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História Getting fun - hyunminsung - 2 - getting charmed


Escrita por: l0velydoy

Notas do Autor


oioi gaeloo <3

trouxe mais um capítulo! estou pensando em postar toda segunda, mas caso eu termine os capítulos eu posso ir postando antes :)

tenham uma boa leitura e muito obrigada pelos votos e comentários! me empolgou bastante :')

Capítulo 2 - 2 - getting charmed


 

6:50 AM

 

Jisung acordou num pulo em susto, rapidamente se sentando na cama quentinha e olhando para os lados, ainda aflito. Levou suas mãos até o rosto, tateando-o em busca de algum machucado. Por fim, ao finalmente perceber que se tratou apenas de um sonho, o garoto respirou profundamente em alívio e fechou os olhinhos.

 

Não conseguia acreditar que realmente havia sonhado que levara uma surra do garoto da moto do dia anterior. Pareceu tão realista que Jisung se perguntou se aquele sonho poderia ter sido uma visão de alguma vida paralela, ou uma previsão da surra que ainda vai levar daquele tal de Minho.

 

“Eu vou fazer da sua estadia aqui um inferno” --- se relembrou das palavras do ignorante e se arrepiou todinho.

 

--- Eu devo estar ficando maluco, credo --- murmurou, balançando a cabeça algumas vezes como se isso fosse realmente afastar todas as lembranças, posteriormente ficando bravo por ter apenas apanhado no sonho.

 

Irritado o moreninho se levantou e foi direto tomar um banho, para afastar as energias ruins. Depois de já estar limpinho, cheirosinho e hidratado – isso porque sua mãe havia insistido para ele usar certo creme para o corpo, alegando da importância de cuidar da pele – desceu as escadas.

 

--- São sete da manhã e você já está acordado? --- Sua mãe questionou parecendo estar realmente surpresa, e Jisung fez uma careta desgostosa pelo comentário. --- Sabe, seu pai e seu irmão sempre me disseram que você costuma acordar tarde e eu me lembro que era assim mesmo quando você era criança --- ela deu uma risada descontraída.

 

Apesar de continuar fingindo estar profundamente ofendido, aquilo era verdade. Han sempre fora muito preguiçoso e não desperdiçava nenhuma oportunidade de acordar tarde ou tirar um cochilo. Sem falar que ele também não era muito fã de atividades físicas... pois é, nem ele sabia como tinha aquele corpinho bonito visto que só sabia comer porcaria e raramente se exercitar...

 

--- Você entra no trabalho que horas? --- Jisung perguntou, sentando-se na mesa com a mulher para tomarem o café da manhã juntos.

 

--- Daqui uns vinte minutinhos já estou saindo. Seu padrasto teve que ir mais cedo hoje para resolver alguns problemas lá na construção --- explicou.

 

A mãe de Jisung é esteticista, e seu estabelecimento localiza-se no centro da cidade. Ela possuía bastante clientes, e já havia pegado no pé do filho a respeito dele fazer mais skincare e limpeza de pele. Pensou até mesmo em testar novos produtinhos na pele moreninha do menino.

Já seu padrasto é formado em engenharia civil e recentemente havia entrado numa construtora local, coisa que aumentou a renda da casa.

 

--- Entendi... acho que eu preciso de um emprego também --- comentou, enquanto colocava um pouco de café na xícara.

 

--- Não se preocupe em arranjar nada com pressa, viu? Se acomode primeiro, daí na próxima semana você vai atrás disso.

 

O mais novo assentiu, começando a comer. Ficaram mais um tempinho conversando descontraidamente até sua mãe precisar sair para trabalhar, falando para o garoto lavar a louça.

 

Sozinho em casa e já com a louça limpinha, Han resolveu ir encher o saco de Changbin. O garoto dava graças a Deus por seu amigo morar ao lado de sua nova casa, pois assim não teria que andar tanto.

