão ainda está emburrado com uma besteira qualquer, por isso ficamos em silêncio, analisando a sala da casa da morena. Meu coração está um pouco acelerado, a expectativa de Neji chegar no ar. Respiro fundo várias vezes e tento pensar em qualquer outra coisa e manter o controle.

Que naturalmente vai pro espaço quando a campainha toca pela segunda vez no dia. Porque sei que quem está atrás daquela porta é ele. Não quero admitir para mim mesmo, pensando na possibilidade de que os pais dela tenham voltado para casa cedo, mas no fim não há como me iludir.

Tenten vem da cozinha, com um pano de prato no ombro direito, indo direto para a porta. Ela a abre e os dois companheiros de sua equipe adentram sua casa. Ela abraça os dois, assim como fez comigo e os convida para entrar. Eles são mais relaxados, por isso acredito que já estão mais familiarizados com a casa; já devem ter vindo aqui várias vezes.

Os dois se aproximam de nós e nos cumprimentam com um aceno. Kankuro resmunga qualquer coisa, em seu mal humor habitual, e eu dou um aceno um pouco mais gentil. Lee vai direto para a cozinha, mas Neji senta-se na mesa, ao lado do meu irmão. Estou um pouco nervoso, sem motivo aparente, mas tento controlar minhas emoções. Continuo sem entender porque estou me sentindo assim, dessa forma que nunca me senti antes. Há uma vibração engraçada na minha barriga, mas não é fome. Não sei definir o que é.

Sentados na mesa, os três, não falamos nada. Neji também não parece ter nenhum problema com o silêncio, pois não tenta puxar assunto com nenhum de nós dois. Provavelmente porque não nos conhece direito e porque não temos assuntos em comum que possamos compartilhar. Então, ele não fica olhando para nada em particular, só passando o olho pelas coisas.

Tento me controlar, mas é difícil. Isso está ficando cansativo, eu sei, essa coisa de me esforçar para não olhar para ele quando tudo o que eu quero, ou meu cérebro quer, é ficar olhando fixamente e agradeço quando Tenten vem novamente para a sala para me salvar desse inferno. Ou talvez para me colocar ainda mais para dentro dele.

- Kankuro, é esse o seu nome né? Eu vou precisar de alguma ajudinha na cozinha, como você não está fazendo nada no momento. - Meu irmão se levanta, uma expressão tranquila em seu rosto enquanto ele vai para a cozinha sem nem ao menos questionar. É estranho, mas não paro muito para pensar sobre isso. - Neji, você e o Gaara podem colocar a mesa para mim? Como você sabe onde ficam as coisas, ele pode te ajudar.

Ele acena e se levanta e me levanto também. E então a garota sai, deixando-nos sozinhos ali. Neji olha para mim, chamando-me com a cabeça para seguí-lo. Adentramos a cozinha, onde vemos Temari, Tenten, Lee e Kankuro trabalhando com a comida e paramos em frente à um armário grande. Dentro dele, vejo que há alguns pratos, hashis e copos. Ele começa pegando alguns pratos e levando para a sala, e repito o ritual, mas com talheres.

Assim que levamos tudo para a mesa, começamos a arrumar, de acordo com os lugares. Estou bastante nervoso, tanto que estou tremendo. Estar sozinho ali com ele é estranho e entusiasmante ao mesmo tempo. Uma euforia toma conta de mim, mas não sei de onde ela vem. Estou organizando os copos e continuo tremendo. Nada de bom pode sair dali, mas não preciso de muito tempo para confirmar isso.

Porque no instante seguinte, um copo escorrega da minha mão e vai direto ao chão, jogando pedaços de vidro para todos os lados. Fico desesperado e com vergonha. Não era para isso ter acontecido. Abaixo-me sem nenhuma hesitação, começando a pegar um por um os cacos espalhados. É uma atitude idiota, eu sei, mas é tudo que eu posso fazer no momento.

Não é surpresa nenhuma quando um dos cacos fura minha mão; já era esperado na verdade. Há uma movimentação ao meu lado e a próxima coisa que percebo é que Neji está parado, na minha frente, na mesma posição que eu. Ele não está pegando os pedaços de vidro, e sim olhando para a palma da minha mão, que tem um pouco de sangue.

