1. Spirit Fanfics >
  2. Galáxia Love >
  3. Único: eu quero descer

História Galáxia Love - Único: eu quero descer


Escrita por: OnlyOneGalaxy e Bleendy

Notas do Autor


Primeira vez postando uma história dentro desse projeto lindo de cheiroso, e maravilhoso, nervosa? Um pouco, só que muito, espero que gostem e dêem muito amor ao projeto e ao grupo *__*

Capítulo 1 - Único: eu quero descer


Alguém pode me ouvir? Eu estou falando comigo mesmo? Minha mente está se tornando vazia nessa busca por alguém… Por que nesta noite eu estou me sentindo um astronauta, mandando S.O.S dessa minúscula caixa… Por favor, eu posso descer?

Park Jisung cantarolava baixinho enquanto caminhava em passos arrastados pelos compartimentos da pequena nave, olhando atento a cada janela que passava por seu caminho, a cada nova imagem e situações repentinas que acontecia do lado de fora, naquele vasto universo, deslumbrante e ao mesmo tempo; tão solitário.

Bom, talvez tivesse esse pensamento por se sentir exatamente assim, solitário, desde a partida dos outros tripulantes da nave em busca de um planeta habitável, deixando o jovem de cabelos platinados na responsabilidade da nave mãe.

No início, Park Jisung era apenas um jovem de quinze anos, que se animou com a ideia, com a responsabilidade e a esperança de pôr um fim, poder sair de dentro daquela nave e conhecer novos ares, novas formas e vidas, mas agora, ela já tinha vinte e seis anos. Não teve nenhuma notícia dos que partiram e isso deixava seu coração ainda mais apertado, tinha medo de nunca mais os ver, ainda mais quando a nave mãe já dava sinais que não aguentaria ficar em órbita por muito tempo, o oxigênio era cada mais difícil de encontrar; fazendo Jisung se esforçar mais para respirar. O cheiro de fios queimados piorava ainda mais sua situação.

Ele sentia medo de morrer sozinho, esquecido no vasto universo, de partir e nunca ter conhecido nada além de paredes de aço brancas e um universo sem fim. Quando chegou a cabine de controle, onde lá, tinha uma visão mais ampla de tudo que havia do lado de fora daquela nave, ele respirou fundo, soltou o ar dos pulmões e apoiou as mãos no painel de controle, onde pode rolar os olhos pelo universo a sua frente, se deparando com a galáxia “Love”, uma que ele apelidou assim, por sempre existir ali, mas nunca saberem de fato se era uma galáxia, ou uma nebulosa, mesmo que se assemelhasse a um buraco negro de tons brancos e azuis.

Ninguém, em todo esse tempo que a nave estava ali, conseguiu de fato saber o que era com exatidão, e ele por ser totalmente apaixonado por suas cores, decidiu por si só dar um nome e uma definição para “seja lá o que for”. E passar algumas horas ali, de frente para aquela galáxia, o fazia se sentir menos sozinho, pois ele acreditava, que alguém, ou alguma coisa, naquele lugar, também olhava para ele; e buscava formas de o buscar, de lhe tirar daquela solidão e mostrar os mistérios que haviam dentro dela. Às vezes, é bom se iludir.


(...)


— Kyubin! Já disse para sair dessa poeira, não teme cair?

Um rapaz de cabelos arroxeados, de pele tão branca quanto a neve e olhos brilhantes se aproximava do amigo, que estava sentado sobre uma das pedras que flutuava em volta do buraco negro Orion, com o queixo apoiado nas mãos e os olhos fixos no objeto desconhecido ao longe deles. Kyubin de lá conseguia ver, mesmo com dificuldade, um ser que a tempos gostava de observar, que sempre ia para a frente do objeto e olhava em direção a seu mundo, mas nunca soube, que tipo de ser vivente era aquele.

— Cair? Por favor, Yongsoo. – Kyubin riu anasalado. — Se eu cair, você me puxa de volta! 

Yongsoo revirou os brilhantes olhos, e os rolou na direção do objeto à frente deles.

