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História Garotinhas - Meu irmão, meu herói de medalhão


Escrita por: MarioNT

Capítulo 10 - Meu irmão, meu herói de medalhão


10

Meu irmão, meu herói de medalhão

 

– Meu Deus! – Tainá leva a mão à boca. – Que susto!

            Ela tinha acabado de entrar na cozinha, quando viu Beatriz e Maria Eduarda, que a encaravam.

            – Desculpe – Beatriz abaixa a cabeça, envergonhada.

            – Não, não – Tainá se senta numa das cadeiras da mesa que dava para a área de lazer da casa. – Eu quem sou uma medrosa.

            – Fizemos café com panquecas – Eduarda coloca um prato com uma panqueca e geléia de morango na frente da morena.

            Tainá sabia que aquela garota era a que havia dado o chupão na mão de Carlos. Ela olhou para a comida.

            – Obrigada – ela se vira para Beatriz. – É bom ter uma mãe fazendo o meu café.

            Beatriz sorri.

            – Nós que temos que agradecer – a mulher se senta de frente para a hospedeira. – Nem sei o que seria da gente, se o seu pai não nos convidasse para ficarmos aqui.

            – Fiquem o tempo que quiserem e, qualquer coisa, é só pedir.

            Tainá segura a mão de Beatriz.

            – Ele era mesmo um pedófilo? – pergunta Maria Eduarda.

            – Era sim – Tainá pega um garfo. – A pior espécie de monstro que pode existir.

            Ela faz cara de nojo ao se lembrar de Murilo e coloca um pedaço da panqueca na boca. Estava deliciosa.

 

Depois do café, Tainá deixou Beatriz e Maria Eduarda no quarto de hóspedes para ficarem a sós. Pelos corredores do andar de cima, a porta do quarto de Fernando ainda estava trancada. Ele não podia ainda estar dormindo, porque a sua irmã escutou o barulho de água caindo.

            – Fernando! – grita Tainá. – Abre aqui! Por favor.

            – Já vou! – ele desliga o chuveiro. – Espere aí.

            Alguns segundos depois, ele abre a porta. Estava enrolado numa toalha. Tainá entra no cômodo pelo espaço entre o braço do irmão e a porta.

            – Você conseguiu dormir? – ela o pergunta. – Porque eu não.

            – Se você não conseguiu dormir no outro lado da casa, imagine eu, ao lado da casa dele – Fernando falava do banheiro, onde vestia uma bermuda.

            Tainá se deitou na cama dele, da janela aberta dava para ver os carros dos canais de TV e os da polícia. O que eles ainda esperavam encontrar lá? Quem o matou não poderia ser tão tolo de deixar uma ponta solta no meio do caminho. Afinal, é o que se espera de um assassino.

            – Você sabe que eles vão te procurar, né? – fala Tainá ao ver a sombra de Fernando aparecer na parede.

            – Eu não tenho medo da imprensa.

            – Eu não estou falando da imprensa – ela se vira para o irmão. – Estou falando da polícia.

            Fernando se senta na beirada da cama.

            – Eu não estava na cidade no último mês. E, aliás, eu ajudei a colocar Murilo no reformatório.

            – Eu sei, mas... Mas vocês nunca se gostaram na escola – a voz da menina estava mais apreensiva. – Eles podem pensar que você esconde algo.

            – Eu não escondo nada! – Fernando se levanta em um pulo.

            – Eles podem te colocar no detector de mentiras!

            – Eu não preciso contar mentiras.

            Tainá se escora na cabeceira da cama. Estava preocupada. O irmão era inocente, disso ela não abriria mão, contudo, tinha medo de Fernando dar alguma bandeira, pois ele foi quem revelou à cidade o verdadeiro Murilo. Ele quem criou o menino que não pegava garotas, pegava garotinhas.

            – E a mamãe? – Tainá fica mais reta. – Como ela está?

            – Como ela mesma disse, seguindo em frente.

            Fernando fita os seus tênis velhos num canto de parede. Não iria contar a irmã que a mãe deles saia com garotos de programa para satisfazer o prazer sexual que nunca teve com o ex-marido.

            – Certo – Tainá se levanta da cama. – Vou ligar para Bruna, talvez ela queira vir buscar o carro dela.

            Ela volta a olhar para a janela. O Up vermelho da amiga ainda estava em sua vaga no estacionamento da casa. Dona Sônia veio buscar a filha, depois que soube do ocorrido.

            – Até mais, maninha.

            – Até mais, Fernando.

            Tainá fecha a porta devagar, deixando o irmão sozinho.

            – Fernando Borges – o delegado Figueira se levanta do sofá da mansão do garoto para ficar mais perto dele –, você está acusando o seu vizinho de um crime muito sério.

            Angélica aperta com mais força os ombros do filho. Ela sabia que era verdade, porque Bruna a contou o que Murilo tentou obrigá-la a fazer. Mas a Sra. Tomaz, Janice, não sabia, muito menos acreditaria. Uma prova disso seria o fato de que ela mesma chamou a polícia, quando soube que Fernando o espancou, pensando ser uma disputa entre garotos.  

            – Se o senhor não acredita – Fernando encara o delegado com firmeza –, vasculhe o quarto dele. Vai encontrar os vídeos que ele mesmo grava lá.

            – Você já viu algum destes vídeos? 

            O menino assente.

            – Meu quarto fica ao lado do dele.

            – Reconhece a vítima?

            Figueira estava mais perto. Fernando podia sentir o hálito de ketchup da autoridade.

            – Sim, senhor.

            – Quem? – os olhos do oficial se arregalaram.

            – Rafaela Lúcio.

            O delegado volta a ficar ereto. Angélica coloca as duas mãos na boca, incrédula. Rafaela Lúcio é a filha do promotor da cidade. Figueira tinha certeza de que aquilo não sairia barato. Murilo teria grandes problemas.

            Fernando foi abaixando, deitando na cama ao ver que os flashes dos paparazzis estavam passando por sua janela aberta. Ele ficou olhando para a parede, no lugar onde tinha uma medalha. Fernando a ganhou, junto com as honrarias, em uma cerimônia dada pelo prefeito da cidade por seus serviços em defesa às garotinhas, como ficaram conhecidas as vítimas de Murilo, exceto Bruna e Rafaela, que nunca foram expostas aos tribunais e à mídia.      

 

 



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