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História Garota Mecânica - Robôs no ringue


Escrita por: Nmotivos e FTU

Notas do Autor


Banner @Darkoid
Beta @NikkoChan7w7
Leitora crítica @GabehCastle

Capítulo 4 - Robôs no ringue


Fanfic / Fanfiction Garota Mecânica - Robôs no ringue

Coloquei as mãos nos bolsos, enquanto andava em direção a uma cadeira de plástico. Gajeel apareceu com duas Munja-Sodas com canudos e pipoca amanteigada com bacon e se sentou ao meu lado.

— Não sabia que você curtia luta robótica — ele disse.

O lugar explodiu em gritos. Um cyborg de cor vermelha havia dado um gancho de direita perfeito no adversário. Estávamos em Bax no setor 4, em uma casa de lutas chamada Galo Nocaute. Era uma das poucas casas legais na cidade, porque pagava auxílio dentário para os participantes. 

Vários do ramo preferiam trocar os dentes por titânio, assim não se preocupavam com futuras perdas. Eu já fiz a troca de dentes de cobre por titânio algumas vezes, mas não fazia a extração de dentes. A aplicação das próteses era um trabalho complexo que eu preferia manter com os dentistas. Era igualmente um processo irreversível, já que dente pode até ter raiz, mas não se planta um na gengiva para nascer um novo. 

A pipoca pulou no meu colo e enchi a mão dentro do saco, as articulações da minha mão doeram. 

O Galo Nocaute era organizado, cheio de cadeiras e um ringue profissional vermelho. Ele tinha cheiro de pipoca, gordura e sangue, mas felizmente haviam androides que limpavam o ringue a cada luta. 

O apresentador anunciou o fim da luta e levantou a mão do homem de armadura vermelha.

— É divertido, de certo modo. — A luta era horrorosa, eu detestava toda aquela violência gratuita. 

"O que aconteceu? Eu não estou vendo!", reclamou Lucy.

Eu a levava para todos os cantos com meu celular. Ela estava conectada a tudo, desde a minha TV até minha torradeira como um vírus. A IA era dona de uma configuração extraordinária que a permitia quebrar todas as barreiras que eu havia tentado avançar. Eu não me aventurei a nenhum site do governo, às vezes ser um pouco ignorante faz bem para a sanidade. No entanto, no tempo livre fazíamos uma varredura sobre a origem do vídeo que estava na sua memória e sobre Natsu Dragneel, o qual é o motivo para eu estar ali, no Galo Nocaute, com Gajeel.

Ele se encostou na cadeira que parecia infantil perto do seu corpo. Seu galão de ar se bateu contra o meu. Para a felicidade do público, o ar dentro do Galo Nocaute era puro e não era necessário gastar os tanques de ar ali dentro. Eu faturei uma boa grana com os dois grandes purificadores que montei, vendi e instalei no Galo Nocaute, com as peças do lixão eletrônico. Agora, não haveria problema com explosões de Cyborgs, já que os desafiantes costumavam acertar os tanques de oxigênio sem querer.

— Por que estamos aqui? Nunca me chama pra nada — ele perguntou, com uma alfinetada.

Beberiquei um gole do refrigerante. Aquela era a primeira vez que eu saia com um amigo, talvez devesse ter me vestido melhor do que as calças de malha que imitavam jeans e um moletom escrito "Bem-vindo à Bax, a cidade número 2!" com a figura de um gato laranja cagando em um mapa. 

— Você conhece o terceiro herdeiro da SIFE?

— O playboyzinho que vai casar? — Gajeel franziu o cenho.

Balancei a cabeça e apontei com o bico da boca para o ringue.

— Ele está iniciando o primeiro Round ali com o segundo lutador.

Gajeel piscou incrédulo, então alternou a cabeça entre mim e o homem de armadura vermelha.

— Quê? 

— Ele deve achar que é o Elfman Strauss ou algo assim — falei, torcendo o nariz.

— Como sabe que é ele?

— Porque mandei minha IA hackear a localização do chip SIFE dele e ela conseguiu. — pensei, mas disse — Ah, tenho minhas fontes. 

Lucy deu uma risadinha no meu fone de ouvido.

— Tá seguindo ele, por causa da Futrica? — Gajeel parecia chocado.

