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História Fun - Quando a morena te acha engraçado.


Escrita por: princesadelesbos

Notas do Autor


um graaande perdao pela demora que demorei mesmo mas juro que to tentando trazer o melhor pra voces

gente capitulo passado eu disse que o TRISAL chama LUALIPA voces ja pararam pra pensar que trocando o primeiro L pela TERCEIRA consoante vira a nova diva pop DUALIPA que tem como seu maior hit new rules como todo mundo sabe
e nosso trisal traz novas regras não tão novas na área dos relacionamentos predominantemente monogamicos (mesmo que alguns contem com vários chifres rs)
e quantas são as new rules? TRÊS

sabe oq isso quer dizer? obviamente nada
one: paola
two: luana
three: aline
I GOT NEW RULES I COUNT 'EM

fiquem com esse capitulo

até lá embaixo!

Capítulo 4 - Quando a morena te acha engraçado.


Pov Paola

Luana estava sumida há algumas horas.

E não é sumida tipo “não a vi”, é sumida tipo sem responder mensagens e sem atender o celular. E eu estava morrendo de saudades dela, o que já era uma pilha a mais para a minha cabeça que já não estava tão normal assim.

- E aí, vamos jantar? Já que não rolou resposta da Lu, a gente podia sair pra comer.

- Boa ideia, Lica. Só que tô bem cansada. – em todos os sentidos possíveis.

- Então vamos pedir comida em casa.

- Melhor ideia. E a gente pode discutir aquele caso, lembra?

- Nem pensar. Esqueceu a merda que foi levar aquele outro caso pra casa? Quase terminamos o relacionamento – apontou nós duas. – e nada do caso.

A gente brigou muito tentando resolver aquele caso em casa, não conseguiu, trouxe de volta e acabou que a Bárbara se meteu e resolveu em dez minutos, como habitual.

- É, não tá mais aqui quem falou. Vamos. – a abracei pelos ombros e saímos da delegacia.

- Olha quem tá aqui! – lá estava Luana, toda arrumadinha e com os braços para trás, sorrindo.

Me peguei atrasando meus passos para poder olhá-la por mais tempo. E quis me dar um soco quando a vi sorrir diretamente para mim, porque o meu sorriso, se pudesse, teria sido maior que a minha cara.

Luana bagunçava tudo dentro de mim, agora.

- Oi Lu! – disse Aline.

- Olha só, a madame tá viva. – foi o que eu escolhi dizer.

- E muito! – piscou. Aff. – Trouxe pra vocês. – deixou as mãos visíveis, e em cada uma tinha uma rosa vermelha.

Sério, olha essa mulher! Ela sabe que sumiu e não pede desculpas por isso, porque precisou, mas mesmo assim quer compensar pra nós duas. Sei que se importar tanto com o conforto e a atenção dada para a outra pessoa é algo meio que básico para um relacionamento funcionar (segundo a Babi), mas eu nunca tive alguém assim.

O que diz bastante sobre as pessoas com quem me relacionei. E sobre mim.

Agradecemos, e deixamos cada uma um beijo na bochecha de Luana.

- Onde você tava o dia todo?

- Resolvendo algumas pendências, nada demais. Negócios. – deu de ombros. – O que acham de sairmos pra dançar, as três? Preciso relaxar.

- Vamos! – disse Aline, já segurando o braço de Luana.

- Eu tô cansada, gente. Não tô muito no clima. – era tudo verdade, eu precisava dormir. E pensar, também. – Mas podem ir as duas, eu fico em casa e durmo um pouco. Aí, se eu acordar eu me junto a vocês.

- Espero que acorde, Paolinha.

- Ou eu vou ter que dar conta desse mulherão sozinha, Lola.

- A Luana tá louca por isso. – ri. – Podem seguir que vou pra casa. Obrigada pela rosa. – selei meus lábios com os de Luana por exatos três segundos, nada mais que isso. – Bolinho. – sorri.

Comecei a chamar Luana assim simplesmente porque ela andava agindo muito fofa comigo quando não me provocava. E isso, ao mesmo tempo que me fazia muito feliz, me deixava meio balançada demais pro meu gosto. Mas eu gostava que ela fosse meu bolinho.

Elas foram num carro, e eu em outro.

Em casa, pus as flores na água, dei comida aos peixes, tomei um banho quente, comi alguma coisa e fui deitar, caindo no sono quase imediatamente. Melhor que isso, só com massagem da Luana. E cá estou falando da Luana, mesmo sozinha. Droga.

Tomei a cama da Aline toda e me senti alguém muito importante, tive sonhos bons, e descansei tudo o que precisava descansar.

Dormi por três horas, acordei antes da meia-noite.

E com meu habitual fogo no rabo, fui direto pro banho pra me juntar às minhas garotas na noite do Rio de Janeiro.

- Gente, tô chegando!

- Amém!!! – disse Luana.

- Só falta você, mesmo! – disse Aline. – Luana me chupou tão bem no banheiro... mas eu ainda assim senti sua falta.

Me arrepiei toda.

- Já eu, não senti nada demais. – disse Luana, sincera que chega dói. – Mas quero muito te dar um beijo. E olhar você, porque eu já sei que você vai estar muito linda, a mais linda de todas! – apesar da voz levemente arrastada, fui atingida pela fofura.

