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História Fugitivos - Emboscada


Escrita por: Ozumbi

Notas do Autor


Boa leitura! Espero que gostem!

Capítulo 13 - Emboscada


Fanfic / Fanfiction Fugitivos - Emboscada

Depois que Natsu saiu eu resolvi não sair mais do quarto. Lavei meu prato no banheiro do segundo andar e corri de volta pro quarto.

Eu sou orgulhosa? Sim, eu reconheço isso, mas ele também não é uma pessoa fácil de lhe dar, então porque tem que ser eu a dar o braço a torcer, se foi ele quem começou a implicar comigo?

Enquanto debatia com esse tipo de pensamento, acabei pegando no sono.

Acordei oito horas depois morrendo de dor de cabeça e assustada com a gritaria que vinha do andar de baixo.

Desci as escadas rapidamente e encontrei o banheiro dos fundos em chamas.

- Natsu! Saia já daí! – gritou Lisanna, parada de frente do que um dia foi uma porta, pois agora não passa de lenha.

- O que está acontecendo aqui? – berrei, atraindo a atenção de todos.

Gajeel não parece se importar nem um pouco com o barulho, pois está sentado na poltrona, de braços cruzados, cochilando. Levy está andando de um lado para o outro na cozinha, desesperada, e os outros estão no corredor chamando Natsu.

- Saia daí! – gritou o de cabelos negros. – O fogo vai acabar destruindo a casa também!

- Gente! Qual o problema? – perguntei novamente.

- Ele entrou para tomar banho e minutos depois o lugar começou a pegar fogo. – explicou a garota de olhar assustado. – Não sabemos também o que aconteceu. Ele não quer sair.

Uma fumaça negra saia pela abertura da porta fazendo meus olhos arderem. Incapaz de enxergar cambaleei até a parede oposta do corredor.

O som das chamas tão alto quanto o do vento, quando saímos de carro com as janelas abertas.

- Natsu! Você está bem? – perguntei.

“Me sinto idiota de perguntar isso pra alguém que está em meio às chamas.”

- Natsu! – chamei o mais alto que pude.

- Gray! Faça alguma coisa! – trovejou Lisanna. – Você pode para-lo!

- Sim, mas como vou fazer isso com ele lá dentro?

Apesar da tensão, todos parecem calmos. Então Natsu deve estar bem.

- Natsu! – chamei novamente, com a voz entrecortada.

- Luxy? – sua voz saiu baixa e fraca.

- O que houve? Você está bem?

- Sim, eu só...

Houve um som fraco e quase irreconhecível, uma risada. A voz dele está esganiçada e inteligível.

- Natsu? – insisti em chamá-lo.

- Eu só... – começou ele, depois de uma pausa. – Toquei em uma cicatriz antiga e acabei perdendo o controle por causa da dor.

- Cicatriz? – indaguei num sussurro.

- Natsu... – disse Lisanna, um tanto atordoada.

Olhei confusa para a garota perto de mim. Sua expressão aturdida, cheia de dor e pesar enchendo minha mente com muitas perguntas.

De repente, do nada, as chamas se apagaram deixando apenas um rastro de fumaça e destruição no banheiro antigo.

Hesitante fui até a porta e o vi de pé, encarando a parede oposta, e percebi que há algo de muito errado pela imobilidade nada natural dele. Dei alguns passos, me aproximando e antes de toca-lo olhei para trás, para os rostos angustiados nos observando. Engoli em seco e toquei as costas dele, a pele normalmente quente está fria e trêmula.

Franzi a testa, preocupada e o chamei.

- Natsu...

- Estou bem. – a voz saiu fraca e rouca.

- Não parece.

- Sinto muito pelo seu banheiro.

- Tudo bem, mas...

- Preciso de roupas. – disse ele se virando para mim, com o seu sorriso habitual puxando os lábios.

Baixe os olhos e me virei no mesmo instante, constrangida.

“Que vergonha! Nem percebi que está sem roupas!” Pensei sentindo meu rosto queimar.

- Eu vou procurar alguma lá em cima. – falei rapidamente, atropelando as palavras.

Sai do banheiro, quase correndo e fui pro andar de cima procurar roupas.