— Não. Tô seguindo ele, porque apareceu na minha oficina com o pé torto e agora sei o porquê.

— O problema não é o motivo, mas sim você seguir ele — Gajeel disse alarmado.

— Tá, isso é o de menos. 

— Será que a polícia vai aparecer aqui? — Desconfiado, ele virou a cabeça para trás à procura de alguém com farda preta e azul.

— Ninguém me descobriu. Eu não sou idiota. 

— Idai que ele foi na sua oficina, não precisava ter me metido no seu ato de anarquia vândala!

— Fica quieto, você dá na cara demais. — Revirei os olhos. 

— Como assim eu dou na cara demais?

— Você tem cara de vilão de revista em quadrinhos. 

Ele parecia abalado, seu rosto fechou.

— Quando a polícia aparecer, finjo que não te conheço.

— Vou gritar seu nome — disse.

Gajeel apoiou seu braço no joelho e me olhou com as lentes vermelhas brilhantes.

— Pode gritar meu nome, Juvia. Só não pensei que quisesse fazê-lo no Galo Nocaute. — Seu rosto expressava um sorriso debochado.

A pipoca dos torcedores voou para todos os lados com o novo chute do cyborg aplicado em Natsu. O mesmo caiu no chão, nesse instante deu um impulso contra a perna do adversário que pendeu os joelhos e deu abertura para um contra-ataque. O menino da SIFE deu um soco de tirar o fôlego da plateia no abdômen do cyborg cinza. Para a surpresa de todos, não surtiu efeito, apenas um som metálico oco foi ouvido. 

— Você ouviu isso?

— Ouviu o quê?

Olhei em volta, à procura do ponto exato do som. Natsu atacou o cyborg mais uma vez na barriga. Algo saiu do lugar, um som ainda mais vital chegou aos meus ouvidos.

Levei minha mão à boca.

— Ele não fez isso — sussurrei.

— O quê? — Gajeel havia perdido o golpe, enquanto checava a notificação de joguinho no celular.

— O cara de cinza. Ele fez uma remoção da pele do abdômen e colocou uma placa metálica no lugar.

— Isso que é preguiça de ir a academia. — Gajeel prestou atenção ao corpo do cyborg. — 2..4..6..8 packs! O maldito tá mais malhado que eu!

Era comum esse procedimento nos campeões de Alter, com a barriga blindada, menos lugares para se preocupar na luta. No entanto, Bax não tinha nem o material, nem os cirurgiões da cidade de cima e a possibilidade de ocorrer algum problema era bem maior.

— É o molde da placa — eu disse preocupada. — Ele não deveria ter feito essa cirurgia. Um cara desses não tem dinheiro pra fazer uma em Alter, ele fez aqui. 

— Deve incomodar, hã — disse o homem cheio de piercings.

— Se Dragneel bater forte demais, dependendo como a placa foi posta — disse ansiosa, enquanto encarava a luta — a barreira entre seus músculos e órgãos e o exterior pode ceder.

— O ringue vai virar uma panela com macarrão instantâneo. — Gajeel engoliu mais pipoca.

Lancei um olhar cético para ele.

Foi o tempo necessário para algo terrível acontecer. Uma sequência de socos do homem mecânico no capacete do rosado fizeram o mesmo se segurar na rede de segurança completamente desnorteado. Ao invés de receber os socos revezados na rede, uma fumaça das turbinas de suas costas o impulsionou para frente. Natsu se esquivou para o lado e acertou com o cotovelo a nuca do cyborg.

Dessa vez o cyborg caiu na rede. Natsu deu um seguimento de socos em seu abdômen na tentativa de vencer. O som oco do metal contra metal arranhou os ouvidos da plateia. O homem de cinza cuspiu sangue no ringue. 

Os olhos do competidor perderam o foco e ele desmaiou, tombando no chão. 

Levantei-me, vendo o sangue pingar pelo metal antes de todos. A plateia aplaudiu, inconsciente do que havia acontecido. O apresentador levantou a mão do vencedor de vermelho. Uma equipe de paramédicos apareceu com uma maca, estavam prontos para virá-lo e colocá-lo na maca quando eu gritei. 

 Em seguida, todos focaram seus olhos em mim, a mecânica de cabelo azul desbotado. 

