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História Futatsu no Tamashii - Kaze


Escrita por: Icunha e Patsuan

Notas do Autor


Yo :)
Cá estou eu trazendo capítulo novo, com a maior cara de pau HASUHSAUASHASU
Depois de muita briga entre eu e o meu notebook, e após diversas ameças de mortes vindas da Rafa.
Vocês nem imaginam no quanto eu ouvi e li no skype, por causa desse atraso. Por isso, digo e repito, agradeçam à Rafa pela pontualidade. Sem ela, não seríamos nada.
Então chega de enrolação. Boa leitura!

Capítulo 3 - Kaze


Fanfic / Fanfiction Futatsu no Tamashii - Kaze

Vento

27 de novembro de 1888, Akita.

Era possível ouvir o som dos roncos por todos os cômodos da casa. Jiraiya estava sentado em uma das cadeiras na cozinha, com o rosto apoiado na mão esquerda, enquanto olhava fixamente para seu chá verde à sua frente. Pensando sobre alguns assuntos, ouviu um quase engasgo vindo do quarto e pensou que poderia acontecer duas catástrofes, ou Naruto se afogar com a própria saliva e parar com o ronco, quase ensurdecedor, ou que poderia cair um meteoro na terra naquele exato momento.

Como a mais provável das opções seria o meteoro cair, ele se levanta indo até a entrada da casa para observar os galhos das altas árvores, balançando-se com o soprar do vento de inverno, como se quase tivessem vida própria. Olhou os pequenos rastros na neve e se perguntou que animal teria passado por ali, esquilos talvez.

Respirou fundo, enquanto observava a bruma de calor que saiu no momento que expirou o ar quente de encontro ao ar gelado do ambiente, vira-se indo em direção ao quarto, sem antes parar em frente ao calendário e refletir por um momento.

“27 de novembro...” pensou. Sabia o que essa data significava, e sabia o que deveria fazer.

Chegando ao quarto, aonde pôde ver a cena do garoto loiro dormindo. Avistou o futon que havia dormido na noite passada, que arrumou assim que acordou. Mas que agora, poucos minutos após ter acordado e arrumando, encontrava-se completamente bagunçado, com metade do garoto ocupando seu e o dele próprio, junto com as cobertas todas bagunçadas e uma pequena mancha de saliva, aonde Naruto repousava a cabeça.

Revira os olhos, e decide acabar com aquele som ensurdecedor indo em direção ao garoto.

— Naruto, acorde. — chamou uma vez, mas sem resposta — Naruto... ACORDA!

Ao ouvir o grito perto de seu ouvido, Naruto desperta assustado e automaticamente abraça um dos travesseiros por reflexo. Ainda zonzo pelo sono, vasculha todo o ambiente do quarto, até encontrar Jiraiya abaixado, ficando na sua altura.

— Isso é jeito de acordar os outros? — resmunga.

— Você já se ouviu dormindo? Se pudesse ouvir, você me entenderia perfeitamente. — retruca.

— Aaah. — boceja, enquanto esfrega um dos olhos — Mas qual o motivo de me acordar tão cedo? — pergunta em meio a resmungos.

— Cedo? Já são quase 10 horas da manhã... Mas esquece, se arruma, iremos até a cidade caminhar um pouco.

— Ero-sennin!

— Argh! Não me chame assim.

— Mas você disse que iria me ensinar novas técnicas. Isso não é justo ’ttebayo!

— Não pense em treinos hoje. Vamos relaxar.

Continuavam a caminhada, discutindo sobre o que fariam durante aquele dia frio. Naruto reclamava sobre seus treinos, enquanto Jiraiya tentava fazê-lo entender que aquilo era necessário para eles.

— Todo mundo precisa de um dia de descanso. Aproveite.

— Você não quer descansar, está mais preocupado com suas pesquisas.

O homem continua andando até chegar em frente a um restaurante, onde entra e senta-se acompanhado do garoto, e logo um senhor de meia idade aparece para atendê-los.

— Peça o que você quiser. É por minha conta, fique a vontade.

— Jura? — ele diz, olhando o cardápio de forma desesperada.

— Sim, coma até desmaiar.