- Tudo bem? - Ele diz, mas é claro que está tudo bem. É só um corte pequeno, não é nada demais. Cometo o pecado de olhar em seus olhos, mas os dele já estão colados aos meus. E então ficamos assim, naquela posição, nos encarando de uma forma estranha. Meu estômago se contorcia de uma forma louca naquele momento.

Não consegui pensar em mais nada. Nem em me levantar, nem em tirar sua mão da minha ou nada do tipo. Só consigo ficar ali e encarar aqueles olhos perolados e preocupados que me encaravam de volta. Minha mão foi esquecida e até mesmo os cacos de vidro. Só voltei ao real, e aparentemente Neji também, quando Lee apareceu repentinamente na sala alegando ter ouvido um barulho estranho.

Puxei minha mão para mim, rapidamente, e me levantei. Neji continuou ali, abaixado, agora olhando para o chão.

- Eu quebrei um copo sem querer. - Confessei, suspirando. Meu coração batia rápido com a adrenalina. O que estava acontecendo e porque senti que precisava me afastar de Neji assim que uma outra pessoa interrompeu o nosso momento? O nosso momento? Eu acabei de pensar isso? Suspiro novamente. Tem algo de errado comigo.

- Ele cortou a mão. - Acusa o Hyuuga, então se levantando. Ele parece estar chateado, sua expressão diz isso. Nos olhamos, porque agora também estou chateado.

- Foi apenas um corte pequeno. - Digo em resposta, não querendo fazer um grande alarde sobre isso. Não querendo ser arrogante, mas já lidei com cortes piores.

- Ainda é um corte. - Qual o maldito problema com ele? Continuamos nos encarando, raiva em ambos os nossos olhares. Lee fica meio perdido na situação e sai, balbuciando uma coisa qualquer sobre chamar sua amiga Tenten.

Um instante depois e a garota aparece com uma sacola, vassoura e pá, aflita e perguntando o que havia acontecido. Com calma, expliquei exatamente a situação. Ela, então, indicou um banheiro para que eu lavasse minha mão, enquanto Neji pegava os instrumentos de suas mãos e começava a limpar o local.

Lavei minha mão da melhor forma que pude, conferindo se não havia nenhum caco de vidro em minha pele. Realmente fora um corte pequeno, mas fundo, então demorou um pouco até que o sangue parasse de sair. Assim que voltei, tudo já estava limpo, sem nada no chão e a comida já estava sobre a mesa. Tenten atualizava Temari sobre o que havia acontecido e ela prestava atenção totalmente à explicação, parecendo preocupada. Acho que seu medo maior era que a qualquer momento eu tivesse um ataque de raiva e acabasse complicando as coisas.

Sentamos na mesa e começamos a comer. O resto do almoço se passou tranquilamente, uma conversa leve entre as garotas e Lee. O clima estava pesado entre Neji e eu, e aposto que todos na mesa perceberam nossas caretas, mas não disseram nada. Não nos olhamos mais e, quando fui embora, dei um aceno de cabeça rápido. Tenten insistiu em nos abraçar, mas isso foi tudo. Fomos direto para o hotel e mal entrei e já fui direto para a minha cama. Não quero pensar em nada, só quero fechar os olhos, dormir e acordar amanhã cedo, de preferência já em Suna.

***

Não consigo dormir de tarde, é óbvio, e ficamos no quarto de hotel deitados, sem fazer absolutamente nada. Eu e Kankuro, porque Temari sai, sem dizer aonde vai. Não ligo, não quanto Kankuro. Ainda mais porque tem pessoas na vila que ela gosta, então não posso obrigá-la a ficar aqui dentro com a gente quando ela quer claramente fazer conexões.

Estamos deitados, silenciosos, quando a campainha toca. Meu irmão e eu nos olhamos, uma briga de olhares para ver quem vai atender à porta. Ele perde e se levanta, suspirando, para receber quem quer que esteja do lado de fora. Não estamos esperando ninguém, mas não duvido nada ser Naruto.

Não estou errado. Ele está na porta, com o maior sorriso do mundo, com uma roupa não laranja. Ok, tem alguma coisa errada. Me levanto, enquanto Kankuro sai, resmungando algo sobre os pirralhos de Konoha não nos deixarem em paz. Bem, considerando que viemos aqui a convite deles e para vê-los, é óbvio que teremos que ter contato com eles.

- Oi Naruto, tudo bem? - Pergunto, porque ele está batendo na minha porta no final da tarde com uma roupa que ele não costuma usar e com um sorriso muito maior do que estou acostumado a ver. Alguma coisa tem que ter acontecido.