- Luana é muito apaixonadaaaa!

- Por vocês duas, amo!

Isso era a bebida falando. Por isso eu já tomei um negocinho antes de sair de casa. 

Encontrei as meninas num lugar meio balada meio barzinho que eu achei exatamente a minha cara, e ainda mais porque, no momento que entrei, tocava sertanejo sofrência. E elas dançavam coladinhas, fiquei um pouco de longe, observando.

Juntas, as três, já tínhamos maravilhosas três semanas de relacionamento e éramos como um trio de melhores amigas com benefícios, fluindo harmoniosamente bem e construindo bases sólidas para se firmar como algo sério.

Sério tipo: usar alianças de trisal.

Depois que eu vim descobrir que isso existe, fiquei sedenta. Nunca usei aliança na vida, né? Não tive namoros de verdade que durassem.  E sempre quis usar aliança.

Pelo menos, da forma que eu via, íamos muito bem, mesmo com todo o desgraçamento que a minha cabeça queria inventar e eu não queria permitir. Adorava as duas e sempre pensava na outra enquanto só tinha uma delas.

No caso, pensava na Luana. Porque eu ainda dividia apartamento com Aline, então não tinha como ficar com a Luana sem ela, a menos que quiséssemos. Eu até que queria, mas não quis mexer no time que ganhava e goleava.

Ainda mais com a cabeça cheia.

- Oi, vi que tava observando a gente! – chegou Luana me beijando no rosto, Aline com ela. – Quer entrar no meio hoje?

- Meninas, não sei... Eu sou tímida! – elas gargalharam.

- Eu também era, até conhecer duas mulheres. Por que não tenta?

- Será que devo? Por que não me convencem?

- Estaremos dançando. – disse Luana. – Se quiser, só chamar.

Sorri. Cada uma me deu um selinho e voltaram para a pista.

Dançar não era exatamente a minha, mas eu sabia me divertir. Fora da pista.

Já Luana e Aline... Como dançavam, nossa. Nada mais lindo que uma mulher que dança bem.

Depois de uma música infelizmente quente pra caralho que pôs as duas pra dançar coladas e quase fez seus espectadores (inclusive eu) babarem, Luana, e só Luana, voltou para perto de mim.

Senhor, protege meu coração.

- Eu tava louca pra te ver. – sussurrou. – Louca pra te beijar. Porra, pensei em você o maldito dia inteiro. Preciso de você, Paola.

- Se precisa, eu sou sua. – sorri.

- Eu quero tanto ser fodida por você.

- Luana, estamos em público.

- E daí?

- Não é fácil disfarçar o tesão em público. Mesmo sendo mulher. – ela riu e me beijou da maneira mais quente que poderia, pressionando o quadril dela no meu e me arrancando suspiros por minuto.

Sem falar da maneira que ela segurava meu rosto e meu cabelo.

- E não é fácil parar de pensar em você. Você tá na minha cabeça. Eu faço as coisas com o pensamento em você. Eu estou com você pensando em você. – que bom, né? – Você me deixa maluca.  E eu amo. O jeito como fode minha boceta e me deixa molhada não deve ser bom pra minha saúde mental. – ri. – Mas eu amo. Não pare. Nunca.

Ela estava o dobro ou triplo de bêbada em relação a mim. Por isso aquela conversa. Só por isso.

- Puta merda, Luana Sánchez.

- Olha essa sua boca. Ela pode me dizer qualquer coisa. E eu adoro como se abre e me chama de vadia na cama.

- Vadia.

- E em qualquer lugar, argh, como eu queria que fosse permitido que eu transasse com você em qualquer lugar. – ri, quanto fogo.

- Você quer ir a um motel?

- Vamos a um motel.

- Claro, eu só vou... – apontei a direção que estava Aline, Luana me fez abaixar o dedo.

- Não. Eu e você. Só nós duas. Num quarto nos dizendo pra transar. Vamos. – o lado paranoico da minha mente deu um grito de gol. Lambi os lábios enquanto pensava.

Tentador demais.

- Não acha injusto que…?

- Não temos regras, ela disse desde o início que isso estava tudo bem. Por favor.

E morreram todos os meus argumentos.

- Ok, então vamos. – deu uma olhadinha na pista atrás da Aline, mas ela não estava mais lá.

E estava ao nosso lado, pedindo uma bebida.

- Vão ao motel? – Luana assentiu. – Ela tá falando disso desde o carro. Por favor, transa com ela. – ri. – Sério, tava enchendo o saco já.

E agora o meu lado paranoico deu um soco no meu outro lado. Eu era a única idiota que estava com medinho de ficar sozinha com Luana enquanto era tudo o que o meu tesão mais queria que acontecesse.

- Tudo bem, então. – abracei Luana pela cintura. Aline sorriu e se afastou um passo pra pegar sua bebida.

- Shippo. – disse, rimos.

- Aline? – uma voz masculina surgiu perto da gente, e já foi ficando entre nós duas, odiei. – Nossa, é você!

- Ah. Sim. Oi. – o moço já foi abraçando e ela correspondeu claramente sem graça. – Meu ex. – disse para nós apenas com os lábios, para que ele não percebesse.

Revirei os olhos, pronta pra ir lá tirar esse cara de cima dela.