Ele pede um saquê, enquanto observa o garoto pedir cinco tigelas, seguidas, de rámem, e sorri ao vê-lo conversar de forma tão espontânea com o dono do local, anos mais velho que ele.

Naruto tagarelava sobre os ingredientes do prato, acumulando mais e mais tigelas em cima da mesa, enquanto os presentes no local gargalhavam das histórias que o mesmo contava, inclusive Jiraiya.

Voltando seu olhar para a janela, avista o sol ao longe indicando que logo eles teriam de continuar caminhando pela região.

— O ramém do Ichiraku é o melhor! — afirmou, batendo em sua barriga.

— Vamos, Naruto. Ainda temos muito a fazer hoje. — disse, saindo do estabelecimento seguido do garoto.

— Eu acho que vou explodir!

— Comendo do jeito que você come, eu não duvido nada disso acontecer.

— Você está muito legal hoje. — respondeu desconfiado — Gastou dinheiro comigo, não assaltou minha carteira. O que você quer? Já vou logo avisando que não vou espiar ninguém com você.

— Eu? Um homem não pode ser legal com uma criança?

— Todos, menos você.

— Ah é? Então não irei ensinar o novo golpe que aprendi.

— Hã? Você disse novo golpe? — perguntou pensativo.

— Sim.

— Então, eu acho que podemos fazer sua pesquisa por hoje, mas só uma olhadinha. — disse, afirmando com a cabeça. O homem parou olhando para ele e gargalhou, enquanto o garoto afirmava que iria ajudá-lo nas suas pesquisas diárias, apenas para aprender o novo golpe.

Prosseguiram pelas ruas pouco movimentadas. Naruto passava a mão pelos braços reclamando do frio que sentia, à medida que Jiraiya freava seus passos, agora entrando em uma loja de Kimonos.

— Quero voltar pra minha cama quentinha.

— É assim que você quer ser samurai? Saímos de casa há poucas horas.

— Você está duvidando da minha capacidade ’ttebayo?

— E você está demorando muito pra escolher o seu Kimono. Vamos logo com isso!

Ele nada responde, apenas sai andando pela loja puxando todos os Kimonos coloridos que viu pelo caminho, a começar de um na cor laranja. O homem balança a cabeça negativamente, pensando no quão ruim é o gosto que o mais novo tem.

Aproveita para ler um dos livros que havia escrito, aguardando-o voltar com suas escolhas, que não demorou muito. Logo ele retornou com os modelos escolhidos, todos com algo chamativo.

— Você viu? Eles couberam perfeitamente em mim!

— O dono dessa loja deve estar feliz. — disse, retomando o caminho.

— Por quê? — questionou o garoto.

— Porque você escolheu todos os modelos mais feios que tinha, se você não viesse aqui hoje, ele provavelmente demoraria até o próximo século para vender.

— Fala de mim, mas é o único que tem um péssimo gosto. Ninguém usa esse treco que você usa na cabeça. É horrível.

— Sou de uma época antes da sua, você não entenderia. — retruca, encerrando a conversa. Ele segue, até a próxima parada, ouvindo em silêncio todas as reclamações do garoto.

No decorrer do dia pararam em algumas lojas de guloseimas. E se dependesse de Naruto, teriam parado em todas da pequena cidade. Visitaram o tempo, fizeram seus pedidos, e ao fim, passaram o restante do dia em uma fonte termal, graças à friagem da estação.

Entraram nos aposentos masculinos e, pela primeira vez, Naruto viu Jiraiya sentar-se e apreciar a temperatura relaxante que lhes era provida naquele local, sem tentar olhar para o outro lado, e muito menos desejar uma área mista.

O rapaz, que já estava bastante desconfiado das últimas atitudes do homem, naquela rara ocasião, diz: — Quem diria que, um dia, eu conseguiria tomar um banho normal com você.

Jiraiya, que estava com os braços apoiados na borda da fonte, abre os olhos e o olha de forma interrogativa, recebendo um revirar de olhos do loiro que tornou a dizer que ele esteve estranho o dia inteiro.

Ouvindo a cada palavra dita pelo rapaz. Ele suspira, talvez um pouco aliviado, pensando no quanto Naruto havia amadurecido, chegando a ponto de perceber as mudanças nas suas ações, já que o mesmo nunca entendia nem mesmo uma piada “pesada”.

