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História Futatsu no Tamashii - Hinansho


Escrita por: Icunha e Patsuan

Notas do Autor


Oi!
Demorei né? Pode xingar nos comentários (pra vc viu Dayse). O capítulo estava pronto, mas enrolar é meu sobrenome aí já viu hahahaha.
Hoje a gente descobre o que diabos tinha naquele ovo!
Me desculpem, caso encontrem alguns erros. Eu revisei, mas sempre esqueço algo.

Capítulo 11 - Hinansho


Fanfic / Fanfiction Futatsu no Tamashii - Hinansho

Refúgio

18 de dezembro.

Foi acordado cedo naquela manhã. Não por Hinata ou o suposto tio dela que o socorreram e acolheram na noite anterior, mas sim, pelo dono do peso em seu ombro que dormia tranquilamente ali. Levantou a mão e afagou a pelagem marrom avermelhado e fechou os olhos, sorrindo minimamente. De tudo que esperava sair daquele ovo, essa era uma das coisas que nunca passou pela sua cabeça.

Abriu novamente os olhos no momento que uma das caudas repousou por cima de sua boca. Poderia ficar ali o tempo todo, mas sabia que precisava levantar. Remexeu-se cuidadosamente para não acordar o ser que estava em seu ombro, até que o pegou em mãos e colocou em seu colo, depois que conseguiu se sentar.

Ainda sentia dores pelo corpo pelo ataque sofrido ontem e seu rosto também ardia a qualquer movimento brusco. Estava com uma faixa no rosto cobrindo o corte recente, mas sabia que em prazo de dois dias já estaria curado. Abaixou o olhar para seu colo e agora, com a claridade do dia, poderia se atentar mais aos detalhes.

Ali se encontrava o que parecia ser um filhote de raposa, mas tinha certo conhecimento que não era um filhote comum. Sua pelagem era de uma cor marrom indo para o laranja. Tinha pequenos bigodes em suas bochechas e também uma camada de pelo preto que contornava os olhos e iam até as duas orelhas, que eram consideravelmente longas.

Em suas patas dianteiras na proximidade do ombro, encontrava-se em cada lado um círculo de cor escura. Parecia como o redemoinho de seu yukata, porém continha mais voltas em seu interior. Em sua testa, tinha um pequeno tomoe também de cor preta. Quando olhou para a cauda da pequena raposa, tentava deduzir o que poderia ser, afinal, essa raposinha tinha duas caudas. Na ponta em algumas voltas ao longo delas, a pelagem também era escura.

Acariciou o pequeno ser em seu colo e o viu abrir os olhos, que eram as únicas coisas normais. Eram brancos, mas sua íris era vermelhas, podendo ver apenas um pequeno risco escuro como pupila. Não sabia dizer se o animal entendia as coisas ou não, mas enquanto o observava, ele manteve o olhar no seu. Ambos olharam em direção a porta de entrada do quarto, quando a mesma foi aberta e uma Hinata tímida passou por ela, junto com um copo e um prato com onigiris.

— Bom dia, Naruto-kun. — cumprimentou suavemente. — Espero que esteja com fome.

— Ah. Bom dia, Hinata. — respondeu, direcionando lhe um pequeno sorriso. — Você não faz ideia, obrigado. — agradeceu, pegando um dos onigiris em mão, vendo Hinata observar a raposa em seu colo.

— Então era isso que estava no ovo que você carregava? — perguntou e Naruto respondeu um “sim” com a boca cheia. — É muito fofo, já pensou em um nome?

— Ahm... Ainda não. — já estava em seu terceiro onigiri, quando ofereceu uma pequena porção para a raposa. — Mas vou pensar em algo legal.

— Meu tio quer conhecer você. — informou, fazendo-o desviar o olhar de seu colo para a garota.

Naruto pegou a raposa em mãos e a aninhou em seus braços. Tinha um peso considerável e quando o animal se aconchegou melhor, aquilo o aqueceu brevemente. Encaminharam-se para a cozinha da casa, onde estavam sentados à mesa, um homem e uma mulher, com a mesma fisionomia de Hinata.

— Essa é minha irmã Hanabi e seu marido Konohamaru. — os apresentou.

— Obrigado por me ajudarem ontem. — agradeceu, curvando-se educadamente para os adultos.

