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História Garota Má - Drastória - Capítulo III


Escrita por: Samm_Rockman

Notas do Autor


#Lumus

Capítulo 3 - Capítulo III


Fanfic / Fanfiction Garota Má - Drastória - Capítulo III


— ... A convicção dos elementos postos no produto para gerar um resultado mais eficiente e de melhor qualidade possível para que não prejudique o resultado final da poção sendo irremediavente...

Ela me olhava com extremo deboche.

Interrompi minha leitura em voz alta para encará-la de volta.

Greengrass arqueia a sobrancelha.

— Não vai continuar? — indaga.

— Se parar de me olhar assim, Greengrass...

Um divertimento lhe passa pelos olhos verdes dela.

— Meu olhar o incomoda, Malfoy?

Trinco os dentes.

— Só quando ele parece estar se divertindo as minhas custas — retruco, irritado.

Ela sorri de modo debochado, ainda me encarando. Quando percebo que não pararia de ser observado, retomo a leitura.

— Irremediavelmente incorreto trocar produtos de boa infame por precários, sendo antiético...

— Não podemos pular a parte teórica e ir direto para a prática? — pergunta.

— Não, Greengrass — respondo. — Temos que começar do início — faço uma pausa. — ... Usá-la em outra pessoa com tal...

— Esta aula está chata.

A encaro.

Meus dedos começam a ficar brancos devido a força que eu usava para segurar o livro. Minha irritação estava ao limite.

— Será que pode não me interromper mais? — indago com a voz mais controlada que consegui fazer.

— Essa aula está chata — repete, me ignorando completamente.

Ela se deixa jogar na cadeira, ficando totalmente largada e fitando o teto com extremo tédio.

— Se não quiser aprender diga a Minerva que não quer ter mais as aulas, assim pode nos livrar desta tortura.

A garota a minha frente respira fundo.

— Não posso — responde. — Tenho que melhorar minhas notas em Poções se eu quiser a continuar a ser monitora...

Me largo na cadeira como ela, abandonando meu livro junto com minha esperança.

— E eu tenho que continuar para não ser expulso da escola — solto, sem me der conta que eu não precisava me explicar à ela.

Ficamos em silêncio durante um bom tempo, olhando para o teto da biblioteca. Sem dizer nada um para o outro, somente focados em nossos próprios problemas.

Foi quando percebi.

Eu não a conhecia. Verdadeiramente, eu não a conhecia.

Nas minhas memórias não encontrava nenhum vestígio da Greengrass. Nas aulas da Sonserina, nos intervalos, nas refeições, nos jogos de Quadribol.

A primeira vez que a vi fora quando estava sendo beijada por aquele porco imundo.

Será que ela estava começando agora em Hogwarts porque pertencia a outra escola? Eu não saberia explicar, minha mente estava confusa demais para tentar uma resposta coerente.

— Vamos retomar do começo — digo tentando me afastar de meus pensamentos. — Podemos viver em paz enquanto estudamos e depois podemos começar a ignorar a existência do outro — proponho erguendo a mão. — O que acha?

Ela se levanta e pega sua bolsa, ignorando meu gesto de paz.

— Só pode estar louco, Malfoy — diz antes abandonar a biblioteca, me deixando só.

***

O Grande Salão do refeitório estava lotado, alunos almoçando e conversando animadamente sobre as aulas e as visitas a Hogsmade que seriam liberadas nesse final de semana.

Mas o único loiro que se destacava na multidão, andava furiosamente para a mesa da Casa das Serpentes que também estava abarrotada de pessoas.

Ele focava na coleção de fios negros da garota que estava de pé e de costas para ele.

— Greengrass — ele sussurra perigosamente quase no ouvido dela.

Não houve nenhuma reação, continuava conversando com uma garota loira e um moreno de olhos azuis.

— Greengrass — repete um pouco mais alto e as mãos se retorcendo em um gesto de fúria.

Os outros dois alunos da Sonserina ergueram o olhar para ele, a garota nem se limitou a responder.

— Greengrass, estou falando com você e eu juro que irei...

Ela se vira e Draco fica tentado a dar um passo para trás, mas se mantém firme em seu lugar. Os olhos da sonserina brilhavam com uma luz verde que parecia ser algo mais profundo que ódio.

— Quem lhe deu permissão para falar comigo, Malfoy? — o tom era mortífero como veneno.

Ele a encara com o mesmo nível de um sangue-puro que ela impunha.