“O que foi isso? Ele estava tão estranho e depois sorriu como se nada tivesse acontecido.” Pensei enquanto abria e fechava as postas do guarda-roupas do quarto de hóspedes, freneticamente.

Achei algumas calças jeans e camisetas que eram do meu pai.

- Deve servir... – murmurei.

(...)

As roupas dele foram queimadas pelas chamas.

- As nossas roupas já estão muito velhas. Não aguentam mais os nossos poderes. – comentou Levy.

- Quando chegarmos no nosso planeta, vamos às compras. – disse Lisanna de bom humor.

-Sim! – exclamou Levy, animada.

Agora todos nós estamos reunidos na sala. Natsu voltou a sorrir e parece bem. Os outro estão conversando normalmente, como se nada tivesse acontecido.

“O que deixa tudo ainda mais estranho..., Mas prefiro não pensar sobre isso agora...”

As roupas serviram direitinho nele. A camiseta preta ficou um pouco apertada (o que me surpreendeu um pouco, já que meu pai é aparentemente maior que ele), mas, mesmo assim, ficou bom.

- Vocês descansaram? – perguntei.

- Sim. Dormimos um pouco depois que comemos. – disse Levy.

- Quando vamos? – pergunto Natsu.

- Logo. Preciso pesquisar algumas coisas, mas partiremos antes do por do sol. – Expliquei.

- Ótimo. – disse ele sorrindo.

(...)

As Filipinas são formadas por um arquipélago de sete mil ilhas e quase todas essas ilhas são inabitadas.

Eu me lembro de ter lido em algum lugar que esse país era um dos lugares mais vulneráveis do mundo, ou seja, mais provável para a ocorrência de acidentes naturais.

“É melhor a gente ir preparado.”

Pesquisei em um site que a distância em linha reta (rota aérea) entre o centro geográfico do Japão e o centro de Filipinas é de mais de três mil quilômetros e o voo costuma variar de três a seis horas de viagem.

“Até que é rápido...”

O problema mesmo vai ser embarcar em um avião sem chamar a atenção. Sem mencionar o fato de não terem passaporte.

“Certo... Eu conheço alguém que pode me arrumar alguns passaportes falsos, mas isso vai demorar um pouco... Espero que eles tenham calma.”

- Eu pesquisei bastante e será uma viagem rápida, porém...

- Porém? – indagou Lisanna.

- Precisaremos fazer mais um desvio.

- O quê? Por quê? – quis saber Gray.

- Vocês precisam de passaportes. – disse eu dando de ombros.

- Passaporte? O que é isso? – quis saber Natsu.

- É um tipo de permissão para poder cruzar a fronteira de um país estrangeiro. E eu tenho, mas vocês obviamente não.

- E não podemos ir sem isso?

- Não. E eu não posso tirar um pra vocês do modo normal, pois isso só facilitará o trabalho da organização em nos encontrar.

- E não dá pra ir de outro jeito? – quis saber Lisanna.

- Sim, mas vai demorar mais. – respondi.

- O importante é irmos embora. Já perdemos nove anos das nossas vidas aqui mesmo, o que são mais alguns dias. – disse Levy suavemente.

- Certo. Então Vamos atrás dos passaportes e depois vamos pro aeroporto. – disse eu.

- Quanto tempo leva pra fazer o tal passaporte? – perguntou Natsu.

- Não muito. Depende de quem vai fazer. E eu conheço alguém muito habilidoso com esse tipo de coisa. – disse eu com um sorriso de canto.

Sim. Nos meus tempos de escola eu sempre usava documentos falsos para entrar em certos lugares.... Eu tenho um amigo de longa data que sempre me ajudou com isso, e eu sei que posso contar com ele.

- E onde está esse seu amigo? – perguntou Gray.

- Ele mora no centro. É meio longe daqui.

Meu carro está estacionado em frente ao prédio. Eu até voltaria pra busca-los, mas é muito arriscado.

O jeito é irmos de a pé até certo ponto e depois, talvez, podemos ir de ônibus.

- Eu vou arrumar umas coisas pra levar. – disse eu, animada. – Todos vocês já tomaram banho? Querem trocar de roupa? – perguntei prestativa.

- Mas Natsu destruiu o banheiro. – disse Gray desanimado.