Ora, aquilo era muito bom para seu desenvolvimento, pois se algo faltava no garoto, e que ele precisava, era a percepção da situação ao redor dele.

— Continue atento as mudanças. Atenção é fundamental, sempre. E hoje você me provou, mesmo que pouco, que está em alerta ao que acontece com os mais próximos.

— Isso é como um elogio? — pergunta confuso.

Jiraiya ri, afirmando com a cabeça. — Sim, é sim. E como prova de que você cresceu bastante, lhe darei um presente.

— Presente?

— É como se fosse.

— O que é? Diz, diz!

— Na hora certa. — respondeu, enquanto o garoto se jogava próximo a ele, implorando para que dissesse do que se tratava. Mas, dá apenas um cascudo na cabeça dele, dizendo-o para que fosse paciente.

Inspirou fundo antes de imergir seu corpo na água quente, voltando à superfície após alguns segundos, e encontrando um Naruto intrigado, provavelmente tentando adivinhar o que ganharia. Ele era uma pessoa fácil de ler, com uma olhada era possível distinguir se estava bravo, feliz ou inquieto.

O que, no caso, seriam as três opções.

— Já está anoitecendo, vamos. — ordenou, ignorando a bufada que o loiro deu.

— Você bem que poderia me dizer, ao menos, o que é? Quer me matar de curiosidade ‘ttebayo?

— Você é tão apressado, mas era de se esperar de alguém que não aguenta esperar os três minutos de preparo do macarrão instantâneo. — provocou.

— Pra quê tantos segredos comigo ‘ttebayo!

— Não. — retrucou, dando fim a conversa.

Na volta, Naruto não deixou de questionar, nem por um instante, sobre o que ganharia, e, durante o caminho levou incontáveis socos na cabeça, devido à insistência.

Chegaram ao cair da noite, cansados. Aquele fora um longo dia, mesmo que fosse apenas para descanso, Jiraiya alcançou o quarto sendo seguido por Naruto, que se trancou no banheiro ainda reclamando. Trocou suas roupas e aproveitou a oportunidade, para retirar algo que repousava em um fundo falso sob do seu futon.

Separou um agasalho para o garoto, e seguiu calmamente até a cozinha, escondendo o objeto entre suas roupas, esperando a hora exata para entregá-lo.

Naruto voltou para o cômodo usando a roupa deixada por Jiraiya, e se sentou a mesa, ainda entediado.

— O que temos aqui? — disse Jiraiya, sorrindo calmamente — Um rapaz curioso.

— Desisto de tentar convencê-lo.

— E você ainda achou que conseguiria? — provocou novamente.

— Eu vou descobrir ‘ttebayo! — disse abrindo um largo sorriso, e dando uma piscadela — Ai! Ai! Está ardendo. — queixou-se de dor, ao mesmo tempo em que abria e fechava a mão direita.

— Vai sim, mas antes, vamos a outro local mais uma vez. — dito isso, levantou-se abandonando seu lugar a mesa, ele já sabia que era chegada a hora.

Naruto o acompanhou curioso, questionando-o aonde iriam àquela hora da noite. Olhava o local admirado, nunca havia andando por aquela região.

Andaram por determinado tempo, até chegarem ao ponto mais alto da floresta onde viviam. Estavam cercados por árvores, e o único som presente era o do vento, soprando contra seu rosto. O céu escuro e ausente de estrelas, com a Lua com uma metade clara, e uma metade escura, enunciando um Eclipse.

Sentiu sua mão arder mais uma vez, e quando olhou para Jiraiya o encontrou calmo e sorridente, mais do que o normal, retirando um pergaminho de dentro do seu Kimono.

— Hã? Aconteceu alguma coisa? — questionou, sentindo o ardor parar um pouco.

— Preciso que você assine seu nome aqui. — apontou para um espaço em branco no pergaminho.

— Por quê?

— Você saberá. Apenas assine.

— Mas eu não tenho nenhum pincel comigo. — comenta, observando o espaço onde assinaria.

Jiraiya ri, respondendo-o: — Esse pergaminho é um pouco diferente, então você precisa assiná-lo com seu sangue, usando sua mão esquerda.

