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História Fugitivo - Precisamos contar aos meus pais.


Escrita por: lavegass

Capítulo 11 - Precisamos contar aos meus pais.


LETÍCIA

- Como você esta se sentindo? – Perguntou Fernando massageando os meus pés. Já estávamos no meu apartamento, fomos direto para lá após a minha alta.

- Exatamente como eu estava há trinta segundos atrás. – Respondi já impaciente. Fernando sorriu e eu o encarei.

- O que foi?

- Precisamos conversar direito.

- Sobre? – Questionou sentando-se ao meu lado.

- Sobre tudo. Primeiramente eu quero que saiba que sim, eu fiquei chateada com a sua mentira, mas também sei que ela não fez mal a ninguém. Muito pelo contrario, com isso você conseguiu despertar uma nova Letícia em mim. E eu agradeço, mas você precisa me prometer que não vai mentir para mim e nem mesmo fazer esse tipo de brincadeira.

- Eu prometo! – Respondeu rapidamente. – De agora em diante não vou esconder mais nada de você. Vou ser o mais sincero e verdadeiro possível.

- Assim espero. – Falei dedicando-lhe um sorriso. Fernando me puxou alinhando-me em seus braços. Ficamos em silencio por um longo tempo, apenas aproveitando a companhia um do outro, mas logo quebrei esse silencio, pois tínhamos muitas coisas para resolver, as quais não podíamos adiar. – Precisamos contar as pessoas.

- Sim! Já consigo até imaginar a animação da Carol e da Márcia, além é claro, de brigarem para ver quem vamos escolher como madrinha. – Fernando estava animado e eu não conseguia parar de sorrir ao vê-lo dessa forma, e me doía ter que acabar com essa animação, mas era necessário.

- Elas definitivamente terão uma boa reação, quem me preocupa é o meu pai. – Fernando rapidamente se afastou de mim e me encarou com os olhos arregalados.

- Nós realmente precisamos contar para ele?

- É claro que sim, Fernando! – Revirei os olhos.

- Mas podemos esperar um pouco não é? Quando a criança fizer uns dois anos a gente leva para eles conhecerem. – Dei um tapa no seu braço demonstrando a minha reprovação. – Ai! – Resmungou.

- Deixa de ser tapado, estou falando serio, os meus pais e os seus precisam saber disso o mais rápido possível. Eu sei que já somos adultos, mas isso não significa que não precisamos dar satisfação da nossa vida para eles.

- Eu sei, eu sei, mas eu morro de medo do seu pai Lety! – Falou. E pude notar que ele não estava brincando, Fernando parecia assustado e roia as unhas a todo o momento.

- Ele não vai matar você Fernando, não se preocupe.

- Sim, mas ele pode fazer algo pior, como por exemplo, arrancar o Rodrigo de mim.

- Perder o Rodrigo é pior do que morrer? – Questionei prendendo o riso.

- É claro que sim! Qual o sentido de viver se eu não tiver o Rodrigo?

Aproximei-me dele e toquei o seu peitoral enquanto o sentia colocar as mãos em minha cintura.

- Eu tenho certeza que você e o Rodrigo ficaram bem, o máximo que o meu pai vai fazer é te dar uma boa surra ou estourar os seus tímpanos.

- Nossa! Agora eu estou bem mais aliviado. – Respondeu ironicamente.

- Não se esqueça de que estamos juntos nessa. – Falei olhando em seus olhos. Fernando sorriu e encarou a minha boca por um tempo, até que me puxou para um beijo apaixonado, do qual eu havia sentido falta mesmo que tivesse se passado apenas três dias.

- Então quando nós vamos? – Perguntou.

- Amanhã à noite. – Respondi e antes que Fernando começasse a resmungar eu o beijei novamente.

...

Liguei para Márcia, Carolina e Omar convidando-os para um jantar, ambos pareceram desconfiados e praticamente imploraram para que eu os dissesse sobre o que se tratava. Mas me mantive firme afirmando que bastava que eles aceitassem o meu contive para obterem essa informação. Fernando disse que os usaria como um ensaio já que no próximo dia ele teria que enfrentar o meu pai.

Ás oito horas em ponto o interfone tocou, os três haviam vindo juntos. Fernando e eu nos apressamos em ajeitar as coisas na mesa de jantar e assim que ouvimos a campainha eu fui correndo atendê-la.

- Oi! – Falou Carol abraçando-me. – Se sente melhor? O que o médico disse?

