1. Spirit Fanfics >
  2. Fumaça >
  3. Destino

História Fumaça - Destino


Escrita por: indelikaido

Notas do Autor


ANNYEONG!!!
Vamos para o último capítulo, sim?

Capítulo 2 - Destino


Acordou uma meia hora depois, sentindo todos os músculos de seu corpo doendo devido à posição desconfortável. JongDae, por sua vez, não havia se movido nem um centímetro, estava concentrado em algo no seu celular que Minseok não conseguia identificar o que era.
“Eu te acordei?” Olhou para o outro, preocupado.
“Que? Não, não se preocupe com isso.” Sorriu timidamente.
Se debruçou sobre ele para alcançar a janela e olhar onde estávamos. Era a pior parte do trajeto, vales serpenteavam até onde sua vista alcançava, e soube que a ponte tão odiada estava se aproximando.
“JongDae? Me conta alguma coisa interessante sobre você.” Pediu, se afastando da janela de forma nervosa.
Notou a ansiedade do outro e rapidamente fechou as cortinas de novo, encarando ele nos olhos.
“Ah, vou te falar uma coisa engraçada. Quando eu era menor, tinha costume de ficar cantando pelos corredores da escola. Eu fazia uma competição comigo mesmo, onde eu tentava ir o mais agudo possível, mas teve um dia…” Ele não conteve o riso diante da memória. “Eu alcancei uma nota tão aguda que todos os meus colegas saíram correndo, achando que era uma espécie de alarme de incêndio ou algo do tipo.”
Minseok soltou uma gargalhada, mas tampou a boca, envergonhado.
“Ah, me desculpe por rir disso.” Lágrimas escorriam de seus olhos por ter que conter o riso.
“Não se desculpe, é pra você rir mesmo.” JongDae tirou as mãos do outro da frente de sua boca, sorrindo.
“Você é da Coréia, né? Por que veio para cá?” Indagou Minseok, sem tirar o sorriso do rosto.
“Longa história. Resumindo, meu pai queria que eu viesse estudar aqui e acabei ficando por causa de uma pessoa.” Deu um meio sorriso. “Mas não saiu como o planejado e agora não quero mais sair daqui.”
“Eu acho que te conheço, lembro de ter conversado algumas vezes contigo em um colégio que costumava frequentar.” Olhou bem fundo nos olhos de JongDae, finalmente notando aquilo. “Você mudou bastante.”
“Minnie? A gente te chamava assim, né?”
Minseok ficou ruborizado e desviou o olhar do outro
"Eu me lembro de odiar você por ser popular, mas até que você é legal.” Zombou, mesmo com vergonha.
“Sempre te achei fofinho, mas você se tornou um homem totalmente diferente.”
As palavras do mais novo entraram na mente do outro, o deixando tonto. O que diabos aquilo deveria significar? Mal e mal estava acostumado a falar com pessoas, quanto mais a flertar com alguém. A ideia lhe dava arrepios.
“Diferente como?” Arriscou perguntar.
JongDae deu de ombros, e foi a vez dele de ficar tímido. Havia o desarmado com aquela pergunta, realmente não era o esperado.
“Ah, Minnie. Você sabe que é bonito. Não preciso falar.”
“Certo, boa piada.” Disfarçou sua felicidade com uma voz carregada de sarcasmo.
Encostou a cabeça no ombro do outro novamente, se sentindo sonolento. Não queria dormir, não sabia se depois daquela viagem ainda continuariam se falando, então queria aproveitar sua presença ao máximo.
“Quem é a pessoa que te fez ficar?” Se agarrou ao braço musculoso de JongDae, mais confortável.
“Hoje em dia ele atende pelo nome de SuHo.” Seu olhar era distante e melancólico. “Não sei o que eu sentia por ele, mas me sentia seguro em sua presença. Mas não era recíproco.”
“Que pena. Ele que perdeu, né?”
“Ah, hyung. Ele tinha um péssimo senso de humor.” Os dois riram juntos, e a risada escandalosa de JongDae fazia Minseok se dobrar de dor na barriga depois de tanto rir.
Um riso que logo se dissipou quando as luzes do trem se apagaram. Estava em uma viagem, havia se esquecido daquilo. Em seguida, nem Minseok nem JongDae estavam lúcidos o suficiente para saber o que aconteceu. Por um átimo de segundo, percebeu que estavam passando pela ponte que o apavorava tanto, e na sua cabeça só se passou o pior.
Minutos ou talvez horas se passaram até que um balanço em seu braço direito o acordou bruscamente.
Sua cabeça doía como se tivesse bebido um bar inteiro na noite anterior. Levou a mão até sua testa, molhada com algum líquido. Assim que seus olhos focalizaram em seus dedos, viu a substância escarlate reluzindo à luz de emergência do trem, que rapidamente identificou como sangue. Talvez fosse seu, talvez não.
Conseguiu ver JongDae no escuro, o chacoalhando desesperado.
“O quê aconteceu?” Sua voz saiu falha, temeroso.
Se limitou a apontar para algum lugar além de onde Minseok estava deitado. Sentou no chão e olhou. Alguns passos à frente, ao invés de ver outra cabine, podia ver a paisagem. Sim, a paisagem. A ponte gigantesca oscilava onde estavam, e sua queda tinha partido o veículo ao meio.
Por instinto, abraçou JongDae com força, sentindo que estava perdendo o controle.
“Alto demais. Alto demais, me tira daqui.” Pediu, com desespero estampado em seu rosto
Retribuiu o abraço e o ajudou a ficar de pé com dificuldade.