— Não preciso de sua permissão, Greengrass — retruca quase cuspindo a frase em sua cara. — Só quero saber porque me deixou esperando na biblioteca feito um idiota já que você não apareceu — acusa.

— Não lhe devo satisfações, Malfoy, e nem permito que fale comigo em público. Não quero ser vista dirigindo a palavra — o olha de cima a baixo — á você — fala a última palavra com a voz recheada de desprezo e uma careta de desgosto.

Draco aperta seus punhos com uma força sobre humana, tentando se controlar. Ela estava se referindo a seu passado, quando era um Comensal, o julgando mesmo sem conhecer seus motivos, ou pior, sua falta de escolha...

Respira fundo para tentar se acalmar. Ele nunca desejou tanto bater em uma mulher.

— Escute aqui, Greengrass — diz a olhando ameaçadoramente. — Não estou nem aí para sua maldita permissão, se não quer que eu lhe dirija a palavra o farei com o maior prazer porque não me satisfaz falar com uma garota idiota que se acha a dona da razão, então para evitarmos futuros encontros sugiro que me avise quando for faltar nas aulas para que eu não tenha que ficar esperando por duas e infernais horas.

Ele, sem mais aguentar a cara de deboche que ela fazia enquando despejava suas palavras, dá meia volta e caminha um passo.

— Malfoy — uma voz o chama.

Por um instante pensa que seja a garota de cabelos negros mas o timbre era grave e masculino demais.

Observa o garoto cujo formava o trio que a Greengrass participava e nota que era um de seus colegas de dormitório.

— Turner — cumprimenta-o.

Thomas olha para a parceira de monitoria.

— Greengrass estava em uma reunião que Minerva convocou com os monitores e eu fiquei responsável de avisá-lo mas me esqueci — revela. — Então não a culpe.

Ele, surpreso, fixa seu olhar no da garota em questão. Ela sorria com escárnio.

Draco faz uma careta e, sem dizer mais nada, se retira.

***

— Ai!

Eu massageio minha cabeça no local da batida. Estava pronto para xingar a pessoa estrabanada que havia dado um encontrão comigo quando a vejo.

Era a loira que jazia conversando com a Greengrass e o maldito Turner na hora do almoço.

Ela também alisava o pequeno crânio revoltos de cabelos dourados e presos em um rabo de cavalo.

Estendo minha mão para ajudá-la a se levantar e ela aceita com um aceno agradecido.

Aproveito para observá-la melhor. Seus cabelos era lisos escorridos, bonitos e brilhantes, a pele alva e bem cuidada davam um contraste perfeito com os olhos verdes claros da garota além dos contornos gentis no formato de seu rosto. Podia-se dizer que era bela e delicada como uma boneca de porcelana.

Completamente contrária a imagem da Greengrass.

— Me desculpe — a voz suave e baixa dela me pede. — Fui muito desastrada... — fala e sorri para mim.

Ninguém nunca sorria para mim naquela escola...

Me surpreendo quando ela pergunta:

— Você é o Malfoy, não é?

Ainda impressionado com o fato dela não me reconhecer, confirmo com a cabeça.

— Alexis — se apresenta ainda sorrindo. — Alexis Cheever.

— Draco Malfoy — respondo apertando a mão que ela me estende. — Vai para História da Magia? — indago e ela assente. — Então vamos, iria pegar mais penas mas acho que as que eu tenho pode servir.

Caminho para o lado inverso que eu cruzava com ela andando ao meu lado. Como éramos da mesma Casa e da mesma turma, fazíamos todas as aulas juntos. Tento me lembrar e consigo ter alguns vilusbres dela ao longo dos anos. Era ótima em Estudos dos Trouxas e Transfiguração.

Noto que, pelos corredores vazios, estávamos atrasados, mas depois de alguns minutos, conseguimos chegar de frente a porta da sala.

Iria adentrar no local quando alguém me puxa para o lado.

Encaro os olhos verdes-claros que brilhavam devido a iluminação do sol que ultrapassava os vitrais das janelas.

— Posso te pedir um favor? — pergunta com suavidade.

Não sei porque assinto.

— Tenha... — ela morde o lábio inferior como se estivesse em dúvida sobre alguma coisa. — Tenha paciência com ela — diz por fim.

Eu me pergunto de quem ela falava quando vejo a porta se abrir.

— Sr. Malfoy e srta. Cheever — a voz do professor ecoa. — Creio que gostaram de entrar na sala de aula.

