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História Full HD - Ator;


Escrita por: J-Vottom e mintears

Notas do Autor


ATENÇÃO: a história não segue um padrão cronológico dos acontecimentos. Para facilitar a compreensão, todas as quebras de tempo estão em itálico.

Sem muitas enrolações, eu só queria agradecer a @skwhy pela capa maravilhosa aaaaaaa sz e pedir que acompanhem o @vhopecity, só tem gente massa e talentosa nesse negócio.

[Novamente, créditos do plot ao livro Baobei Plot Shop - Wattpad]

Capítulo 1 - Ator;


— Certo, Senhor Jung. Poderia nos contar detalhadamente sobre sua relação com Kim Jaehyun e como veio trabalhar na empresa... Eudaimony? — Hoseok respirou fundo enquanto encarava a detetive a sua frente, imaginando o tamanho da confusão em que havia se metido.

— Jaehyun e eu estudamos juntos. Fazíamos parte do Clube Audiovisual, um projeto do nosso colégio. Ele me fez a proposta há quase 8 meses.

— E qual era sua coparticipação no negócio? — O Jung remexeu-se desconfortável em sua cadeira, coçando o nariz num gesto nervoso.

— E-eu sou cinegrafista. Meu trabalho era filmar os... Vocês sabem — O rapaz sentiu o rosto esquentar, tentando reprimir a vergonha que sentia, não passando despercebido pelos policiais.  

— Aqui também consta que o senhor chegou a trabalhar muitas vezes com Kim Taehyung. Conte-nos a respeito.


— Jung Hoseok, este é Kim Taehyung, e vocês trabalharão juntos a partir de agora.  

— Prazer em conhecê-lo, Jung Hoseok.

Hoseok sentiu os pelinhos da nuca arrepiarem ao som grave da voz de Taehyung, demorando a responder o cumprimento do mesmo, o que o deixou um tanto envergonhado, sentindo o rubor em sua face.

— Oh, você está vermelho, que fofo — O ator exibiu um belo sorriso, voltando a se concentrar em outros assuntos com Jaehyun, deixando um Hoseok ainda mais ruborizado e levemente encantado.


— Jaehyun avisou-me no início que eu trabalharia quase sempre com o Taehyung. Meu trabalho era basicamente ele, acompanhava-o em toda e qualquer gravação — O moreno disse ainda meio fora de si, a imagem de Taehyung mexia tanto consigo que era complicado explicar.  

— Nas ocasiões em que estava presente, algum ator demonstrou não estar de acordo com as ações realizadas? — Hoseok riu ironicamente, respirando fundo pela décima vez nos últimos 3 minutos.


— Como você foi parar lá, Taehyung? — O moreno riu sem humor, sentindo a ferida em seu peito abrir-se com o mínimo toque.

— Quando eu não passei na universidade, entrei em desespero. Eu sabia que meus pais não teriam como pagar de qualquer forma, então comecei a trabalhar como babá — Taehyung sentou-se ao lado de Hoseok no sofá deste, já sentindo o nó apertar sua garganta. — Foi quando a primeira oportunidade surgiu e eu passei a me prostituir. Foi interessante nos primeiros meses, até meus pais descobrirem. Ninguém se importava realmente em saber de onde vinha o dinheiro que pagava as contas, mas pareceu absurdo demais para minha família, aí eles me enxotaram para a rua. Comecei a ganhar a vida em boates por aí, foi assim que acabei conhecendo Jaehyun. Vídeos Pornôs pareceram uma alternativa muito melhor do que prostituição. — As lágrimas saíram do controle de Taehyung, a última imagem que tinha de seus pais fazia alguma coisa contorce-se dentro de si, e a única coisa que Hoseok pode fazer foi abraçá-lo o mais forte que pôde enquanto afundava suas mãos em seus cabelos.


— Desculpem-me, mas ninguém naquele lugar tinha realmente a opção de escolha, éramos todos movidos pela necessidade. Pague um bom dinheiro e eles farão o que você quiser. Era assim que funcionava — Hoseok viu a expressão séria da investigadora vacilar por alguns milésimos, sabendo que havia atingido algum lugar indevido.

— Então o senhor também tinha ciência de que Kim Jaehyun era envolvido com pornografia infantil? — O oficial prosseguiu com o interrogatório sem ao menos piscar, encarando o jovem friamente.

— Quê?! Como assim, meu senhor?

— Foram encontrados em sua casa filmes caseiros com menores de idade, inclusive uma criança por volta de seus 5 anos. Alguns atores que trabalharam lá antes de você admitiram serem menores de idade durante a produção dos vídeos.

Hoseok parecia tão surpreso que os investigadores avaliaram as chances de o rapaz estar mentindo como quase nulas, liberando-o após mais algumas perguntas inúteis. Manteriam-no por perto, mas não poderia ser considerado um cúmplice. Era só mais um peão naquele tabuleiro.

[...]

