Tento me levantar, sem muito sucesso.
Kise, então, pega um de meus braços e o coloca em volta de seu pescoço, me ajudando a levantar, me guiando até o banheiro.
– Segure-se aqui. – aponta para a pia; obedeço. – Vou buscar uma toalha para você.
Ele volta e me encontra sentado no vaso sanitário, com a tampa fechada.
– Está com muita dor? – pergunta, me entregando a toalha. A pego.
– Sim... muita. Só... só não entendo por que não consigo ficar de pé.
– Deve ter machucado bastante. É assim mesmo. – ele fica vermelho e coça o cabelo, olhando para o lado. – Quer que eu o ajude?
– O quê?! Não, nem pensar... – coro de vergonha.
Kise se encaminha até o box e abre o chuveiro para esquentar a agua. Enquanto ele abaixa para pegar o sabonete jogado no chão, eu tentava me levantar devagar. No entanto, assim que dou o primeiro passo eu escorrego, caindo sobre ele.
Os dois tombam sob a água do chuveiro ligado. Ele me olha enquanto ela escorria por seu rosto. Ao me perceber entre suas pernas desvia o olhar.
Sinto então algo volumoso em minha barriga e coro intensamente ao perceber o que era. Tentei sair dali o mais rápido possível, mas não havia forças. A água molhava sua regata azul, definindo todo seu peitoral bem na minha frente, me deixando ainda mais corado e desconfortável.
Kise me puxa para perto de sí, meu rosto frente ao dele. Meus cabelos começavam a se molhar. Assim que começo a dizer algo sou interrompido por um beijo em meus lábios. Ele se segura em meu cabelo e em minha cintura; arregalo os olhos, assustado com a reação dele.
O beijo foi se intensificando ao mesmo tempo que eu ficava sem forças para recuar.
~Aquilo não estava certo..., somos dois homens, por que ele está me beijando assim?
Nossas línguas se enroscaram e me vi retribuindo o beijo quente e sedutor de Kise.
– Pa...re... – tentava falar, sendo impedido por sua língua.
Poucos instantes depois ele para e me olha com as bochechas vermelhas.
– Desculpe... está tão bonito e indefeso que não consegui resistir... – ele faz uma pausa, a face sem graça se mostrava envergonhada. – Há tempos te observo no colégio com seu amigo de cabelo vermelhos, mas nunca consegui falar com você.
Achei aquilo muito estranho e meio psicopata, mas até que não era nada demais. Só não entendia como havia feito isso sem eu nem mesmo notar sua presença.
– Ah. Mas isso é errado. Somos homens, não podemos nos... beijar.
Ele dá aquele sorriso malicioso novamente, me ajuda a levantar com cuidado e retira o Band-Aid, já solto, do meu rosto. Me coloca sobre o vaso e some pela porta.
Ao voltar trazia consigo um banquinho marrom, que coloca dentro do box. Me levanta, me colocando no banquinho sob a agua, que escorria.
– Pronto! Assim evitamos acidentes. Depois que terminar me avise para pegar suas roupas e colocá-las para secar. Vou te emprestar algumas das minhas enquanto isso.
Assinto com a cabeça e ele sai novamente, fechando a porta atrás de sí.
Retiro minhas calças e cueca, já ensopadas, e as jogo para o lado. Tomo meu banho, com um pouco de dificuldade, e, assim que termino, agarro a toalha sobre o box e me embrulho, chamando por Kise.
Ele estava sendo muito gentil comigo, mesmo eu não o conhecendo. Aquilo tudo era meio estranho, inclusive aquele beijo. Acredito que Kaio amaria se estivesse no meu lugar, mas não sei como me sentir em relação a isso.
Kise bate na porta e entra em seguida, deixando algumas roupas sobre a pia.
– Acho que vão ficar um pouco grandes em você, mas é o que temos até suas roupas secarem. – ele me vê tentar levantar e corre para me ajudar. – E tente não cair de novo.
Me leva até a pia, pegando minhas roupas molhadas do chão. As torce para tirar o excesso de água e leva-as consigo para fora do banheiro.
=====Quebra de tempo====
Já trocado e sentado sobre a cama, observo as enormes roupas em meu corpo. Quase que caberiam dois “Aomis” lá dentro.
Kise-san me entrega uma garrafa de algo que parecia alcóolico.
– Beba. Vai se sentir melhor. Acredite, depois de um dia como esse você está precisando. – me aconselha, sentando-se ao meu lado também com uma garrafa na mão.
Bebo.
Um, dois, três goles...
Meu rosto começa a ficar quente.
– Que filme iremos assistir? – pergunto, já meio alterado, tentando quebrar o gelo.
[Continua...]
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