História Fruit of our love (Kim Namjoon - Park Chanyeol) - Trust me

— O que ela disse para você ficar assim? – Hani murmura baixo. Sua mão acaricia meu braço de leve e eu me viro para olhá-la.

— Eu sou um pai ruim?

— Ela disse isso?

A vejo arquear uma das sobrancelhas e eu pressiono os lábios balançando a cabeça negativamente.

— Não. Mas não acho que eu seja um pai tão bom. – Sussurro.

— Por quê?

Passo a mão pelo cabelo e suspiro.

— Eu não sei... eu apenas... – apoio os cotovelos nas coxas e deixo que meu olhar pare em Chanyeol e Sophie sentados em um canto mais afastado. – Você sabe, Chu não gosta muito de mim, eu não fiz parte da vida deles e sinto que não me saio tão bem cuidando deles.

— Você não é um pai ruim, Nam. É apenas um pai de primeira viagem que está aprendendo ainda. – Sinto sua mão em meu ombro. – As coisas vão sair um pouco fora de linha por agora, mas é normal. Não se preocupe tanto, com o tempo Chu se acostuma, ele ainda está um pouco assustado, tão assustado quanto você.

Dou um leve sorriso e balanço a cabeça.

— Obrigado. – Sussurro.

Ela passa a mão por meu cabelo e beija meu ombro.

— Vou buscar algo quente para você beber. – Se levanta. –Está tão frio hoje. – Murmura antes de se afastar.

Deixo que meu corpo se encoste na cadeira enquanto solto mais um suspiro. Coloco minhas mãos nos bolsos do casaco em que eu usava, meu olhar novamente caí em Sophie e Chanyeol. Ela está sorrindo para ele da forma em que costumava sorrir para mim, ele a toca da forma que eu a tocava.

Eu não gosto de pensar nisso, mas ver Sophie dessa forma me faz ter saudades do que tínhamos antes, sinto saudades da forma em que costumávamos nós amar, da forma em que sabíamos aproveitar cada momento juntos.

Penso como estaríamos hoje se eu não tivesse a deixado naquele dia, costumo pensar em como as coisas poderiam ter seguido um caminho diferente, em como estaríamos vivendo eu, ela e os meninos.

Eu provavelmente seria mais feliz do que estou agora.

—... Sabia que eles não vendem chocolate quente aqui? – Hani me encara enquanto me estende um copo. Ele se senta ao meu lado e sorri. – O máximo que eu consegui foi um café com leite.

— Não é tão ruim quanto parece. – Levo o copo até a boca e sorrio.

— Mas eu ainda preferiria o chocolate. – Ela me cutuca.

Dou de ombros voltando minha atenção para a bebida fumegante me minha mão.

Embora muitas pessoas próximas a mim não gostassem muito de Hani, ela ainda era uma garota incrível, um pouco mimada as vezes, mas ainda sim tinha uma parte dela em que quase ninguém conhecia. Hani era uma pessoa boa, amorosa e muito das vezes carinhosa demais, entretanto, nem todos viam esse lado dela, muitas pessoas a enxergava apenas como uma garota patricinha e arrogante, mas eu sabia que ela não era assim.

Sophie.

Esfrego minhas mãos uma na outra na intenção de fazer o frio passar pelo menos um pouco. De relance eu olho para Namjoon. O vejo sorrir para a namorada e pela primeira vez preciso admitir que eles ficam bonitos juntos, quando penso nisso todos os pelos de meu corpo se arrepiam meu estomago embrulha só com a ideia de tal pensamento, minha mente me faz o favor de trazer de volta todos os nossos momentos junto mesmo que faça de tudo para bloquear cada memória.

—... Então, Namjoon, uh?

Eu olho para Chanyeol me sentindo um pouco sem graça por tudo isso. Coloco as mãos em frente a boca soprando ar quente para elas na intenção de aquece-las e lhe dou um sorriso.

— A história é um pouco longa.

Ele solta uma risada baixa e cruza os braços me olhando curioso.

— Acho que temos bastante tempo.

Eu me ajeito na cadeira, me preparando para contar cada detalhe. Contei tudo, do início ao fim, lhe deixei saber que mesmo que tenhamos acabado de tal forma, Namjoon ainda me fez feliz, o contei todos os nossos momentos marcantes, tanto bons quanto ruins. Chanyeol me ouviu atentamente, prestando atenção em cada palavra que saia de minha boca, eu o ouvi rir as vezes, o ouvi suspirar quando lhe contei algo ruim e pela primeira vez me senti bem ao contar tal coisa para alguém.

— ... é uma história e tanto. – Ele fala assim que termino de contar.

Dou uma risada fraca e balanço a cabeça.

— Sim, é. – pressiono os lábios e desvio meu olhar dele. – desculpe.

— Pelo o quê?

— Por acabar com seu final de noite, você veio com a intenção de se divertir e acabou tendo que passar boa parte da noite em um hospital me ouvindo falar sobre meu ex.

— Não é tão ruim quanto parece. – Ele dá de ombros. – Mesmo com tudo isso a noite ainda foi ótima.

— Sua mãe não te ensinou que quando você mente seu nariz cresce? – rio.

— Engraçadinha. – Me empurra de leve.

Vejo Namjoon se aproximar com as mãos nos bolsos do casaco que ele usava. Ele sorri para Chanyeol que retribui.

— O médico quer falar com a gente.

Balanço a cabeça e me levanto, murmuro um “volto logo” para Chanyeol e sigo Namjoon em silencio pelo corredor vazio, um enfermeiro vai logo a nossa frente, ele aponta para uma das portas e se curva educadamente para nós dois.

— Ele está esperando por vocês.

Namjoon agradece e leva a mão até a maçaneta da porta a abrindo. Vejo Chung deitado em uma cama, um soro estava ligado em sua mão enquanto ele dormia. O médico se vira para nós dois e sorri se aproximando.

— Ele está bem, a garganta ainda está um pouco inchada, por isso ele precisará ficar em observação essa noite. – Balanço a cabeça passando meu olhar por Chun. –Pela manhã ele já vai estar liberado. Um de vocês precisa ficar como acompanhante...

— Eu fico! – Namjoon e eu falamos ao mesmo tempo.

Nos olhamos por alguns segundos e nos viramos para o médico que deu um sorrisinho.

— Infelizmente não posso deixar que os dois fiquem, são as normas, então... quando decidirem me procurem, sim?

Balamos a cabeça enquanto ele seguia até a porta, quando ele saiu eu me virei para Namjoon.

— Você pode ir para casa, deve ter muitas coisas para fazer amanhã... – falo enquanto me aproximo de Chun.

Suas bochechas estavam rosadas e seu cabelo um pouco bagunçado, sua respiração calma indicava que ele estava tendo um sono tranquilo.

— Mesmo assim, não me importo de passar a noite aqui com ele, você também precisa descansar. – Ele se aproxima parando do outro lado da cama.

— Sim, mas...

— Me deixe ao menos fazer isso.

Eu o olho um pouco relutante e olho para Chun novamente. – Não se preocupe, te ligarei se acontecer algo, vá para casa e descanse, pegue Kyun no dormitório, coma alguma coisa e durma um pouco.

— Mas... 

— Confie em mim pelo menos dessa vez, me deixe fazer meu papel de pai.