 

Ao tocar a campainha da casa alheia, Jisung foi recebido pela a mãe de Changbin. A mulher lhe abraçou e apertou suas bochechas, dizendo que fazia muito tempo que não o via e sobre como ele estava crescido e um homenzinho feito. Ela também questionou sobre o motivo dele ter voltado a morar com a mãe e Jisung disse uma mentirinha, explicando que era porque queria voltar por um tempinho na cidade. Para desconversar, logo perguntou onde estava o melhor amigo.

 

--- Ele está dormindo, mas pode ir acordá-lo --- disse super simpática, dando mais uma bagunçadinha nos fios do garoto.

 

Enquanto rumava até o quarto do amigo, Han não pôde deixar de observar a casa que tanto frequentou quando criança. Continuava tudo a mesma coisa, e ele se sentia mega a vontade e confortável naquele local. Até o cheirinho da residência era o mesmo, agradável como sempre foi.

 

Jisung chegou no quarto de Changbin e foi logo pulando sobre o garoto, berrando para ele acordar.

 

--- Qual é a merda do seu problema cara?! --- O Seo disse após finalmente despertar, olhando raivoso para um Han Jisung que gargalhava.

 

--- Nossa, tinha me esquecido do seu mau humor e da sua cara amaçada quando acorda --- comentou ainda rindo.

 

--- Vai se fuder --- Changbin disse e voltou a se deitar, cobrindo o rosto com seu travesseiro.

 

O moreninho fez um biquinho nos lábios e começou a cutucar o braço forte do amigo.

 

--- Binnie, acorda --- disse fazendo manha. --- Eu vim aqui cedinho assim porque tive um pesadelo, e não tem nada pra fazer em casa...

 

O Seo sentou-se na cama, ainda com uma carranca no rosto.

 

--- Só um pesadelo pra fazer você acordar mesmo --- comentou, negando com a cabeça. --- Como foi?

 

--- O que?

 

--- O pesadelo né inteligência! --- Exclamou, já perdendo a paciência.

 

No mesmo momento o modo dramático baixou em Han, e Changbin até deu risada de como a expressão do melhor amigo mudou rapidamente.

 

--- Foi horrível! Tá ligado o babacão estúpido de ontem que quase me matou? Então, sonhei que levei uma surra dele, e... pode parar de rir agora Seo Changbin!

 

Jisung puxou o travesseiro que estava sobre o colo alheio e começou a bater com ele no amigo, este que ainda gargalhava. O moreninho rolou os olhos e desistiu de bater no outro, voltando a se sentar na cama, agora emburrado.

 

--- Ficou com tanto medo assim que até sonhou com o Minho hyung? --- Questionou em zombação, ainda com um sorriso arteiro no rosto.

 

--- “Minho hyung” --- forçou uma voz fininha para irritar Changbin. --- Você é tão próximo do cara que quase me matou assim? Por que nunca ouvi falar sobre ele?

 

O Seo levantou-se da cama e esticou o corpo para se espreguiçar, indo até o banheiro para escovar os dentes e sendo seguido por um Han Jisung muito curioso.

 

--- Eu conheço ele porque ele sempre leva a moto lá na funilaria --- começou a se explicar --- e foi lá que eu o conheci. O cara tem aquela expressão nada amigável, bem quietão, sabe? Ele fala só o necessário e responde as perguntas da maneira mais sucinta que puder, mas eu acho gente boa. Na real, ninguém sabe muita coisa sobre o Minho, mas ele vive aparecendo com uns machucados no rosto, ralados, e essas coisas aí... uns colegas lá da mecânica disseram que ele está envolvido com coisa errada, mas vai saber né --- deu de ombros. --- Porém, pelo o que sei ele faz faculdade, só não sei te dizer qual o curso.

 

Se Jisung já estava curioso antes, imagine agora. A mente do garotinho trabalhava a milhão, repassando novamente cada informação que recebeu de Changbin. O Seo logo notou que seria bombardeado de perguntas novamente só pela expressão do melhor amigo, por isso logo se apressou em dizer:

 

--- Não sei mais nada sobre ele além do que acabei de te falar. Pra falar a verdade ninguém daqui sabe muito sobre ele, e como o pessoal já é fofoqueiro tem vários boatos pesados já que Minho é meio que mal-encarado...

