História Garoto Riquinho - Cara ele tá tão na sua!

–Então você me ama? 

Depois da conversa no celular Wade realmente veio até minha casa e agora estou extremamente nervoso com e declaração talvez precipitada. 

 –Peter, fala comigo!–Ele está sentado na cama e eu estou encostado na janela bem longe dele.–Ok, se é assim eu vou embora.–Ameaça levantar-se porém me desespero e começo a pedir para que ele não vá. 

 –Fica aqui, Wade!–Wade se senta novamente e bufa. 

 –Poxa, Peter! Como você se declara pra alguém e depois quer ficar aí parado sem falar nada? 

 –E-eu tô nervoso ok? Confuso! Esse negócio é novo pra mim! E agora? A gente tá namorando? O que eu faço?–Wade se levanta e anda até ficar perto de mim. Passa a mão no meu cabelo e para nos meus ombros fazendo massagem.

 –Se você acha que foi tudo muito espontâneo tudo bem, a gente pode ir devagar. Que tal um encontro? 

 –A gente já não teve um? 

–É, mas um bar totalmente inapropriado não parece o melhor lugar para duas pessoas se conhecerem melhor, a não ser que seja no outro sentido.

–Realmente, eu ainda estou traumatizado.–Rio de leve e ele me dá um beijo na testa. 

 –Também acho melhor falarmos com seus pais. 

 –Já menti muito, o que você pretende falar para eles?–Wade parece pensativo e então tem uma ideia. 

 –O que você acha de um almoço? Eles podem me conhecer melhor principalmente o teu paizão super protetor. 

 –É uma boa ideia! Quando? 

 –Sei lá, quando você quiser. 

 –Vou falar com eles e te digo quando der!–Me sinto um pouco mais animado pela ideia e sinto Wade descer as mãos e parar na minha cintura.–O-o que v-você tá fazendo? 

–Só te segurando. 

 –Eu não vou embora, Wade. 

 –Todo mundo vai embora...–Ele parece um pouco abalado mas se recompõe e me dá um selinho.–Bom! Eu tenho que voltar pra casa, e você tem que terminar de estudar. 

–Verdade, hhmm até amanhã?–Wade se pendura na janela como de costume e lança um beijo no ar para mim. 

 –Até, baby boy!–E some na árvore, vou até a janela na intenção de ver ele indo embora porém só vejo as folhas. 

 Saio do meu quarto a procura dos meus pais e não os acho em seus lugares habituais(cozinha e sala) então decido ir ao quarto deles o que foi uma terrível ideia assim que vi pops em cima do Papi Tony "se pegando loucamente" 

 –P-Peter!–Pops se desespera e se senta ao lado do papi extremamente envergonhado e muito vermelho.–Bata na porta antes de entrar! 

 –Pode ter certeza que dá próxima eu irei bater antes de entrar...–Papi Tony que está muito mais relaxado ri um pouco e me pergunta: 

 –O que você quer falar, minha criança?

–Eu falo depois que vocês...terminarem aí.–Vou andando pra trás e fecho a porta com cuidado.

De noite, na hora do jantar, falo com meus pais sobre a ideia do Wade. 

 –Se ele vier falar comigo direito, como um homem, talvez eu permita isso aí.–Papi diz e depois come o brócolis delicioso do jantar. 

 –Não é "isso", Tony! Você diz pro garoto aproveitar a vida mas quando ele arranja alguém você não deixa! 

 –Por favor né, Steve? Esse garoto tem cara de drogado! 

 –Pai!–Falo indignado.–O Wade não é drogado! 

 –Mas tem mó cara de quem vai em bar de Striptease não tem?–Fico sem graça com a pergunta pois sim, Wade vai à um bar, não exatamente de Striptease mas tem isso.–Viu só? 

–Tá, Tony, tá bom já deu.Traga esse seu "amigo" para a nossa casa amanhã depois das aulas já que eu e seu pai não precisamos ir trabalhar.–Pops fala um pouco estressado e sorrio alegremente. 

 –Obrigado, Pops! Te amo!–Vejo papai Tony revirar os olhos e pops sorrir levemente com sua atitude infantil. 