Aline era apaixonadíssima por ele, mas o cara era abusivo pra caralho. Ele terminou com ela, mas ela já tem juízo pra não voltar com ele, hoje.

- Eu vou salvar a Aline. – falei.

- Se você vai, eu também vou.

- Licença, eu tô com elas. – disse Aline, apontando a gente. Ele finalmente se afastou o suficiente pra que eu ficasse ao lado dela.

Levei Luana junto porque minha mão estava na cintura dela.

- Você tá com elas?

- Sim, ela está. Algum problema?

- Elas… Não, problema nenhum. – sorriu. Eu não caí nessa. – Como você está, Aline?

- Ótima, e você?

- Bem. E aí, tá namorando alguém?

- Eu preciso estar? – ooooh

Luana gargalhou.

- A propósito, essa aqui é a Luana e essa é a Paola. Meninas, esse é o Fábio.

- É o ex-namorado, não é? – perguntou Luana, o homem sorriu, achando que Aline ainda falava muito dele. Ela confirmou. – O que é escrotíssimo, sei. Satisfação, viu? – riu.

Tive vontade de aplaudir, e rir muito da cara que ele fez. Não tinha como ser outro ex, afinal, Aline ficou com ele quase cinco anos.

- Escrotíssimo? Que história é essa, Aline?

- O que? Eu contei o que aconteceu pra elas, elas tiram a conclusão que quiserem, né?

- Você falou dos homens do seu trabalho? Duvido.

- Você quer novamente trazer isso de volta? Eu não tenho culpa se o meu trabalho que amo me força a conviver com vários homens.

- Não é legal pro seu namorado você ficar cercada de cuecas o tempo todo.

- Ter homens à minha volta não quer dizer que eu transo com eles, Fábio. E eu nunca transei com homens colegas de trabalho.

- É o que você gosta de dizer, mas quando namorava comigo…

- Amigo, por que você não tem o mínimo de respeito por ela, hein? Se vai mesmo forçar essa situação aqui, vê se pensa no que fala, porque a gente não é obrigada. – falei, Luana assentiu.

- Suas amigas não são muito educadas. Eu nem fiz nada!

- Você nunca faz nada. – Aline disse, rindo. – Mas e aí?

- O que?

- Você terminou comigo. O que faz aqui falando? – oooooooh

Poderia ter ficado sem essa, né?

- Eu só queria conversar.

- Ok, a gente pode conversar se você não incomodar minhas meninas.

- Se elas não nos incomodarem…

- Como a gente ia incomodar? Que horror. – disse Luana, deitando em meu ombro. Sorri, tirando as mechas de cabelo da sua testa.

- Você sai com um casal de lésbicas? – ele tentou baixar o tom ao perguntar o grande absurdo para ela, mas a gente ouviu. E trocamos um selinho.

- É um pouco mais que isso, mas não deixa de ser isso também. – ri da resposta da Aline. O Fábio tinha várias interrogações no rosto. – E você? Trouxe sua trupe de palhaços machistas ou veio sozinho?

- Estou sozinho hoje. 

- Excelente, sozinho você não fala tanta besteira. E bebendo, está?

- Aham.

- Sem carro, não é?

- Aline…

- O que? Eu não tenho nada com isso, mas você vai pra cadeia se dirige bêbado. E essa é a consequência mais leve. Não é, Paola?

- Com certeza.

- Toma cuidado, viu? A atual da minha ex tinha uma ex que morreu num acidente de carro. – ri com todo aquele rebuceteio.

Porque a ex era a Júlia e a atual a Bárbara, e eu sou ex da Bárbara também. Nossa.

- Quer dizer, na época não era ex, era atual. – riu. – Enfim, a coisa foi feia, e infelizmente ela não se salvou dessa.

- E elas estavam bêbadas? – perguntou Aline, acho que ela nem sabia que era da Babi que estávamos falando. Fábio ainda nem tinha entendido o número de exs e atuais.

Não o culpo. Eu só entendo porque tô no meio e ouvi a história da Bárbara e da Sabrina.

- Júlia disse que não, mas quem bateu nelas provavelmente estava sim.

- Não duvido, Lu. – eu fiquei mais ereta desencostando do balcão e Luana aproveitou para colar a boca em meu ouvido.

- Eu sei que a gente nem pode e nem vai largar a Aline aí, mas que droga, não é? – sussurrou. 

Nisso os dois ao lado começaram a conversar normalmente, civilizados.

Merda, eu estava sozinha com Luana antes do que eu esperava. Sem preparo.

- Luana, Luana… Você fala que eu te deixo louca e tudo mais, mas nem sabe o que eu tô sentindo agora.

- Sempre posso imaginar, não é? – disse, os lábios roçando nos meus. Aff. – Eu tô louca pra sair daqui...

- Eu não vou deixar a Aline sozinha com esse homem. Sei que ela disse que está tudo bem, mas mesmo assim.

- Sim, eu sei. Mexeu com uma, mexeu com todas, não é mesmo?

- É isso aí. – pus uma mecha do seu cabelo atrás de sua orelha. – Mas me explica…

- Hm? – atenta à minha boca, estava Luana Sánchez. Eu não sei se me acostumarei com isso algum dia.

Ri, sem graça e ela deu um sorriso bobo. Tão adorável.