Hoseok deixou a delegacia com a consciência pesando 3 vezes mais. O pensamento de ter contribuído para a desgraça de outra pessoa o fazia querer chorar e gritar pedidos de perdão a seja lá quem. Pegou-se imaginando se isso também acontecera a Taehyung.


— Taehyung, você é gay?

— Pode-se dizer que sim, mas é algo complexo — O rapaz acendeu um cigarro, encostando-se a parede ao lado da janela. A luz vermelha ainda ligada devido à última filmagem. Perguntou a Hoseok se queria uma explicação. A resposta foi positiva. — Nesta indústria, a maioria é feminina. Homens não costumam ganhar bem, homens gays ganham até 3 vezes mais do que um hetero. Eu sou o que chamam de "gay por dinheiro".

Hoseok não disse nada, permaneceu a observar aquela figura distinta a sua frente, envolta pela fumaça de nicotina. Não queria realmente saber sobre aquilo, queria somente ouvir a voz do outro e ver a forma encantadora como seus lábios moviam-se ao falar. Tudo em Taehyung possuía uma aura diferente, era como uma magia, onde um mero mortal como Hoseok não poderia resistir.

— Jiyong já deve estar chegando, vamos? — Abandonou o cigarro no cinzeiro, trazendo Hoseok ao mundo real novamente. O mundo onde Kim Taehyung era um ator pornô problemático e levemente depressivo e ele somente o cinegrafista bobão, que não deveria estar ali, muito menos apaixonar-se pelo outro.


Hoseok só percebeu que iria atravessar a rua com o sinal aberto quando um carro quase o atingiu com tudo, tirando-o de pensamentos inúteis e memórias inválidas. Queria poder não pensar naquele momento.

Entre o caminho da delegacia até seu apartamento, o rapaz parou em um estabelecimento, comprando uma quantidade considerável de cerveja. Não era de seu feitio beber, mas cigarro estava fora de cogitação e era arriscado demais envolver-se com drogas estando no meio de uma investigação policial. Hoseok só queria relaxar e não fazia a mínima ideia de como fazer aquilo quando nem cerveja o agradava.

Seu apartamento parecia mais vazio que o normal, mais solitário. Sentou-se rente ao balcão da cozinha pequena e abriu uma lata da bebida alcoólica. Não tinha um gosto lá muito agradável, por isso logo após algumas latas Hoseok já colocava tudo para fora, inclusive as mágoas.


— Você. Assuma meu posto agora — Hoseok ordenou ao "aprendiz" que havia sido designado a si, saindo às pressas do estúdio, acabando por desconcentrar Taehyung.

O terraço do prédio era um local agradável, o fim de tarde pintava o céu poluído de Seul com cores vibrantes. A visão abaixo continuava dando ânsia em Hoseok, o fedor de podre que emanava das ruelas parecia ainda rondar suas narinas. Ignorou sua repulsa por lugares sujos e continuou apenas observando o pôr-do-sol a sua frente, desejando ter um cigarro para acalmá-lo, assim como Taehyung tinha.

— Aconteceu alguma coisa, Hoseok-ah? — O Jung quis se bater ao lembrar-se de já ter comentado sobre o terraço com o outro, facilitando o encontro atual.

— Não, só precisava de ar — Taehyung posicionou-se ao seu lado, mantendo-se em silêncio após o suspiro profundo de Hoseok.

— Por que parece que algo aconteceu?

Hoseok ponderou se deveria ou não jogar aquilo contra Taehyung. Não tinha motivos para continuar ali, também não tinha motivos para segurar aquilo só para si. Poderia simplesmente jogar "a bosta no ventilador", sumir com o dinheiro que já havia ganhado e não precisar lidar com as consequências depois.

— Quando começamos a "trabalhar" juntos, eu te achava extremamente bonito e até a forma como bebia água me excitava. Agora, as coisas mudaram de figura. Você não é só isso, Taehyung. Você é tão incrível que eu não consegui simplesmente não me apaixonar por você.

Silêncio.  

Hoseok sentia-se idiota por ter dito o que disse e Taehyung ainda digeria a informação.  

— A forma como essas pessoas te tocam me tira do sério. É tão vulgar, nojento e insensato. E-eu não consigo...

A frase não foi concluída porque Taehyung calou Hoseok como num filme hollywoodiano, segurando seu rosto enquanto o sol se punha diante deles, num clichê que soa até ridículo.

Jung Hoseok, que antes desejava um cigarro para relaxar, havia acabado de encontrar algo muito mais poderoso do que a nicotina: Kim Taehyung.   

A forma como se comunicavam de forma tão única fazia o interior de Hoseok revirar-se junto à boca de seu amado. As mãos afundando nos cabelos do outro não como um carinho de consolo, mas como uma atitude cheia de paixão em que esperava poder conter toda a energia que corria seu corpo, desde seus próprios fios a ponta de seus dedos.

