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História Getteway - Jeon Jungkook, Jeongguk - Parte 1: Coração Sonhador


Escrita por: midye

Notas do Autor


Cá estou eu novamente... Queria agradecer aos favoritos e comentários no prólogo, espero que continuem me apoiando porque tenho muita coisa para esta fic

<3

Capítulo 2 - Parte 1: Coração Sonhador


Fanfic / Fanfiction Getteway - Jeon Jungkook, Jeongguk - Parte 1: Coração Sonhador

"Eu tenho sonhos o ano todo, mas eles não são bons sonhos. E os arrepios descem pelos meus ombros em velocidade dupla" — Yellow Flicker Beat, Lorde

 

Não consigo me mover, nem mesmo deixar poucas palavras escaparem. Meu corpo todo treme... Está congelando. Eu ouço gritos... Chamam por meu nome, mas não consigo ver quem são os donos dessas vozes.

Pela primeira vez, depois de todos os sonhos que já tive, eu consigo olhar para outro ponto que não seja o teto de... seja lá qual for este lugar. Eu olho para meu peito, minhas mãos seguram uma mão branca tentando tirá-la dali. É como se alguém me congelasse apenas tocando em minha pele... mas isso é impossível.

São como agulhas perfurando todo o meu corpo e eu não posso tirá-las. Meu sangue fervente, pouco a pouco se torna frio e petrificado. O pânico... é o que me consome. 

— Jane, não! — Ouço uma voz masculina gritar.

Já me acostumei com isso, sei que é apenas um sonho, mas eu posso sentir. É como se... se eu não acordasse pudesse morrer congelada.

— Jane, acorde!

Abro meus olhos, os arregalando, e procuro pelos braços da minha mãe. 

— Está frio! — digo abraçando seu corpo e ela se levanta para pegar mais cobertores.

— Está igual ao da última vez? — ela pergunta mais diretamente do que das outras vezes. Eu apenas puxo o cobertor de suas mãos e me deito novamente. — Jane, você precisa me dizer!

— E por quê? Por que sempre me pergunta o que muda toda vez? São apenas sonhos!

— Acha isso normal? Sonha a mesma coisa desde que te entendo por gente, Jane!

— Já que não é normal, devemos ir atrás de um psicólogo — digo e ela se levanta rapidamente.

— De jeito nenhum! São apenas sonhos, não é?

— Por que ignora minhas perguntas? Por que precisa saber o que mudou, isso não ajuda em nada!

— Pare agora! Não diga mais nada, eu não quero ouvir. — Ela dá as costas e anda até a porta.

Não há...

... nada mais quente do que o meu coração. Eu já sei. — Viro-me para a parede de meu quarto e escuto seus passos ficarem mais distantes. Pela primeira vez, adormeço sozinha depois de um pesadelo.

 

• • •      


— Levante, Jane! — Posso ouvir os gritos de Mirana da cozinha. 

Me visto e vou até ela, recebendo beijos pelo rosto e um abraço caloroso. É como se nada tivesse acontecido ontem à noite.

Feliz aniversário, querida!

Eu sorrio e ela me entrega uma caixa embrulhada para presente. 

— Não precisava, mãe! 

— É claro que precisava. Vamos, abra — ela diz animada e eu abro a pequena caixa, tendo a visão de um lindo vestido azul.

— É lindo! — Abraço minha mãe e corro para meu quarto, decidida a vesti-lo.

Observo meu corpo no espelho, não gosto muito de vestidos, mas fico estranhamente bonita vestindo este. 

Coloco meu cabelo escuro e ondulado na frente dos ombros. Um sorriso bobo invade meu rosto quando Mirana me abraça por trás e sorri.

— Está linda, meu amor.

— Porque sou quase idêntica a você. — Devolvo o sorriso e observo nossas semelhanças. O cabelo é igual, as íris escuras e a pele levemente morena.

— Sem dúvida, podem pensar até que somos irmãs gêmeas! — Ela gargalha e balança a cabeça negativamente. — Sua tia Amelia virá hoje, não suje o vestido.

— Tudo bem! 

Ela se retira do quarto e eu ando até minha maravilhosa estante de livros. Pego uma fantasia que estava quase acabando de ler e me sento próxima à janela. Londres é tão... bonita! Da minha janela tenho uma bela visão da cidade e do céu límpido. Baixo um pouco meu olhar e percebo que há um caminhão de mudança do outro lado da rua.

