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História Garota Má - Drastória - Capítulo XV


Escrita por: Samm_Rockman

Notas do Autor


#Lumus

O primeiro beijo do casal, pq eu amo vcs!

Capítulo 15 - Capítulo XV



Ela bate a porta de seu armário do vestuário. Uma pessoa escorrega para seu lado.

— Malfoy — diz com o eterno desprezo imposto na voz.

— Greengrass — retribuí o cumprimento. — O que está fazendo aqui? — indaga encostando o ombro nos armários e apoiando a ponta do seu pé direito no chão. — O treino acabou faz horas.

— Colocando minhas coisas no armário que pertencia a Quenks — fala sem o olhar.

Ele encara o compartimento que seria ao lado do seu se não fosse pelo de Benedict, que jazia no meio dos dois.

— Ele já veio buscar as dele? — indaga.

A garota somente faz um gesto apontando para o chão onde uma poeira de objetos destruídos estavam.

— Usei um Bombarda — informa dando de ombros.

Draco assente curioso sobre a qual seria a reação do ex-rebatedor vendo suas coisas bombardeadas.

Um momento sem sons prossegue.

— Vim agradecer — ele quebra o silêncio falando.

A sonserina só assente, sem o encarar. Não dava muita importância por ter feito o encantamento de ilusão para esconder a Marca Negra dele, mas tinha que agradecer de qualquer modo.

— Já que agora somos do mesmo time — diz tomando a palavra e se desencontando dos armários —, poderia desfazer esse feitiço?

Ela franze o cenho.

— Que feitiço?

Draco revira os olhos.

— Vamos, Greengrass — ele pede impaciente. — Nós dois sabemos que é mais inteligente do que isso...

— Acho que deve parar de insuniar que sou burra — era perceptível a ameaça —, e revelar o que não estou compreendendo, Malfoy — diz focando sua atenção nos olhos cinzas tempestuosos.

— O feitiço que fez para me desconcentrar no jogo — diante da face de confusão dela, ele esclarece: — O seu cheiro.

A sonserina arqueia a sobrancelha por um segundo como se tentasse se lembrar, mas acaba enrugando novamente o cenho.

— Não fiz feitiço nenhum, Malfoy — diz por fim.

Ele abre a boca para falar algo, mas nada sai.

Sua mente não poderia ter inventado isso. Era, humanamente, impossível.

Fica perdido em seus pensamentos que nem nota que a tal garota já havia se retirado do vestuário e caminhava para o campo de Quadribol, onde o cruzaria para chegar até o castelo.

Corre para alcançá-la e quando o faz, caminha ao seu lado.

A sonserina somente arqueia a sobrancelha negra sem fitá-lo e anda em seu passo normal, com calma e sem pressa alguma.

O vento fresco batia em seu cabelos, o fazendo voar para trás. As densas trevas negras dos fios bagunçam de um jeito belo, caindo por entre seus olhos e a testa pálida e branca.

— Porque está me olhando como um idiota, Malfoy? — pergunta com as íris verdes e perigosas voltadas á ele.

Draco põe as mãos no bolso e ignora a indagação desviando o olhar para o horizonte.

— O tempo está bonito — comenta levantando sua face para o sol, sentindo os raios do astro baterem e esquentarem seu rosto.

As flores do jardim de Hogwarts já estavam desabrochando e abrindo as coloridas pétalas de uma nova estação que surgia.

— Porque está fazendo isso? — a questão o pega de surpresa.

— Isso o quê? — pergunta encolhendo os ombros com uma brisa fria.

— Me acompanhando e conversando comigo — um brilho ameaçador surge em seus olhos. — Não pedi para que fazesse isso, Malfoy.

— Só estou a acompanhando, Greengrass — fala começando a ficar irritado. — Não é nada demais em se fazer com uma companheira de time.

Desconfiada, o analisa minuciosamente, para descobrir algum vestígio de segundas intenções, mas aceita a desculpa do apanhador.

