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História Fugitivo - Uma hora vai


Escrita por: lavegass

Capítulo 7 - Uma hora vai


Estávamos naquele hospital há mais de duas horas, Fernando havia feito alguns exames e entrado na sala do médico. Eu tive que ficar do lado de fora aguardando noticias. Já estava impaciente andando de um lado para o outro quando o médico finalmente me chamou.

- Letícia?

- Sou eu! – Falei rapidamente, o que o fez rir.

- Entre, por favor. – Pediu.

Fernando estava deitado na cama com o soro ligado em seu braço, sua aparecia estava consideravelmente melhor. Sentei-me ao seu lado e segurei sua mão.

- Já estou com os resultados dos exames dele e acabei de olhar.

- O que ele tem? A temperatura dele estava muito alta.

- Sim, mas não é nada grave. É apenas um resfriado e o inicio de uma desidratação. Parece que alguém ai não andou bebendo muita água.

Fernando abaixou a cabeça e eu o olhei seria. Ele sempre teve esse problema, comia muito, mas os únicos líquidos que gostava de ingerir eram vinho e cerveja.

- Precisamos mudar isso. – Alertou o médico.

- Deixa comigo que agora ele vai passar a beber os famosos dois litros por dia.

- Já estou despreocupado, vejo que alguém vai cuidar muito bem de você. – Brincou o médico. Fernando apenas assentiu me olhando com ternura. – Mesmo ele estando bem eu gostaria que vocês passassem a noite aqui. Assim ele toma o soro e se hidrata.

- Tudo bem. E eu posso ficar com ele?

- Normalmente isso não é permitido, mas como hoje ele é o único paciente nesse quarto podemos abrir uma exceção. - Sorri satisfeita. Não me sentiria tranquila em deixar Fernando passar uma noite sozinho naquele estado. – Eu tenho que ir, se precisarem de alguma coisa os enfermeiros estarão a disposição de vocês. Amanhã de manhã apareço para te dar alta.

- Obrigado, Doutor. – Agradeceu Fernando estendendo sua mão.

O médico a apertou e sorriu despedindo-se e deixando o quarto logo em seguida.

- Você me assustou. – Falei assim que ficamos sozinhos.

- Você ouviu, não é nada grave.

- Mesmo assim. Fiquei apavorada em ver você naquele estado.

- Eu estava tão ruim assim?

- Bem diferente do seu normal. Fraco, pálido e calado. – Brinquei.

- Falando em diferente. Adorei a lingerie que você esta usando. – Disse com um sorriso maroto e minhas bochechas rapidamente coraram.

- Como você viu?

- Quando você foi trocar de roupa para virmos aqui. A porta estava um pouco aberta e...

- Estava me espionando Fernando Mendiola? – Perguntei fingindo estar brava.

- Não, não foi por querer. Mas já que eu tinha visto eu é que não iria desviar o olha não é? É uma lingerie muito lindo!

- Você realmente gostou?

- Claro! – Respondeu ajeitando-se na cama.

- Que bom, porque eu comprei para nos dois. – Falei aproximando-me dele. Fernando me olhou abobado e sorriu.

- Para nos dois?

- Sim. – Respondi quase encostando nossos lábios. – Para a nossa noite que eu tinha planejado hoje, mas infelizmente não deu certo. – Completei afastando-me novamente. Ele me olhou perplexo e arregalou os olhos.

- Hoje à noite nos íamos... E ao invés disso você me trouxe para o hospital Letícia? – Perguntou indignado e com o tom de voz um pouco alterado.

- Mas você estava com febre!

- E o que é que tem? Podia ter-me trago depois que terminássemos e, além disso, isso só ia deixar as coisas ainda mais quentes.

- E se você morresse no meio de tudo?

- Você não ouviu o médico, não era nada grave.

- Mas eu não sabia antes de vir até aqui. – Fernando abriu a boca, mas desistiu de falar. Eu havia acabado de deixa-lo sem argumento, o que era bem raro.

- Maldita febre. – Resmungo. Debrucei-me por cima dele e o dei um selinho.

- Não se preocupem, amanhã teremos o dia inteiro.

- O dia inteiro? – Perguntou malicioso erguendo as sobrancelhas.

- Você entendeu o que eu quis dizer, não se faça de anta.

- Tem alguma possibilidade de você ter fetiche por hospitais?

- Não nenhuma. Principalmente se a pessoa estiver ligada no soro.

