=====Quebra de tempo=====
Ao amanhecer o escuto me chamar, abro os olhos e o vejo bem próximo ao meu rosto. Me afasto imediatamente, assustado.
‒ Vejo que já está melhor. Venha, fiz café da manhã.
Não conseguia parar de olhá-lo, tentando lembrar o que havia acontecido. A última coisa que lembrava era de escolher o filme de terror. Resolvo deixar de lado...
Kise havia sido muito gentil se preocupando e cuidando de mim. Ele não parava de me olhar com os olhos entreabertos e um sorriso estranho nos lábios, parecendo esconder algo me arrepiando por dentro. Ficamos nos olhando durante alguns instantes, até o silêncio ser quebrado pelo toque do seu celular.
‒ Olha a hora! Vamos tomar café, se não iremos nos atrasar. ‒ ele se levanta e some pela porta. O sigo.
Sinto uma leve dorzinha no estomago. Passo por um espelho no corredor e volto num susto. Olho meu rosto: um roxo esverdeado estava instalado em meu queixo.
‒ Que maravilha... ‒ fungo. Kise me olha e ri ao ver minha reação, então senta-se a mesa de estilo americana na cozinha.
Ovos com bacon, pão, manteiga, cafeteira, leite, arroz e alguns pedaços de salmão assado estavam sobre a mesa. Meu estômago ronca e dói um pouco.
‒ Pode comer a vontade. É raro eu fazer comida em casa.
Me sento, pegando um bacon e o mordendo. Ele não parava de me encarar quando nossos olhos se encontravam. Um sorriso de lado se instalava em seu rosto. Comemos em silêncio, me sentindo um pouco desconfortável com a situação.
=====Quebra de Tempo=====
Antes de chegarmos ao colégio passamos por aquele beco e acabo me pegando relembrando meu massacre. Ele chama minha atenção; acho que percebeu e puxa um assunto aleatório.
Chegamos no portão, mas já não havia ninguém para fora. Estávamos atrasados.
Entramos e encontramos Kaio, emburrado, escorado em uma parede.
‒ Voce é idiota? ‒ pergunta ele a mim, sem que eu entendesse nada. O olho, confuso ‒ Te liguei quase um milhão de vezes! Me deixou preocupado. Esqueceu que íamos ao cinema,
Baka?!*.
‒ Poxa, me esqueci! Tive um pequeno problema ontem e acabei indo para a casa dele. ‒ aponto para Kise; sua presença estava sendo ignorada, até agora.
Kaio o olha feio.
‒ Algum problema? ‒ pergunta Kise, rude.
‒ Problema? ‒ ele esbraveja, parecendo imaginar coisas terríveis que o moreno poderia ter feito comigo para eu estar com aquele roxo no queixo. Ele agarra a gola de Kise. ‒ O que você fez com ele?
‒ OQUEE? ‒ pergunto, entendendo sua reação ‒ Não! Ele me levou porque o Louk e sua gangue me encurralaram e me deram uma baita surra.
Kaio me olha, com a gola do moreno ainda em sua mão; seu rosto parecia enfurecido, mas se acalma ao lembrar que havia sido culpa dele eu ter apanhado. Ele, então, solta a gola e me puxa pelo braço, ignorando qualquer palavra de Kise. Me joga para dentro de minha sala e fecha a porta com tudo, fazendo todos me olharem, inclusive o professor, que pareceu furioso.
Me sento na carteira e tento me esconder ao máximo daqueles olhos curiosos. Só Louk não olhava para mim. O que será que Kise havia feito?
Esqueci completamente de perguntar.
[Continua...]
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