Um novo vizinho? Penso curiosa e deixo o livro sobre a escrivaninha.

— Estão se mudando para a casa da frente — digo assim que encontro minha mãe na cozinha preparando algo.

— Por que não vai dar um oi? Soube que o casal têm um filho um pouco mais velho que você.

Lá vem...

— Não disse nada de mais, é errado se apresentar aos novos vizinhos? — Ela coloca as mãos na cintura.

— Tudo bem, tudo bem! É sempre bom fazer novos amigos...

— Não esqueça de pedir o número dele...

— Mãe! — Ela se vira de costas e finge não me escutar. 

Balançando a cabeça negativamente, aliso o tecido do vestido azul, que vai até um pouco mais além de meus joelhos, e saio de casa, indo em direção à casa da frente. 

— Olá! — digo assim que vejo um garoto de cabelos castanhos sentado na beira da calçada.

— Ah, oi! — Ele sorri meio envergonhado.

— Sou Jane, a vizinha da frente. Está se mudando para essa casa? — pergunto e aponto para a bela casa a nossa frente.

— Sim... Sou Christopher. — O garoto se levanta e estende sua mão, a qual eu aperto.

— Espero que sejamos bons amigos! — digo simpática e me viro em direção ao outro lado da rua. Logo paro de andar e me viro novamente para ele. — Hoje é meu aniversário...

— Ah, feliz aniversário! — Christopher diz e eu sorrio.

— Quer vir jantar na minha casa à noite? Sei que acabamos de nos conhecer, mas eu adoraria ter meu novo vizinho no meu aniversário.

— Gentileza a sua! Eu vou estar lá.

— Nos vemos à noite, então! — digo acenando e finalmente vou para minha casa, vendo minha mãe sentada no sofá da sala com um livro sobre as coxas.

— Convidei Christopher para jantar aqui em casa. — Me sento ao seu lado.

Quem é esse? — Seu tom de voz me parece um pouco sonso.

O novo vizinho. Pensei que gostaria da ideia... 

— Eu adorei! — Vejo um sorriso malicioso surgir em seus lábios rosados.

— Pare com isso! — Ela revira os olhos. — Eu nunca nem vi o garoto, ele pode muito bem nos matar e...

— Você é muito tonta, Jane! Se desconfia tanto assim, por que o convidou?

Ah, eu sei lá!

Mirana sorri convencida e eu solto um suspiro.

— O garoto não vai fazer nada, menina! Eu já conheço seus pais. Eles são australianos, sabia? — Finjo interesse e apenas desvio meu olhar do seu. — Bem, mudando de assunto, esqueci de lhe entregar. — Ela estende o livro que há pouco estava sobre suas coxas.

— Um livro novo? Sobre o que é? — digo animada enquanto analiso o livro em minhas mãos. Minha mudança de humor parece satisfazê-la.

— Encontrei enquanto mexia em algumas caixas. Se quiser eu jogo fora...

— Não! Começarei a ler agora mesmo. — Me levanto do sofá e corro até meu quarto. — Obrigada! 

Me sento na minha cama e suspiro antes de abrir o livro. Sua capa é simples de um tom azul, como meu vestido, parece velho e suas páginas antigas. 

Quanto mais antigo melhor!

Antes de ler a primeira página, dou uma folheada no livro como de costume, mas sou surpreendida por um clarão de luz que me faz jogá-lo rapidamente no chão.

A luz invade todo o quarto e não consigo enxergar absolutamente nada, muito menos entender o que acaba de acontecer. Me levanto da cama e procuro pela porta do quarto.

Mãe! — grito por ela, mas não a escuto responder. 

Sinto meus dedos tocarem a maçaneta e, sem pensar duas vezes, abro a porta de supetão e ando em direção reta. O problema é que não há chão e eu vou caindo, gritar é a única reação que tenho.

O clarão some e eu consigo ver o céu de um tom azul impressionante, mas mesmo assim continuo a gritar.

Onde é que eu estou?!

Olho para baixo e o pânico só aumenta. Assim que percebo estar mais próxima do chão, fecho meus olhos fortemente, sentindo meu corpo se chocar com água. Eu caí em uma lagoa, uma lagoa com águas completamente gélidas. O contato com a água me causa um certo pânico, já que não me dou bem com coisas frias.

Começo a nadar e consigo chegar até a superfície, esta lagoa mais parece um imenso mar. Me deito na terra molhada e recupero o ar. Inevitavelmente olho para cima, tendo a visão das folhas das árvores. Me levanto de imediato e olho ao meu redor. 