- Tem outro lá em cima. Façam fila pro banho enquanto eu procuro roupas para todos. – disse eu.

- Eu não vou querer outra roupa. – disse Gajeel.

(...)

Todos tomaram banho e trocaram de roupa, exceto Gajeel que optou em continuar com a calça preta... Remendada...

As garotas vestiram roupas minhas. Levy escolheu um vestido verde claro, a garota de olhar assustado escolheu um branco, curto e Lisanna um vestido cinza, rodado. Gray escolheu uma camisa azul escura e uma calça jeans velha.

Saímos de casa no fim da tarde.

Natsu achou a trilha com facilidade e nós seguimos atrás dele.

- Luxy? A trilha acaba onde? – perguntou Natsu.

- A trilha acaba na pista. A estrada principal da cidade. – disse eu. – Ah, e meu nome não é Luxy... É Lucy, com “cy” no final. – expliquei.

- ... Luxy. – disse ele em voz alta.

- Esquece! – Exclamei rabugenta.

Ele riu e continuou andando, passando por cima do mato alto despreocupadamente.

Após algum tempo, chegamos a uma encruzilhada, onde paramos por um instante enquanto Natsu e Gray conversaram em voz baixa por alguns segundos.

- Temos companhia. – anunciou Natsu sobre o ombro.

- Como assim? – perguntei confusa.

Ele me ignorou e estalou a língua chamando a atenção de todos e emparelhou com Gray, entabulando uma tranquila conversa.

A um sinal de Natsu, o metálico, Gray e Lisanna deixaram-se ficar para trás, enquanto Natsu, Levy, a garota assustada e eu caminhamos em direção às rochas, uns trezentos metros à nossa direita.

Sem entender nada fui atrás deles e me escondi atrás de uma rocha enorme ao lado de Levy e a outra garota.

- Fiquem em silêncio e não saiam daqui por nada. – disse Natsu.

No exato instante em que ele se virou para sair de trás da rocha, o lampejo do disparo de uma arma brilhou de uma cavidade no tronco de uma árvore.

Levy gritou e eu arfei com o susto.

Me agarrei com todas as forças na rocha. Levy e a outra garota se abaixaram, espiando.

Podia ouvir gritos e um ou outro tiro, mas não sei se os movimentos que vejo são de homens ou apenas as sombras das árvores.

Lambi um arranhão em minha mão me perguntando o que deveria fazer agora.

“Eles nos acharam mais rápido do que eu imaginei.”

Em poucos minutos os ruídos do que me pareceu uma batalha, desapareceu.

Levy se levantou, hesitante, puxando a outra garota pelo braço.

- Vamos. – me chamou com um aceno da cabeça.

Quando sai de trás da grande rocha me surpreendi ao encontrar um enorme campo... Vazio. As árvores se foram, deixando para trás apenas um rastro de cinzas, e o mato deu lugar a terra, uma terra vermelha escura.

Em meio aos restos da vegetação é possível ver vários corpos... Provavelmente sem vida.

- Estão mortos... – Balbuciei.

- Sim. Eram os mesmo guardas daquele lugar. – disse Natsu entre dentes. – De onde estão saindo?

- Vamos acabar com todos eles. – disse Gray.

- Não! Não podem fazer isso! São pessoas inocentes. – disse eu, asperamente.

- Eles não se importam com a gente, porque devemos nos importar com eles? – perguntou Natsu.

- Eles estão fazendo o que são pagos pra fazer, além disso, vocês estão vivos não estão?

- Você não sabe o que eles nos fizeram passar! – berrou Natsu. – Foi muito pior do que a morte!

- É claro que eu sei!

- E mesmo assim os defende? – perguntou magoado.

- Ela é igual a eles! – exclamou Lisanna.

- Eu não sou...

De repente percebi que deve ser muito difícil pra eles confiar em mim e, mesmo assim, estão me seguindo e ouvindo tudo o que eu digo.

Eles estão matando pessoas inocentes, mas têm razões suficientes para agir assim.

O erro é meu. Quanto mais eu demorar, mais pessoas vão morrer. Não tenho o direito que julga-los, a minha única opção é ficar quieta e ajudá-los.


Notas Finais


Obrigada pelos favoritos, comentários e visualizações 😁


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