Hoseok finalmente teve a oportunidade de tocar Taehyung da maneira que julgava correta. Não por dinheiro, nem por prazer, mas por amor. E Taehyung, que nunca tivera tamanha demonstração de amor, entregou tudo que tinha a Hoseok de bom grado enquanto consumavam todo o carinho que sentiam um pelo outro, inclusive seu próprio coração.


Era uma cena patética, onde Hoseok fazia questão de ser o protagonista, sentado no chão de seu banheiro, apoiado no vaso sanitário enquanto deixava as lágrimas caírem sem qualquer alarde. Para ele, o nada era ainda mais assustador do que a histeria.

O telefone em seu bolso tocava sem parar, um incômodo e tanto. Fazia sua cabeça doer. O visor mostrava 5 ligações perdidas de um mesmo número antes de tocar novamente, quando Hoseok finalmente atendeu.

— Querido, eu já estava preocupada! Porque não atendeu o telefone antes?

— Oh, omma. Não estava próximo dele, desculpe-me.

— Precisa voltar para Gwangju o mais rápido possível. Seu pai foi internado, ele teve um infarto.  

—... Não chora, omma! Eu vou o mais rápido que puder, aguente firme.

Num piscar de olhos o cenário foi completamente alterado, as lágrimas secaram sobre a face de Hoseok enquanto este corria para todos os cantos tentando organizar tudo o mais rápido possível. Parte por preocupação, parte por querer fugir de tudo, inclusive de si mesmo.


Taehyung parecia concentrado nas linhas que traçava sobre o peito desnudo de Hoseok, que se perdia em pensamentos sobre o futuro.

— Tae, você já pensou em parar de... Trabalhar com pornografia? — Hoseok estava incerto sobre a proposta. Talvez estivesse indo rápido demais.

— Não, eu não poderia fazer outra coisa além disso. É tudo o que eu sei — Respirou fundo, sem muito interesse na pergunta.  

— Eu vou pedir demissão, Taehyung. Quero que venha comigo, você não precisa continuar fazendo isso para sempre. Eu estaria lá para te apoiar e ajudar em tudo que precisasse.

— E depois, Hoseok? Você se cansaria das pessoas apontando para mim na rua e me deixaria? Eu não posso correr esse risco, não mesmo — Taehyung sentou-se bruscamente, sentindo-se até ofendido com as falas de Hoseok.  

— Eu nunca faria isso, Taehyung! Eu também não posso mais suportar ver você fazendo aquilo dia após dia. Eu quero ser o único na sua vida, assim como você é na minha.  

— Você não entende, não é? Eu nunca senti sequer atração por aquelas pessoas. Com eles eu transo por dinheiro, com você eu faço amor.

— Isso é ridículo! É como se eu fosse traído todos os dias e ainda presenciasse o ato. Porque é isso que acontece, eu vejo um cara diferente te comer todo dia.

Silêncio.  

O silêncio era o que marcava a relação que tinham. O momento em que ninguém possuía palavras, seja por algo inesperado ou por coisas que nunca deveriam ter sido ditas.

— Você é um idiota.

O sorriso incrédulo cortava a face de Taehyung enquanto vestia suas roupas espalhadas pelo apartamento de Hoseok, e também quando o deu as costas em silêncio fúnebre.  

No dia seguinte, Taehyung fora chamado a sala de Jaehyun, onde encontrou a carta de demissão de Hoseok sobre a mesa de vidro.


Hoseok acabava de arrumar a mala quando seu interfone tocou. Taehyung aparecia na pequena tela. O rapaz pegou seu celular e fez uma pesquisa rápida sobre a ação do álcool no organismo humano, e não havia indicações de que poderia causar alucinações em quantidades relativamente pequenas.

Taehyung, que sentia o arrependimento bater em seu rosto, já estava quase convencido de que Hoseok não estava em casa, virando-se para deixar o local quando a porta foi aberta.

A sensação de encarar um ao outro após dias de uma briga era incômoda. O silêncio fazia do ar mais denso. Mas ninguém se atreveria a desviar o olhar, talvez por orgulho, talvez pela vontade de gravar cada detalhe um do outro.

Taehyung não poderia negar que amava Hoseok, assim como Hoseok não poderia negar que amava Taehyung.

— Desculpe-me. Por tudo — Hoseok disse por fim, encarando a meia que cobria seus pés.   

— Eu também disse coisas que não deveria, Hoseok — Aquele foi o pontapé para que uma atitude fosse tomada, por isso Hoseok envolveu Taehyung num abraço quase desesperado, procurando acabar com o aperto em seu peito.

E mais uma vez o silêncio. Aquele carregado de boas energias, que purificava o ar. O ar que os dois amantes compartilhavam, como um só ser.

— Por acaso você estaria interessado em conhecer minha família, Kim Taehyung-ssi?

Taehyung sorriu, e Hoseok sabia que a resposta era sim.


Notas Finais


Eh isto

Obrigado por chegarem até aqui <3


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