Chegam ao castelo.

Os corredores estavam agitados com a troca de aulas. Draco e a sonserina caminhavam até a sala de Encantamentos mas são parados por uma figura que vinha agressivamente ao encontro dos dois.

— Sacage — Malfoy o cumprimenta.

Jake o ignora e se concentra na Greengrass com os olhos brilhando de ódio.

— É verdade que entrou para o time da Sonserina? — indaga quase rosnando.

— Pertenço às Serpentes, Sacage — diz tediosamente — , é óbvio que serei jogadora de minha Casa.

Os punhos do grifinório repetente se fecham com força.

— Mas jogou pela nossa, Asty — fala furiosamente destacando o apelido dela.

— Greengrass pra você — diz com as esmeraldas cintilando em veneno. Se aproxima perigosamente. — Só fiz isso para me vingar de Zabine, jamais colocarei aquele uniforme vermelho e dourado novamente. Como Malfoy falou — um sorriso debochado se forma em seu rosto: — Sou uma sonserina.

A platéia do corredor havia aumentado consideravelmente. Draco não se surpreenderia se dissesse que toda Hogwarts presenciava a discussão.

Jake lançou um olhar de ódio e desprezo para Malfoy.

Ótimo. A Greengrass o havia incluindo na confusão. Se desse sorte, talvez saísse com um olho roxo e alguns ossos quebrados.

— Está com ele agora, Asty?

Ela ri com gosto.

Jamais — destaca e as íris verdes brilham em sinal de perigo. — E já disse que é Greengrass pra você.

Ela anda um passo para sair da presença do apanhador pertencente aos Leões, mas Jake a segura pelo braço.

— Pensei que tivéssemos algo, Asty — fala amargamente e com os olhos molhados.

Ah, Merlin.

Draco não conseguia acreditar.

Jake Sacage iria chorar.

Um brilho diferente e quase imperceptível passou pelos olhos da garota antes de se soltar dele.

Foi aí que Malfoy vira a Greengrass se transformar na Destruidora.

— Eu e você? — indaga e ri. — Nunca tivemos nada e nunca teremos, Sacage — um sorriso presunçoso se formou em seu rosto quando ela cruzou os braços. — Não é homem o suficiente para mim. Nem deveria pertencer à sua Casa. Não passa de um covarde metido a valentão que não tem honra para assumir seus próprios erros — aponta o dedo acusatoriamente para ele. — Pode falar o que quiser, Sacage, mas estou ciente de tudo o que acontece nesses corredores e sei o que fez.

O garoto engole um seco olhando para os alunos que se amontoavam em um círculo ao redor deles.

— Não sei do que está falando — diz, mas não parecia muito confiante em sua fala.

— Não sabe? — ela escarnece.

Se aproxima e fica rente a ele.

— Então não sabe que foi você que começou um duelo com seu próprio goleiro e pagou a pessoas de sua Casa para mentir dizendo que foi ele que havia iniciado a briga? Não sabe que o mesmo duelo que fez, você lançou um feitiço estuporante que atingiu um garoto de apenas onze anos que, por coincidência, era seu irmão mais novo e não teve nem a decência de visitá-lo na enfermaria? Não sabe que fez a cabeça de sua irmã para não contar a Benedict falando que se fizesse tal coisa iria denunciar a seus pais que ela tinha sido agredida pelo ex-namorado e jurou que estava arrependido profundamente sendo que nem quis saber do estado de Dennis? Tem razão, Sacage — ela afirma convicta e irônica. — Você não sabe de nada.

Jake estava pasmo. Sua face jazia branca, sem nenhuma cor.

A sonserina se vira para continuar seu caminho, mas ele outra vez a agarra, dessa vez com mais força e brutalidade.

— Não vá — ele pede suplicante. — Fique comigo, Asty — implora com lágrimas nos olhos. — Eu posso mudar...