- Você pegou atestado? – Questionou Márcia.

- Que cheiro bom, o jantar já ficou pronto? – Perguntou Omar. Minha cabeça já estava cheia após ter sido bombardeada de tantas perguntas. Respirei fundo e comecei a responde-las.

- Primeiramente sim Omar, o jantar está pronto. – Ele sorriu satisfeito. – Márcia, eu só peguei o atestado para hoje já que amanhã posso voltar a trabalhar normalmente. Sim Carol, eu me sinto melhor e preparamos esse jantar exatamente para dizer o que eu tenho.

Fernando pegou da cozinha e parou atrás de mim colocando suas mãos em meus ombros.

- Oh meu Deus! Vocês estão juntos de novo? – Perguntou Márcia animada.

- Sim. – Respondemos ao mesmo tempo sorrindo um para o outro.

- Eu sabia que essa briga não duraria muito. Estou tão feliz por vocês! – Disse Carol nos envolvendo em um abraço duplo.

- Tem mais uma coisa. – Falei sorrindo pelo nervosismo. – A qual foi responsável por nos resolvermos. – Completei olhando para Fernando que fez sinal com as mãos para que seguíssemos para a sala. Sugeri que todos se sentassem no sofá e os três nos olhavam desconfiados.

- Ok, vocês estão me assustado. O que esta acontecendo? – Indagou Márcia cruzando os braços e se ajeitando no meio de Carolina e Omar.

Eu e Fernando nos entreolhamos e ficamos um ao lado do outro, ele segurou a minha mão e deu um sorriso terno. Fazendo sinal com a cabeça na tentativa de me incentivar a falar.

- O médico disse que eu estou ótima. – Comecei. – Definitivamente não tem nada de errado comigo.

- Então aquele desmaio e o mal estar eram coisas psicológicas? – Questionou Omar.

- Não, eles eram reais.

- Então você tem alguma coisa.

- Sim, ela tem. Ou melhor, nós temos. – Fernando me puxou para um abraço e sorriu encarando-os. – Letícia está grávida. Eu vou ser papai! Os três arregalaram os olhos e ficaram em silêncio por um bom tempo, até que a Márcia começou a gritar e a se mexer agitadamente no sofá.

- OH MEU DEUS ISSO É INCRIVEL! – Comemorou.

- Como assim aconteceu? – Perguntou Carol também animada.

- Provavelmente nesse sofá. – Brincou Fernando e os três rapidamente se levantaram de lá.

- Ele esta só brincando. – Falei para tranquiliza-los.

- Não estou não. – Cochichou Fernando.

...

FERNANDO

Acordei mais cedo do que o normal naquela manhã. Fui à padaria e comprei várias coisas, estava disposto a fazer um grandioso café da manhã para Letícia, porque agora mais do que nunca ele deveria se alimentar corretamente e eu sabia muito bem que assim como eu não era isso o que ela costumava fazer.

Quando terminei de colocar a mesa fui surpreendido por Letícia adentrando a cozinha. Ela estava com o cabelo bagunçado e vestindo uma das minhas blusas, não pude evitar em sorrir ao notar a mulher maravilhosa que eu tinha ao meu lado.

- Bom dia! – Falou em meio a um bocejo.

- Bom dia! – Respondi dando-lhe um selinho.

- Ual! Qual o motivo de tudo isso? – Perguntou referindo-se a mesa de café da manhã.

- É para você e para o bebê. Agora você precisa comer por dois.

- Sim eu sei, mas essa comida é para um time de futebol.

- Apenas como o quanto você der conta. – Sugeri puxando a cadeira para que ela se sentasse. Sentei ao seu lado e a observei enquanto se servia. – Se sente melhor? Ou os enjoos ainda continuam?

- Estou bem, os remédios que o médico receitou estão fazendo efeito.

- Ótimo! – Sorri aliviado.

Terminamos o café e seguimos em direção ao trabalho, assim que chegamos vimos Márcia, Carolina e Omar discutirem sobre o bebê. Eles apostavam qual era o sexo e quem escolheríamos para ser os padrinhos. Eu e Letícia apenas observávamos aquela cena admirando a animação deles.

Eu estava tão feliz e animado que mal notei o tempo passar, provavelmente meu bom humor contagiou a todos, pois as aulas foram tranquilas e bastante produtivas. Nós meus intervalos eu sempre passava ao lado da sala de Letícia para poder vê-la nem que fosse de longe. Por estar com essa sensação maravilhosa eu percebi que não poderia deixa-la escapar e sabia exatamente o que fazer para que isso não acontecesse.