- Tudo, tudo. Eu e os meninos vamos para a fonte de águas termais, durante a noite. Eu passei aqui para saber se você queria ir com a gente. - Fonte de água termais. Os meninos. Da última vez que saímos com os meninos, isso incluía Neji. Ir à fonte de águas termais com ele significava que íamos ver um ao outro sem roupa, normalmente como acontece na ala dos meninos. Fico quente e percebo que provavelmente estou ficando vermelho, porque o sorriso de Naruto cai e ele adquire uma expressão preocupada. - Está tudo bem?

Não está nada bem. Uma imagem dele nu se forma em minha mente e balanço a cabeça para dissipar o pensamento. No que estou pensando, por Kami. Abano meu rosto com a mão, um calor repentino tomando conta do meu corpo.

- Só não estou me sentindo muito bem. Acho que vou ficar aqui descansando. - Respondo, tomando a decisão mais sensata. Preciso de uma noite de descanso se vou ter que continuar lidando com a situação. Ainda preciso passar mais alguns dias aqui, então vou ter que me controlar.

O loiro faz um biquinho de desanimação, como se quisesse dizer “Ah, poxa, vai, vamos. Vai ser legal”, mas percebe que não devo estar bem mesmo, já que estou me abanando em uma noite que está gelada demais pros padrões Konoha.

- Você não quer ir ao médico? A vovó Tsunade pode cuidar de você. - Ele argumenta, mas balanço a cabeça. Não quero ter que lidar com ninguém esta noite, apenas ficar em casa descansando.

- Só quero ficar aqui. Vou estar melhor amanhã.

- Tudo bem. - Aceita ele. Dá uma espiada no quarto, para ver onde Kankuro está. - Seu irmão não quer ir com a gente?

- Kankuro. - Chamo, e imediatamente ele me olha. Está deitado, brincando com uma de suas marionetes. - Naruto quer saber se você não quer dar uma volta com os pirralhos de Konoha…

Ele bufa, antes que eu termine minha frase, como se a situação fosse absurda e ele nunca concordasse com algo assim, não importa quem estivesse chamando.

- Na fonte de águas termais. - Concluo e agora tenho sua atenção. Ele me olha desconfiado, mas se levanta e vem em nossa direção.

- Vou dar uma chance aos otários. - Ele diz, com um sorriso cínico no rosto. Não sei o que o faz querer ir, de repente, quando digo o destino. Tudo o que sei é que vejo os dois saindo juntos, enquanto Naruto acena para mim. Kankuro não pergunta porque não vou, mas apenas porque somos assim, independentes e nada intrometidos em relação à vida um do outro. Exceto quando se trata se Temari.

Fecho a porta, indo em direção à geladeira para tomar um copo de água. Estou tomando bastante água hoje, e olha que nem está tão quente assim. Mas é só porque estou nervoso. A situação com Neji tomou proporções que eu não esperava. Saímos da casa de Tenten chateados um com o outro, sendo que dois dias atrás nem estávamos cientes da existência um do outro. O que estava acontecendo ali afinal?

Quanto mais eu pensava, menos respostas tinha. Por fim, resolvi ler um livro, que estava jogado em cima da mesa. Cerca de 30 minutos se passaram antes que alguma ação ocorresse, que foi o barulho da campainha, novamente. Como não havia mais ninguém no recinto, levantei-me para abrir. Provavelmente era Temari, imaginando que tínhamos trancado a porta.

Mas não era. Bem, eu devia ter imaginado, já que Temari não é o tipo que toca a campainha e sim o tipo que chega entrando. Abro a porta, e arregalo os olhos ao perceber quem está ali. É Neji, com uma roupa comum, diferente da que ele sempre usa. Era como se ele tivesse se programado para ir à fonte, como Naruto, mas, em vez disso, tivesse resolvido passar aqui. Além do mais, ele trazia consigo uma sacola, com conteúdo desconhecido.

- Oi. - É tudo o que ele diz, além de olhar para mim com uma expressão suave. Não demonstra raiva, nem chateação. É como se o episódio anterior da hora do almoço nunca tivesse acontecido e fôssemos melhores amigos visitando um ao outro.