Ela cospe em seu rosto.

— É Greengrass para você — diz  se soltando e com todo nojo que foi capaz de sentir.

A sonserina tenta novamente ir embora, mas ele rodeia os braços pela cintura dela.

Uma careta de dor surge no rosto da garota.

Uma raiva nunca antes sentida sobe pelo corpo de Malfoy e ele se aproxima para intervir. Antes de encostar em Jake para socá-lo até a morte como desejava, alguém o puxa, fazendo-o largar a Greengrass.

— Você. Não. Vai. Machucá-la — Benedict Sacage pontua com a mão no pescoço do irmão e o pressionado contra a parede. — Como pôde, Jake? — indaga com os olhos magoados.

— Ben... edict... — tenta falar enquanto era sufocado e ficava sem ar.

— Dennis quase morreu! — grita para ele. — Se não fosse a Greengrass... — engole um seco e nem ousa continuar a frase. — Enganou e ameaçou Cally... — ele não compreendia. — Nossa irmãzinha, Jake! A quem papai fez eu e você prometer que cuidaríamos dela!

— B-Ben... — tenta com a face já ficando roxa pela falta de ar.

Alguém lhe toca o ombro. Zabine tinha um olhar solidário a ele, mas com uma mensagem autoritária evidente: "Solte-o ou terei que intervir".

Ele solta o irmão que ofega por ar.

— Mas o que está acontecendo aqui? — uma voz rouca e velha ralha ao ver o amontoado de pessoas. Quando o atravessa se depara com a cena de Jake caído do chão. — Sr. Sacage! — exclama horrorizada pelo garoto estar vermelho e com os olhos esbugalhados. Volta sua atenção ao outro aluno parado a frente do debilitado.  — E sr. Sacage! — a diretora enruga o nariz comprido. — Dois irmãos! Mas que vergonha! Já para minha sala! — vira para suas trás. — E vocês — fala para a multidão de alunos. — Já para suas aulas! Vamos, andem!

O povo se dispersa comentando o ocorrido aos cochichos.

— Em silêncio! — McGonagall ordena e os murmúrios param imediatamente.

Draco olha em volta, mas a possuidora dos cabelos negros como trevas já estavam longe de seu alcance.

***

Ela caminha na direção de seu dormitório, ultrapassando a porta que dividia a área das garotas da masculina.

As serpentes prateadas se movem na madeira, dando permissão ao acesso.

Percorre o corredor e anda até a quarta porta, girando a maçaneta, a abre.

Se depara com um cômodo verde e prata das camas com dossel e paredes, o lugar era grande mesmo para cinco garotas e exalava poder além de soberania com as serpentes entalhadas nos batentes das janelas.

Seria assustador se não fosse magnífico.

Caminha até sua cama que ficava ao lado de Alexis e bagunça as cobertas verdes, procurando por algo.

— Você viu o que ela fez com Sacage? — a voz irritante de Catherine Valenti, de nacionalidade italiana e sangue-pura se faz ouvir em um cochicho.

— Ela não deveria ter feito aquilo — sua irmã, Mazzy Valenti, responde. — Completamente antiético na alta sociedade bruxa. Não se pode denunciar um igual, temos que apoiar nossa linhagem rara.

A mandíbula da sonserina que era citada se trinca com força enquanto sentia uma dor enorme em suas costelas. Apalpa o lugar e geme baixo.

— Vai saber se ela um dia não acaba com um Sacage? — a loira ajeita os cabelos em um coque elegante. — Pode até ser renegada por ele e acabar não transmitindo uma linhagem descente para o alto escalão da comunidade bruxa — bufa escarnecente. — Não sabe se portar como uma membro da família mais poderosa da Inglaterra, diferentemente da irmã. Se existisse hierarquia no nosso mundo, com certeza Daphne seria uma Lady.

