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História Garota da Praça - Binuel - Oito - Conversa Reveladora


Escrita por: JonFanfics

Notas do Autor


Olá, vamos para mais um capítulo?
Antes de lerem gostaria de falar algo. A fic tá ruim? Pq temos poucos comentários. No cap anterior so teve um, mas mais de 50 visualizações. Me pergunto se estão gostando realmente da fic.
Bem, agora vamos ler?

Capítulo 9 - Oito - Conversa Reveladora


Dias depois.. 

 Cerca de quatro dias haviam se passado. Podia até parecer pouco tempo, mas para Manuel Quemola Gutiérrez era uma enternidade. Sentia-se vazio, impotente. Como se uma parte dele lhe tivesse sido arrancada no momento em que Bia foi levada. Ele a amava, muito. Sabia que era loucura ter se apaixonado tão rapidamente, mas o amor não escolhe tempo ou circunstâncias. Simplesmente acontece. E com o moreno havia se dado desde a primeira vez que vira aquele anjo sentado no banco da praça. Naquele instante, seu coração bateu mais forte, arrepios percorreram seu corpo e uma felicidade sem tamanho lhe acometeu. Então soube. Havia finalmente encontrado o amor o qual tanto esperara a vida toda. O cupido atendera suas preces. 

 Amava Bia, disso já não havia a menor dúvida. E lhe matava aos poucos não ter notícias dela, saber se estava bem, se estava precisando dele. Manuel podia não entender muito bem o dilema pelo qual passava sua amada, mas de algo tinha plena certeza. Ela estava em perigo, enquanto o mesmo se sentia um estúpido por não poder fazer nada, nem ao menos saber onde a morena estava. Era um inútil, completo inútil, como muitas vezes lhe dizia seu pai. Antônio tinha razão quando apontava para o fato dele não servir para nada. Quando finalmente encontrou o tão sonhado verdadeiro amor, o deixou escapar tão rápido quanto chegou. 

 Manuel limpou as lágrimas salgadas as quais eram uma constante para ele desde o dia em que Bia desapareceu, suspirou e pegou seu teclado o qual apelidara carinhosamente de Espanha. Sorriu levemente. Somente a música tinha o poder mágico de acalmar sua aflição, mesmo que temporariamente. Naquele simples instrumento e nas notas as quais saiam dele, estava seu melhor remédio. 

 Começou então a tocar a melodia de uma nova música que havia composto. Pensando nela. Sua inspiração. Se chamava Cuéntales, pois era isso que Manuel mais queria, contar para todos que apesar das circunstâncias Bia estava melhor ao seu lado e ele ao lado dela. 

 — Cuéntales, te enamoraste por primera vez, sin darnos cuenta nuestro mundo cambié - Cantou a primeira estrofe do refrão baixinho e percebeu pela milésima vez o quanto aquilo que cantava o definia. Ele não conseguia evitar pensar nela, Bia simplesmente resolveu se apossar de sua mente e apenas ela a ocupava, e mais nada. Havia se tornado seu mundo em pouquíssimo tempo. Chegava a ve-la em outros rostos, e o fato de não ser realmente quem procurava o torturava de uma forma sem medida. 

 — Sabes todo de mi, no puedo estar sin ti, pero cuéntales, que no pienso rendirme esta vez, y esa promesa que no te iba a perder, no la voy a romper. 

 Essa segunda estrofe inevitavelmente fez Manuel voltar ao último dia em que a vira e nas palavras dela pedindo para que ele a esquecesse, que seria o melhor a fazer. Todavia, isso era algo que o espanhol via quase impossível fazer. Ele a amava demais, e não a conseguiria tirar da mente nem que quisesse. Pois quem mandava era o coração. E nele Bia já tinha um espaço mais que garantido. E ele havia prometido para si mesmo que faria de tudo para não perde-la. Iria encontra-la.

 Manuel apenas queria ve-la sorrir e nunca mais chorar por motivo algum. Mas principalmente, queria poder te-la em seus braços, junto a ele. Onde estaria acolhida e protegida de todo o mal que a pudesse atingir. Mas, tinha medo que nunca mais a visse na vida, que ela fosse apenas uma lembrança dolorosa mas também linda. O atormentava pensar que podia nunca mais apreciar a beleza dela, ou simplesmente poder abraça-la. Doía pensar nisso. E muito. 

 Interrompeu seus pensamentos e a música assim que sentiu o vibrar de seu celular. Revirou os olhos ao olhar para a tela e ver que haviam mais de cinquenta ligações de Carmín, outras oitenta de Alex, e dez de seu pai. Pousou o celular na bancada. Sabia que estavam preocupados com seu sumiço e seu estado, bem, talvez Antônio nem tanto, mas não queria falar com ninguém. Não conseguia. Precisava se isolar. Ficar sozinho. E exatamente por isso alugara um quarto de hotel de beira de estrada, já na saída de Buenos Aires, por alguns dias. Era aconchegante o suficiente para ele. E embora ainda pensasse em Bia e em toda a dor que sentia, lhe fazia bem ficar apenas ele, sem ninguém lhe incomodando. 

 Suspirou, se levantando da cama. 

 — Bia, meu amor? Onde você está? - Se viu perguntando, passando as mãos nos cabelos com frustração. - Preciso de você. 

 Foi quando ouviu bateram na porta. Arqueou a sobrancelha. Quem seria a essa hora da noite? A faxineira não trabalhava nesse período, tampouco havia pedido nada do serviço de quarto. E ninguém sabia seu paradeiro, então não tinha a menor ideia de quem poderia ser. 