— Não toquem nesse homem — eu disse alto, tal como nunca fiz. 

"O que você está fazendo?" perguntou Lucy, chocada.

Gajeel se abaixava na cadeira aos poucos, fingindo não me conhecer e resmungando algo sobre ir para a cadeia outra vez. Uma luz branca se direcionou em cima de mim.

Eu andei a passos largos e fortes, subi o ringue e atravessei as cordas que separavam o público da ação. Natsu olhou no meu rosto, não soube se me reconheceu por causa da máscara que cobria suas feições.

— Não pode subir aqui, garota! — asseverou o apresentador. 

— Esse homem vai morrer se o virarem — exclamei. 

— O que está dizendo? — questionou um dos paramédicos.

— Os socos desestabilizaram a faixa metálica da barriga. Vocês precisam estabilizar antes de movê-lo.

Um dos paramédicos correu para dentro da enfermaria do Galo Nocaute e retornou com um lençol de leito. Lancei um olhar de agradecimento para ele.

— Okay. — Analisei o corpo caído do homem, precisávamos ser rápidos ao passar a faixa. — Preciso que ele levante um pouco. Alguém tem que segurar os ombros e o outro a barriga para que ela não caia.

— Se essa coisa está dando suporte aos órgãos e gordura dele, então deve haver bem mais de 20 quilos para serem levantados — um dos paramédicos avisou. — Não conseguimos suportar esse peso.

Olhei por cima do meu ombro. Gajeel havia sumido junto com seu tanque de oxigênio, meus ombros caíram. Havia acabado de ir embora a nossa chance de levantar a barriga do cyborg juntos.

— Eu seguro a barriga — Natsu se voluntariou. 

Nos posicionamentos, o apresentador parecia narrar o que fazíamos para o público. Um paramédico segurava os ombros do homem por baixo das axilas, eu estava debaixo das pernas dele, pronta para passar o lençol por baixo da barriga dele, e o príncipe da SIFE estava em cima do cyborg segurando com suas mãos da armadura na barriga metálica.

— No três! — iniciei a contagem. — 1...2...3!

Natsu levantou a barriga com os propulsores e passei rapidamente o lençol. Gritei para abaixá-lo. Em seguida, o segundo paramédico amarrou o lençol no homem impedindo que a placa cedesse. Assim que isso foi feito, os paramédicos o moveram para a maca e o levaram para o hospital público de Bax para a correção cirúrgica da barriga. Levantei-me. 

As pessoas aplaudiam a ação, outras tiravam fotos e filmavam para postarem nas redes sociais. Passei a mão no cabelo.

"Você definitivamente deveria ter se arrumado melhor" falou Lucy. " Os vídeos já estão sendo disponibilizados na net. Juvia Lockser, você é hardcore." Ela deu uma risada que, por causa do filtro robotizado, parecia sarcástica. "Hahaha… Haha…"

Saí do ringue e peguei meu tanque de oxigênio. O público me apontava as câmeras dos celulares, fiquei cega com um dos flashes. Eu tentava encontrar a saída, mas a multidão me empatava de ir embora, faziam perguntas sobre meu nome e o que eu fazia. Natsu Dragneel puxou a minha mão e abriu espaço entre as pessoas até o lado de fora.

Assim que saímos, coloquei a minha máscara de oxigênio. Aparentemente, estávamos na parte traseira do Galo Nocaute, por onde os campeões costumavam passar. Respirei fundo aliviada, eu era péssima em multidões. Do lado de dentro, o apresentador anunciava a saída dos jogadores e iniciava uma nova luta com outros dois. 

— Não tem nenhum senso de autopreservação? — Ele foi o primeiro a falar, parecia irritado. — Não se jogue numa multidão em comoção!

— Como é? — Exausta, levantei a cabeça. Minhas mãos seguravam os joelhos. Deixei que meu tom soasse igual ao dele. — Se você tivesse percebido o defeito dele, nada disso teria acontecido — rebati irritada.

Ele abriu a boca para revidar, mas fechou. Uma luz vermelha irritante piscava no seu capacete alertando o meu tom de voz. Meus olhos se encheram de clareza.

— Você sabia! — exclamei, levando as mãos à boca.