...

LETÍCIA

Assim que as aulas terminaram fomos para o meu apartamento e nós arrumamos. Primeiramente passaríamos na casa dos pais de Fernando e depois iríamos à dos meus. Ao contrario de algumas horas atrás a animação de Fernando havia diminuído, ou sido substituída pelo nervosismo. Ele andava de um lado para o outro soltando longos suspiros. Enquanto eu terminava de me arrumar pude ouvi-lo falando sozinho como se estivesse ensaiando o que iria dizer. Prendi o riso, sabia que era um assunto sério, mas amava vê-lo daquela forma.

Assim que paramos em frente à casa de seus pais Fernando segurou a minha mão apertando a campainha logo em seguida. Havia anos que eu não entrava naquela casa, a ultima vez foi no aniversário de trinta anos de casamento da Dona Teresinha e o Senhor Humberto. Quem nos atendeu foi ela, a qual ficou paralisada por um bom tempo olhando-nos boquiaberta. Estava começando a me preocupar até que ela abriu um largo sorriso e o puxou para um abraço.

- Eu não acredito que você está aqui! Estava morrendo de saudades! – Assim que o soltou ela se virou para mim e foi a minha vez de ser abraçada. – Lety! Você também fez muita falta, por que não veio nos visitar?

- Ultimamente eu estou muito ocupada com o trabalho, sinto muito. – Expliquei.

- Entendo. – Respondeu olhando para Fernando novamente. – Filho você está lindo! – Teresinha acariciou os cabelos dele. - Há quanto tempo chegou?

Fernando sorriu sem graça e me olhou como se buscasse por uma resposta. Provavelmente deveria ser difícil dizer para a própria mãe que já estava na cidade há dois meses e só agora decidiu procura-la para anunciar que ela seria avó.

- Podemos conversar lá dentro? – Pediu.

- É claro! – Respondeu Teresinha abrindo a porta e dando espaço para que passássemos.

Eu já havia me esquecido do quão grande aquela casa era. Fomos direcionamos até a sala de visitas onde o senhor Humberto estava sentando lendo um jornal. Assim que nos viu ele se levantou de imediato cumprimentando Fernando com um longo abraço.

- Finalmente! Pensei que você jamais voltaria. – Brincou.

- Só se eu morresse. – Falou e não pude evitar em olha-lo como forma de reprovação. – Podemos conversar? – Pediu. Humberto e Teresinha assentiram sentando-se em um dos sofás. Eu e Fernando nos sentamos no outro de frente para eles. Fernando respirou fundo como se buscasse pela coragem e pelas palavras certas para dizer. – Primeiramente eu gostaria de me desculpar com vocês. – Começou. – Por ter ficado fora por tanto tempo sem dar noticias e também por não ter avisado que voltei há mais de dois meses.

- Por que não nos visitou antes? – Perguntou Teresinha parecendo magoada.

- Porque eu estava fazendo uma das minhas clássicas brincadeiras estúpidas com Letícia e não queria ser desmascarado. Eu não sei se isso muda as coisas, mas eu estou aqui agora e prometo não ir a lugar nenhum.

- Antes tarde do nunca, filho. Fico feliz que tenha voltado e que pretende ficar. – Comemorou Humberto. – Mas posso saber o que te levou a essa mudança drástica?

Fernando me olhou e sorriu. Começamos a contar para eles a nossa história, sobre quando e como Fernando apareceu, a apocalista e o roubo no banco. Os dois nos ouviam atentamente e gargalhavam com a nossa narrativa.

- Como você acreditou nisso? – Questionou Teresinha enquanto enchia o meu copo com mais suco.

- Honestamente eu não sei. Acho que eu estava feliz de tê-lo ali e resolvi não questionar.

- E você se chateou quando descobriu? – Perguntou Humberto.

- Sim! – Respondeu Fernando rapidamente antes que eu abrisse a boca. – Ela até arrumou um encontro no Tinder.

- O que é isso?

- Não importa. O que importa é que estamos bem agora.

- Muito bem. – Intensificou Fernando. O olhei na tentativa de indicar que aquele era o momento ideal para darmos a notícia. Fernando se ajeitou no sofá e colocou nossos copos vazios em cima da mesinha. – Tem apenas mais uma coisa que precisamos contar a vocês. – Disse olhando diretamente para os seus pais. – Vocês vão ser avós. Letícia esta grávida.