— Não poderia ter feito outra coisa depois de Hinata nos informar sobre o ocorrido. — disse o homem de cabelos castanhos, que estava de braços cruzados. — Mas tente não provocar pessoas daquele tipo, veja o que aconteceu com você.

— Mas eu não poderia ter corrido atrás do que eu fiz. — respondeu, fitando Konohamaru que também o olhava fixamente, e pôde ver algo em seus olhos, algo que ele lembrou já ter visto quando era mais novo. — Seria uma afronta ao que fiz pela Hinata. Eu não poderia fazer isso nem comigo e nem com ela.

Depois de terminar seu discurso, Konohamaru e Hanabi riram suavemente pela cara avermelhada que Hinata esboçou ao ouvir tal afirmação. Naruto a olhou confuso, buscando em sua mente se havia dito algo de errado para entrar naquela situação.

— Você tem o mesmo olhar de uma pessoa que eu conheci anos atrás. — informou o homem, levantando-se e indo em sua direção, apenas para afagar a cabeça da raposa em seu colo. — Você não precisa me falar para eu saber que não faz ideia do que esse ser seja, então vou simplificar para você. É um Kitsune.

— Um youkai raposa. — completou Hanabi, pronunciando-se pela primeira vez.

Youkai é? — refletiu Naruto, tendo memórias de Jiraiya em sua mente. Lembrou-se de uma das aulas que ele havia lhe dado. Geralmente ignorava tudo porque ou estava com sono ou não entendia nada e tentava fingir fazendo perguntas. Em uma dessas aulas, Jiraiya informou que no Japão existiam vários Montes que eram usados como portais para youkais entrarem em nosso mundo. Recordou apenas do nome de dois desses Montes, o Monte Hiei e o Monte Kurama. Algo em sua mente brilhou quando se lembrou desses nomes. Pegou a raposa nas mãos e a ergueu, deixando-a com as pernas traseiras ao ar. — Seu nome será Kurama.

— Kurama é uma boa escolha. — Hinata comentou observando a cena, e corou no mesmo instante em que Naruto a fitou com sorriso de orelha a orelha.

— E então, o que você fará agora? — Konohamaru questiona, tirando Hinata de foco. O que de certa forma foi um alívio para ela, que aproveitou para se retirar e terminar seus afazeres.

— Eu estou em busca de uma pessoa, é minha missão encontrá-lo. Fukushima era meu objetivo inicial — Naruto diz, observando-a sumir e volta seu olhar para o homem. —, mas ainda não estou no local correto.

— Como você pode ter certeza disso?

— Não sei explicar, apenas sei que ainda não é aqui. É estranho, mas agora que ela apareceu. — disse, acariciando o pelo do youkai em seu colo. — Sinto como se eu fosse descobrir mais rápido em qual devo direção seguir.

— São seres inteligentes. As histórias os descrevem como animais com capacidades mágicas. — Hanabi comentou, pensativa. — Eu não sei como você o conseguiu, mas com certeza tem algo para ensinar a você. Ele não está em sua posse por engano. Pode ficar o tempo que precisar. — sorriu ternamente. — Descanse. Em breve você estará recuperado para continuar sua viagem.

— Obrigado.

“Baka.” Pela terceira vez a voz grave soou pelo cômodo.

— Hã? Quem disse isso? — questionou, olhando ao redor em busca de quem poderia ter dito tal palavra, mas foi em vão. Encontrou somente Kurama fazendo companhia para si, no pequeno quarto cedido para sua estadia. A raposa estava deitada em uma mesa próximo de seu futon, movendo suas caudas de um lado para o outro.

Naruto suspirou cansado, pensando que poderia estar louco por ouvir a voz desconhecida, a mesma que ouviu durante o dia, enquanto tentava, inutilmente, se mover.

Ainda não estava totalmente revigorado, mas sentia-se bem melhor depois de dormir a tarde inteira. Acordou no fim da tarde e tratou de realizar uma série de alongamentos. Sentiu fisgadas nas costas e assim começou a ouvir a voz novamente.

— Naruto-kun? Você está acordado? — a voz de Hinata soou baixo do outro lado. Ele levantou e caminhou até a porta e abriu, esquecendo-se da nudez de seu tronco.

— Oi, Hinata. — cumprimentou-a sorridente, à medida que as maçãs do rosto dela aderiam um tom avermelhado.