- Tudo bem. Então eu vou dormir para ver se amanhã chega mais rápido. – Respondeu virando-se desajeitadamente para a parede. – Boa noite, Lety.

- Boa noite. – Respondi beijando sua testa.

...

Já se passava das oito da manhã e o médico ainda não havia aparecido. Fernando suspirava e resmungava impaciente. E eu tentava ignorar as suas reclamações para não me estressar. Finalmente ouvimos um barulho da porta se abrindo e o Doutor Carlos entrou.

- Como passou a noite Fernando? – Perguntou sorridente aproximando-se da cama.

- Muito bem! Já posso ir embora?

- Para que essa pressa toda? – Questionou o doutor.

Fernando me olhou, mas não disse nada.

- Ele odeia hospitais. – Expliquei.

- Entendo. – Respondeu desconfiado. – De qualquer forma você já pode ir, aqui esta a receita dos remédios para o resfriado. – Disse entregando-me o papel. – E não se esqueça de tomar muito liquido. Vigie ele Letícia.

- Pode deixar!

- Tenham um bom dia, foi um prazer conhecê-los.

- O prazer foi todo nosso. – Falou Fernando.

O médico se despediu de nos com apertos de mão e deixou o quarto. Fernando logo se levantou e saiu juntando as suas coisas. Eu o observava me divertindo com a sua pressa e desespero.

- Vamos? – Chamou puxando-me pela cintura.

- Claro. – Respondi colocando as mãos nos seus ombros. – Porque a gente não fica por aqui até a hora do almoço.

- Nada disso, vamos direto para a casa.

- Para que? – Perguntei provocando-o.

- Para fazer o que deveríamos ter feito ontem, mas a febre impediu. – Respondeu encostando sua testa na minha. Estava entrando no jogo e me provocando também.

Apenas assenti e seguimos animadamente em direção ao carro.

...

Fernando insistiu em dirigir porque de acordo com ele eu nunca havia passado dos 10km. Ele não correu, mas também não foi devagar. Em menos de dez minutos já estávamos em frente ao meu prédio.

- Tem câmeras nesse elevador? – Perguntou Fernando enquanto esperávamos por ele.

- Não.

- Ótimo.

Assim que o elevador se abriu Fernando me puxou para dentro dele me encostando ao espelho e me beijando de forma devoradora, como se tentasse transmitir todo o eu desejo. Entrelacei minhas pernas na sua cintura e senti suas mãos descerem até as minhas nádegas, suspirei com o ato, mas antes que pudesse avançar as coisas a porta do elevador se abriu e com isso pude ouvir vozes vindas do corredor. Rapidamente nos afastamos e Fernando resmungou contrariado. Quando saímos do elevador vimos os meus pais parados do lado de fora da minha porta.

- Oi. – Falei sem muito animo, mas ao mesmo tempo surpresa com aquela visita.

- Oi. – Respondeu minha mãe abraçando-me. – Oi Fernando. – Completou.

- Bom dia Dona Julieta.

Após isso ficamos em um silêncio constrangedor o qual surpreendentemente foi quebrado pelo meu pai.

- Podemos conversar? – Perguntou. – O quatro. – Completou olhando para Fernando, o qual não conseguiu esconder o espanto ao arregalar os olhos.

- Claro. – Respondi os olhando desconfiada. Destranquei a porta do apartamento e fiz sinal para que eles entrassem. Nos sentamos no sofá e novamente o silêncio perturbador tomou conta do ambiente. Eu não estava disposta a dizer nada, afinal, quem foi até ali para conversar foi ele.

Minha mãe deu uma cotovelada no meu pai no intuito de impulsioná-lo a falar, e assim ele fez.

- Não gostei da forma como as coisas ficaram ontem e por isso vim até aqui para resolver. – Apenas o encarei esperando que ele continuasse e após alguns segundos em silêncio ele finalmente o fez. – Serei sincero, Fernando não é o tipo de rapaz que eu imaginei para você. – Preparei-me para começar novamente uma discussão, mas meu pai não permitiu continuando a falar. – Mas você já é adulta e eu infelizmente não posso mandar e desmandar em quem você vai ou não namorar. Eu o aceito. Porque tudo o que eu mais quero é ver você feliz e aparentemente, ele te faz feliz.

- Sim ele faz. – Confirmei segurando a mão de Fernando, o qual me olhou com ternura. – E eu estou feliz em saber que o senhor não continuara com essa implicância. Precisamos ter um relacionamento saudável, porque ela agora faz parte da minha vida assim como vocês dois.

