História Garotos Infernais - Chapter One

-Faz onze anos que me mudei, não tinha mais do que seis anos de idade. Minha mãe era tão nova e frágil que morreu assim que nasci, minha vó me cuidou até que uma mulher bateu certa noite na porta de nossa casa. Ela não tinha mais do que 30 anos, era ruiva, magra, e não estava só. Com ela vinha mais dois meninos. Jake e Connor. Minha vó a convidou para entrar, a moça explicou o porque que estava ali, minha vó, religiosa ouviu tudo o que ela tinha para dizer. E por fim, quando a moça pediu pra me levar, sem poder se defender nem nada, minha vó levou um tiro na cabeça, entre os olhos.. O sangue esguichou sobre meu rosto e a moça correu para me abraçar, depois disso, só lembro de estarmos correndo na mata fugindo de alguém. Mas não sabia o porque. Até hoje não sei.

Spike abriu os olhos e o Doutor sorriu, demonstrando compaixão, não era grande avanço 

na terapia, mas servia de algo os primeiros dias.

-Meu caro, você só passou por um evento traumático, nada mais. Sua avó foi morta por ladrões, concordo que deve ter sido horrível mas não passa de um evento traumático. Você deve se abrir para seus irmãos e não deixar de conversar com alguém quando quiser. Isso será melhor pra você. Aah e mais uma coisa, largue essa gata de mão, você pode ficar gravemente doente..

A gata olhou desafiadoramente para o Doutor, logo, saindo do colo de Spike ela foi até o sofá de couro e arranhou-o, passando suas unhas extremamente afiadas.

-Sua gata malcriada! Tire-a dali agora mesmo e deem o fora daqui!!!

Spike pegou a gatinha no colo e saiu do consultório, após chegar ao elevador, sorriu para a gata, ela sentia o que ele sentia, nunca se desfez dela desde que fora morar na mansão com o resto dos irmãos e a moça.

As portas do elevador abriram, ao entrar, a luz piscou e as portas fecharam. A gata pulou de seu colo e ficou ao seu lado.

-Ele pensa que sou tonto né Celinna, ele deve estar cuidando agora mesmo do rasgo que você fez.. Malcriada.. Ele vai ver quem é malcriada..

As portas se abriram e logo foi de encontro com os irmãos e a moça que o adotou após a morte de sua avó.

-Como foi lá querido? - a moça perguntou.

-O mesmo de sempre Katrinna. O mesmo de sempre..

Connor achou graça, ele também não ia com a cara daquele Doutor de meia tigela.

-Agora podemos ir embora? - Jake perguntou observando Spike.

-Não, eu quero falar com o Doutor.

-Mas então porque o Spike está indo pro carro? - apontou Justin.

Katrinna pôs a mão na frente dos olhos, não acreditando.

-Por favor, vão com ele. Esperem em casa.

-Claro Katry.. - Disse Waster, que desde a infância tinha uma certa quedinha por ela.

Os cinco irmãos foram atrás de Spike e logo estavam em casa.

Katrinna pegou o elevador e subiu para o consultório.

Ao chegar lá, a porta da sala do Doutor estava entre-aberta.

-Olá, Doutor sou eu Katrinna... O senhor está bem?

Antes que pudesse obter alguma resposta dele, ela viu, a poça de sangue ao redor dele.

Ferimento a bala no meio dos olhos, era como da última vez com a avó de Spike, mas tanto tempo depois?

Katrinna saiu correndo do consultório e antes de entrar no elevador ligou pra emergência.

-Alô, quero fazer uma denúncia anônima, acho que aconteceu alguma coisa na sala 353, do consultório do Doutor Pascall. A porta está entre-aberta e não me atrevo a entrar.

Após desligar o celular, entrou no elevador e ligou para o mordomo da mansão onde morava com os meninos.

-Senhor Wendall, faça as malas e mande os meninos fazerem as deles, aconteceu de novo, igual a avó de Spike, o Doutor Pascall está morto.

Saindo do prédio e entrando num táxi, de longe, pode ver a polícia chegando e a ambulância também, o que não sabia, era que havia uma bomba dentro do prédio, e antes que a polícia evacuasse o prédio para retirar o corpo do falecido Dr. Pascall, o prédio explodiu.