- Oi. Entra. - Convido-o, sem jeito, apenas porque não quero que fiquemos em pé ali, nos encarando de uma forma estranha. Ele adentra o quarto e fecho a porta. Caminho lentamente para a minha cama e me sento, observando enquanto ele coloca a sacola em cima da bancada da cozinha e vem em minha direção. Senta-se na cama ao lado da minha, a de Kankuro.

- Bem… - ele coça a garganta, parecendo nervoso. Como se, agora que estava aqui, não soubesse o que falar. Também não sei, por isso fico calado olhando-o, esperando. - Naruto disse que você não estava se sentindo bem e eu passei para fazer uma visita. Achei que você não estava bem desde hoje de tarde, então fiquei preocupado. Você ficava tremendo e até derrubou o copo e se cortou.

Ah, o corte. É claro que ele ia se lembrar disso.

- Não é nada demais. - digo, seguido de um suspiro. Ficamos em silêncio por um tempo, enquanto ele analisava o quarto. Não tínhamos assunto. Não era nem para ele estar aqui. Não era nem para eu estar animado por ele estar aqui. Mas eu estava. E quente e nervoso. Meu coração batia descompassado. Éramos apenas eu e ele, nesse espaço pequeno e reservado. - Você não vai nas termais com os garotos?

- Não estou muito interessado. - Estava claro que ele tinha estado interessado, a julgar pelas roupas que usava. Mas algo o fez mudar de ideia. Ele realmente tinha deixado os amigos pra vir ficar em um silêncio estranho com um desconhecido? Bizarro. - Bem, como imaginei que não estava se sentindo bem, trouxe umas coisas. Minha avó fazia um chá para curar doenças, que acabei aprendendo a fazer com o tempo. Eu trouxe algumas coisas, posso usar a cozinha?

- Am, claro. Fique à vontade. - Ele se levantou e foi direto para a sacola que havia trazido. Tirou de dentro umas coisas estranhas, que eu não sabia identificar, umas ervas que tinham um bom aroma. Tomara que tenham um gosto bom também, se eu estava indo tomar aquilo.

Ele andou pela cozinha pequena, procurando utensílios para o que precisava fazer. Observei-o com atenção. Todos os seus movimentos pareciam leves e sutis, como se ele estivesse dançando dentro da cozinha. Parecia saber muito bem o que estava fazendo e eu não conseguia desviar meus olhos.

De repente, um cheiro bom começou a invadir o ambiente. Neji andou pela cozinha, novamente, procurando, provavelmente uma xícara ou uma peneira. Ou os dois. Assim que encontrou o que precisava, ele tirou o líquido do fogo e levou-o para a pia. Seu corpo tampava minha visão do que estava acontecendo, de forma que só pude ouvir quando ele deu um passo atrás e amaldiçoou baixinho. Me levantei correndo para ver o que havia acontecido.

- O que aconteceu? - Perguntei, já na sua frente. Ele estava segurando uma das mãos, enquanto olhava para baixo com o rosto cheio de dor. Segurei em seus ombros, fazendo-o olhar para mim. - Neji?

- Derrubei a porra do chá na mão. - Olhei para sua mão, que estava vermelha e em seguida para a pia, onde todo o seu esforço estava derramado e seguia pelo ralo. Não sei o que me deu, mas comecei a rir. Ele me olhou como se eu fosse louco ou algo do tipo, mas eu não estava conseguindo parar.

Depois de alguns minutos, finalmente consegui me controlar. Minhas mãos já haviam saído do seu ombro e agora só estávamos levemente próximos.

- Desculpe, eu só… Você parecia ter tanto controle na cozinha, saber exatamente o que estava fazendo e então de repente você se queimou, exatamente o que uma pessoa que não sabe o que está fazendo faria. - Seu rosto ficou mais suave e ele sorriu, com o mesmo sorriso doce que havia oferecido para mim ontem. - Vamos ver sua mão.

Pego sua mão, com cuidado, para ver o tamanho do estrago. Não tenho nenhum tipo de curativo ali e também não sei o que fazer com esse tipo de queimadura. Ele está imóvel e sinto a intensidade de seu olhar em mim. Levanto os olhos, para encontrar os seus. E então tudo pára. Ficamos ali, daquele jeito, como na hora do almoço, nos encarando como se fôssemos as duas únicas pessoas do mundo. Não consigo desviar o olhar. Ele, aparentemente, também não.

