Acordei num lugar diferente, abri os olhos mas eles doeram com a claridade e fechei novamente. Ouvi uma voz falando comigo
Sarah, oi tá tudo bem eu to aqui com você filha. - forcei e então abri os olhos novamente. Era minha mãe que estava ali segurando minha mão.
- oi mãe, como vim parar aqui? O que aconteceu? - estava num quarto de hospital - tá tudo bem com o bebê?
- calma filha, tá tudo bem. Você só passou mal e o Caio te trouxe pra cá. você teve uma queda de pressão, não pode se estressar muito querida... - fiquei aliviada por estar tudo bem com o bebê, ainda não acreditava que tava grávida
mas mesmo assim já estava apegada a ideia. Um sentimento ambivalente, muito estranho...
- cadê o Caio? - perguntei lembrando do que tinha acontecido.
- ele está lá fora, não quis ir embora, quer que eu o chame? - balancei a cabeça e ela saiu para chamá-lo
- oi - ele entrou sorrindo nervoso - como se sente?
-to bem - falei e sorri fraco pra ele
-olha, me desculpa pelo que fiz não sabia que ia te fazer mal, não quis passar dos limites... Fiquei muito preocupado...
- tá tudo bem Lilo, você não me faz mal. Tá tudo bem. - falei sincera olhando em seus olhos
- ok... Olha, já vou indo, só estava esperando você acordar... - falou soltando minha mão e indo em direção a porta
- por favor, não vá. Fique comigo, quero ir embora logo, não quero ficar aqui sozinha. - pedi
- tudo bem então, só vamos fingir que aquele beijo não aconteceu, por favor - ele falou, fiquei desapontada mas não tive tempo de pensar sobre o assunto porque na mesma hora uma enfermeira entrou no quarto.
- olá, como se sente? - perguntou enquanto mexia no soro que estava pendurado conectado na minha veia.
- me sinto bem, quando posso ir embora? - perguntei ansiosa
- agora mesmo, o médico assinou sua alta e vim aqui para liberá-la. Mas lembrando não pode fazer esforço e - olhando para Caio disse - não pode se estressar também, certo pai? - ele sorriu fraco
- ele.. não... - tentei dizer mas ele me interrompeu
- pode deixar moça, vou cuidar muito bem da mamãe aqui. - falou estendendo a mão para me ajudar a descer da cama.
Saímos do quarto, minha mãe e a mãe de Lilo estavam do lado de fora esperando.
-Graças a Deus - a mãe de Lilo disse enquanto minha mãe sorriu me abraçando de lado.
- vamos logo embora por favor, tô morrendo de fome - falei e minha barriga roncou e todos riram.
fomos num restaurante ali perto, eu comi muito, nunca pensei que aguentasse comer tanto. Enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias. Minha mãe e a mãe de Lilo falavam do trabalho enquanto eu e ele comíamos.
- e ai Caio já sabe pra qual faculdade vai? - minha mãe perguntou e na mesma hora eu olhei pra ele esperando a resposta.
- ainda não sei, tô pensando em fisioterapia ou educação física - falou enquanto levava o garfo a boca
- e você Sara, já sabe como vai fazer a partir de agora? - a mãe de Lilo perguntou e se instalou um clima tenso
- então... Tava pensando em fazer fisioterapia também mas agora não poderei mais. Estou pensando em arrumar algum emprego por enquanto, pra ajudar nas despesas durante a gravidez e depois que o bebê nascer a mesma coisa, trabalhar! - falei comendo
- nem pense nisso, não há necessidade eu e seu pai ajudaremos, não vai precisar trabalhar por enquanto. Você sabe disso - minha mãe disse num tom que preferi não contestar
- mas e aí você prefere menino ou menina? - a mãe de lilo disse sorrindo, acho que para acabar com o clima ruim.
-Ah não sei, acho que a ficha ainda não caiu. - disse olhando pro prato e comendo a última batata frita e depois olhando pra ela
- Sei bem como é... A minha ficha só começou a cair quando a barriga começou a crescer - a mãe de lilo falou e sorriu
- tomara que seja um menino, para ser meu parceiro de video-game - lilo falou implicante me olhando, porque sabia que eu sempre fui uma negação nisso. E eu ri.
- querem sobremesa? - a mãe de Lilo disse e então me deu uma vontade enorme de comer um doce
- eu quero algo doce, vou lá no balcão escolher. - levantei e andei até o balcão onde tinha uma torta de chocolate que me parecia suculenta.
- moço, põe uma fatia dessa torta pra mim por favor. - esperei até que ele me deu a fatia num pratinho e retornei a mesa. Comi saboreando o bolo.
- estava mesmo uma delícia - falei levando o último pedaço a boca e respirando, enquanto lilo só olhava pra mim sorrindo - o que foi?
- nada, só você devorando tudo aí - falou e sorriu. Nesse momento senti meu estômago revirar e me deu vontade de vomitar e corri pro banheiro deixando todos no restaurante me olhando e o Caio, minha mãe e a mãe dele sorrindo.
Quando voltei, estava suando de tão mal que passei.
- que droga tava tão boa a comida...- falei respirando fundo enquanto eles levantavam para irmos embora.
- De agora em diante, vai ter que se acostumar com os enjoos - minha mãe falou e sorriu.
E eu pensei, que droga!
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