- Eu sei, e concordo com você. – Falou meu pai o que fez com que minha mãe o olhasse orgulhosa. – Mas vou logo avisando. – Ele virou-se para Fernando com uma expressão seria. – Se você fizer qualquer coisa para magoar a minha filha vai se arrepender amargamente.

Fernando o olhou assustado e engoliu em seco.

- Não vou Senhor Erasmo, eu prometo.

...

Meus pais ficaram mais tempo do que o esperado lá em casa e apesar de estar adorando ver Fernando e meu pai em uma conversa amigável eu precisava confessar que não via a hora de ficar finalmente a sós com ele. É claro que eu não mandaria meus pais embora, apesar de essa ser a minha maior vontade, a educação vinha em primeiro lugar. Cheguei a pensar em mentir que precisávamos ir a algum lugar, mas meus princípios falaram mais alto e eu não tive coragem. Eles não ficariam ali para sempre e quem esperou seis anos conseguia esperar por mais umas horinhas.

Fernando me olhava a todo o momento fazendo gestos que indicavam a sua frustração devido a nossa falta de sorte. Eu ria, mesmo sentindo-me da mesma forma.

- Vamos Erasmo? – Chamou minha mãe.

- Sim. – Respondeu meu pai levando-se do sofá. Estava me segurando para não dançar em comemoração. – Querem jantar lá em casa?

- Não! – Respondi rapidamente o que fez com que todos me olhassem confusos. – Já combinamos com Carolina e Omar. – Menti na tentativa de amenizar as coisas.

- Tudo bem. – Respondeu minha mãe parecendo desapontada o que me fez sentir mal por alguns segundos. – Depois combinamos algo.

- Claro. – Respondeu Fernando parecendo animado com a ideia, mas eu sabia que não era bem isso.

- Nunca pensei que diria isso, mas foi um prazer conversar com você Fernando. Acho que o subjulguei e sinto muito por isso.

- Não precisa se desculpar senhor Erasmo. Sei que não sou muito simpático. – Brincou apertando a mão do meu e dando-o alguns tapinhas nas costas o que chegava a ser parecido com um abraço.

- Até mais meu amor. – Falou minha mãe beijando o meu rosto e em seguida indo em direção a Fernando fazer o mesmo.

- Tchau papai. – Falei abraçando-o.

Os acompanhamos até o elevador e assim que tivemos a certeza de que eles já estavam descendo nós nos olhamos e Fernando me puxou para um beijo sedento. Caminhamos em direção à porta do meu apartamento sem quebrar o beijo. Fernando a fechou com o pé pegando-me em seu colo logo em seguida. Ele me encostou na parede e transferiu os beijos para o meu pescoço. Era como se uma corrente elétrica passasse por todo o meu corpo, eu estava ansiosa, mas ao mesmo tempo queria aproveitar ao máximo os seus toques. Fernando pressionou sua cintura na minha e eu gemi ao sentir que ele já estava tão excitado quanto eu. Desci as mãos até a barra de sua blusa e a tirei jogando-a em qualquer canto. Ele sorriu como se pedisse permissão para fazer o mesmo que a minha. E eu apenas assenti.

- Ual. – Falou assim que se livrou da minha blusa. Senti minhas bochechas corarem, mas tentei disfarçar puxando-o novamente para um beijo. – Vamos para o quarto? – Chamou em meio a um sussurro rouco.

- S-sim. – Respondi com a voz falha. Mas infelizmente a felicidade de pobre dura pouco e fomos interrompidos pelo barulho estridente do interfone. – Droga. – Resmunguei.

- Não atende. – Pediu Fernando enquanto beijava os meus ombros. Cogitei em acatar o seu pedido, mas o barulho continuava e aquilo estava me deixando doida.

- Desculpa, mas eu preciso atender. Talvez meus pais se esqueceram de alguma coisa. – Falei afastando-me dele com pesar e indo até o interfone. Fernando me olhou frustrado, mas concordou. Peguei o interfone e o atendi. – Pronto. – Assim que ouvi as vozes do outro lado da linha meus olhos reviraram-se. Era Carolina e Omar. Aquilo só podia ser um castigo porque eu havia mentido sobre a saída que teríamos com eles. – Trouxeram cerveja? Que ótimo! – Falei tentando ao máximo não soar desapontada. Fernando bufou ao ouvir a conversa e eu dei de ombros mostrando que não havia nada que pudéssemos fazer. – Ok, vou abrir. Esperamos vocês aqui. – Desliguei o interfone e olhei para Fernando. – Eles estão subindo, para beber com a gente.