— Tá, entre no carro comigo. — Ele olhou para os lados, como se alguém visse aquela conversa fosse muito arriscado. — Podemos falar sobre isso em um lugar com mais privacidade.

Natsu não negou — ele sabia sobre o defeito da armadura e tinha usado isso a seu favor para ganhar a luta. Por um instante, senti um arrepio na minha espinha quando ele segurou meu pulso.

— Eu não vou entrar no carro! — Desvencilhei-me de sua mão. — Não posso me dar ao luxo de aparecer aos pedaços no rio Ur amanhã.

— Eu não sou um palhaço psicopata! — A voz era ofendida e um tanto magoada.

Não estava disposta a descobrir o oposto. Virei-me, ficando de costas para ele, e puxei meu tanque de oxigênio em direção a um ponto de ônibus do outro lado da rua. Estava escuro, mas o ponto com quatro bancos estava iluminado por uma luz amarela de um poste atacado por mosquitos.

— Olha, eu sabia que tinha um defeito na armadura — explicou, andando atrás de mim —, só não pensei que ela iria despencar no chão como uma tigela de macarrão instantâneo.

" O que os caras tem na cabeça?" pensei ultrajada. Sentei-me no banco, tinha que pegar o metrô para o portão três antes de se tornar mais perigoso.

— Veja, vai ser difícil voltar para casa com essas pessoas no transporte, a esta hora todos de Bax devem ter visto o vídeo. — Ele tentou me convencer com sua voz persuasiva. 

Os meus ombros caíram.

"Eu quero ir no carro", disse Lucy, manhosamente, como se tivesse pernas e estivessem cansadas demais para andar. " Além disso, não foi pra você falar com ele que viemos até aqui?"

Eu não podia rebater aquela inteligência artificial, ela era ardilosa e sensata.

— Tire o capacete — pedi.

Ele pareceu franzir as sobrancelhas por baixo da armadura.

— O quê?

— Não vou entrar em um carro com um homem mascarado. Vai, tira.

‘’Você é tão esperta’’ mais risadas robóticas soaram no meu ouvido. " Há…Haha…Hahaha!"

Fazê-lo mostrar o rosto era a garantia que eu tinha para descobrir o que o herdeiro da SIFE fazia no Galo Nocaute. Não consegui ver sua expressão, mas o rosado pareceu convencido do meu argumento ou eu achei que estava com todo o suspense que fazia. 

— Vamos, Juvia, sou eu, Natsu. — ele revelou como se eu soubesse esse tempo todo. E eu sabia. — Sei que sabe que sou eu.

Meu sangue gelou. Ele apertou o capacete e seu rosto bonito e altereziano surgiu a minha frente — o cabelo estava amassado, mas não o deixou feio ou desarrumado, apenas ligeiramente despojado. Tentei relaxar os músculos tensos quando ele se afastou e deu um sorriso bastante mordaz, meu rosto desconcertado havia me entregado completamente.

— Pode deixar o tanque no porta-malas — avisou antes de bater a porta do motorista.

‘’Ele pegou a gente direitinho, não foi?’’, disse Lucy meio culpada. Não fiz questão de responder.

Entrei no carro em um misto de culpa e ultraje. Ele prestava atenção a estrada e eu tentei conter a sensação péssima de ser pega longe das minhas expressões faciais. Quando chegasse em casa, eu iria cair na cama e gritar em um dos travesseiros — talvez Gajeel estivesse certo no fim das contas. 

Afinal, o que eu tinha haver com as pessoas de Alter?

Provavelmente estava à procura de algo mais interessante que configurar computadores, no entanto após Me’thlys, polícia de reconhecimento, um vídeo misterioso, cyborgs e herdeiro da SIFE, eu sem dúvida deveria dar um tempo no que estava fazendo.

— O que estava fazendo no Galo Nocaute? — perguntei mesmo assim.

— O que eu parecia estar fazendo?

Um leve sorriso dizendo ‘’não faça perguntas das quais já conhece as respostas’’. Canalha. 

— Não é engraçado — eu disse, virando meu rosto para a estrada. — Podia ter matado aquele jogador. 

— Que bom que você estava lá para ajudar. — A voz dele era séria. — Mas como eu disse antes, não tive intenção de matar ninguém.