O quê...? — Minha respiração começa a acelerar. Há uma cachoeira e eu estou cercada de árvores. Acharia tudo muito bonito se eu não estivesse desesperada. — Eu morri?! Oh, céus, só pode ser outro maldito pesadelo!

Procuro me acalmar e falho miseravelmente ao olhar para cima novamente.

— Eu caí do céu... Eu literalmente caí do céu! Eu caí de lá de cima, era pra eu ter morrido!

Me sento no chão e tento me acalmar em mais uma tentativa, acabando por me sentir melhor.

— Eu só tenho que achar um jeito de sair daqui... — Suspiro pacificamente e me levanto do chão, escolhendo um caminho que achei ser o menos perigoso. 

 

Me assusto com cada barulhinho que ouço, olho diversas vezes para trás com medo de estar sendo seguida, afinal, não sei nem onde estou e muito menos quem possa estar junto a mim.C aminho por horas, não estou com meu relógio de pulso, mas o sol já está se pondo...

Só me falta ter um surto de raiva ao ver que voltei para o mesmo lugar em que estava antes: a maldita cachoeira! 

A minha vontade é de sentar no chão e chorar, mas isso não me fará chegar a algum lugar seguro. 

— Talvez tenha alguma cidade por perto? Um sítio? Eu só quero ir para casa, inferno! — grito para mim mesma enquanto chuto tudo o que vejo pela frente. — O sol está quase por se pôr completamente e eu estou faminta, imunda e desesperada! Nem mesmo tenho uma... — interrompo a mim mesma assim que direciono meus olhos para as águas da cachoeira — luz

A água está... acesa? Brilhante...?

Ei, você! — Me assusto e acabo por pisar em uma corda bem camuflada, o que me prende em uma armadilha e me deixa de cabeça para baixo. O vestido cai para baixo e eu pego os tecidos para que o garoto que acaba de aparecer não me veja de roupas de baixo.

— Quem é você?! — Quase grito e o garoto, que aparenta ser no máximo um ano mais velho que eu, corre em minha direção e retira uma espada da bainha que carrega consigo. 

Meus olhos não deixam de se arregalar e ele se aproxima de meu corpo, evitando me tocar.

Se não ficar quieta, eles irão matar nós dois!

— Eles quem?! — pergunto atordoada e o garoto apenas corta a corda que me deixou pendurada, o que me faz cair e ir direto ao chão.

Por um momento esqueço-me de estar usando um vestido e me levanto rapidamente. Ajeito a vestimenta e, antes que eu possa questionar, o garoto coloca a espada de volta na bainha e começa a correr, tendo eu o seguindo automaticamente.

— Por que estamos correndo? Vai me dizer o que está havendo aqui?!

Ele me puxa para dentro de uma caverna e cobre minha boca com sua mão. Imediatamente tento protestar, quem ele pensa que é?! Porém, paro de me mover assim que um grupo de cavaleiros passam perto de nós segurando tochas.

 

Quando vejo que o perigo já está longe retiro as mãos do garoto de mim.

— Quem você pensa que é?! Nunca mais me toque assim! 

Ele parece assustado com minha reação e eu deixo um breve pigarro invadir minha garganta.

— Eu salvei sua vida! — ele diz depois de breves segundos encarando meu rosto.

Oh, me desculpe a indelicadeza! — digo ironicamente, ele não parece gostar. — Obrigada, mas eu não preciso da sua ajuda. 

Eu saio da caverna e ele me segue. Paro à sua frente com as mãos na cintura e analiso os olhos amendoados, sua pele esbranquiçada e o cabelo escuro que se prolonga até cobrir as maçãs de seu rosto. 

— Mas precisou.

— Talvez eu tenha precisado — começo a andar por um caminho aleatório e o garoto segue meus passos —, mas eu não pedi a sua ajuda. 

Ele para de andar de repente e eu me viro para encará-lo. Um sorriso cheio de graça brota em seus lábios e eu reviro os olhos.

— Você não faz ideia alguma para onde está indo.

— E quem disse? Você? Me poupe, garoto... — Continuo meu caminho.

— Sou Jeon VI, príncipe deste reino.