⭐⭐⭐ 

 O recreio é um dos lugares mais agitados e animalescos da humanidade.Eu particularmente prefiro ficar na sala de aula fazendo os deveres de casa ou só lendo mesmo, porém Mary, desde que ficamos mais próximos começou a me arrastar pra essa jaula de loucos. 

 Pessoas rindo escandalosamente, cheiro de gordura e fritura, algumas pessoas cantando bem e outras muito mal entre tantas outras coisas formam este habitat e no meio disso tudo, eu e Mary. A garota me puxa e vamos correndo para a cantina. 

 –Oi tia!–A mulher olha para Mary com tanto desgosto que eu me senti mal por ela mas a menina continua sorrindo e faz seu pedido.–Eu vou querer aquele iogurte alí ó!–Aponta para um potinho de iogurte de morango e depois para um pirulito do mesmo gosto.–Aquilo também. 

 –Só isso?–A "tia" parece assustada por Mary ter pedido tão pouco comparado ao que ela come no cotidiano, Mary afirma com a cabeça e pega os pedidos. 

 –Um iogurte pra mim, e um pirulito pra você.–Me entrega o doce e faço cara de desentendido porém me lembro da "operação ousadia".–Falou com o Wade? 

 –Sim, ele me contou tudo sobre aquela noite. 

–E aí? O que descobriu? 

–Não posso falar muito, mas ele não matou a namorada como eu imaginava.–Mary bota a mão no peito na região do coração com alivío e vamos andando até nossa mesa. 

 –Eu sempre soube! Tenho sempre razão! 

 –Muito convencida você.–Chegamos na mesa e Wade está sentado focado na tela do celular. Nos sentamos e Mary arranca o telefone da mão dele sem nem pedir. 

 –Ah qualé, Mary? Me devolve meu celular!–Tenta agarrar mas a garota levanta o braço com o celular e depois de muita briga ela o devolve para Wade.–Valeu.–Olho para o pirulito e depois olho para Wade e para Mary, a garota dá um sorriso malicioso que de certa forma me dá coragem para fazer aquilo. 

 –E então, Wade, chegou bem em casa?–Pergunto e vou abrindo o doce discretamente. 

 –Cheguei sim, a tempo de ver Hora de Aventura! Nossa eu adoro aquele desenho...–Diz nostálgico e boto o pirulito na boca sem ele perceber por estar destraído demais olhando para o nada então retiro o doce da boca fazendo sem querer o barulho de um estalo e no mesmo momento Wade vira a cabeça pra mim. 

 –D-desculpa...–Digo envergonhado eu realmente estou me sentindo assim mas Mary faz um sinal de okay por baixo da mesa e dou uma risada anasalada.–Eu não sabia que você gosta de desenhos, Wade. 

 –Pois é né? Eu adoro desenhos animados! Eu gosto de qualquer coisa na verdade, menos vacas!–Lambo o pirulito e Wade se remexe na cadeira.–Já viu Steven Universe? 

 –Já, não gostei muito. Prefiro Voltron da Netflix.–Chupo o pirulito com o resto de dignidade que eu tinha. 

 –V-Voltron, hhmm sim Voltron também é legal.–Ele coça a nunca e abre a boca parecendo se lembrar de algo.–E o almoço com seus pais? 

 –Aé! Você tem algo hoje depois da escola?–Wade fica pensando por um tempo até que fala: 

 –Não, não tenho estou totalmente livre!–Lambo mais uma vez o pirulito só que dessa vez com menos timidez. 

 –Que bom então! Você pode ir no meu carro! Que não é meu na verdade é do meu pai mas você entendeu. 

 –Claro! Eu vou ali no banheiro e já volto ok?–Se levanta e desaparece na multidão. Mary chega mais perto de mim com seu iogurte já vazio. 

–Cara ele tá tão na sua! 

 –Sério? Eu nem fui tão bem assim... 

 –O que você acha que ele foi fazer no banheiro, Peter?–Demoro um pouco para assimilar a besteira e quando entendo fico balançando a cabeça negativamente. 

 –Que errado, Mary! Você é muito mente poluída! Vai ver ele só foi fazer pipi. 

–A-ta! Pipi que fofinho você! Ah e mais uma coisa. 

 –O que? 

 –Boa sorte com o Wade na sua casa.