— Hoje é seu aniversário, deveria ir aproveitar do que ficar observando esses aliens. — Voltou a olhar Kyubin, que em nenhum momento tirava os olhos escuros como a noite da direção dos “aliens” — Já pensou o que vai escolher de presente? Um universo novo? Um planeta, até mesmo…

— Eu quero ir até lá! – Interrompeu Kyubin. — Quero o conhecer!

Yongsoo olhou surpreso para o amigo, isso era uma ideia estúpida, e um tanto quanto suicida, nenhum dos seres cósmicos de Orion haviam ultrapassado a linha de saída, e se houve algum corajoso; não conseguiu voltar para contar história.

— Isso é suicídio, Kyubin, por favor pense em outra coisa, os anciões não irão permitir isso, por favor, escolha um planeta novo para Orion, algum que… — Yongsoo parou de falar ao notar o olhar fixo do amigo, porém triste, vazio. — Quer mesmo fazer isso?

Por fim, Kyubin encarou Yongsoo ao seu lado, e anuiu. Yongsoo colocou as duas mãos na cintura e voltou a olhar o pequeno objeto a frente de Orion, suspirou, contudo, um sorriso se fez em seu rosto ao ter uma grande ideia.


(...)


Park Jisung sentia os olhos pesando, talvez estivesse passando muito tempo contemplando “Love”, e evitando prejudicar a visão se levantou da cadeira, dando alguns passos para pegar o rádio de comunicação, não deixando a esperança de ser respondido morrer.

Mas, novamente, apenas o chiado do rádio conversava com ele. Frustrado, devolveu o aparelho ao seu suporte e decidiu que seria melhor dormir, mais alguns passos foram dados em direção a porta de saída, até que um apito irritante o fez parar no meio do caminho e olhar o painel por cima dos ombros, onde pode ver o sinal vermelho piscando no grande painel, ele voltou tão rápido que mal pode ver quando chegou e bateu os olhos na tela que anunciava a baixa de oxigênio.

— Vinte minutos!

Confirmou consigo mesmo o tempo que ainda tinha de oxigênio, de imediato se desesperou, o medo lhe corroendo por dentro, mas em meio ao pavor, se lembrou que o desespero iria cobrar mais de seus batimentos, consequentemente de seu oxigênio. Park voltou a rolar os olhos para a janela da cabine, onde frente a si, estava sua “galáxia companheira”, ele fechou os olhos, visando se acalmar, e lentamente voltou a se sentar; relaxou os ombros e abriu os olhos se inclinando para ligar a música Astronaut. Um pequeno luxo que um dos antigos tripulantes trouxe a nave outrora.

E, enquanto a música rolava, permitiu-se conversar mentalmente com aquela enorme poeira cósmica não identificada, até não conseguir mais manter seus olhos abertos e nem soltar mais o ar dos pulmões.

“Agora eu deito acordado e grito na gravidade zero, e isto está começando a pesar em mim.

Vamos abortar a missão agora, posso por favor, descer?”

Seu peito começava a pesar, a visão já era turva, Park Jisung lentamente se despedia de sua galáxia em tons azuis e brancos e, se lamentava, por tudo acabar de forma tão solitária


(...)


Os olhos se abriram com dificuldade, a visão continuava turva, Park Jisung lutou para se levantar pois sentia seu corpo mais pesado, como se de repente a gravidade o puxasse. E com muito, mas muito esforço, conseguiu sair da cadeira cambaleando e precisando usar o painel de controle como apoio para o corpo não ir ao chão, e somente quando direcionou o rosto na direção da janela da nave, que percebeu a luz forte atravessando o vidro; o forçando a levar a destra a frente do rosto para se proteger dela.

E, somente quando sua visão se acostumou com a claridade, que pode pôr fim abaixar a mão, e se espantar com a imagem que via a sua frente. Tudo tinha muitas cores, árvores rodeando o que parecia ser um pequeno lago, um céu azul com algumas poucas nuvens manchava sua cor, pássaros passavam voando desinibidos diante de seus olhos.

Park Jisung sentiu os olhos encher, o coração acelerar e num surto de euforia correu por entre as cabines até a porta de saída da nave, respirou bem fundo e contou até três antes de acionar a alavanca que abria as escotilhas, que foram se abaixando de forma lenta, deixando o vento quente invadir o interior da nave; tocando sem delicadeza nenhuma a pele de Jisung, jogando seus fios para trás.