- Bolinho. – beijei a ponta do seu nariz.

- Não sei de onde vem essa bobeira quando tô do seu lado. – desviei o olhar do dela, envergonhada novamente. – É sério, Lola. Se é que me deixa chamá-la assim. Ou é algo exclusivo da “Lica”?

- É exclusivo. Mas pode me chamar de qualquer outra coisa. – ela sorriu enorme.

- Linda, maravilhosa, incrível! – a cada elogio, um beijinho na bochecha.

- Está se descrevendo, é?

- Estou. – rimos. – Mas o que você queria que eu explicasse, mesmo?

- Ah… Não sei se devo mesmo perguntar, mas como a gente sempre foi muito aberta uma com a outra…

- Pergunta o que quiser, Paola. Sério, não se preocupe com isso. – disse ela, a bêbada.

- Não é nada demais.

- Ué? Então pergunta logo! – assenti e me aproximei do ouvido dela.

- Por que você tá nesse fogo todo? – ela gargalhou.

- Era isso?!

- Eu quis dizer no sentido de a Aline não poder apagar seu fogo, Luana.

- Ela não pode apagá-lo porque ele só está aqui por sua causa. Já esqueceu o que lhe falei? Aline não me fode como você. Ninguém me fode como você. – o meu ego nem gosta, né? – Mas se você não quiser apagá-lo, eu posso fazer isso sozinha… temporariamente.

- Nunca disse que não apagaria, eu apenas... – fomos interrompidas pelo tal Fábio falando alto pra Aline agora. Tive que largar Luana e o segurei pelo ombro. – Ei, parceiro, não grita com ela, ok? Você não é autoridade nenhuma aqui.

- Não precisa tocar em mim, parceira. – falou tirando minha mão e estufando o peito, para que eu lembrasse de que ele era alguns centímetros mais alto.

- E também não precisa cuspir, parceiro. – falei, passando a mão no rosto. – É só falar normalmente, beleza? Conversar. – olhei pra Aline, que parecia levemente desconfortável. – É só isso, não vou atrapalhar não. De boa, mano?

- Tsc. – foi tudo o que ele disse. Vi Aline sorrir levemente, sorri de volta e voltei pra Luana, que segurava o riso.

- Você falando como um homem hétero é tão engraçado! – se eu falasse gírias gays ele não ia entender, mesmo.

- Quando a morena te acha engraçado. – sorri orgulhosa, ela gargalhou dessa vez. – O que estávamos falando, mesmo?

- Sobre o quanto você me deixa molhada. – ela sussurrou.

- Tem certeza de que era isso?

- Não, mas eu gostei de ver você enfrentá-lo.

- Não suporto ver um homem falar alto com uma mulher só porque ele acha que pode fazer isso. Começa assim, falando alto, apontando dedo... Quando ela se dá conta... Tem um roxo no olho. – Luana me olhou alarmada.

Claro, ela não convivia de perto com relacionamentos heterossexuais não-saudáveis. E, pelo jeito, nem com dados estatísticos.

Mas não podia culpá-la por isso. Por não sofrer ou se sentir oprimida dessa forma.

- Acha que ele seria capaz disso?

- Não posso fingir que não, Lu.

- Meninas... – Aline se aproximou. – Vocês não iam embora?

- Sim, a gente ia, mas eu achei que deveria ficar perto de você, porque né. – apontei o homem com um aceno de cabeça. – Você quer que a gente vá?

- Não quero atrapalhar vocês, e ele também me chamou pra conversar em outro lugar. Isso não é traição, é?

- Claro que não Aline, que neura. – disse Luana. Eu queria dizer a ela que não fosse. Mas me contive.

- Você quer ir com ele?

- Acho que não vai fazer mal. Vocês sabem, muita coisa ficou mal resolvida. – assentimos. – Desculpa ferir seus princípios, Lola, mas…

- Não, fica tranquila. Meus princípios são só meus e eu posso ser um pouco radical às vezes, ninguém é perfeito. Você tem certeza disso, não é?

- Tenho.

- Então vai lá, Lica. Fica tranquila, não estamos, sei lá, chateadas com você. Pode ligar qualquer coisa e chamar por mim que eu já chego com a Delegacia da Mulher inteira. – ela riu.

- Que exagero, não vai ser necessário. – disse a Lu.

- E eu mesma posso acionar a Delegacia da Mulher se necessário. Mas obrigada, viu? Amo vocês. – ela veio e beijou o canto da minha boca e a bochecha da Luana. – Conversamos mais tarde.

- Ok, e… Boa sorte.

Ela sorriu e foi. Foi o meu momento de ligar o foda-se.

- E agora, você pode…?

- Eu posso fazer o que você quiser, Luana.

[...]

- Acho que se você vier pelo outro lado fica… isso, muito bem. Gosto de você porque me ouve.

- Eu sei o que fazer.

- Claro que sabe. Mas eu tô só tentando ajudar, afinal, eu também estou aqui.

- Uhum.

- Pode acelerar?

- Tá com pressa? Eu não gosto disso.

- Eu sei que não gosta, mas você ouviu a Aline, tô pensando e falando nisso desde cedo, não é culpa minha. E eu acho que você tá dirigindo devagar porque quer.

- Não fui eu quem estava falando sobre acidentes de carro mais cedo!

