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História Rise. - Amazement.


Escrita por: hyungwonaly

Notas do Autor


Yo. ~ Pois bem, eu disse que gostaria no fim de semana o capítulo, mas eu terei que viajar e... Fala sério, eu não iria conseguir me segurar. ~'laugh
Aos que leram o pequeno trecho ontem e me aconselharam a continuar; muito obrigada, isso é graças a vocês. ♥
Enfim, eu não irei falar muito mais, eu vejo vocês nas notas finais. ~
Boa leitura.

Capítulo 2 - Amazement.


Hyung, hoje nós podemos brincar juntos?

Por que o tempo tinha que passar e a solidão consumir com tanta intensidade? 
Não passava de uma questão de orgulho, um pecado que cotidianamente batia à porta do coração petrificado e gelado do eterno jovem sem nome, que ganhava os seus dias correndo em meio aos humanos que nunca o enxergavam. E durante as noites, ele se recolhia em um mundo só dele, onde nada mais além do som sem harmonia da nevasca continua podia ser ouvido. Afinal, do que adiantava rondar as ruas movimentadas e ainda se sentir sozinho? 
Seus cabelos esbranquiçados eram bonitos e brilhantes, assim como seus lábios bem desenhados que permitia facilmente um baile de vários sorrisos sapecas após o sucesso de cada uma de suas travessuras. 
Mas de que adiantava tudo isso, todas essas qualidades, se ninguém era capaz de vê-las? 
A sua vida era como sua própria pele; pálida, sem cor, e para muitos, invisível. 
Em meio a tantos motivos, o garoto nem sempre tinha um total ânimo para assumir a forma de um demônio invernal. Às vezes, ele só queria ficar em silêncio, no meio das árvores, aproveitando a brisa gélida para observar os céus geralmente nublados, entristecidos. E era dentre esse turbilhão de fatos, que a lua se fazia presente e acrescentava um pouco de brilho na vida amargurada de um rapaz que estava condenado a viver para sempre.
Por que a imortalidade poderia ser um ponto tão devastador e negativo? Simples; ele morria por dentro, sem poder de fato dar adeus ao mundo onde ele estava preso. 
Do que adiantava ser imortal, se essa eternidade parecia sempre a mesma todos os dias? Não havia sequer uma pessoa na qual dedicava um período de tempo, meros segundos, para conversar com o jovem de cabelos brancos. Era sempre neve e o breu de sua caverna, onde geralmente se recolhia quando precisava descansar e tentar dormir.  
O barulho urbano nunca fora um problema para si. 
Por vários dias, ele desejava ser humano, pelo menos  por poucos minutos, apenas para saber como era a sensação de ser notado, de ser tocado, de ser visto. 
Ele queria saber como era a sensação de ter um amigo, de ser acolhido... De ter uma família. 
Mas a pergunta que sempre ecoava na mente tão conturbada e tempestuosa era: de onde viera? Todos os dias, acreditava que tinha sido um fruto da lua e de seu brilho prateado que o fissurava com tamanha facilidade. 
A Lua, no fim das contas, era o que o garoto sem nome tinha de mais sagrado, além do pequeno cajado que sempre estava em suas mãos. Ele prezava por aquilo, prezava por ter sempre por perto tudo o que tinha como especial e que acabava com sua solidão – ou pelo menos com uma mísera quantidade dela.
Quando o dia amanhecia, o pesadelo começava; dias de instintos peraltas, forçados, sem significado, sem um resquício de ser notado. Era sempre ele e sua solidão que com o passar dos tempos deixara de se tornar tão incômoda e passara a ser sua aliada.  

Nós temos muitos nomes. E temos muitas formas.

Trazemos coisas boas.
E esperança.


Várias estações se passaram, e o que antes era como pesos no caminho do platinado, passaram a ser sua forma de refúgio. Em todas as noites, ele corria pelas ondas congeladas de um oceano morto, e conversava com a Lua, que solenemente o respondia. 
Se tornaram íntimos, e lá, o garoto acreditara ter visto a pessoa que responderia todas as suas questões; O Homem na Lua.
A neve em suas mãos era como o mais simples brinquedo na mão de uma criança. O inverno era seu subordinado, e a cada movimento de seus dedos, de seus olhos, tudo se tornava diferente. E agora, mais do que nunca ele podia ser notado. Não em aparência, não em corpo, em presença, mas pelas suas modificações climáticas; podia evocar o vento, a tempestade e, principalmente, o frio e a neve. 
Devido a isso, cada inverno passou a ser super aguardado pelo rapaz que ganhava cada segundo ao ver as lágrimas congelando-se nas bordas dos olhos inocentes das crianças que se assustavam com a suas brincadeiras de mal gosto. Dessa forma, ele fazia total jus ao fato de nunca envelhecer; era um eterna criança que gostava de plantar a discórdia no âmbito pertencente à outras crianças.
Assim, as expressões de amargura deram lugar à risadas que eram cheias de diversão e entusiasmo, crueldade. Mas ele era uma pessoa boa, que tinha um passado sofrido e apagado, o qual ele não conseguia lembrar de forma alguma. E procurando suprir isso, ele criava seu futuro, buscando não se importar mais com algo que não tinha significado e que provavelmente não seria capaz de mudar a sua vida.
Ele pensava.
Ele cria cegamente que sua vida toda seria baseada apenas nisso, que não precisaria de mais nada, que finalmente estava realizado e pronto para enfrentar a sua eternidade. 
Novamente, não passava apenas de uma crença fajuta.
Em uma noite