— Isso é ridículo! — Eu bato as sapatilhas no chão. — Primeiro eu caio do céu feito um anjo, quase me afogo numa lagoa que brilha à noite e ainda tenho a sorte de encontrar um Príncipe Encantado! Isso é algum tipo de brincadeira? Porque se for vocês se superaram, já pode me mostrar as câmeras, ô Jeon não sei o quê! — digo histérica e esperando que o tal Jeon comece a dar risada e pessoas saírem por detrás dessas enormes árvores. Contudo, para minha infelicidade, sua feição está completamente confusa e meio assustada.

— O que é uma câmera? É uma arma? — Jeon se senta em uma grande pedra que há perto de nós.

— Por favor, me diga que está brincando...

— Você não está em total lucidez, certo?

Me sento no chão e levo as mãos até o rosto, segurando-me para não gritar.

Não, não, não, não e não! Eu já vou acordar, é apenas um sonho... como todos os outros!

O que me deixa nervosa é que talvez não seja um sonho, como o rumo de meus sonhos repetidos por anos mudaria tão de repente?

— Isso não é real!

— Ei, você está bem? — Jeon se aproxima e se senta ao meu lado. — Por que está dizendo que tudo é um sonho? Você se machucou por acaso?

— Está me chamando de louca?! — Me levanto e ele me acompanha, ficando logo à frente. — Você não é real, nada disso é! — Sinto sua mão segurar a minha em um toque suave, me fazendo arregalar os olhos.

— Consegue sentir isso? — Ele aperta minha palma e eu me afasto quase prestes a lhe dar um soco.

— Já lhe disse para não me tocar! 

— Peço desculpas... 

Olho para o céu estrelado e mordisco o lábio, voltando meu olhar para o garoto a minha frente.

— Se isso tudo é real, então quer dizer que você é mesmo um príncipe?

O vejo concordar com a cabeça e eu inspiro o ar com força o soltando rapidamente.

— Onde é que eu fui me meter... 

— Você realmente não faz ideia de onde está? 

— Eu pareço saber onde estou?! — Coloco as mãos na cintura e ando de um lado para o outro.

— Não aparenta nem um pouco... sabe o seu nome pelo menos?

Minha paciência está prestes a acabar, como pode me irritar tanto?

— Escuta aqui, eu não bati com a cabeça em lugar algum! 

— Tudo bem, não precisa se exaltar. — Ele começa a caminhar. — Precisamos de um lugar para passar a noite. 

— Não há alguma cidade... quer dizer, um vilarejo ou aldeia por aqui? — pergunto acompanhando seus passos. Mudei as palavras ao perceber o quão medieval são suas roupas, talvez eu tenha viajado no tempo... Isso só piora.

— É para onde estamos indo. 

Concordo e olho para baixo, analisando o tecido imundo do meu vestido.

Minha mãe vai me matar... Se é que eu vou conseguir voltar para que ela possa fazer isso.

Uma parte de mim se sente irritada com Jeon, mas a outra implora para que eu não faça nenhuma besteira que resulte o afastamento dele, pelo menos até conseguirmos sair desta floresta.

— Seu nome é Jeon mesmo?

— Sou Jeon Jungkook, para ser mais exato. Meu pai é o rei Jeon V, sendo assim, sou o sexto dos Jeon.

— O chamarei de Jungkook. Todos parecem te chamar de Jeon

Ele me olha com as sobrancelhas mais juntas e eu apenas suspiro.

— Na sua família se gritarem Jeon todo mundo olha, certo?

Jungkook apenas balança a cabeça negativamente, como se para fingir que eu não havia dito aquilo.

 

— Por que não está em seu castelo? — pergunto para quebrar o silêncio quase que constrangedor.

— É uma história muito longa, assim como a sua também deve ser. Podemos conversar melhor assim que chegarmos à aldeia.

O restante do caminho se segue em um completo silêncio, agradeço diversas vezes aos céus por aqueles cavaleiros não terem retornado. Jungkook não me diz o que acontecera antes de chegar até mim, insiste que devemos chegar à aldeia primeiro. Acho um tanto estranho ele não ter insistido em perguntar meu nome, deve ser porque pouco se importa, assim como eu, é claro.

No instante em que chegamos, a atenção pousa sobre nós. Devem estar curiosos para saber por que seu príncipe está fora do castelo a esta hora da noite, ainda mais junto de uma completa estranha. Porém, o modo como me olham não possui estranheza... e sim, espanto e surpresa. Penso ser pela presença de Jungkook, até uma garota, que aparenta ter 14 anos, se aproximar de mim.

Mirana?!

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado deste primeiro capítulo, críticas são muito bem-vindas :)


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