- O que? Mas ninguém chamou eles!

- Eu sei, mas ninguém nunca chama, eles simplesmente aparecem. Somos muito azarados. – Falei aproximando-me e passando as mãos no seu peitoral. – Estamos com má sorte.

- Ainda temos o resto do dia e a noite toda. Uma hora vai. – Falou esperançoso. – Mas agora o que eu preciso é tomar um banho gelado porque não posso atendê-los nesse estado.

- Definitivamente não. Mas eu prometo recompensa-lo depois. – Sussurrei.

- Você sabe que dizer essas coisas para mim só torna tudo pior, certo?

- Desculpa. – Pedi em meio a uma risada. A campainha tocou e Fernando se apressou para entrar no banheiro.

- Minha blusa! – Pediu e eu corri até o outro lado da sala para pegá-la, jogando-a para ele logo em seguida. Fernando entrou no banheiro e foi a minha vez de vestir a blusa apressadamente enquanto procurava pelas chaves.

A campainha tocou novamente e eu revirei os olhos.

- Já vai, já vai. – Falei abrindo a porta logo em seguida.

- OI! – Disse Carol animada enquanto me abraçava e me entregava uma sacola cheia de garrafas. Omar me cumprimentou com um beijo no rosto e adentrou o apartamento já seguindo em direção à cozinha. – Onde esta o Fernando? – Perguntou jogando-se no sofá.

- Esta tomando um banho. – Respondi. Omar veio da cozinha segurando desajeitadamente três latinhas da cerveja, ele entregou uma para cada e sentou-se ao lado de Carol logo em seguida.

Começamos a conversar e dentro de poucos minutos Fernando saiu do banho.

- Oi! – Falou cumprimentando a todos. – Onde eu pego uma dessas? – Perguntou referindo-se a cerveja. Omar se levantou e os dois seguiram até a cozinha para conversar. Deixando-me a sós com Carolina.

Ela se arrastou no sofá sentando-se mais próxima a mim. Olhando-me de forma curiosa.

- E então, como foi ontem à noite? Ele gostou do presente?

- Não foi. – Respondi angustiada.

- Como assim não foi?

- Quando eu cheguei Fernando estava ardendo em febre, tive que leva-lo para o hospital e passamos a noite lá.

Carolina me encarou pasma com as mãos no rosto.

- Lety, você é muito azarada. E ele recebeu alta só agora?

- Não, já tem um tempinho.

- Ele ainda se sente mal?

- O Fernando? Não. Ele esta ótimo!

- Então porque vocês ainda...

- Porque quando íamos meus pais chegaram. – Falei tomando mais um gole da minha cerveja.

- E depois que eles foram?

- Ai vocês chegaram.

- Então quer dizer que...

- Sim.

- Oh, desculpa amiga!

- Tudo bem, não tinha como você adivinhar que eu era tão azarada.

- Será que isso é algum sinal divido de que vocês dois não deveriam fazer isso?

- O que? Ficou maluca Carolina? Uma hora vai e sinal divino nenhum vai me impedir de fazer isso.

Ela gargalhou de forma divertida e não resisti em me juntar a ela.

- Eu nunca imaginei que ouviria você falando esse tipo de coisa.

- Honestamente? Eu também não.

- Você esta nervosa? Já faz um bom tempo...

- Oh sim. Estou muito nervosa. Mas quando ele me beija e me toca é como se todo o medo e a preocupação fossem embora e tudo o que eu quero é me entregar a ele.

- Ual. – Falou dando-me uma cotovelada. – Vou ajudar você nisso.

- O que quer dizer? – Perguntei enquanto a assistia se levantar do sofá.

- Vou chamar o Omar para ir embora.

- O que? Não precisa Carol. Estamos nos divertindo aqui.

- Sim, mas aposto que você se divertira muito mais sem nos.

- Carol...

- Não se preocupe Lety, combinamos algo assim depois.

- Tem certeza? – Ela apenas assentiu caminhando até a cozinha.

...

Omar demorou um pouco a se convencer a ir embora, e Carolina teve que inventar que Márcia havia ligado para ela e pediu para que os dois fossem até a casa dela, pois era urgente. Mesmo desconfiado Omar acabou aceitando e foi levando com sigo todas as latinhas de cerveja e um vinho que estava na minha geladeira a mais de um mês.