— É — concorda a outra passando um batom vermelho na frente do enorme espelho do quarto. Terminado de realizar o ato, comenta: — Os Greengrass cresceram bastante depois da Guerra, até superaram os Malfoys.

— Claro — a com o coque feito diz, passando um rímel preto. — Com o sr. Greengrass no comando da família...

Sua paciência explode.

— Valenti! — chama e as duas arregalam os olhos para a sonserina que parecia espumar de raiva. — Acho melhor saírem antes que tenham dois narizes para meterem na vida dos outros e quatro bocas para criticarem.

As duas, temerosas, se apressam para passar pela porta e correr para longe.

As azarações de Astória Greengrass eram lendárias.

Depois de contemplar a porta por mais um minuto inteiro, volta a atenção à sua cama, onde as cobertas jaziam espalhadas por todos os lados.

Procura mais, até achar sua varinha por entre os travesseiros. Ainda com raiva pelas palavras das garotas, retira sua cama preta e fica somente com a saia, a blusa social do uniforme e a meia calça preta, já havia tirado as botas e estava descalça.

A dor nas costelas aperta em seu corpo e ela geme. Jake Sacage realmente era muito forte. Uma mancha de sangue estava em sua blusa.

Olha para a varinha em sua mão.

Podia facilmente se curar, já que era ótima em feitiços assim, mas o ódio em seu peito falou mais forte.

Bombarda! — grita para o baú de maquiagem de uma das Valenti. O objeto grande explode em pedaços se tornado cinzas. Mira no beliche da outra. — Bombarda Máxima!

Uma pilha de pó caem sobre o chão. Sua fronte começa a suar e ela afrouxa a gravata em seu pescoço, desabotuando os três primeiros botões, revelando seu peito branco e ofegante.

Expulso! — outra coisa explode. — Confringo! Avifors! — uma revoada de pássaros aparece e voa para a janela aberta. — Ascendio! — o armário de roupas das irmãs é jogado para cima para depois encontrar o chão. — Alarte Ascendare! — o mesmo acontece com a cômoda.

Seus pulmões recolhiam e liberavam ar rapidamente. Sua mente estava possuída pelo ódio. Jamais seria como sua família.

Lança mais um "Bombarda".

Não percebe que a porta se abrira, só continuava a lançar os mesmo feitiços na poeira dos objetos desmaterializados.

Suor descia pelo seu corpo. Jamais seria como sua irmã, jamais seria como sua mãe, jamais seria como seu...

Suas forças se esgotam e ela cambaleia.

Suas costas se arrepiam quando percebe a presença de mais alguém no dormitório.

Se vira e o vê.

Draco estava chocado. Sua boca jazia aberta e seus olhos arregalados. Uma parte do quarto estava totalmente destruída. E o mais impressionante é que a Greengrass fora a causadora de tamanha confusão e bagunça.

Ela cambaleia e o loiro se aproxima para ampará-la. Antes mesmo de alcançá-la, a garota faz um sinal, dizendo que estava tudo bem e não necessitava de auxílio.

— O que faz aqui, Malfoy? — diz secamente e com desprezo palpável na voz, se apoiando no dossel de sua cama.

— Vim ver se estava bem — responde falhando miseravelmente em olhar para os olhos verdes da sonserina quando sua atenção descia para o decote, onde o começo dos seios e do sutiã preto estava aparecendo.

A gravata frouxa dava um tom mais sexy e quente na imagem da garota com os olhos selvagens, a aparência desarrumada e o cabelo negro bagunçado.

— Estou ótima — fala rispidamente e depois ameaça, com os olhos perigosos: — Devia estuporá-lo por estar em meu dormitório e na ala feminina.

— Pode ficar a vontade para tentar — diz se sentindo corajoso para isso —, mas duvido que consiga sangrando desse jeito.

Ela desde os olhos para sua camisa que estava manchada com o fluído vermelho. Sua visão turva.