Teresinha e Humberto ficaram em silêncio por um bom tempo o que fez com que eu pensasse que a notícia não os agradou, mas logo um enorme sorriso se formou no rosto dos dois e fomos cobertos de beijos, abraços outros calorosos tipo de felicitação. Teresinha não parava de dizer que essa era a melhor noticia de todas e que mal podia esperar para finalmente ter em seus braços o futuro netinho. Eles estavam tão animados que discutiram até mesmo sobre os nomes.

Passei a tarde ouvindo Teresinha dizer como foi sua gravidez e me dando diversas dicas do que fazer com um bebê recém-nascido. Tentei não ficar com aquela conversa na cabeça, mas cada detalhe me apavorava. Eu seria mãe, e não tinha ideia se era boa nisso.

...

FERNANDO

Já havia estacionado há mais de dez minutos em frente à casa dos pais de Letícia, minhas mãos suavam e um frio não estava apenas na barriga, mas sim por todo o meu corpo. Nunca havia me sentido tão nervoso e não era para menos, afinal, dizer ao senhor Erasmo que eu havia engravidado a filha dele era o mesmo que pedir para ser morto.

- Vai ficar tudo bem. – Disse Lety na tentativa de me tranquilizar, podia notar que ela estava se segurando para não rir, provavelmente não havia se dado conta da gravidade daquela situação.

- Eu não tenho tanta certeza.

- Eu prometo que não deixa-lo jogar nada em você e muito menos arrancar o Rodrigo, ok?

Apenas assenti. Letícia não era nenhum Dwayne Johnson, mas provavelmente conseguiria me defender do seu pai, agora era só torcer para também ter a ajuda de Julieta e as minhas chances de sair vivo de lá aumentaria 60%.

- Vamos? – Chamou já abrindo a porta do carro. A minha vontade era de dizer “não”, pois eu ainda não estava preparado. Mas para falar a verdade eu sabia que nunca estaria, e se fossemos esperar por isso passaríamos a noite trancados naquele carro. Assim que desci fui praticamente arrastado por Letícia até a porta de entrada.

Meu coração parecia uma escola de samba e eu cheguei a questionar se eu não estaria tendo um ataque cardíaco. O som da campainha fez um barulho estridente e eu fechei os olhos na tentativa de limpar minha visão embaçada, mas assim que os abri dei um pulo para trás acompanhado de um gritinho um pouco afeminado. Senhor Erasmo estava parado em minha frente com a cara amarrada. O que é claro, não era nenhuma novidade.

- Algum problema rapaz? – Perguntou com seu jeito ríspido.

- Não, não eu só me assustei em ver o senhor assim de repende.

- Você tocou a campainha da minha casa, esperava que quem atendesse? O Leonardo DiCaprio?

Sorri nervoso e apenas sacudi a cabeça como negação. Graças a Deus, ou melhor, a Letícia, aquele clima ruim foi quebrado.

- Boa tarde, papai! – Cumprimentou beijando-o no rosto. – Podemos entrar?

- É claro meu amor. – Respondeu dando espaço para que passássemos. – Sua mãe esta na cozinha.

Dona Julieta estava preparando algo que cheirava muito bem, eu não tinha ideia do que seria, mas sabia que precisava experimentar.

- Oi! Não sabia que viriam! – Disse limpando suas mãos e vindo rapidamente em nossa direção. – Como estão? – Perguntou enquanto me abraçava.

- Muito bem mamãe. – Respondeu Lety.

- Aceitam algo para comer? – Questionou dona Julieta, mas Lety não me deu tempo para responder que sim e logo se adiantou.

- Não mamãe, acabamos de tomar café na casa dos pais do Fernando. Já estamos satisfeitos. – Pensei em questionar, mas logo percebi que não seria uma boa ideia.

- Entendo. Como esta o trabalho Fernando? Lety me contou que você começou ontem. – Disse Julieta sentando-se junto a nós na mesa da cozinha.

- Muito bem, na verdade, bem melhor do que eu imaginava.

- Não bastava estarem morando juntos agora ficam grudados no trabalho também. – Resmungou Erasmo.