— Oi. Ah... É... O-o jantar será servido em breve, se você quiser se juntar a nós. — informou, olhando para qualquer lugar que não fosse o rapaz a sua frente.

Naruto sentiu-se novamente em uma situação inusitada, e se esforçou para tentar descobrir o que poderia ter acontecido para que ela rapidamente ficasse corada.

— Hinata, você está com febre? — encostou a palma de sua mão direita no rosto dela, tentando medir a temperatura de seu corpo. — Você não deveria sair de casa sem agasalho.

— E-eu... Eu estou bem. Vou esperar por você. — respondeu, correndo para cozinha.

“Baka.”

Fechou a porta e parou seu trajeto assim que notou Kurama assistindo a cena, ele desceu o olhar para seu tronco, alvo do que pareceu ser um olhar entediado da raposa, e percebeu que vestia apenas sua Hakama. Talvez aquilo explicasse o nervosismo da jovem.

A temperatura estava baixa, sentiu um frio tocar seus braços e apressou-se para vestir um dos Kosode que trouxera consigo e colocou por cima o Haori, que ganhou de presente de Jiraiya quando ainda estavam juntos.

O frio tomava de conta da noite, por isso agasalhou-se devidamente para evitar qualquer outro mal que pudesse lhe afetar. Tudo que ele menos queria agora era ficar resfriado, já bastavam as dores nas costelas.

Estendeu os braços para carregar Kurama, porém, ela usou-os como caminho até chegar ao topo da cabeça de Naruto, onde ali sentou. O jovem deu um leve sorriso e saiu em direção à cozinha, encontrando todos os moradores do local reunidos à mesa.

— Estávamos esperando você.

— Boa noite. — disse, ocupando o espaço vago ao lado de Konohamaru.

Os presentes o cumprimentaram com a mesma saudação. Ambos agradeceram e desfrutaram do Curry preparado para ocasião.

Não demorou muito para Hanabi pergunta-lo sobre o que havia acontecido com ele, antes de chegar até ali.

Naruto respondeu divertido como era sua vida e de onde vinha. Era estranho, estava ali há pouco menos de dois dias e sentia-se tão à vontade próximo deles. Seria um erro revelar seus planos para pessoas desconhecidas, ainda mais depois da situação que enfrentara, mas neles ele sentia que podia confiar.

***

19 de dezembro.

A fraca luz do sol invadiu o quarto onde descansou por mais uma noite. Naruto já estava de pé e sentia-se totalmente novo, ou quase.

Todos na casa já cumpriam seus deveres domésticos, e Naruto foi incumbido de ajudar Hinata com a limpeza. Apressou-se para terminar o que lhe fora ordenado, para que finalmente pudesse treinar sozinho. Estava ansioso, ficou um dia de cama perdendo o tempo que ele julgava ser precioso para sua viagem.

Sentia o incomodo em suas costas, mas era algo suportável. Hinata ainda tentou impedi-lo de fazer muitos esforços, mas como um bom cabeça dura, ele negou. Não queria se sentir invalidado na frente dela, nem de Konohamaru. Não queria se sentir um peso para eles.

Aos poucos terminaram de retirar as roupas da área protegida que tinha nos fundos da casa. Arrumar os quartos já não era trabalhoso, visto que passou alguns dias na pousava do senhor Yamato e saiu de lá quase um especialista em dobrar lençóis.

Aproveitou o momento para contar algumas das situações engraçadas que viveu com seu tutor, tentando deixar Hinata mais relaxada perto de si sempre que a sentia nervosa.

Talvez ela não estivesse acostumada com a presença de estranhos em casa. Com esse pensamento, ele decidiu omitir qualquer coisa que denunciasse seu tutor como um pervertido, já que isso também influenciaria na visão que ela teria dele.

O tempo passou rapidamente e o aviso de que o almoço seria estava pronto trouxe os dois para dentro. Konohamaru havia saído antes para ir até centro da cidade, em busca de mais mantimentos para casa, deixando somente os três ali.

Naruto caminhou direto para cozinha à procura de Kurama, que descansava próximo aos pés de Hanabi. Os olhos da raposa se abriram lentamente, encontrando o sorriso largo de seu dono. Ela se espreguiçou e seguiu até ele passando entre seus pés, provavelmente pedindo por comida.