Malfoy aperta os punhos com força.

Jake Sacage realmente a tinha machucado.

Seu ódio era tão grande por ele que desejava sair e procurá-lo para lhe dar uma bela surra. A raiva escorria de seu rosto em forma de suor.

— Não — ele diz a impedindo de fazer feitiços de cura em si própria. — Pode acabar piorando a situação.

A Greengrass nota o que ele estava tentando dizer e o quê iria fazer em seguida.

— Quer ir à enfermaria? — pergunta antes de fazer qualquer coisa.

A sonserina cogita a ideia, mas nega com a cabeça só lembrando das escadas que teria que subir para sair das Masmorras e chegar até a Ala Hospitalar.

Draco respira fundo quando a vê desabotoar a camisa por completo e tirá-la. A garota se senta sobre a cama e Draco se ajoelha frente à ela. Tenta não olhar para nada que não devia, mas a tarefa era difícil.

Para se distrair, pergunta:

— Namorou com ele mesmo? — a ponta de sua varinha brilhava quando começou a lançar o feitiço que concertaria as costelas da garota e pararia o sangramento.

— Só foram alguns amassos para eu poder entrar no time — responde entediada.

A mandíbula de Malfoy trinca com a revelação. Porque ela se rebaixava tanto fazendo isso?

— Porque está aqui? — a pergunta da garota o pega de surpresa.

— Vi sua careta de dor — responde simplesmente. — Pensei que estivesse machucada.

— Ainda não respondeu minha pergunta — afirma firmemente. — Porque veio até aqui?

Draco se concentra na pele branca das costelas antes de responder.

— Estava preocupado — confidencia. — Queira ver se estava bem.

A Greengrass ri de alguma coisa.

— Acha isso engraçado? — indaga irritado por ser motivo de deboche. — Posso te deixar agonizando nesse quarto — ameaça.

— Poupe-me, Malfoy — fala revirando os olhos com incredulidade. — Não é de seu feitio fazer isso...

— Não sabe nada sobre mim, Greengrass — retruca já começando a ficar furioso.

— Sei de muitas coisas que você se surpreenderia — informa misteriosamente, com um sorriso de canto nos lábios.

Ele se afasta bruscamente.

— Terminei — diz secamente, ficando de costas. — Vista logo essa camisa.

Ela obedece ainda com a expressão zombeteira na face. Anda até o armário de roupas, coloca um casaco velho e desbotado, além de grande demais para seu corpo, com o emblema da Sonserina estampado nas costas.

Se senta novamente na cama e, como era um dia frio, coloca suas pernas para debaixo da coberta.

— Pronto — fala e ele se vira.

Checa minuciosamente o estado dela.

— O sangramento foi mais interno, precisa de uma pequena dose de...

— Wiggenweld a cada três horas para assegurar que não volte a ocorrer novamente — completa revirando os olhos. — Não agradeço pelas dicas e nem pelo tratamento, Malfoy, já que poderia ter feito tudo isso sozinha — dito, deita sobre o colchão de sua cama, virando-se de costas para ele. — Quando sair, feche a porta.

Draco aperta os punhos com força pela irritação que sentia causada pela mal agradecida.

— E o quarto? — fala olhando de soslaio para os objetos bombardeados.

— Depois o reparo — fala dando de ombros e emitindo um som de um bocejo. — Agora se fizer a gentileza de sair, Malfoy, eu não agradeceria mas me pouparia um Estupefaça.

Ela dormiu imediatamente quando Draco, urrando de raiva, fechou a porta.

***

— Asty — alguém a chama. — Asty — a pessoa insiste balançando seu ombro. — Asty!

Ela resmunga alguma coisa incoerente e abre os olhos preguiçosamente.

— O que foi, Alexis? — murmura mal humorada por ter sido acordada de um sono bom. — Eu estava dormindo.

Ela se vira para ver a amiga loira e contempla os olhos verdes claros iluminados de preocupação. Astória geme audívelmente.

