Connecticut, Outubro de 2019, 9:38AM.
Pov Catra
Para nossa total surpresa, Bow e Glimmer foram os primeiros a nos deixar. Rumo ao Brasil. Eu espero que Bow e Glimmer realmente voltem com os cinco milhões e meio.
Amanhã Scorpia e Perfuma serão as próximas, e tenho certeza que Sam vai aproveitar bem o calor de Cuba antes de colocar a mão no dinheiro. É o jeito dela, sempre unindo o útil ao agradável. Não posso reclamar, gostaria de ser assim.
O importante é que agora nós estamos arrumando nossas identidades e todas as dificuldades necessárias para sair e entrar em um país.
Adora cortou o cabelo novamente, agora além de loira, ela tem uma franja e sempre prende para trás, dano a sensação de ser um levíssimo topete.
— Bem, nós conseguimos os passaportes falsos.— Entrapta sentou junto a Netossa e jogou os passaportes em cima da mesa de centro.
Para explicar melhor, o bunker está moldado como um tipo de casa. Então vamos fingir que realmente tem sala, cozinha e todas essas coisas que formam uma casa. A diferença é a numerosidade de quartos.
Então agora estamos na "sala" que transformamos em uma grande lan house.
— Scarlett?— Adora murmurou, abrindo um pequeno sorriso no canto da boca.— Scarlett Boswell.— ela repetiu o nome mais algumas vezes, testando a sonoridade das palavras.
— Gostou? Você passa esse ar de "rica antes dos 30".— Entrapta disse rindo.
— Não parece.— comentei. Era para ser um comentário mental, mas saiu alto.
Adora me olhou, arqueando a sobrancelha, esperando por respostas.
— Não gosta de Scarlett?— ela perguntou curiosa.
— Não muito.— confessei. Peguei meu passaporte e estranhei.
— Sério que vocês colocaram Catra?— perguntei confusa e levemente brava.
— Não, sua besta. Esse passaporte é somente para a Europa, mas vocês não vão para lá.— Entrapta explicou e me deu outro documento.
— Quinn Melog...— murmurei.— Melhor que meu sobrenome verdadeiro.
— Eu sabia que te agradaria.— Entrapta sorriu.— Agora... escutem bem, a quantia é exagerada. Então Netossa e eu pensamos o seguinte... quer explicar? Acho melhor você falar.— ela pediu e Netossa concordou.
— Eu conheço uma pequena família lá, um homem e duas mulheres, irmãs e irmão Stars. Adora deve lembrar de quem são.— notei que a loira assentiu levemente.— Então, por causa do dinheiro, vocês terão que ficar lá por algumas semanas, e pelo nosso cálculo, é o tempo exato para todas as outras duplas voltarem com o dinheiro. Então tudo se encaixa no final. Vocês terão toda ajuda necessária, tanto de lá, quanto de cá.
— E o que os Stars tem a ver?— Adora perguntou.
— Starla arrumou tudo para vocês. Lugar para ficar, um emprego falso... aceitei tudo, menos o filho falso.— ela sorriu.
— Tá, temos tudo.— levantei.
Algo está me incomodando tanto. Não sei definir ao certo.
— Ei, está bem?— olhei para o lado e Lonnie estava parada ali.
— Sim.
— Que mentira.
— Agora não Lonnie...— pedi.
Ok, nós vamos para a Austrália. Seria tão fácil entrar na Hordak Prime e matar Johnn. Tão mais fácil... É um plano pelo qual eu lutei bravamente, mas Scorpia foi a responsável por me deter, alegando que "somente o dinheiro fará o velho morrer do coração" e eu até concordo, mas Johnn não é tão velho assim. Aquele homem deve ter saúde de ferro, sendo o filho da puta que é. Vamos combinar, todo filho da puta se dá bem. Revoltante? Eu sei.
— Ei, Catra, você está prestando atenção?— Lonnie estava parada em minha frente há um tempo.
— Não, Lonnie. Desculpa, o que você disse?— perguntei, dessa vez tentando entender o que ela realmente quer para ela sair logo daqui.
— Eu disse que vamos partir de madrugada.— ela avisou.— Egito é bem longe, Cat. Não faz sentido irmos depois. Adora concordou.
— Adora?— a olhei.— Ela manda no grupo e eu despercebi?— cruzei os braços.
— Você anda desatenta.— Lonnie pontuou como se fosse o bastante.