Naruto rapidamente a pegou no colo e andou até o seu lugar na mesa, para que pudesse saborear o arroz que lhe fora servido. Agradeceu pela sua refeição e buscou pelos Hashi sobre a mesa, colocando na mão uma pequena porção para raposa, que comeu ali mesmo.

Almoçaram com pouquíssimas conversas. Naruto descansou em seu quarto até completar a digestão, deixou Kurama no quarto e se apressou para sair atrás de um local onde poderia treinar, alegando que logo voltaria.

A temperatura não estava tão alta, e permitiria que ele ficasse ali por alguns minutos. Iniciou a repetição de gestos que conhecia e ficou assim até sentir os músculos de seus braços reclamarem.

Encostou-se em uma arvore perto dali, massageando os ombros e braços. Talvez fosse consequência de sua exposição ao frio.

— Eu costumava ser mestre de Kenjutsu. — disse Konohamaru, revelando sua presença. — Você sabe que vivemos em um dojo. Não sabe? — questionou, e Naruto afirmou com a cabeça. — Você pode treinar lá dentro. Ficar aqui fora só fará você pegar um resfriado.

— Não quero incomodar.

— Não irá. — o homem sentou-se ao seu lado, oferecendo um pouco de chá em um cantil. — Eu tenho algumas shinais guardadas. Se quiser, posso ensiná-lo algumas técnicas que conheço.

Naruto tentou disfarçar seu entusiasmo ao ouvir aquilo, mas era impossível tirar o brilho que preencheu seus olhos e esconder sua admiração pela proposta.

— Seu estado atual não lhe permite começar de imediato, mas você pode se exercitar. — ele sorri suavemente. — Hinata irá lhe ajudar com seus treinos, principalmente no Taijustu. Pode não parecer, mas ela conhece muitas técnicas de combates corporais.

Ele concluiu, deixando Naruto ainda mais admirado.

— Eu acho que vou precisar mesmo.

— Sim, irá. Eu estava assistindo seus movimentos, e percebi que sua força e conhecimentos atuais são básicos. Eu não sei o que você irá enfrentar pela frente, mas tenho certeza que é algo de extrema importância para o equilíbrio de algo.

Naruto ouviu atentamente as instruções que lhes eram ditas. No fundo ele sabia que encontrar o tal Herdeiro da Lua era só o começo de sua missão.

— Vou me esforçar ‘ttebayo!

— Vai sim. Vamos para dentro, pedirei para que Hinata o acompanhe em alguns exercícios. Seu corpo precisa estar totalmente recuperado e isso irá ajudá-lo.

Não demoraram muito para chegarem ao dojo de Konohamaru. Durante o caminho ele explicou que seria bom para Naruto ele se inteirar tanto do Taijutsu, quando Kenjutsu já que a junção de ambos trariam resultados significantes para ele.

Hinata prontamente aceitou o pedido de Konohamaru, que de início não poderia acompanhá-los.

Naruto fez questão de levar Kurama para o espaço onde ficaria com a moça, para que ela os assistisse, visto que a raposa parecia entender, perfeitamente bem, tudo o que acontecia ao seu redor.

Os primeiros movimentos orientados por Hinata foram executados de forma regular. Não tão perfeitos, porém também não estavam totalmente errados. Ela pediu para que ele fizesse sozinho, mas tropeçou entre os pés e conseguiu deslizar e cair.

“Baka.” Ouviu de repente, e lembrou-se das situações anteriores. Sempre que fazia algo errado ele ouviu essa palavra.

— Hinata, você ouviu isso? — questionou para tirar uma prova e saber se estava louco.

— O-o quê? — perguntou, envergonhada. — Eu não ouvi nada.

— Alguém que fica me chamando de idiota. Ouvi isso diversas vezes ontem. Será que é minha consciência falando comigo? — ele questiona mais para si do que para ela.

A jovem sorri ao procurar pela raposa que assistia a situação ao longe, ele ainda não tinha descoberto, mas para ela era óbvio quem poderia ser, afinal, conhecia muito mais histórias sobre o animal, do que o próprio dono.

— Naruto-kun, vamos continuar.


Notas Finais


Quem será que tava chamando o Naruto de Baka? Mistério, não é? HUSAHSAUSHSA
Espero que tenham gostado!
Tchau galeru :)


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