— O que aquele idiota te falou? — pergunta já sabendo o motivo do olhar sério da Cheever.

— Não o chame assim — a repreende. — Malfoy só estava preocupado com você e me informou que estava machucada — as íris dela molham. — Está melhor?

Aquilo era demais.

— Por Merlin, Alexis! — exclama irritada. — Não estou a beira da morte.

— Desculpe — pede enxugando os olhos perfeitos e claros. — Só que eu pensei que era algo mais grave. Como se feriu?

— Bati minhas costelas em algum lugar — mente e nota que o quarto estava novamente como antes, plenamente reparado, além de uma poção Wiggenweld estar preparada e no criado mudo ao lado de sua cama.

Um bilhete estava escrito. Ela o pega e o lê.

Greengrass,

Não, não está envenenada, roubei um pouco da sua poção (você deve reconhecê-la) da Ala Hospitalar. De três em três horas, apenas duas colheres de chá.

Sem amor,

Malfoy

Termina de ver a letra elegante do garoto e imediatamente se levanta para tirar satisfações.

Se veste decentemente e se prepara para sair. A amiga que a observava revira os doces olhos verdes, sabendo que se falasse alguma coisa sobre ela estar saindo quando deveria descansar, a outra sonserina jamais a ouviria.

— Vai ver Thomas? — Alexis pergunta erguendo os olhos do livro que pegou para ler.

A sonserina de cabelos negros arqueia uma sobrancelha.

— Porquê a pergunta?

— É que ele ficou louco quando soube, por meio de Malfoy, que estava machucada. Os dois até discutiram. Queria até forçar a entrada no dormitório feminino.

Astória põe sua capa negra e depois de informada, sua prioridade muda.

***

Draco não acreditava no que estava vendo.

A madrugada se estendia pelo castelo de Hogwarts, o céu jazia negro e estrelado diante da vista noite que cercava o Mundo Bruxo.

Ele havia saído para a Torre de Astronômia depois de seus cotidianos pesadelos que sempre lhe tiravam o sono. Depois de ficar algumas horas no local decidira voltar para o dormitório antes que Turner, O Grande Idiota, lhe desse uma detenção.

Mas tal foi sua surpresa ao se deparar com a sonserina de cabelos negros e olhos esmeraldas rondando os corredores e exibindo seu brilhante distintivo de monitora.

Malfoy, furioso e irritado ao extremo, a pega e a encosta na parede.

— O que pensa que está fazendo?

Os olhos mortíferos o fitam, mas se tornam zombeteiros quando vê a pessoa que a enquadrou contra a solidificação de concreto.

— Malfoy — cumprimenta com certo bom humor nunca expressado antes.

Seus corpos estavam quase se encostando e á poucos centímetros de estarem colados. A respiração da Greengrass batia em seus lábios de uma forma provocativa, o atiçando a desviar o olhar para a boca perfeita e vermelha.

— Porque está fazendo a ronda? — rosna com uma raiva grande e infinita. Sua mandíbula trinca com força. — Deveria estar descansando — a frase quase sai inteligível pela pressão que seus dentes faziam.

— Já estou melhor — responde friamente.

— Não. Não está — afirma. — Precisa descansar.

Ela nada fala, só arqueia a sobrancelha.

Draco nunca se sentiu tão furioso na vida.

— Vou falar com Turner — decreta se afastando.

Antes mesmo de dar o primeiro passo, ela o pega pela gravata e o puxa para si, colando os dois corpos e se pressionando contra a parede e ele.

— Não vai sequer acordá-lo — fala ameaçadoramente. — Thomas está cansado e precisa de descanso por todas as noites que me substituiu quando...

Ela não termina a frase, mas a deixa em suspense.

— Quando o quê, Greengrass? — questiona sentindo o hálito fresco da garota bater em seus lábios.