 Curioso, abriu a porta rapidamente e sentiu um misto de surpresa, confusão e raiva ao ver a pessoa que estava na sua frente. Era Rafael. O desgraçado que a levara dele. O que ele fazia ali? E como sabia onde encontra-lo? Manu não fazia a menor ideia, mas de algo tinha certeza. Queria encher esse cara de porradas. Cerrou os dentes e trincou seu maxilar, tentando controlar seu ódio. 

 — Você? O que faz aqui desgraçado? E onde ela está? ONDE? - Exigiu saber, sua voz beirando a irritação a qual também subia por todos os poros de seu corpo. 

Rafael suspirou, entrando no quartinho sem ser convidado, mas Manuel não se importou. Apenas queria saber de Bia. E de mais nada. 

 — Então, cara. Eu sei que deve estar querendo me matar. - Começou o outro rapaz, suspirando e tentando disfarçar seu desconforto por estar tendo aquela conversa. - E sinceramente, eu também faria o mesmo em seu lugar. - Confessou. 

 Vendo que Quemola se preparava para rebatar sua fala, o capanga do Mestre levantou a mão, em um claro pedido para que o espanhol permanecesse em silêncio. 

 — Eu sei, eu sei. Quer saber da Bia. Mas, me deixa  falar tudo e depois, se ainda quiser me matar pode faze-lo a vontade, ok? - Deu uma risada nervosa ao final. Manuel, sem paciência alguma para suas brincadeiras, apenas se limitou a dizer: 

 — Fale de uma vez. 

Rafael respirou fundo.

 - Bem, eu te segui por esses dias sem você saber, e não foi difícil driblar a recepcionista para que me deixasse entrar aqui. Mas, a questão é que eu estou aqui a pedido da Beatriz. E antes que pergunte, ela está bem e segura. Eu não lhe fiz nenhum mal, nem lhe entreguei ao Mestre. Nunca foi minha intenção fazer isso. Como também não podia deixa-la perto de você, o filho do homem que poderia botar tudo a perder. 

 — Perai. - Manuel perguntou, sem entender. - O que meu pai tem haver com tudo isso? E porquê achou que eu seria perigoso? Eu amo a Bia, nunca a faria mal. - Falou com rispidez, sua inimizade para com o rapaz crescendo mais a cada instante.

 — Eu sei que você a ama. - O loiro respondeu, sorrindo. - Vi na forma como a olhava e ficou desesperado quando eu ia leva-la. Mas, estando perto de você automaticamente ela se aproximaria de seu pai, caindo justamente na emboscada preparada pelo Mestre. Bia fugiu para Buenos Aires pensando que estaria livre do pesadelo, e iria seguir as instruções de Helena, uma amiga, que a instruiu a procurar Antônio Gutiérrez, dizendo que ele poderia ajuda-la. O Mestre sabia que uma hora ou outra ela acabaria fugindo, então nada melhor que manipular Helena para aconselhar Bia a ir até uma pessoa que ele confiasse caso Isso ocorresse. Era tudo uma armadilha. Pois o Mestre controla todos os nossos passos, somos apenas peças no jogo doentio dele. - Confessou ele, sentindo lágrimas lhe invadirem os olhos ao lembrar de tudo que havia passado nas mãos daquele psicopata. Felizmente conseguira acordar a tempo. 

 Manuel ouvia tudo atentamente, e cada vez entendia menos. Aquilo tudo parecia um quebra-cabeças o qual era impossível montar pois faltavam peças as quais estavam perdidas para sempre. Não sabia o que pensar. Mas queria saber de tudo.

 — Quem é esse Mestre? E o que meu pai tem haver? - Indagou, mexendo as mãos de um lado para o outro em uma forma de se acalmar. Ao ver que Rafael seguia em silêncio se irritou. - DESEMBUCHA DE UMA VEZ CARALHO. - Vociferou o rapaz, com o rosto bem próximo do rosto do outro, e apontando-lhe o dedo, enfurecido. 

 — O Mestre é o ser mais perigoso que existe. Todos somos marionetes usadas a seu favor, mesmo sem saber. É melhor que não saiba de nada por agora. Para sua própria segurança. Só estou aqui porque Bia queria muito que eu te acalmasse. E que soubesse que não a entreguei ao Mestre. - Retrucou. 

 — Tá, mas porquê não a entregou ao Mestre, seja ele quem for? Porquê pelo que percebi é um dos capangas dele, não é mesmo? Sendo assim, como posso confiar em suas palavras e acreditar que a Bia está bem? - Pressionou Manu, decidido a arrancar o máximo de informação possível daquele traste. Não confiava plenamente nele, mas algo lhe dizia para confiar e Quemola só queria entender seus motivos para supostamente ter salvo Bia. Sua Bia. 

Rafael suspirou. Teria que contar a verdade a ele. Se Bia confiava nele também iria confiar. - Eu protegi a Bia simplesmente porque é meu dever. Porque a pouco tempo descobri que ela era minha irmã que nunca havia chegado a conhecer ou sequer sabia que existia, pois o Mestre me havia levado anos antes que a mesma nascesse. Esses anos todos estive perto de uma parte da minha verdadeira família sem saber. E agora que a encontrei não a deixarei ir. Cumprirei meu papel de irmão mais velho e a protegerei de tudo e de todos. Nem que para isso tenha que morrer em seu lugar. - Revelou o loiro, sentindo lágrimas descerem por seu rosto enquanto Manuel o encarava impactado, sem saber o que dizer. 


Notas Finais


Gostaram?
Aposto que não esperavam por isso, rsrs. Tem muito mais surpresas por aí.
Deixem seus comentários.
Até mais.


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