- Vira essa boca pra lá e vira esse carro nesse motel.

- O que acha da gente não ir num motel?

- Aonde você quer ir? Sério, eu me sinto numa espécie de cio. – gargalhei.

- Meu novo ap?

- Tem alguma coisa lá?

- Só o básico, né? A mudança ainda não aconteceu.

- O básico tipo?

- Máquina de lavar roupa, geladeira, fogão…

- Cama?

- A cama e o sofá chegam amanhã.

- Você se importa de transar no chão?

- Eu ia te fazer essa mesma pergunta.

- Vamos ao supermercado.

- Fazer?

- Ué, compras? – ri, negando com a cabeça.

No supermercado 24h mais próximo, Luana foi com a mesma pressa buscar o que queria: um colchão inflável e uma bombinha pra enchê-lo.

- Lu, você tem certeza que precisa…

- Não, mas eu acho melhor. Vai que a gente resolve dormir.

- É. – ela piscou pra mim, pagando. – Só não queria que você gastasse…

- Besteira. Não é como se isso não fosse ser útil outro dia. – ela ainda comprou doce pra mim porque sabe que eu amo. – Come doce, energia, vai precisar.

Ri, vendo-a pegar as compras.

- Você também vai. – falei, dando um pedaço da barrinha de chocolate a ela.

Luana comeu, e foi de boca cheia até o carro.

- Álcool, energético e chocolate. Hoje eu estou insaciável, prepare-se. – falou assim que fechei a porta.

- É, o cio chegou mesmo. – ela gargalhou.

Pov Luana

Paola estava observando meu corpo enquanto eu andava pra lá e pra cá em busca de ajeitar nosso colchão inflável da melhor forma.

Depois de um dia estressante, eu só queria minhas meninas comigo. Mais Paola, na verdade. Ela sabia me relaxar como ninguém, e estava na minha mente a cada momento de distração que tive.

Eu estava levemente alterada, mas quase não acreditava na vontade que eu tinha de arrancar minhas roupas.

- O que tanto olha? – perguntei, quase terminando. E suando, ali estava quente.

Eu até tinha tirado o suéter que usava.

- Você é muito atraente. – foi tudo o que ela disse. Eu adorava aquele olhar.

- Não se engane por esse rostinho.

- Não me engano, Luana.

- Vem cá. – falei, sentando no colchão que estava ótimo o suficiente pra eu quicar em cima de Paola como queria e sonhava. – Vem.

- Não tire a roupa. – ela mandou, me vendo no caminho de abrir o botão da calça. Caminhou até mim e me estendeu uma mão.

Quando segurei a mão dela, ela estendeu a outra e me puxou assim que eu entendi que deveria ficar de pé.

De pé, Paola me virou de costas pra ela, prendendo meus braços para trás e colando a boca em meu ouvido.

- Vou te mostrar umas coisinhas que aprendi na Academia de Polícia.

Até onde eu sabia, Paola não foi à Academia. Mas eu não podia ligar menos.

- Você quer?

- Aham.

- Diga “sim senhora”.

- Sim, senhora. – ela riu e me virou de volta, segurou meu rosto e me beijou até com delicadeza, aumentando o ritmo logo em seguida.

Com as mãos ela me rendeu facilmente, eu estava entregue.

- De joelhos. – ela já estava me influenciando a descer antes, então entendi que deveria ir e obedeci. Olhei pra cima, agradecendo a alguém mentalmente pela visão. – Eu quero essa boca me chupando inteira.

Paola sabia o quanto eu queria ser fodida por ela, mas ambas concordávamos com a afirmação: “gozar é bom, mas fazer gozar é melhor”.

- Olha pra mim, Luana. – quando olhei, ela sorria. Em provocação, mordi a barra de seu short, deslizando minhas unhas por suas coxas. – Tire minhas roupas.

- Posso tirar as minhas? – perguntei, soltando meu sutiã e jogando-o pra longe.

- Pode. – sorri e abri os botões da minha calça, descendo-a até metade da minha bunda. Deitei de costas no colchão, esticando as pernas na direção de Paola para que ela terminasse de me despir. – Eu ainda te quero ajoelhada pra mim.

- Eu vou fazer o que quiser. Mas tire minha roupa. – Paola concordou, mas tirou seu short do caminho antes. Apenas a calcinha e blusa que deixava parte da sua barriga à mostra e mostrava a palavra “naughty” sobre seus seios. Eu podia ver que Paola não usava sutiã, agora seus mamilos marcavam na blusa, mais do que antes.

Ela ajoelhou entre minhas pernas e puxou minha calça para baixo com certa urgência. E suas mãos apertaram minhas coxas com força no que me viu completamente excitada.

- Quando você tirou essa maldita calcinha?

- Algumas horas atrás. Se tivesse me tocado antes, descobriria meu estado. – não preciso nem dizer que estava molhada até nas virilhas, não é?

- Porra, eu vou foder você tão forte. – senti uma fisgada lá, isso me fez tentar fechar as pernas, mas ela estava ali no meio.

Paola se deitou sobre mim naquela mesma posição. Ela ofegava, passando as mãos pelas laterais do meu corpo enquanto segurava minhas mãos sobre a minha cabeça.

Entre minhas pernas, ela moveu-se em minha direção, como se me fodesse com um pau, e eu a acompanhei no movimento, que era uma delícia. Queria colar nela e não sair mais.

