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História Fuck Boy - Our little secret


Escrita por: izzybee

Capítulo 9 - Our little secret


Fanfic / Fanfiction Fuck Boy - Our little secret

Segurando o salto, levanto desajeitada da sarjeta e ando rapidamente pela calçada. O carro, por sua vez, me acompanha em velocidade baixa. Tento não fazer contato visual com qualquer pessoa que esteja no banco do motorista.  Começo a correr e o carro aumenta a velocidade, continuando do meu lado.

–Sou eu, cacete. – uma voz sai de dentro do carro enquanto a janela se abre – Pare de fugir.

Eu paro para ver quem está falando e o carro estaciona, abrindo a porta do passageiro para que eu possa entrar. É Luke.

–Você é louco – falo irritada; ainda sim com alívio por não ser um desconhecido – Achei que fosse morrer ou algo pior.

–Entra aí. – ele diz ignorando que quase morri do coração.

Depois desse susto e do medo de ser sequestrada por um maníaco, eu entraria no carro 100%. A verdade é que eu ainda estou decepcionada e, de certa forma, frustrada com ele. Fecho a cara indignada com o fato de que ele acha que mesmo depois de fazer a maior besteira do mundo, pode agir como se nada tivesse acontecido. Desprezo o convite e continuo andando pela calçada. Escuto Luke bufar e ele me acompanha com o carro.

–Você não deveria tirar conclusões precipitadas sobre as coisas, sabe? – ele fala através da janela aberta – Não é nada do que você está pensando.

Oh, Lukey! Você deve estar certo mesmo! – falo imitando Emma e depois reviro os olhos – Me poupe, Hemmings. Todo mundo sabia que vocês tinham um caso.

–Por que agiu tão surpresa, então?

Ótima pergunta, Sherlock.

Talvez porque no fundo tudo que eu quero é as pessoas estejam erradas sobre você. Talvez porque eu tenho certeza de que você está escondendo alguma coisa que explica o seu jeito babaca. Talvez porque eu tenho esperança que você seja um cara decente. 

–Entra logo. – ele pede com a fala arrastada – Vou te explicar direito.

Como um sinal, o céu troveja. Mas que merda, universo. Não tenho como saber se isso diz que eu deveria entrar no carro ou continuar andando. Paro um momento, olho para cima. Olho para Luke e depois para a calçada, revendo minhas opções. Eu nem sei voltar para casa daqui. Entre andar eternamente com dor no pé e voltar de carro para o conforto da minha bela cama, a escolha é óbvia.

–Conta no caminho da minha casa. – ele assente e eu entro no carro.

Luke começa a dirigir, mas ninguém tem coragem de falar nada. Depois de alguns quarteirões, Luke quebra o silencio. 

–Eu ia acabar as coisas com a Emma hoje. – ele se explica – Se você não tivesse me seguido, nada disso teria acontecido.

–Teria sim. – retruco – A diferença é que Ashton não saberia de nada.

Luke não responde. Ele sabe que o que fizeram é errado.

–Não tenho mais nada com ela, se você quer saber.

Fico quieta. Queria saber é o que faz ele pensar que eu me importo se ele está disponível ou não.

–Eu não poderia ligar menos para sua vida amorosa.

Ele ri sarcasticamente e eu olho para ele como quem diz ‘qual a graça, mané? ’. Ele dá de ombros e continua dirigindo enquanto dou as direções até a minha casa.

–Sabe o jogo de sexta? – Luke pergunta e eu assinto – Não vou poder jogar, graças a você.

O quê?

–É. O treinador me colocou no banco por conta daquela detenção que você me meteu.

Sinto como se Luke pudesse me manipular ao ponto de eu me sentir culpada por qualquer coisa, mesmo que eu não tenha nada a ver. Aliás, sinto como se ele fizesse isso com todo mundo por todas as coisas que dão errado na vida dele. Acontece que o único culpado das coisas não funcionarem em sua vida é ele mesmo. O grande problema aqui é que Luke parece não fazer a menor ideia disso.

Queria, de certa forma, poder ajuda-lo com isso.  Sempre fui daquelas pessoas que tem uma enorme vontade de ajudar todo mundo. Eu até tentava ajudar em coisas simples como biologia ou andar de bicicleta. A verdade é que eu nunca conseguia ajudar de fato. Na real, era um dilema: eu ficava procurando gente para socorrer, mas, francamente, quem precisava de salvação era eu.

