História Gatunos! - O treino! E o sujeito esverdeado!

Sabine estava em um canto separado dos outros naquele dia. Ela parecia preocupada com algo, provavelmente com a Grande Linha, já que o mapa que Nami dera-lhe não saía de suas mãos.

   Lanny, vendo a amiga tão quieta e solitária, resolveu ir até ela e puxar um papo, talvez só estivesse precisando de um ombro amigo para chorar; Sabine fazia isso.

   - Ei, Sabi! - disse a morena. - Algum problema?

   - Ah, não, Lanny - falou Sabine. - Só estou com um pouco de dor de cabeça.

   - Quer que eu peça para o Toby preparar algum remédio?

   - Não, não precisa. Eu vou ficar bem, tenho certeza.

   - Mesmo? - insistiu Lanny.

   - Mesmo. Não precisa se preocupar comigo, afinal, eu sou a irmã mais velha aqui! - disse Sabine, brincalhona.

   Lanny então deixou a amiga, que pedia para ficar mais um tempo sozinha, e fora ver o que os outros estavam fazendo, principalmente Sashi, que era nova na tripulação.

   Encontrou-a no teto do convés, treinando suas habilidades, também sozinha, enquanto Kalissa e Toby conversavam perto do mastro sobre as velas, certamente para aprenderem mais sobre elas.

   A garota então segurou-se na parte de cima do convés e se preparou para pular até lá em cima.

   - Gomu Gomu... Foguete!! - gritou ela.

   A morena então foi lançada para cima e acabou pousando ao lado de Sashi, que assustou-se, por mais que tivesse visto que ela faria algo do tipo.

   - Sim, Capitã Lanny? - perguntou a loira.

   - Pode me chamar só de Lanny - disse a outra.

   - Certo. Então, precisa de alguma coisa, Lanny?

   - Não, só vim ver o que você estava fazendo. Como vi que estava treinando sozinha, vim ver se precisava de alguém com quem treinar. O que você acha?

   - Ora, seria bom. Você... quer treinar comigo? Bem, ninguém me diz isso há anos. Acho que, com o tempo, começaram a ter medo de mim e de minhas habilidades, então começaram a me evitar. Não si bem - contou Sashi.

   - Ah... - Lanny se intristeceu, mas logo animou-se de novo com a oportunidade que estava bem à sua frente. - Mas isso vai mudar de agora em diante! Eu vou lutar com você! E sempre que quiser treinar, é só pedir pra qualquer um de nós! Tenho certeza de que não vão recusar!

   - O-obrigada, Lanny. Então vamos logo começar com esse treino! Como decidiremos quem sai vitoriosa?

   - Hum... a primeira que disser "eu desisto", perde!

   - Certo! - concordou Sashi.

   As duas alongaram bem seus músculos do corpo antes de começarem a lutar, o que é fundamental antes de qualquer luta, seja de verdade ou um mero treino entre amigos.

   Quando terminaram, as duas posicionaram-se uma em frente a outra, com os braços à altura da cintura e com as mãos cerradas em punho.

   - Alguém poderia ser o juiz!? Estamos treinando! - pediu Lanny, gritando.

   Toby ouviu o pedido da capitã e logo resolveu ajudar. - Podem deixar comigo! Serei o juiz!

   - Obrigada, Toby - agradeceu Sashi, piscando para o garoto, que ficou meio desentendido.

   Quando todo já estava pronto, Toby pegou uma arma e apontou para cima, prestes a dar o sinal, mas fora interrompido.

   - O-onde conseguiu isso? - perguntou Kalissa.

   - A-ah, eu... roubei do m-meu pai... - respondeu ele.

   - Uau, você é demais, Toby! - disse Lanny.

   - Tá, o-obrigado - falou ele, sem graça. - Então vamos começar! - Toby apontou a arma novamente para cima e apertou o gatilho, disparando uma bala para o alto com um estrondo e um ruído que fizeram-se presentes quando a bala subiu.

   Sashi percebera que Lanny precisava de um tempo para "carregar" seu ataque, o que lhe dava a vantagem da velocidade, e isso ela tinha de sobra, pois suas pernas eram mais fortes do que as de um homem musculoso.

   - Gomu Gomu... - Lanny começou a dizer.

   - Rasteira! - completou Sashi, brincando.

   A loira saltou para frente e fingiu que ia atacar Lanny de frente, com um soco, mas usou os braços da oponente, que levantou-os para proteger seu rosto, para abaixar-se e passar por baixo das pernas dela, derrubando-a no chão.

   - Mas como!? - perguntaram-se Kalissa e Toby, chocados, pois sabiam o quanto a capitã era forte.

   - Apenas um ou dois golpes de Lanny acabariam com Sashi, mas ela ainda não consegue realizá-los com rapidez, o que pode garantir a vitória à Sashi - Sabine analisou e explicou aos companheiros.

   - Ah, entendi - disse Toby.

   - Quer dizer que a Lanny pode estar realmente em apuros! - exclamou Kalissa.

   Lanny logo levantou-se do chão e se recompôs. Ela pensava com cuidado no que poderia fazer para "acelerar" seus golpes, mas não conseguia encontrar nenhuma solução que pudesse mesmo funcionar nessa ocasião, afinal, não queria machucar Sashi, pois a única forma que encontrara, era quebrando a perna dela, mas nunca faria isso com uma amiga sua.

   - Aposto qhe por essa você não esperava, né, Lanny? - disse Sashi, um pouco convencida.

   - Não... eu esperava sim - Lanny disse e a loira se assustou. - Você é da minha tripulação, Sashi. Tinha que ser a melhor mesmo.

   - O-obrigada.

   - Então? Onde estávamos mesmo? - brincou Lanny. - Gomu Gomu... Pistola!!

   Lá da polpa do navio, os outros três Gatunos! observavam a luta com cautela e faziam suas análises:

   - Sabine - começou Toby. -, o que acontece se a Lanny atingir esse golpe na Sashi?

   - Sashi pode ser rápida, mas precisa de muitos ataques para vencer Lanny - explicou a navegadora. - Por outro lado, se Lanny atingi-la com um os dois golpes, é capaz que ela já vença.

       • Enquanto isso, do outro lado da Grande Linha:

   Alguém estranho se aproxima do homem do Porto da Baleia. Era um sujeito muito curioso de cabelos verdes e olhar extremamente intimidador e impiedoso.

   - O-oi, posso lhe ajudar, s-senhor...? - o homem atreveu-se a dizer.

   - Não me chame de senhor - disse o homem. Realmente ele parecia ser muito baixo para um adulto. - Apenas me diga... cadê o outro homem que cuidava deste porto?

   - E-ele morreu, ficou doente. Eu sou o novo "vigia" daqui. Por quê?

   - Ah, entendo. Bem então vá se acostumando, pois passo aqui frequentemente à procura de um certo alguém.

   - Q-q-quem...? - atreveu-se novamente a perguntar, mas estava morrendo de medo.

   - Apenas quero saber se o Chapéu de Palha já passou por aqui. Ele já voltou para a Grande Linha? - perguntou o sujeito esverdeado.

   - Ah, n-não.

   - Tudo bem. Amanhã eu voltarei. Esteja aqui.

   - T-tudo bem.

   - Até logo - o sujeito disse e, num piscar de olhos, desapareceu misteriosamente, deixando o homem do porto extremamente assustado. Quem poderia ser ele ou ela?