Quando, finalmente, a porta havia virado uma rampa, ele desceu, tropeçou algumas vez por estar olhando tudo à sua volta, todo aquele cenário que nem na sua imaginação mais criativa poderia imaginar.

— Eu morri, e estou no paraíso? — disse, ainda boquiaberto a tudo, mas mesmo que fosse, nunca havia se sentido tão vivo.

— Não, você só caiu aqui!


Jisung se assustou ao ouvir uma voz masculina vinda de algum lugar, ele rodou algumas vezes em torno de si mesmo, buscando, até que por entre as árvores, um rapaz alto e magro, com cabelos pretos e um sorriso largo apareceu, parou próximo a Park Jisung e cruzou os braços.

— É bom te ver de novo, hyung!

— Wo… Wookjin? — Seus olhos dobraram de tamanho, deixando uma lágrima escapar sorrateira, seu queixo custava a voltar para o lugar.

— Faz muito tempo, hyung, mas é bom te ver! — disse o jovem sorridente, que não se acanhou em puxar o corpo de seu hyung para perto de si, abraçando-o com toda força que cabia em si.

Jisung tentava decifrar como tudo tinha acontecido, como havia parado ali, e onde era o “ali”, com toda certeza, havia morrido.

— Uma grande luz te trouxe aqui, não sei exatamente o que era, mas está na terra, hyung. — Wookjin saiu do abraço, encarando o mais velho. — Tentamos avisar a nave de onde estávamos, mas não conseguimos sinal algum.

— Você… tinha só nove anos quando saiu, como? — Park Jisung deixou a risada tomar conta de si.

Não importa como, se estava vivo ou morto, o que importa era que estava em um lugar onde poderia respirar, estaria com seus amigos, e não mais solitário como antes. Finalmente, ele havia descido.


(...)


Kyubin encarava a chave em sua mão, com um sorriso satisfeito no rosto, enquanto observava o mundo que eles chamavam de terra que ficava dentro de Orion.

— Foi por pouco! — Yongsoo respirava fundo, arrumando a franja sobre a testa. — Quase não conseguimos sugar a nave a tempo.

— Foi genial usar o vórtice para trazer a nave para mais perto Mill, mas como sabia que os amigos aliens dele, estavam presos na terra?

— Quando ganhei a terra de presente, alguns aliens invadiram sem querer Orion, ficaram escondidos lá, e como não me causaram problema não contei aos anciães, mas — Yongsoo dava toques no ombro de Kyubin —, sinto muito por não poder conhecer ele pessoalmente, mas ele parecia que ia morrer!

— Bom, pelo menos ali eu posso ir, quem sabe um dia não o conheça, sem ter que correr contra o tempo e o suspiro de vida dele, não é mesmo?

— É… Mesmo nem sabendo o nome dele, mas é. — Yongsoo dava de ombros.

— Mas eu já dei um nome a ele! — Kyubin cruzava os braços, com um sorriso ladino no rosto.

— É mesmo? E qual foi? — Yongsoo arqueava a sobrancelha, encarando o amigo.

— Love!


(...)


Park Jisung, finalmente, havia encontrado os antigos tripulantes de sua nave, se entristeceu ao saber que com o decorrer dos anos, alguns haviam partido, mas haviam encontrado um planeta chamado terra; onde havia frutos maravilhosos, oxigênio a reveria, água e vida, muita vida.

Dessa vez ele se viu rodeado de pessoas, mas ainda se sentia vazio, trocando a janela da cabine pela grama, sentando-se em frente ao rio para contemplar a noite estrelada, não via mais sua galáxia Love, mas sentia que em algum lugar do universo, ela ainda estava o olhando.

E ele sorriu, fechando os olhos, podendo buscar em suas memórias, o pequeno ser, que via distante, sentado o observando; esperando que um dia sua galáxia pudesse o visitar.

Não importa se ele está vivo ou não.

Não importa se está na terra ou no meio do universo.

Ele sempre vai contemplar a galáxia Love, ou… O ser que habitava nela e lhe fazia companhia em meio a sua solidão.


Notas Finais


Capa feita pela lindeza @beomhae 💕
Betagem feita @ImTheLeader 💕
Obrigada meus amores pelo trabalho e carinho feito 💕


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...