Lisa On
E lá estava eu, em plena noite escura e estrelada, fugindo dos capangas de meu pai. Despista-los foi difícil, mas de certo modo, havia dado certo. o Alfa ainda não estava de acordo com a minha mudança de colégio, minha expulsão o incomodou, e "manchou" seu nome profundamente. Ele já não me tratava bem por saber que eu sou "Diferente" das outras garotas, imagina quando soube disso...
Isso parece besteira, e realmente, para mim não faz sentido algum. Como ele, é o grande dono dessas terras em que vivo, o mesmo quer manter sua postura de homem perfeito, com a familia perfeita. Sempre tentou me esconder de todos, com medo de descobrirem que sou intersexual, o que até agora deu certo.
Apesar de eu ter sido criada muito bem pela minha mãe, eu nunca fui a filha perfeita que eles desejavam. E meu pai nunca teve tempo algum para algo relacionado a mim, o que de fato, influênciou muito depois da morte de minha mãe.
Senti que naquela rua em que eu havia parado, era seguro, então me encostei em uma parede daquele lugar e tratei de acalmar minha respiração.
- Jackson, para com isso por favor! - Ouvi uma voz feminina gritar. Vinha de um beco próximo aquela rua, então nem pensei muito e fui ver o que era.
- Você irá pagar tudo que deve ao chefe. Se não... - Cheguei perto o bastante e pude vê-lo a ameaçar. Avancei no mesmo, o afastando da garota frágil, que chorava encolhida.
- Tá ficando louco, garoto? - Gritei o encarando.
- É melhor você não se envolver garota, não sabe com quem está se metendo... - Ameaçou-me em fúria. Apenas dei um soco em seu rosto, fazendo-o cair, e puxei a garota para longe.
- Tudo bem, garota? - Perguntei olhando em seus olhos, que naquele momento, transmitiam medo.
- O-obrigada...
- O que uma garota como você faz a essa hora na rua, e sozinha? - Sorrio percebendo que a mesma relaxa em minha presença.
- P-porque você me defendeu? - Ignorou a minha pergunta anterior.
- Me senti na obrigação de fazer alguma coisa. Odeio ver esse tipo de coisa e ficar calada, não acho certo. - Ela assentiu e ficou calada, deixando um clima estranho.
- Então... Acho que já vou indo. - Passou por mim, espalhando seu cabelo pelo ar, onde senti seu perfume de rosas, e seu cheiro de hortelã que me chamou atenção de cara.
- Espera, ômega misteriosa! - Puxei seu braço com um pouco mais de força que deveria, fazendo-a quase cair. - Poderia me dizer seu nome, ômega misteriosa?
- Hm.... - Quando ela iria falar, ouvimos um barulho vindo em nossa direção. - Não posso falar agora, nos vemos depois Alfa misteriosa. - E pela primeira vez naquela noite, a ômega sorriu. E somente aquele sorriso, foi o suficiente para ela não sair mais dos meus pensamentos.
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