–Foi mal. – falo sincera – Ainda assim, você tem sua culpa nisso também.

Luke revira os olhos e ficamos quietos novamente. A parte mais tranquila é que não me sinto mais tão desconfortável em não dizer nada e nem ouvir nada. O silêncio é satisfatório, no mínimo.

Depois de algum tempo, chegamos na minha casa. Ele estaciona na frente e percebo que um carro não tão estranho está parado do outro lado da rua. A luz da sala está acesa e, através da janela, vejo minha mãe discutindo com um homem. O homem, no caso, é o meu pai.

–Não é possível. – bufo – Não acredito que ele voltou.

A única coisa que eu me importo no momento é se ele trouxe meu cachorro de volta. Por mim, meu pai poderia ficar longe o quanto quisesse. Ele não faz bem para ninguém nessa família. Só sabe brigar e cobrar coisas que são relevantes unicamente para ele.

Tento entender o que eles falam, mas o som está muito abafado. Sinceramente, é melhor assim. Já cansei de me intrometer nessas discussões – mesmo que eu só o faça para ajudar a mamãe. Sempre sobra para mim.

Abro a porta do carro e atravesso correndo o jardim, descalça. Escuto Luke gritando algo como ‘você esqueceu seu sapato’, mas ignoro. Só quero meu cachorro.
Abro a porta com tudo, assustando meus pais, que me miram com os olhos arregalados e a boca em forma de um grande O.

Meu pai começa a dizer alguma coisa, mas o impeço.

–Não quero saber. – falo sentindo meus olhos encherem de lágrimas – Só me diz onde o Sammy está.

Ele aponta para a cozinha. Corro até lá e encontro o ser mais puro da minha vida inteirinha. Agacho no chão enquanto Sammy pula em mim e faz festa. Eu estava morrendo de saudade disso. Sammy é um labrador de pelo bege, bem grande. A minha sorte é que, em algum dia feliz da minha curta existência, eu acordei com a brilhante ideia de adestrar ele. Fiz isso sozinha, vendo vídeos e tutoriais na internet.

Enquanto falo oi para ele, não posso evitar de as lágrimas caírem. São lágrimas de felicidade, pelo menos. Antes de ser levado embora pelo meu pai, Sammy era a única coisa para que eu me dedicava. Sammy sabe quem eu sou. Sem nenhum plano, sem apelidos novos, sem roupas novas ou personalidade falsa. Para ele, sou suficiente. Do meu jeito.

Coloco a coleira no Sammy e saio de casa, sem dar satisfações aos meus pais. Atravesso o jardim correndo com ele e vejo que, para a minha sorte, Luke ainda está aqui. Entro no carro rapidamente e Sammy senta no meu colo.

Luke observa a situação confuso. Surpreendentemente, ele não está bravo sobre ter um bicho peludo de quatro patas em seu carro (sem permissão, diga-se de passagem) como pensei que ficaria. Pelo contrário, ele sorri, mesmo não estando entendendo nada. Acabando com o breve cherry-fica-distraída-imaginando-o-que-se-passa-na-cabeça-de-Luke-Hemmings momento, Sammy pula para o banco de trás, batendo o rabo várias vezes no meio da cara de Luke. Ele começa a gargalhar daquele jeito que o faz parecer dez anos mais novo, me fazendo rir junto.

–Será que você pode levar a gente para outro lugar? – pergunto referindo a mim e Sammy. Ele faz que sim com a cabeça, ainda rindo. Depois, abre a janela de trás para que Sammy consiga sentir o vento na cara. – Obrigada, de verdade. Acho que não aguentaria cinco minutos naquela casa com os dois juntos.

–Tudo bem. – ele diz naturalmente, sem olhar para mim – Não tenho nada melhor para fazer mesmo.

Essa é a parte em que eu fico indignada com a mudança repentina de humor de Luke. A natureza instável dele é algo que eu não vou me acostumar tão cedo. No entanto, notei que ele nem percebe que foi grosseiro. Acho que Luke não tem intenção de magoar quando fala coisas desse tipo.

Decidimos ir à um parque da cidade que não fica muito longe da minha casa. Chegando lá, nenhuma das luzes está acesa. Checo a hora no meu celular, é 2h47min; é claro que o parque estaria fechado, gênia.

–Droga. – bufo – E agora?