— Me deixa, Lonnie. Eu não ligo para quando vocês vão viajar.— passei por ela e saí.
Voltei à sala e sentei no mesmo lugar de antes.
— Vamos nos conhecer lá?— perguntei.
— Starla achou melhor.— Netossa me olhou.— Juntando vocês duas, talvez tivessem esse tanto de dinheiro na conta.
— Sim, nos meus sonhos.— Adora disse um pouco baixo, mas todo mundo ouviu. Ok, ela resmungou que nem uma velha impaciente mesmo.
— O ponto é que vocês conseguem isso. Ou melhor, Scarlett e Quinn conseguem.
— Então se teremos esse dinheiro juntas, seremos o que? Casadas?
— Recém. O amor é lindo no início.— Netossa sorriu um tanto sarcástica.
Pov Adora
— Ei — chamei Catra.— você não gostou da ideia?
Me sentei ao lado dela e Catra abraçou os joelhos perto do peito.
— Não é óbvia demais?— ela aprecia preocupada.— Somos um casal, mudamos para lá agora e de repente o banco já tem milhões em nossos nomes? Eles vão perceber.— Catra parece... estranhamente vulnerável?
— Não, Catra.— me sentei melhor.— Os depósitos serão feitos enquanto estivermos lá. Serão coisas idiotas... prêmios de fidelidades por aí, pontos de sei lá o que... essas coisas idiotas que acontecem entre ricos e o mundo não sabe. Além de que somos executivas de sucesso em Luxemburgo, no ramo metalúrgico. Eu acredito que vamos passar despercebidas.
— Luxemburgo é o país com a maior renda per capita do mundo, por que deixaríamos aquele lugar?— indagou, arqueando a sobrancelha. Eu sei o que ela está fazendo.
— Porque queremos expandir os negócios e ganhamos essa viagem a Sidney de casamento, por que não juntamos o útil ao agradável?— respondi confiante.— Acha que não analisei a história antes?— perguntei com um leve sorriso.
— É melhor garantir...— ela acabou sorrindo também.
— Oh, nos conhecemos na escola e nunca mais desgrudamos, olha que fofas!
— Com certeza você é o amor da minha vida, tá escrito na história que a Net criou com os três sei lá quem.
— Seja positiva, pelo menos o dinheiro será nosso, esposa.
— Claro, como se Hordak não estivesse rastreando o dinheiro e sua mãe não estivesse procurando por você incessantemente. Está tudo bem, Adora. Vamos manter a positividade.
— É um roubo, você queria paz?— estranhei.
— Eu queria que não tivéssemos tentado roubar na mesma hora. Seria fácil tentar depois. Eu acho que realmente travamos alguma coisa no sistema. O dinheiro ter sido espalhado assim me deixou preocupada.
Eu conversei com Netossa e ela me disse que pegou Entrapta em uma pasta estranha e acompanhou de perto, tendo certeza que a mulher de cabelo lilás foi a responsável por ter espalhado o dinheiro. Claro, Net havia garantido que o dinheiro estava escondido, mesmo virtualmente, mas também ressaltou como Entrapta é boa. Eu sinceramente não liguei, só perguntei se ela consegue atrapalhar isso, e ela disse que sim. O dinheiro não deveria ter ido para tantos lugares assim, parte deles Netossa adicionou à lista na surdina. Por isso Entrapta estava navegando entre felicidade e pânico ao nos mostrar o dinheiro caindo nas contas. Ela havia programado apenas para a América do Norte e Sul, o resto do mundo estava de fora. Muito infelizmente os valores foram embaralhados de fato, então temos um impasse. Se as três duplas da The Red Horde pegarem a grana, isso equivale a 14,5 milhões de dólares. Bonito, né? O problema é que se as três duplas da Fear The Rebellion pegarem a grana, também equivale a 14,5 milhões de dólares. Então o desempate fica na última dupla, formada por Catra e... bem, eu. A soma de tudo, caso dê certo, fica em torno de 39,5 milhões, o que para mim já é o suficiente.
— O importante é que vamos pegar o dinheiro de qualquer jeito. Pare de pensar nos porquês e pense em como vamos aguentar o clima de Sidney.
Pov Catra
Eu acho melhor ela pensar em como vai aguentar o clima, já que eu com certeza vou sumir em algumas semanas. Não sei como dizer para minha esposa que nosso casamento está fadado ao fracasso e que eu pretendo deixá-la para trás.
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