— Meu sangue? Eu vou ter que me cortar? Eu não! — responde, fitando-o hesitante, mas percebe a segurança no olhar de seu tutor, e então concorda. — Tá, eu assino. — diz, retirando a pequena faca com cabo em detalhes dourados, do pergaminho.

Ele reflete por um tempo, observando o centro de sua mão, onde havia um círculo em branco representando o sol, pensando no que lhe fora solicitado. Então, com a mão esquerda ele corta a palma da mão direita, usando o sangue dali, como tinta para seu dedo indicador, assinando seu nome em Kanjis. — Pronto, e agora? O que acontece?

— Nada. Apenas aceite isso. — retira o objeto de suas vestes. Uma Katana.

Os olhos do rapaz brilharam ao vê-la nas mãos do homem, e logo ele estende suas mãos para pegá-la.

— Eu a guardei por todo esse tempo para você. Era do seu pai. Aprimore suas habilidades com ela, e use-a para proteger aqueles que serão importantes para você.

— Meu pai? — murmura, girando-a em suas mãos, mas percebe algo diferente no homem à sua frente. — Ero-sennin? O que significa isso? — questiona, vendo o corpo de seu tutor transformar-se em pontos amarelos e se perderem no ar.

— Não se preocupe comigo.

— Eu vou... Você vai me deixar sozinho?

— Isso já estava previsto.

— Como assim previsto? — disse, deixando as lágrimas tomarem seu rosto — Você... Isso é brincadeira, não é? Isso só pode ser brincadeira!

— Naruto, eu sou um espírito que viveu esses últimos anos, nesse mundo, somente para cuidar de você. — sorri calmamente — Recebi essa ordem de sua mãe no dia do seu nascimento.

— Minha mãe?

— Há muitas coisas que você precisa saber, mas não sou quem irá lhe dizer. Você vai descobrir isso na companhia de outras pessoas.

— Eu não... Não me deixe sozinho. Eu prometo que acompanharei você em todas as suas aventuras, ajudarei em todas as suas pesquisas, darei todo meu dinheiro se precisar. Mas, por favor, não vá! — grita, aos prantos.

— Acalme-se.

— Eu... Eu quero que você me veja se tornar um samurai exemplar.

— Tenho certeza que se tornará no melhor que o mundo já viu.

— Eu preciso que você esteja próximo a mim, e preciso que acompanhe meu crescimento de perto, você não entende?

— Eu confio em você e o observarei de onde eu estiver.

— Não. Não. Não, Ero-sennin. — diz, apertando sua Katana nas mãos.

— Ache o leque vermelho e branco. Encontre o Herdeiro da Lua.

— Herdeiro da Lua? — sussurra, ainda chorando — Eu não estou entendendo nada.

— Logo você entenderá. — diz, enquanto as últimas partes do seu corpo somem — Foi muito bom viver com você durante esses anos, todas as risadas, suas atrapalhadas e seu gasto excessivo com comida são as melhores lembranças que levarei daqui. Eu nunca irei me esquecer de nada disso. Continue dando o melhor de si, treine bastante e lembre-se, você nunca estará sozinho.

Naruto ouve atentamente a cada palavra, vendo-o sumir mais e mais, e então corre em direção a ele, dando um abraço apertado que é correspondido na mesma intensidade. O homem bagunça seus cabelos loiros em forma de confortá-lo, sem muita eficácia, mas ainda sim é um refrigério.

— Agora eu preciso ir. As coisas agora ficarão mais difíceis, os inimigos se aproximam, mas eu acredito em você, sei que ultrapassará tudo, afinal, já é um homem. Minha missão aqui está finalizada. — finaliza, desaparecendo por completo.

— Ero-sennin. — sussurra baixinho, e cai de joelhos abraçado às suas vestimentas, ao mesmo tempo em que ele se transforma em múltiplos pontos amarelos, que são levados pelo vento. Ele se mantém ajoelhado na neve, até sentir um volume a mais no Kimono em que estava abraçado, descobrindo ali, um ovo de cor branca com manchas em cor laranja, acompanhado de um pergaminho.


Notas Finais


E aí gentê, o cês acharam?
A Rafa vem com o próximo cap cheio das emoções.
Um cheiro pra vocês!


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