Ele dirige mais um pouco, nos levando para o fim do parque, à uma área mais isolada. Sai do carro e vai até as grades, procurando algo que eu não faço a menor ideia do que seja. Depois de alguns minutos analisando a cerca, ele vai para uma parte mais escondida ainda e tenta levantar um pedaço quebrado da grade.

Luke! – chamo quase sussurrando – O que você está fazendo? Saia daí!

Não tenho nenhuma resposta. Fico olhando fixamente para Luke no beco escuro, mas percebo que ele não está mais lá.

–Você vem? – Luke aparece do outro lado da grade, me assustando – Não tem nenhum segurança aqui, é tranquilo.

Invadir um parque municipal não estava na minha lista da noite, mas a verdade é que eu não tenho nada a perder. Nunca fiz nenhuma loucura. Talvez agora, com uma pessoa que entende dessas coisas, seja uma boa hora para começar.

Saio do carro junto com Sammy e vou até o tal buraco da grade. O cachorro passa sem nenhum problema. Me agacho no chão e engatinho por baixo da parte quebrada rapidamente, nada difícil; por sorte, a minha jaqueta de couro protegeu contra quaisquer arranhões.

–Algo me diz que não é a primeira vez que você faz isso. – comento e ele dá uma risadinha de leve. Seguimos andando para a parte central do parque. Sammy já está correndo para lá e para cá, feliz de tudo. – Engraçado, não te imaginei sendo um cara da natureza.

Ele olha para mim com os olhos cerrados e sorriso malicioso.

–Não que eu tenha te imaginado de qualquer forma, óbvio. – rio tentando consertar o que disse. – Você é muito convencido, Luke.

–Eu não sou convencido. – ele faz uma pausa enquanto sentamos na grama do barranco em que estamos. Aqui tem uma vista linda da parte norte da cidade, é bem alto – Eu só duvido que você não tenha pensado em mim pelado.

Há-há. – empurro seu ombro rindo sarcasticamente – Nojento, Luke.

Ele ri e fica olhando a vista, assim como eu. No entanto, a vista que eu observo é um pouco diferente da dele. Espio Luke, me pegando mais uma vez tentando decifrar o que se passa na cabeça dele. Michael diria que eu estou me aproximando demais. Eu diria que é apenas uma coleta de informações.

De repente, Luke deita na grama e fica olhando para o céu fixamente, acabando com as minhas chances de desvenda-lo.

–Você conhece alguma constelação?

–Só as três marias. – respondo ao me deitar também – Mas acho bem bonito.

–Minha mãe me trazia aqui para ver as constelações. – diz sussurrando para si mesmo, mas soa alto suficiente para que eu possa ouvir – Olha, ali é a constelação do coelho. – ele aponta para cima, indicando a posição das estrelas – É uma das minhas preferidas.

Aaaaaaah! – falo feliz depois de ter dificuldade para encontrar o coelho no meio dos pontos brilhantes – Estou vendo!

Ficamos ali, deitados, observando o céu, por mais tempo que eu possa contar. Foi tempo de Sammy brincar, deitar com a gente para descansar e brincar de novo. Quando vou checar a hora no meu celular, percebo que ele está zerado de bateria.

–Acho que a gente devia voltar. – falo me levantando do chão, batendo as mãos na minha roupa para tirar o excesso de grama. – Está quase amanhecendo, o parque vai abrir logo.

Luke concorda e nós seguimos para o carro. Sammy vai na frente, ainda serelepe. Me pergunto de onde esse cachorro tira tanta energia; afinal, Sammy já tem quase dez anos. Não está mais na idade de pular o tempo todo.

O caminho até a minha casa é relaxante e silencioso. As luzes da rua nos iluminam através da janela do carro, que eu insisti em deixar aberta para sentir a brisa fresca. A mistura das cores amarelas dos postes com o vermelho e verde dos faróis é bem estético. Sem falar em como destacam lindamente os olhos de Luke. Me sinto dentro de um filme indie.

–Cherry? – ele chama quando fecho a porta do carro, já em minha casa. – Eu agradeceria se você não contasse para ninguém sobre eu gostar de deitar na grama e ver estrelas. É um pouco gay.  – ele ri pelo nariz – Não tenho nada contra, mas o pessoal do...

–Tudo bem. Eu entendi. – interrompo sua fala e dou uma piscadela, sorrindo – Não se preocupe, vai ser nosso segredinho.

 


Notas Finais


é isso aí galero espero que tenham gostado


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