Imaginei Paola vestindo um strap-on e gemi baixinho, aquilo seria muito quente se fôssemos tentar algum dia. Quero.

- Você é uma vadia, Luana. Me fez desistir da porra do meu oral pra foder essa boceta melada. – disse no meu ouvido, estapeando minhas coxas.

- Prioridades, Paola... – falei, pulsando por mais.

- Quer que eu foda você? – perguntou, descendo a boca pelo meu colo com leves beijos. – Fale “sim senhora”.

- Sim, senhora, por favor.

Ela sorriu e me puxou até que estivéssemos ambas de joelhos, segurou atrás de meu cabelo e beijou meu pescoço e colo enquanto a outra mão mantinha meus pulsos juntos atrás de mim.

Completamente dominada.

Os arrepios que corriam pelo meu corpo agora arrancavam sorrisos safados de Paola. Como ela sabia transar, meu Deus. Ela era boa demais nisso.

Antes que eu pudesse falar ou reclamar qualquer coisa, Paola me deitou outra vez, num só movimento e abriu minhas pernas. Os dedos provocaram as minhas virilhas e arrancaram-me um grito ao masturbarem-me de maneira rápida. Uma onda de calor fez minhas vistas escurecerem ao subir pelo meu corpo e eu arqueei as costas na direção da sua mão.

Não sabia o que seria de mim pelo resto daquele final de semana e dos dias seguintes, já que precisava voltar à Barcelona em exatos seis dias, mas se ela me permitisse, eu estaria exatamente desse jeito o tempo todo que me resta no Brasil: nua com ela.

Paola é dona do meu melhor sexo.

Pov Paola

Sabe quando as fãs escrevem fanfics nas quais elas mesmas – ou seus pseudônimos – conhecem seus ídolos e ficam mais apaixonadas ainda por eles?

Descrevia em mais ou menos 70% o que eu estava sentindo. Eu adorava Luana, seu trabalho, sua forma de pensar, de viver, de sorrir… Seus vídeos engraçados com suas amigas famosas ou não. Sua risada escandalosa quando as pessoas a faziam rir de verdade.

A propósito, dava pra fazer isso com piadas horríveis e bobas. Mais até dessa forma do que com alguma piada inteligente.

E então, quando a conheci, apesar de imediatamente baqueada, eu não fui ninguém além de mim mesma. Mesmo que eu tivesse cá meu ego gigante, me surpreendi por Luana realmente gostar de mim.

Mais que isso: Luana, que, na minha cabeça, pode ter qualquer mulher no mundo se ela quiser, queria a mim. Eu.

A única coisa que eu podia fazer era dizer sim. E a única coisa que eu não podia fazer, pelo menos de primeira, era me apaixonar.

Eu tinha a Aline para dividir isso, e eu a adorava também. O fato de ela estar lá me deixava muito mais tranquila, mesmo que eu soubesse que ela só estava curtindo muito tudo aquilo, assim como Luana.

E como eu fingia estar.

Não que não estivesse gostando, mas, de uns dias pra cá, algumas paranoias queriam nascer na minha mente. De repente, comecei a falar demais de Luana. Querer demais Luana. Observá-la demais. E isso me remetia à única vez que estive apaixonada em toda a minha vida.

Bárbara.

E como eu a olhava. Como eu queria sua atenção.

Era diferente porque Luana me dava toda a atenção do mundo, se eu a chamasse, eu realmente era sua maior prioridade. Ok, ela não me chamava, mas ao vivo, todos os meus olhares eram correspondidos.

Menos aqueles nos quais eu a analisava. Cada pedacinho de pele. As tatuagens perfeitamente desenhadas que decoravam lugares específicos do seu corpo. Eram de um número considerável, e Luana falava sobre ter o braço direito fechado em breve.

Mas a minha preferida, sem dúvidas, era a minúscula frase na costela do lado direito, dizendo “isto também deve passar”, em francês. Primeiro, porque eu conhecia a história daquela tatuagem. Era uma homenagem ao irmão dela, que ela teve de deixar escondido aqui no Brasil quando foi morar na França, pra jogar no Paris Saint-Germain. Ela escreveu aquilo porque era o que seu irmão mais lhe dizia, que tudo devia passar e ficaria bem, tanto o seu medo quanto toda aquela situação ruim pra ele, com os traficantes e tudo mais.

Ela dizia que quando as pessoas viam aquela tatuagem, normalmente pensavam que ela falava sobre seu corpo. Que ele passaria, não seria “bonito daquele jeito” para sempre. Ela nunca desmentiu isso, afinal, era muito mais simples do que dizer que era a frase de seu irmão gêmeo que poderia morrer na mão de bandidos a qualquer momento. Eu nunca pensava nesse sentido.

Quando lia aquilo, pensava em nós. Na nossa situação, naquele trisal, nos sentimentos de Luana por mim, e meus por ela.

Aquela pequena e delicada frase em sua costela servia para me lembrar de que passaríamos. De que eu poderia fodê-la, observá-la, beijá-la e ter os maiores sentimentos possíveis por ela, mas rápido. Porque nosso tempo não era longo, e corria.

E era exatamente naquela tatuagem que meus olhos estavam quando a masturbei pela primeira vez na noite e vi suas costas arquearem.