"A gente pode sair daqui, mas você tem que esquecer da altura por alguns minutos. Você tem como fazer isso?”
Apesar de chorar compulsivamente, assentiu.
Os dois se moveram trem adentro com muito cuidado, quase como se estivessem levitando, e JongDae tentava aí máximo fazer com que Minseok não visse os outros passageiros esmagados contra suas cabines, mas as cenas eram chocantes, gritantes demais.
“Tá vendo aquela porta? É a saída do maquinista. A gente tem que sair no trilho e andar até a terra firme.” Apontou para o fundo do carro. “Mas tem que ser de uma vez só, é muito estreito.”
Apertado contra o peito de JongDae, começou a chorar mais ainda, como se fosse uma criança que acabou de perder o boneco preferido.
“Eu prefiro morrer.”
“Você não prefere morrer desse jeito, vai por mim.”
Enxugou as lágrimas de Minseok e o puxou para um beijo carinhoso, selando seus lábios contra os do outro.
O ato interrompeu completamente a histeria na qual se encontrava, dando espaço à confusão.
“Quer isso de novo? Hyung, olha pra mim.”
Levantou o rosto dele com delicadeza, o fitando por um tempo.
“Quero.”
“Então você precisa ser corajoso e sair daqui antes que essa merda caia.” Falou, em um tom contido. A verdade é que estava tão nervoso quanto Minseok.
Não imaginavam que uma viagem de volta para casa poderia mudar tão drasticamente para uma catástrofe total, mas ainda tinha tempo de escapar disso.
Segurou a mão do mais velho e o puxou para fora do trem com cuidado, tomando a frente.
JongDae engoliu em seco ao ver a altura da ponte e o pouco espaço que tinham para se movimentar, mas sua mente substituiu a preocupação consigo mesmo pela preocupação com Minseok, que olhava para baixo e tremia como se estivesse prestes a ter um colapso nervoso.
“Olhe para os meus pés, não para o que tem lá embaixo.” Ditou, e puxou o outro para que ficasse a seu lado, rente ao trem.
Em passos cautelosos, começaram a andar pelos trilhos, sem trocar uma palavra. Toda sua concentração estava voltada para que não caísse, mas não podia dizer o mesmo de Minseok. Parecia estar alheio ao que estava acontecendo, como se seu cérebro tivesse criado um escape imediato para ele, seus olhos vidrados focavam a terra à sua frente, não os pés de JongDae, como havia sido ordenado.
O mais novo sentiu um puxão em seu braço, e evitou gritar. Com o movimento da ponte e sua falta fe atenção, Minseok agora se encontrava pendurado no ar, segurando sua mão como se fosse uma espécie de gancho ao qual ele se segurava desesperadamente
"Não me solta, por favor.” Suplicou, por mais que sua mão estivesse suada e quase escapando.
Usou toda a força que podia, um esforço realmente descomunal para içar o outro para si, caindo nos trilhos junto com ele, exausto. Sentia que poderia desmaiar ali mesmo, mas se forçou a ficar de pé quando viu um dos vagões do trem se despedaçar e cair da ponte, levando mais fragmentos da ponte no processo.
“Pela última vez, presta atenção no que estamos fazendo. Por favor.” Apertaram o passo em direção à terra, e choraram de alívio quando seus pés foram de encontro com o solo.
Em um timing perfeito, o que restava do veículo escorregou e caiu em direção ao rio que corria lá embaixo. Minseok escondeu o rosto no pescoço de JongDae, e não conseguia chorar devido ao choque, apenas apertou a barra da camisa do outro e murmurou algo ininteligível.
“Você foi corajoso, Minnie.” O abraçou com força, e se levantaram juntos. “Vamos esperar o resgate.”
“Não.” Se afastou um pouco, nervoso. “Eu quero ir pra casa.”
Os dois se entreolharam, e o mais novo foi o primeiro a ceder, desviando o olhar.
Minseok então tomou a frente, seguindo os trilhos em direção ao percurso que normalmente fariam se ainda houvesse o trem.
“Calma.” Puxou o outro pelo pulso e o trouxe para si.
Estava machucado e sem forças para continuar andando, mas não ia ficar ali, sozinho.
“Me desculpe, não queria ter sido grosso com você.”
“Ah, não aja como se tivesse sido salvo por um estranho.”
Minseok sorriu fracamente, quase caindo no chão.
“Vamos achar alguma coisa pra comer perto daqui, prometo.” JongDae o puxou de volta para cima, encorajando o outro a se apoiar em si. “E como você foi corajoso, preciso cumprir minha parte do acordo.”
O tomou com um beijo lento, sem se preocupar com o tempo que aquilo levaria, como ocorreu antes. Em sua mente, só desejava que pudesse dar outros beijos como aquele em Minseok, no futuro.
Queria ter feito aquilo lá atrás, quando o viu embarcando para aquela viagem, não queria que tivessem passado por tudo aquilo. De qualquer forma, tinham chegado à seu destino. Nos braços um do outro.

Fim.


Notas Finais


Queria dizer que amei escrever essa fic, por mais que tenha sido curtinha e sem tanto conteúdo como eu gostaria de ter apresentado... Enfim, espero que tenham gostado, aquele comentáriozinho e o fav sempre ajudam (mendiga strikes again), e até a próxima!!
Twitter::: kingjunmyexn
~Gi


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...