- Podemos? – Perguntou Fernando assim que ficamos a sós.

- Não precisa nem perguntar. – Falei arrastando-o até o sofá. Fernando sorriu com a minha atitude e eu me sentei em seu colo. Ele me beijou e foi como se todo o meu corpo se acendesse e aquela corrente elétrica de antes voltou a domina-lo. Ele apertou minha cintura enquanto revezava seus beijos entre meus ombros e pescoço. Estava prestes a tirar a sua blusa novamente quando a campainha tocou.

- SÓ PODE SER BRINCADEIRA! – Falou Fernando com o tom de voz alterado. Suspirei frustrada e sai do colo dele caminhando desanimadamente até a porta. Eu não tinha ideia de quem era, e a menos que fosse o Leonardo DiCaprio eu tinha certeza que seria uma visita indesejada em uma hora inoportuna. Assim que abri a porta dei de cara com Irminha, a gentil senhora que morava no apartamento de baixo.

Eu não tinha muito contato com os moradores do meu prédio e ela era definitivamente a com quem eu mais me simpatizava, já havíamos ido ao supermercado e a feira de verduras e legumes juntas. Ela era gentil e vivia sozinha, por isso sempre que eu estava com tempo a procurava para coversarmos. Aparentemente Iriminha gostava da minha companhia e eu sentia o mesmo em relação a ela.

- Oi! – Falei animada. Mesmo que ela tivesse acabado de interromper algo muito desejado por mim não conseguia me chatear, não com ela.

- Oi, Lety! – Falou abraçando-me. – Quanto tempo! Quase não tenho visto você.

- Semanas de provas na escola, minha vida esta muito corrida. – Expliquei. E para minha surpresa Fernando apareceu atrás de mim. – Oh, esse é Fernando, meu namorado. – Falei apresentando-o para Irminha.

- Muito prazer! – Disse Irminha de forma simpática. – Parabéns Lety, com todo respeito ele é um homem muito bonito. – Fernando sorriu sem graça e naquele momento percebi que ele já havia se encantado com Irminha.

- O prazer é todo meu. Principalmente após esse elogio. – Falou galanteador enquanto beijava a mão dela. Iriminha se corou e eu prendi o riso.

- Desculpe incomodar vocês, mas eu queria uma ajuda.

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei preocupada.

- O meu gato sumiu. Já o procurei por todo o prédio e não o encontro. Dá ultima vez ele estava na pracinha do outro quarteirão, eu iria lá, mas como esta escurecendo tive medo de ir sozinha. Você sabe como está perigoso hoje em dia.

Irminha tinha três gatos e eles sempre sumiam. Eu já havia ajudado-a a procura-los diversas vezes, eles nunca iam muito longe o que facilitava as coisas. Sabia muito bem o quanto eles faziam falta para Irminha já que de certa forma eles era sua única companhia.

- Podem me ajudar a procura-lo? – Pediu.

- É claro que sim! – Adiantou-se Fernando. – Como ele é?

- Preto, o nome dele é Rafinha.

- O Rafinha outra vez? – Falei, de todos os três ele era o que mais saía.

- Sim, como ele ainda esta na adolescência continua rebelde. – Explicou o que fez com que Fernando me encarasse de forma divertida. Percebi que ele estava se segurando para não rir. – Vamos então? Não quero tomar muito o tempo de vocês.

- Claro! – Respondemos ao mesmo tempo.

Caminhamos em direção a pracinha, apesar de não estar tão tarde o céu já havia escurecido e como o meu bairro não tinha uma vizinhança muito amigável eu agradecia em silêncio por ter Fernando nos acompanhando.

- Eu vou olhando por aquele lado e vocês duas vão por esse, tudo bem? – Perguntou.

Apenas assentimos e seguimos para a direção indicada por ele. Como havia várias árvores eu me concentrei em olha-las enquanto Irminha chamava pelo nome dele. A maioria dos gatos não responde pelo nome e eu sabia muito bem que esse era o caso do Rafinha, mas não questionei.

Já havíamos rodado a praça toda até que notei um movimento em uma das árvores. Parei em frente a ela ajeitei meus óculos, no meio das folhas apareceu um gato. Eu não tinha certeza que era Rafinha, mas definitivamente era muito parecido.

- Acho que o encontrei. – Falei e rapidamente Fernando e Irminha se aproximaram. – Apontei para a árvore e Irminha o olhou sorridente.

- É ele! È o meu Rafinha.