Os olhos dela o fulminam mortalmente mas nenhum som sai de sua boca.

— Quando estava rondando Jake para depois içá-lo para sua rede? — indaga rancorosamente. — Ou quando estava atrás de outro idiota para lançar seu veneno?

Uma ruga de confusão surge no cenho dela.

— Do que estava falando, Malfoy?

Ele fecha os olhos por um instante e quando os abre transmite todo ódio incompreensível que sentia.

— Porque se rebaixa tanto? — sua fala não passava de um sussurro. — Porque fica com caras idiotas quando pode ter um melhor? Porque prefere lances incertos que você mesma acaba abandonando? Porque não procura alguém que te mereça?

Ela estava paralisada diante das perguntas mas isso só acontece por alguns segundos.

— É isso que incomoda, Malfoy? — pergunta com um sorriso de deboche. — Que eu não tenha ninguém? — Draco fecha os olhos novamente, ficando mais irado do que antes. — E quem seria esse alguém que "te mereça"? Thomas? — chuta.

— Ele é um idiota — não resistiu em comentar.

— Então... — sorri fazendo suspense. — Você?

O escárnio era presente na única palavra. Uma louca vontade de falar sim se apossa dele.

— Não — foi sua resposta. — Claro que não.

— Pensei que resistiria por mais tempo... — comenta com um sorriso debochado.

Draco abre os olhos instantâneamente.

— Do quê está falando, Greengrass? — indaga, mas ela não responde, só solta uma leve risada que escorre por seus lábios. — Fale — insiste aumentando seu tom de voz. — O que está insinuando?

— Insinuando? — a Greengrass repete. — Estou afirmando — o corrige e mostra seu sorriso de malícia. — Está apaixonado por mim, Malfoy.

Se Draco não estivesse tão confortável com o calor da garota junto ao seu, teria dado um passo para trás.

Seu queixo caí e minutos depois consegue falar sua única frase coerente:

— Está louca, Greengrass?

A sonserina continua parada do jeito que estava: sorrindo sensual e perigosamente.

— Só estou falando a verdade que não quer aceitar — responde fazendo seu hálito, propositalmente, bater no dele.

Ele repreende um arrepio que percorreu sua espinha e o disfarça, por sorte, a garota não nota.

— E o que faz pensar assim? — pergunta o mais arrogantemente possível.

— Fácil — alisa a gravata que tocava e a puxa para mais perto, fazendo-os não estarem separados por nada, exceto por suas bocas à centímetros de distância. — Sempre tenta chamar minha atenção e sente ciúmes de Thomas, além de ter sentido de Zabine quando não sabia que era meu primo. E agora, revelando o mesmo sentimento por eu confessar que já deu alguns amassos em Jake — sua voz muda para um tom indecifrável. — Se preocupando comigo levando a poção e consertando o estrago que fiz no quarto... — faz uma pausa e sua voz volta a ser como antes. — Se isso não é amor, não sei o que é...

— Só pode estar louca — afirma ainda não acreditando no que tinha ouvido. Não que Draco não acreditasse no amor, mas porque tal hipótese da sonserina era tão absurda que não conseguia reagir de outra forma. — Eu jamais me apaixonaria por você.

— Ah, é? — ela indaga e o garoto assente. — Então prove — um sorrisinho aparece em seu rosto. — Duvido que seja capaz.

Os olhos do sonserino brilham de uma forma perigosa depois da frase dita. A garota parece apreciar isso.

— Provarei que não sinto nada, Greengrass — os lábios de Malfoy se aproximam dos dela até os tocar.

O beijo era tão delicado que chegava a doer.

A boca dele fazia uma leve pressão contra a dela, deixando seus lábios vagarem suavemente pelos macios e vermelhos, em um gesto torturante e prazeroso. Malfoy iria aprofundar o recém ato começado quando...

Ela o empurra.

Os olhos verdes estavam cheios de um desafio perigoso.