Não ia demorar muito para que terminássemos aquilo. Nem a parte que envolvia as três, nem a que envolvia nós duas. Suspirei.

Mas aquela bad não me dominava. E nunca dominaria, enquanto Luana estivesse ali sob meus dedos, entregue a mim, com o meu nome na boca.

E linda demais. A mais linda do mundo, a se entregar ao prazer que, segundo a própria, só eu a proporcionava.

- Ah, fode! – aumentei o ritmo, e ela fechou as pernas, sem conseguir se conter. As abri novamente.

- Já é demais pra você, Luana? – bati nos lados internos de suas coxas. – Não feche as pernas enquanto eu não disser que pode fazer isso.

- Sim, senhora. – sorri, pois nem precisei pedir que ela dissesse isso. E por estar agradada, a penetrei com um dedo apenas para sentir seu interior quente me envolver. – Hmmmm... isso é muito bom.

- Você me quer aqui?

- Eu quero você em todos os lugares... – ela tinha suas mãos em seus seios, apertando-os enquanto eu a tocava por dentro.

Luana gemeu mais alto sem razão aparente, por isso dei um tapa em seu rosto, sem pensar muito sobre aquilo. Ela me olhou safada.

- Então você gosta.

- Você sabe que eu gosto. – sorri.

Parei tudo.

Usei minhas duas mãos para mantê-la aberta e, sem rodeios, lambi a extensão do seu sexo de baixo pra cima. Sorri ao ouvir a reação dela.

Eu nem tinha me mudado de verdade e já estava fazendo barulho de madrugada no meu novo ap.

Uma de suas mãos de veio agarrar meu cabelo, então decidi que não sairia dali, deitei, aprofundando-me no que fazia. Fechei meus olhos, sentindo e ouvindo tudo o que Luana tinha pra me dar. Uma de minhas mãos segurava em sua coxa, a outra repousava sobre seu abdômen.

Tentei penetrá-la com minha língua.

- Ah, Paolaaa! – e essa foi a reação, além da mão apertando meus fios de cabelo e me fazendo melar o nariz. Mas não importava, Luana estava à beira do orgasmo e ansiosa por isso. Além de tudo, suas expressões de prazer eram quentes, seus gemidos contavam a todos mais atentos que alguém ali estava desfrutando de um momento de prazer transcendente.

E o cheiro do seu sexo, cheiro de mulher, exalava e me prendia naquilo mais do que sua mão em meu cabelo. Me envolvia no seu espetáculo particular, que eu estava fazendo acontecer.

Agora que abri os olhos, não quero piscar pra não perder nem um segundo.

Porra, como eu gosto de mulher.

Como eu gosto de Luana...

- Vou gozar... – ela disse, num sussurro que eu só escutei porque estava muito atenta.

Quis ver Luana gritar mais, penetrei-a com o médio e o anelar, fodendo com um pouco mais de força.

E então ela fez algo inesperado: segurou a minha mão, que ainda estava em sua coxa. Deixei, imaginando que ela a conduziria até seus seios, num pedido mudo por mais atenção àquela área. Mas não foi o que ela fez.

Luana levou minha mão para o lado de seu corpo e tentou entrelaçar nossos dedos. Levei um breve susto.

Que porra aquilo queria dizer?

Eu sei que já transamos de mãos dadas e temos essa “mania” de nos conectar de maneira mais forte quando uma de nós duas tem um orgasmo, ou as duas juntas, mas agora…

Não sei, aquilo foi um pouco forte demais pra mim, a minha cabeça ficou confusa.

Então, me afastei dela imediatamente e a virei no colchão, continuando o que fazia com Luana de costas pra mim. Tudo em movimentos rápidos, como se ela não pesasse nada.

Sorri como se gostasse de movê-la daquela forma bruta. Não que eu não gostasse, mas eu não queria que ela percebesse que fiz aquilo porque não queria mais assisti-la gozar.

Segui penetrando-a, e debrucei-me sobre seu corpo, beijando suas costas e subindo, até o pescoço, apoiando parcialmente meu peso nela.

- Você é tão gostosa de quatro pra mim, não imagina o quanto eu estou molhada por você. Mas talvez você possa sentir. – pressionei o meio das minhas pernas contra sua bunda.

- Ah! Porra, Paola…

- Goza pra mim.

Ela rebolou nos meus dedos, também estimulando meu clitóris enquanto acelerava a chegada do seu orgasmo, que veio nos espasmos seguintes e gemidos roucos, porém frequentes.

- Caralho, Sánchez... – e mais uma vez, eu via Luana gozar “mais que o normal” de uma vez. E mesmo naquela posição, ela olhava de soslaio pra mim quando me atrevi a observar a expressão em seu rosto.

Quando ela terminou, virou e me puxou para o colchão. Sem opção, deitei.

Luana me abraçou e enfiou a mão na minha blusa, segurando um dos meus seios com o maior carinho. A cabeça deitada em meu colo.

- Você foi à Academia de Polícia? – ri, ela sempre sabia como descontrair.

- Não, não fui. Só quis ser mais bruta com você. – disse, segurando com certa força seu queixo antes de deixar um selinho em sua boca e soltá-la. – E você foi uma excelente passiva.