- Vou pegá-lo. – Avisou Fernando subindo em seguida na árvore.

- Toma cuidado. – Pedi, afinal não estava nos meus planos passar novamente à noite com ele no hospital.

Não demorou muito para que Fernando descesse com Rafinha nos braços, ele estava visivelmente assustado e quando viu Irminha praticamente pulou no colo dela. Ela o acariciava sorridente e uma sensação boa tomou conta de mim por tê-la ajudado.

Seguimos em direção ao nosso prédio e durante todo o caminho Irminha explicava para o gato o porquê ele não podia sumir por tanto tempo. Eu e Fernando nos divertíamos sem assistir tudo aquilo.

- Muito obrigada pela ajuda. – Falou já na porta de seu apartamento.

- Foi um prazer ajuda-la. – Respondeu Fernando. Irminha nos abraçou em agradecimento e se despediu adentro a sua casa com Rafinha nos braços.

- Vamos? – Chamei Fernando levantando as minhas sobrancelhas.

- Só se for agora! – Respondeu pegando-me em seu colo.

...

Dessa vez nada iria nos atrapalhar. Desligamos os celulares e trancamos a porta. Fernando sugeriu que quebrássemos o interfone, mas não achei que aquilo fosse uma boa ideia. Tomei um banho para tirar o cheiro de Rafinha do meu corpo e Fernando fez o mesmo. Deitei na cama na espera dele e uma sensação de ansiedade misturada com o medo tomou conta de mim. Respirei fundo tentando me acalmar. Mas assim que o vi saindo do banheiro senti minhas pernas bambearem. Fernando estava sem camisa usando apenas uma calça de moletom. Ele me olhou e sorriu aproximando-se.

Sorri de volta ajeitando-me na cama. Ele se abaixou e me beijou depositando suas duas mãos na minha cintura. Eu coloquei as minhas no seu pescoço arranhando-o de leve. Fernando deitou por cima de mim afundando-me na cama. Senti uma de suas mãos acariciarem a minha perna esquerda levantando minha camisola logo em seguida.

- Você realmente quer isso? – Perguntou enquanto beijava o meu pescoço.

- S-sim. – Respondi com a voz falha. Fernando me olhou e sorriu e voltou a me beijar.

Desci minhas mãos até a barra de sua calça a abaixando, Fernando pareceu gostar da minha atitude e logo me ajudou a terminar de me livrar daquela peça. Dessa vez foi à vez dele de tirar a minha camisola.

- Ual. – Falou enquanto encarava descaradamente os meus seios. Virei o rosto envergonhada e pude ouvir sua risada. Ele se aproximou ainda mais e me olhou. – Não precisa ter vergonha de mim, ok?

- Ok. – O beijei sentindo suas mãos explorarem todo o meu corpo. Resolvi fazer o mesmo com as minhas, afinal, eu já havia sonhado diversas vezes com esse momento e confesso que tocar Fernando era ainda melhor do que eu havia imaginado. Não havia nenhuma coisa nele que eu não gostasse, muito pelo contrario, cada detalhe dele fazia com que eu o desejasse ainda mais. Suspirei pesadamente ao sentir os seus beijos no meu colo e não pude evitar em soltar um gemido ao sentir suas mãos na lateral da minha calcinha tirando-a.

Fernando me encarou por um tempo e me beijou, um beijo quente e apaixonado que fez com que todo o meu corpo se acendesse e implorasse para senti-lo. Eu estava tonta de desejo, e ansiosa para finalmente tê-lo por completo. Para a minha sorte não demorou muito para que isso acontecesse. Enterrei minhas mãos em suas costas e as apertei, enquanto abafava meus gemidos em seu ombro. Ele intensificava os movimentos dando-me sensações que eu jamais havia sentido antes. Era como ir ao céu e ao inferno ao mesmo tempo e quanto mais eu o sentia, mais eu o queria. Fernando era um homem completo e agora mais do que nunca eu tinha certeza disso.

...

Ele se jogou do meu lado e me puxou para os seus braços beijando o topo da minha cabeça.

- Foi para você? – Perguntou. Não o respondi de imediato, ainda estava tentando recuperar os sentidos.

- Foi ótimo. – Sussurrei. Ele sorriu maroto e beijou o meu rosto puxando o lençol para nos cobrir.

- Isso significa que eu mereço um segundo round?

- Posso tirar um cochilo antes? 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, porque as coisas ficaram bem diferentes nos próximos capítulos.


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