— Vamos lá, Malfoy — diz impacientemente, para depois, abrir seu sorriso mais malicioso. — Sei que pode fazer melhor do que isso...

Draco não reagiu por um segundo. Somente um. Nada mais.

A empresa com a parede e captura a boca da Greengrass de maneira voraz e faminta.

Os lábios se movem apressadamente, saboreando cada sensação do ato quente que faziam. Malfoy mantinha suas mãos ao lado da cabeça da garota que beijava avassalodaramente, com certo receio de tocá-la.

Mas nem havia começado a ainda...

Pede passagem para sua língua e explora profundamente a boca da sonserina.

Sente ela gemer e o puxar para mais perto, tarefa difícil por já estarem colados ao máximo.

Draco sorri internamente. Antes da Guerra era o grande pegador de Hogwarts, podia conseguir qualquer menina que quisesse com somente um beijo. Sabia os pontos exatos para enlouquecer uma garota. Era tão bom no ato que fazia garotas se entregarem para ele com esse simples gesto. Seus amigos até brincavam e o chamavam de "O Desvirginiador".

A sonserina que beijava não era uma exceção, mas algo era diferente. Quando beijava outras tinha plena consciência do quê estava fazendo e objetivo que tinha em conseguir o que queria, mas isso não acontecia agora.

Estava se perguntando como não conseguia raciocinar absolutamente nada nesse momento.

A boca da Greengrass era infinitamente deliciosa. Ela tinha um gosto desconhecido e perigoso que o fazia desejar cada vez mais. Explora a pressionando contra a parede. Desejava tanto tocá-la que suas mãos se retorciam apoiadas na parede.

Ela agarra os ombros de Malfoy e decide revidar o ato.

O beija de volta passando sua língua para a boca dele.

Foi a vez de Draco gemer.

Por Merlin...

Como ela beijava deliciosamente.

As mãos inquietas pousam firmemente na cintura da Greengrass, apertando contra si e subindo seus dedos pelas costas curvadas e elegantes.

Se surpreendente quando, em vez de empurrá-lo, um arrepio sobe pela coluna dela sobre o seu toque.

Uma imensa sensação de prazer enche seu peito e Malfoy viaja no beijo que travavam como uma luta de quem conseguiria realizar melhor o ato.

A Greengrass estava ganhando.

Sente o tecido da camisa dela amassar conforme vagava com suas mãos pelo tronco da sonserina. Caminha seus dedos até parar na nuca da garota e vagar pelos negros cabelos que eram macios contra sua pele.

Os braços da garota se enrolam em seu pescoço e Draco aprofunda mais o beijo, tomando a dianteira da competição após ela suspirar de prazer e vagar os dedos por seu cabelo loiro.

Mas a sonserina não o deixaria na frente por muito tempo.

Ele queria parar para recuperar o ar, mas ela não permite e continua a se deliciar com a boca do garoto, que suspira e geme contra os lábios dela que continuavam a instigar e provocá-lo, até aprofundar novamente com sua língua. Draco não sabia onde havia conseguido tanto fôlego, mas não queria parar nunca aquele beijo que o...

Ela o empurra.

Draco cambaleia e por um momento pensa no que poderia ter acontecido para aquele gesto delicioso ser interrompido. Só uma Terceira Guerra Bruxa seria uma desculpa aceitável.

Olha, estático, para a garota de cabelos negros.

As roupas estavam amassadas, os fios escuros bagunçados, os lábios inchados e... Era humanamente impossível a sonserina não estar ofegante, mas ela jazia respirando normalmente.

Draco estava sem fôlego até a alma.

Portava aqueles belos sorrisos que abrangiam tudo: deboche, malícia, sensualidade, escárnio e superioridade.

Sem dizer mais nada, se vai, o deixando confuso e se perguntado o que diabos fora aquele beijo...



Notas Finais


Te loves #Nox


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