— Não deveria aparecer em Bax com sua tecnologia de ponta e achar que não vai fazer estragos nos lutadores daqui — resmunguei, fazendo um gesto vulgar. — Lute com seu povo, altereziano.

A expressão dele era suave e pensativa. 

— Eles não lutam comigo, por causa da SIFE. 

— A SIFE não te deixa lutar? — Eu estava confusa.

— Não é isso. — O rosto dele se contorceu numa expressão complicada. — Os ringues preferem não correr o risco de machucar alguém que pode arruiná-los posteriormente.

Meu rosto se encheu de compreensão, então se fechou em curiosidade. 

— Já fez isso?

— O quê?

— Arruinar alguém? — insisti.

Ele deu uma pausa pensativa antes de continuar.

— Como eu disse, nunca me deixaram participar. — A pergunta continuava em aberto.

— É por isso que não consertou seu pé em Alter? Está se escondendo da sua mãe por acaso? — disse sarcástica. 

Ele ficou tenso, e me preparei para que Natsu respondesse com sarcasmo, mas disse:

— É, por aí.

Fitei-o com incredulidade. 

— Ela é uma pessoa difícil — acrescentou, não pareceu querer se aprofundar em sua complicada vida familiar.

Eu também não estava interessada.

— E você se interessa pelas lutas? 

Pisquei, um pouco surpresa pelo interesse dele.

— A-hãm. Eu fui com um amigo — que por acaso havia me abandonado por medo da batida policial. 

— Está em casa.

O carro parou. Do lado de fora, expunha pela janela minha oficina fechada. Quando voltei o olhar para ele, percebi que me fitava. 

— O que foi? — Passei a mão pelo pescoço, mas a graça só sairia com uma solução da oficina.

— Me visite em Alter — ele falou de repente. — Posso te apresentar alguns engenheiros mecatrônicos da SIFE que adorariam te ter como auxiliar. 

A proposta me pintou um futuro menos cruel. Viver em Alter como auxiliar de engenharia, ganhar o suficiente para quitar minhas dívidas. Era bom demais para eu continuar alimentando por mais do que aqueles cinco segundos.

— O povo de lá vai me ver como uma idiota por ser de Bax. Não vou tocar em nada além de cafezinhos.

O rosto dele pareceu pensativo. Era verdade que nem mesmo a influência de um herdeiro da SIFE mudaria o sistema das duas cidades: o que é pobre tem que se manter pobre, o que é de baixo tem que continuar em baixo e o que é de Bax nunca acenderá para Alter.

— Vou me comunicar com você quando tiver uma resposta. 

Sorri agradecida, então sai do carro. Ele saiu em seguida para pegar meu tanque de oxigênio. Não precisa fazer isso, mas achei delicado da sua parte. Aquela coisa pesava muito.

— Como descobriu que eu sabia que era você? — perguntei, uma vez que a ansiedade pulou da minha boca e estávamos finalmente no ponto final da conversa.

— Você estava com graxa no pescoço. — O herdeiro apontou para um canto abaixo da minha cabeça, seu dedo tocou levemente na minha pele. Parecia engraçado para ele, porque estampava um breve sorriso. — Você não é exatamente alguém difícil de não lembrar, então a reconheci. E você estava tão empolgada olhando para meu pé — disse com mais divertimento. — Carreguei um homem de 90 quilos no ombro e o joguei nas cordas, mas é claro que meu pé é mais interessante. Então, soube que você sabia sobre mim.

— Eu...— Tossi. — fiquei feliz com minha configuração, tudo pareceu normal.

— É claro — disse, a voz satisfeita.

— Tchau, Natsu. Valeu pela carona. — agradeci antes de me virar para a oficina.

Eu já tinha aberto a segunda porta quando ele perguntou.

— Mas como você sabia que era eu pra começo de conversa? — A curiosidade dele me encheu de graça.

Lancei um sorriso mordaz para ele que dizia "Não pergunte algo que não vai querer saber a resposta."

Subi para meu quarto e me joguei no travesseiro. 

"Chega de Natsu Dragneel!" pensei. Coloquei as mãos nos olhos. Precisava me manter com os pés no chão e não ficar fantasiando com um pequeno emprego em Alter, era tudo uma ilusão. 

Quando amanhecesse, tudo voltaria ao normal.




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