- Na verdade papai, a gente só se vê nos intervalos, o tempo na escola é muito corrido. – Explicou Letícia. Erasmo deu de ombros fazendo pouco caso daquela conversa. Rapidamente um silêncio constrangedor tomou conta daquele ambiente e o meu nervosismo ficou ainda maior quando esse silêncio foi quebrado pelo meu querido sogro.

- A que devemos essa visita?

- Erasmo não seja grosseiro! – Repreendeu Dona Julieta.

- Não é isso mulher, é só que a Lety não costuma vim até aqui em dia de trabalho a não ser que tenha acontecido alguma coisa.

Julieta nos olhou apreensiva.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, quer dizer... Sim. – Letícia me olhou, agora até ela parecia assustada. – Precisamos dizer algo a vocês.

Para aumentar ainda mais os meus nervos o senhor Erasmo se inclinou na tentativa de ficar mais próximo.

Engoli em seco e segurei a mão da Letícia por baixo da mesa, não tenho vergonha em admitir que eu estava desesperado, preferiria passar a noite em uma casa mal assombrada do que ter essa conversa com Erasmo.

- Eu estou grávida. – Soltou Lety surpreendendo a todos inclusive a mim. Tomei coragem de olhar para o Senhor Erasmo e acabei me arrependendo, seus olhos estavam negros e ao mesmo tempo pareciam pegar fogo, Julieta permanecia boquiaberta sem saber o que dizer. Ele serrou o punho e nesse momento eu soube que era o meu fim e o de meu amigo Rodrigo, juntos havíamos feito a nossa ultima arte e não viveríamos para vê-la completa.

- Você engravidou a minha filha? – Questionou Erasmo levantando-se da cadeira e se aproximando de mim.

- Não! – Respondi rapidamente.

- FERNANDO! – Xingou Letícia.

Raspei a garganta e respirei fundo levantando-me e ficando de frente para ele, foi uma grande vitoria conseguir ficar de pé já que minhas pernas estavam mais mole que gelatinas e tremiam  mais do que bêbado tomando um banho gelado para ajudar na ressaca.

- Sim, senhor Erasmo. A Lety esta grávida, eu sou o pai e o senhor vai ser vovô. – Expliquei com a voz um pouco falha.

- E você me diz isso assim tranquilamente?

- Acredite, eu não estou nenhum pouco tranquilo. – Sorri, mas ao notar que ele não havia achado graça me recompus. Percebi que era hora de parar com as brincadeiras e fazer o meu papel de homem sendo honesto. – Eu sei que o senhor deve estar desapontado e eu não te culpo. Há alguns dias atrás você não concordou com o meu relacionamento com a Letícia e agora descobre que sua única filha esta grávida desse cara com o qual você não se dá nenhum pouco bem. Mas quero que saiba que eu amo a sua filha, mais do que tudo no mundo e estou disposto e fazer de tudo por ela e por esse bebê. Fomos irresponsáveis, imprudentes, mas somos adultos e iremos arcar com isso de forma adulta. Eu só peço a você que me dê um voto de confiança porque eu prometo que serei um homem ainda melhor do que o que você desejou para a sua filha.  – Segurei a mão de Letícia e notei que ela sorria com os olhos marejados. Dona Julieta não estava diferente, mas Erasmo mantinha a sua postura seria.

- Isso definitivamente não é o que eu imaginei para a minha filha. O certo é que as crianças venham após um casamento, mas como você mesmo disse os dois são adultos e terão que arcar com isso da mesma forma. Você definitivamente não é o tipo de pessoa que eu imaginei para ser o pai dos meus netos, mas é quem a Lety ama e eu prometi que não me intrometeria mais nisso. Eu só espero que vocês sejam felizes. – Disse dando em seguida algo próximo a um sorriso, uma leve, porém evidente curva nos lábios.

- Nós vamos papai, nos vamos. – Respondeu Letícia puxando-o para um abraço.

...

O restante da noite foi tranquilo apesar de ter recebido algumas ameaças do senhor Erasmo. Dona Julieta assim como a minha mãe já planejava o futuro do bebê e havia inclusive sugerido a roupinha que colocaríamos nele para a saída do hospital.

Letícia estava tão animada com tudo que não tive coragem de dizer que era cedo demais para pensar nesse tipo de coisa. Chegamos em seu apartamento exaustos, nos deitamos abraçados um ao outro e rapidamente adormecemos.

 


Notas Finais


Spoilerzinho básico: O próximo capítulo é o do dia do fim do mundo haha


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