de inverno, o rapaz estava a andar tranquilamente pela floresta, quando pôde ouvir, de longe, um pedido de socorro. A voz não era grave, longe disso; era uma voz infantil, e estava embargada por um tom surreal de medo, pavor. 
Seus passos se apressaram, e agora ele praticamente surfava pelo solo coberto pela textura fofa da neve que aos poucos se tornava mais plana e deslizante. 
Parou, parou quando seus olhos puderam ver a pequena criança que estava entre duas árvores, com o corpo encolhido e as pernas que visivelmente tremiam em demasia. Em sua frente, haviam dois outros garotos; um deles estava com uma espécie de bastão, enquanto o outro tinha cubos de gelos congelados, o que provavelmente eram pedras cobertas de neve.
Ele se enfureceu, afinal, apenas ele podia brincar com crianças daquela forma. E mesmo que fosse um passatempo cruel, não deixava de ser uma brincadeira.
Ele nunca seria capaz de verdadeiramente machucar uma criança... Até aquele momento.
O ódio consumira o corpo empalidecido, e pela primeira vez ele sentiu uma onde de calor correr pelas suas veias; uma sensação não tão boa, considerando a situação que a acarretara. 
O rapaz chegou por trás e entre os garotos e encheu suas mãos com neve o suficiente para formar pequenas esferas. Certeiramente, acertou-as em suas nucas que estavam expostas pela ausência de agasalhos, como cachecol. 
Imediatamente, ambos viraram em sua direção, e com a ajuda de dois galhos medianos de algumas árvores, ele permitiu-se atingir aqueles dois garotos que aparentavam estar em meados de sua adolescência. 
Amedrontados e sem saber de onde provinha aquelas agressões e o porquê de galhos estarem flutuando bem diante de seus olhos, ele não precisara de muito para espantá-los, mas não antes de escrever um recado sobre o chão congelado. 


Nunca mais se aproximem deste garoto, ou da próxima vez não terei piedade. 


Mais uma vez, ele rira diante do medo que consumira os dois garotos que correram como se fossem realmente crianças. No entanto, as suas gargalhadas logo deram lugar a uma expressão de preocupação. Existia um outro garoto, e só após se aproximar dele que percebera o enorme corte que havia próximo de seus olhos. 
Ele se preocupou, quis tocar, quis curar.
Seus dedos passaram pelo corte que sangrava, e assim, com a sua frieza, logo o sangue que escorrera havia coagulado. Ao perceber isso, o garoto abrira os olhos, acabando por assustá-lo.
Mas afinal, a quem ele queria enganar? Ele não podia ser visto. Pelo menos, ele pensava assim. 
 — Como... Como você fez isso? — a voz doce e ainda amedrontada perguntara, fazendo com que o rapaz retesasse seu corpo. Se espantou a ponto de esbugalhados seus olhos. O platinado ficou calado... Não podia estar falando com ele mesmo. — Você não sabe falar? — O garoto continuava, insistia, queria ouvir a voz que provinha dos lábios daquele que possuía cabelos claros. 
— Você... Você está falando comigo? — ele perguntou, desconfiado. — Você está me vendo? 
—  Bem... só tem você aqui, não é? — O garotinho riu com certa dificuldade pelo corte que castigava seu rosto frágil. 
O platinado não falava nada, apenas tentava digerir aquele momento tão espantoso para si. Desde quando eram capaz de vê-lo? E como se seu coração não fosse forte o suficiente para suportar tamanha surpresa, o garoto esticou uma de suas mãos e o tocou, deslizando seus dedinhos pelo casaco azulado que o mesmo vestia antes de prosseguir: 
— Wow... Isso é neve? — seus lábios se entreabriram em surpresa. — Você não sente frio? 
O maior não podia acreditar naquele momento, embora seus pensamentos estivessem batalhando de todas as maneiras para digerir e processar o que estava acontecendo bem diante de seus olhos. 
Aquela havia sido a primeira vez que tivera algum contato direto com um humano. 
Ele olhava profundamente nos olhos castanhos e rasgadinhos do garoto; eram inocentes, ingênuos e brilhantes. Brilhantes como os seus próprios quando fitava a luz prateada da Lua. Eram bonitos. A verdade era que nunca tivera o privilégio de contemplar uma imagem tão bonita bem perante os seus olhos.
Havia pureza. 
E por isso, o coração congelado deu espaço para que uma pequenina faísca se acendesse bem ali, entre os seus escombros cobertos de gelo. Ele podia ser visto por alguém... Por alguém que possuía uma enorme pureza em um mundo tão pútrido e caótico. Um ser humano pacífico que se fizera presente em um âmbito tão desiludido e perturbado. 

 


Notas Finais


E então, o que vocês acharam? Estou atendendo às suas expectativas? Eu ficaria muito grata se vocês me contassem.
Aliás... Quem vocês acham que é o garotinho? ~'laugh
Eu irei continuar em breve, kay? Desde já, agradeço pelo apoio e espero que realmente tenham gostado. ♥
Xoxo. ~


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