Ela solta meu braço e murmura um "Desculpe" para o sr. Binns. Eu me limito a assentir e sentar no fundo da classe em um lugar que não tenha ninguém, já que as cadeiras estava juntas para formar duplas.

Não deixo de seguir com os olhos a garota loira que sentara em uma das primeiras fileiras, junto com a Greengrass de cabelos negros.

A aula começa, eu retiro meus cadernos da mochila e penso no favor que ela me fizera.

***

— ... Para momentos de sorte e glória sendo totalmente proibido o uso da poção em competições esportivas e jogos para que não influên...

Ergo os olhos por um instante para ver se ela prestava atenção. A Greengrass observava a mesma página do livro a sua frente que estava olhando a meia hora atrás.

— ...cie nos resultados — completo sem ler, sabendo o parágrafo de cor de informações de Felix Felicitis.

Fecho o livro depois de duas horas explicando e lendo para o nada existencial.

— Está prestando atenção?

Não responde, nem assente, só joga sobre a mesa uma folha.

Eu a pego e leio o título de "Avaliação de Recuperação em Poções" que se destacava.

Nela havia um "D".

— DEPLORÁVEL?! — pergunto passando rapidamente os olhos pelas questões da folha. Não entendia o que era tão difícil nas perguntas, todas as que ela errara eram mais fáceis do que as que tinha acertado. — Como alguém tira "Deplorável" numa prova dessas? — eu pergunto para mim mesmo.

Ela solta resmungo de tédio e sono.

— Pelo menos aumentei a minha média nas recuperações — fala bocejando.

— Aumentou? — exclamo, incrédulo. — Qual foi a pior nota que tirou?

Sem emoção, responde:

— Trasgo.

Não. Aquilo era impossível. Não poderia ensinar alguém assim.

A encargo seriamente.

— Porque não gosta de Poções? — eu pergunto de repente.

Ela arqueia uma sobrancelha com arrogância.

— Como sabe que eu não gosto de Poções, Malfoy? — indaga. — Posso ser somente um caso perdido de falta de inteligência.

— Você é, absurdamente boa nas outras matérias, não tem como ser falta de um cérebro para pensar, então porque é um trasgo total em Poções? Só pode ser por não gostar da matéria.

Eu espero uma resposta mas ela não vem.

— Não pense que lhe devo explicações, Malfoy — fala com uma voz perigosa e os olhos verdes escuros cintilando de veneno.

Foi quando eu lembrei. A face escultural e bela além do sobrenome que eu jurava que conhecia, aquela pose que a fazia erguer os ombros e tentar olhar por cima da pessoa que queria rebaixar e lançando um olhar penetrante. Eu conhecia.

— Daphne Greengrass.

Ela abre um sorrisinho de deboche.

— Até que enfim descobriu, Malfoy.

Como pude ser tão burro?

— Você é parente da Daphne — digo.

Ela analisa as unhas pretas com somente a do dedo médio pintada de verde.

— Mas necessariamente, a irmã.

Por Merlin. A irmã de Daphne Greengrass. Não podia ser.

Tento procurar momentos em minha memória em que eu a vi com a irmã. Não acho nada.

— A quanto tempo estuda nessa escola?

Ela ri com escárnio.

Enxuga uma fingida lágrima e me responde:

— Desde sempre — fala voltando a seu timbre mortal. — Desde que o Chapéu Seletor me colocou na mesma Casa que quase toda minha família pertenceu. Ou mais necessariamente, a dois anos depois de você.

— Mas...

— Mas nunca me notou, não é? — completa minha fala com um sorriso de arrogância no rosto. — Claro — diz pra si mesma e olhando para o teto como se a resposta de seu pensamento fosse óbvia. — Quem notaria a irmã mais nova de Daphne Greengrass quando a mesma brilha mais do que o sol reluzente? Quem olharia para a mais sem graça da família, sendo que o diamante já está em exposição? — me encara friamente. — Ninguém, Malfoy.

A voz dela não era domada pela inveja ou desconforto, era mortalmente ferida e gelada como um corpo morto e sem calor. Se o chutasse ela não sentiria, pois já tinha se acostumado como se tal situação fosse algo nocivo e parte da sua própria natureza.

Estava perdido. Não sabia o que falar nem como reagir.

— Eu...

— Não se preocupe — a voz firme e imponente da Greengrass mais nova pronuncia depois de se levantar e pegar o livro que estava lendo. — Você não foi o único.

A observo indo embora ainda tendo a imagem dos olhos esmeraldas me fitarem com infinito desprezo.



Notas Finais


#Nox


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