Um sentimento desconhecido toma conta de mim, uma vontade de me aproximar ainda mais. Não quero ceder a isso, não sem saber o que está acontecendo entre nós. Meu olhar escorrega para os seus lábios e sei que ele percebe para onde estou olhando. Nunca tive essa experiência antes, mas acho que é como uma pessoa se sente quando quer beijar a outra. É esquisito, mas ao mesmo tempo é excitante.

E errado. Parece errado estarmos aqui, olhando um para o outro dessa forma, como se quiséssemos nos beijar loucamente. Não sei o que muda em minha expressão quando volto meus olhos para os dele, tudo o que vejo é que a expressão dele também muda, para confusão. Como se tivesse tentando entender o que está acontecendo dentro de mim.

Solto sua mão, disposto a me afastar. Não importa o quanto eu pense sobre isso, não parece certo. O certo seria eu me afastar e procurar alguma coisa para cuidar da mão dele e não ficar ali olhando como um idiota como se isso fosse resolver a situação. Dou um passo atrás, prestes a me virar para procurar nos armários algo que o ajudasse quando sinto sua mão boa em meu braço. Ele me puxa para perto, bem mais para perto e viro-me de volta para ele.

Estamos a poucos centímetros de distância agora. Meus olhos verdes em seus olhos perolados. Percebo que sou mais baixo do que ele nesse momento, em que estamos tão perto e estou olhando para cima. Olhando para seus olhos, para sua boca, para qualquer coisa que esteja ao alcance da minha visão. Seus olhos não estão mais confusos, estão tranquilos. Como se aquele fosse o lugar onde ele me queria desde o começo.

Minha mente é uma bola de confusão, mas não posso mais negar. Ele me faz sentir coisas que ninguém nunca me fez sentir, de um jeito bom e, apesar de nunca ter tido a experiência de beijar, é tudo o que quero fazer agora. Aproximo meus lábios dos seus, um lapso de coragem tomando conta de mim, meus olhos se fechando sem o meu controle. Esqueço quão errado isso parece quando nossas bocas se encostam.

Nos beijamos com toda a paixão aparente que tem estado reprimida nos últimos dois dias, colocando naquele beijo tudo o que podemos. É a minha primeira vez fazendo isso, então sou meio desajeitado. Por isso, Neji me conduz da melhor forma, sua língua tocando a minha como se fosse veludo. Um sentimento bom toma conta de mim, começando pelas pontas dos dedos e depois se espalhando pelo corpo todo. Nos beijamos muito e quando nos cansamos, nos beijamos mais. Nos beijamos tanto que, quando nos separamos, sua boca está bastante vermelha com o contato intenso.

Nos afastamos pouco, olhando nos olhos um do outro. Percebo, ali, que o jeito frio com que tratamos os outros não nos faz nenhum bem. Só afasta as pessoas que mais queremos conosco, as pessoas que estariam ali para segurar nossa mão em qualquer uma das ocasiões, boas ou ruins. Provavelmente o homem à minha frente já havia descoberto isso há muito tempo, pelo jeito que me olha. Provavelmente isso poderia ter acontecido bem antes, se desde o começo eu tivesse sido a pessoa que sou hoje.

Nunca imaginei estar na situação que estou agora. E nem Neji. Ele provavelmente estava com a mesma dificuldade que eu para aceitar essa situação. A única diferença é que ele escolheu encará-la de frente. Quando ele me puxou de volta, no momento em que eu estava prestes a fugir, ele provou a nós dois que, por mais que fosse difícil aceitar, ele estava disposto a ir em frente. Não só a ir em frente, mas disposto a descobrir o que estava acontecendo, o que se passava entre nós dois naquele momento. O que havia acontecido naquele primeiro dia do restaurante, que levou ao dia na casa da amiga de Temari e finalmente até aqui. Até agora.

Além disso, ele provou, principalmente para mim, que não escolhemos nosso amor. O amor nos escolhe. E, pelo menos nessa situação, foi a coisa mais bonita que poderia ter acontecido. Para nós dois.


Notas Finais


E então queridos, o que acharam? Sintam-se se livres para comentar qualquer agonia, qualquer dúvida, qualquer elogio, ou crítica também. Qualquer comentário será bem aceito e respondido. Espero de coração que tenham gostado desse shipp inusitado, foi maravilhoso escrever isso. Em breve, postarei outros capítulos com outros shipps. Obrigada a todos que chegaram até aqui, e um grande beijo.
P.S: Se alguém não entendeu, nessa fanfic Gaara não se tornou o Kazekage como no anime.


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