- Fui? – perguntou, deslizando o polegar sobre meu mamilo. Ambas o sentimos endurecer. – Gosta disso? – assenti. – Então faço mais.

Deslizou a mão entre meus seios, os contornou, e foi descendo. Enquanto isso, beijava meu pescoço. Arfei, a abraçando mais forte.

A mão desceu até achar a minha, e entrelaçou-se a ela quando encontrou.

Escolhi não dizer nada.

- Posso, amor? – foi o que ela disse.

A minha cabeça deu pau na hora. Ela perguntava se podia me tocar, ou se podia me chamar de amor? Várias coisas passaram e eu escolhi ignorar tudo.

- Claro que pode, Lu.

- Não fuja. Fique aqui. – gelei por ela ter percebido. Mas é claro que perceberia, do nada eu fico cheia de loucura na cabeça e a viro de costas pra mim? É estranho. – Estamos sozinhas. Nós duas. Aqui nada pode nos atingir. Acredita em mim?

- Acredito.

- Que bom, linda. Eu amo você. – beijou meu rosto e suspirou. – Então me deixa te amar.

“Isto também deve passar”. Vai passar, vai passar, vai passar.

A mão ultrapassou minha calcinha, mas não o suficiente. Arfei, agora eu precisava dela.

- Posso amar você?

Vai passar, mas não quer dizer que não pode ser bom enquanto durar.

- Sim, você pode. – sussurrei. Ela sorriu e finalmente me tocou. – Ah, Luana...

[...]

- Eu adoro o seu sorriso.

- E eu as… suas tatuagens. Todas. – falei, olhando rapidamente para trás, vendo-a subir as escadas.

- Boa. Eu adoro seu cabelo, nossa, é lindo.

- O seu também é.

- Lembra das regras? – trocar elogios, não valia dizer “você também” ou algo do gênero.

- Sim, sim. Ok. Eu adoro… ah, a sua risada escandalosa quando alguém conta uma piada ruim.

- Merda, eu amo piadas ruins.

- As regras.

- Eu adoro como você me olha. Como se eu fosse muito importante. Mas não como uma fã olharia, ou como o meu empresário olha. Como ninguém olha, na verdade. Só você me olha assim, Paola.

Parei de andar na mesma hora. Lembrei de que estava tentando não deixar os olhos em Luana por muito tempo, para que ela não percebesse meu conflito interno.

- Ahn… o que? – encostei-me à parede, olhando pra ela, que encarava o degrau.

- Não sei. – ficamos no mesmo degrau, frente a frente, e ela me olhou. – Você parece me ver de verdade. E eu adoro isso. Sinto que você pode ouvir qualquer um dos meus desabafos. – suspirei. – A minha cabeça não entende, mas... – ela segurou minha mão novamente. – A minha alma confia na sua.

O silêncio durou como uma eternidade até ela subir três degraus de vez, chegando ao andar do apartamento da Aline antes de mim, que fiquei no mesmo lugar.

- Caralho, Luana... – sussurrei enquanto terminava de subir, com a ajuda da mão dela.

- É, eu não sei explicar nem de onde isso veio. Mas é tudo verdade. Sabe que nunca menti quando disse que amo você, não é? – jurei que ela não lembrava da parte da nossa noite em que disse isso. Ela disse não lembrar de tudo.

- D-disse?

- Disse, ontem, falei para você e a Aline. Na hora que você ligou, lembra?

- Ah, sim. Foi mesmo. Nós também amamos você. E falo por mim. – sorri de lado, ainda meio sem graça.

- Tivemos uma noite muito boa...

- Excelente. – falei, procurando minha chave do ap da Aline enquanto andava até a porta.

- Funcionamos bem juntas, não é? – ela sorriu, olhando para nossas mãos juntas. Ainda bem que ela não viu minha expressão, e eu nem lembrava que andávamos de mãos dadas.

- Ahn... – ela sorriu de lado.

- É, eu também acho que não deveríamos dizer muito mais. – e me abraçou.

Separamos o abraço e ficamos trocando aquele olhar.

Eu abri a boca e definitivamente diria mais, mas a porta se abriu, revelando uma Aline que com certeza tinha chorado. Muito.

Soltei Luana na mesma hora.

- Lica! O que houve?

Ela fez que choraria novamente quando quis contar, então a tomei num abraço e entrei, com ela fungando em meu ombro. Luana veio atrás e fechou a porta.

- Conta pra mim, Lica.

- Agora não. Agora eu só quero o seu abraço, Paola. – assenti e a abracei. – E o seu, Lu. – ela chamou Luana estendendo a mão.

Sem tirar os olhos de mim, Luana sentou ao lado de Aline, que ficou entre nós duas.

Abraçada pelas duas, enquanto chorava silenciosamente.

Luana e eu trocávamos olhares novamente. O polegar dela deslizava na minha cintura, afinal, ela abraçava nós duas.

Nada mais daquilo era excelente e confortável pra mim, mas pela Aline, eu fingi que era.

E ignorei meu coração acelerado.


Notas Finais


one: nao precisa ficar com neura sobre o trisal
two: elas saem sim entre si nao tem ciumes
three: NEM TUDO É FLORES E SEXO
i got new rules i count 'em

KKKKKKKKK EU NAO RESISTO
até o proximo, luz e paz!


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