 

--- Meio mal-encarado?! “Meio” é eufemismo! --- Han resmungou, se recordando de como o motoqueiro havia sido super ignorante consigo.

 

--- Mas enfim, só se mantenha longe dessas merdas pra não se meter em mais confusão! Se não fosse eu ontem você realmente teria levado uma surra, e seria das feias... nem sei como você não apanhou né, o Minho hyung tava muito puto.

 

O mais alto se arrepiou só de lembrar do sonho que tivera. Se ele já tinha uma imagem nada agradável daquele tal Minho, agora as coisas só tinham piorado. E apesar de estar realmente curioso a respeito da vida do motoqueiro, fez uma nota mental de que passaria longe dele pois não queria encrenca nenhuma novamente.

 

--- Obrigado por ontem Binnie --- lembrou-se de agradecer. --- Pode deixar que vou ficar longe dele e de qualquer confusão!

 

Ao acabar de escovar os dentes, Changbin balançou a escova para tirar o excesso de água e se virou para o amigo, com uma expressão de quem havia se lembrado de alguma coisa.

 

--- Falando em encrenca, por que você voltou a mora aqui mesmo? Até esqueci de perguntar.

 

“Here we go again” --- foi o que Han pensou antes de finalmente começar a explicar a história toda, sem deixar nenhum detalhe de lado e as vezes até aumentando um pouco como tudo realmente aconteceu, isso porque Han Jisung era uma amante de histórias bem contadas e cheias de emoções.

 

--- E por fim meu irmão me levou até a Estação e agora eu estou aqui, sem data para voltar --- terminou de explicar, sorrindo forçado.

 

Seu melhor amigo ficou um tempinho em silêncio e de boca aberta, logo balançado a cabeça desacreditado.

 

--- Nossa Ji, como você é burro puta que pariu --- foi o que conseguiu dizer, ainda desacreditado.

 

--- Você só me julga --- rolou os olhos. --- Por que me acha burro?!

 

--- Primeiro porque você dirigiu o carro do seu irmão escondido e sem ter carteira, e segundo que fez tudo isso só porque você queria sorvete e estava com preguiça de ir andando, e terceiro que, como já tinha brigado com seu pai antes, ficou orgulhoso e não foi pedir pra ele --- disse tudo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e realmente era.

 

Enquanto o moreno defendia sua própria imagem com muito vigor, o Seo ia se trocando pois precisava ir trabalhar. Changbin trabalhava na funilaria e mecânica de seu pai, e esse era só mais um dos motivos pra ele conhecer tanta gente assim ali na cidade.

 

--- Mas enfim, já que você está aqui eu preciso te apresentar todo o pessoal.

 

--- Que pessoal?

 

--- Meus amigos mais próximos --- explicou. --- Se eu não me engano nessa sexta vai ter alguma festinha, mas não tenho certeza... --- ficou pensativo.

 

--- Hmm... vou ver na minha agenda se tenho tempo livre daí eu te falo, beleza? --- Jisung disse super sério, mas logo depois ele e o amigo caíram na gargalhada.

 

--- Deixa de ser bobo seu vagabundo, tu não faz nada o dia todo --- deu um peteleco na testa de Han. --- E você vai ir sim, pra reencontrar todo o pessoal! --- Disse, e Jisung suspirou vencido e acabou por concordar, falando por fim que iria. --- Certo, e agora vamos porque você vai me fazer companhia até meu trabalho.

 

O moreno estava prestes a resmungar e dizer que não iria pois ia ter que andar bastante, mas logo se recordou de que ainda não havia ido na praia desde que chegara no local.

 

--- Eu vou com você, mas só se a gente parar na praia rapidinho antes --- pediu, com os olhinhos brilhantes em expectativa.

 

Changbin terminou de amarrar o cadarço do tênis e se levantou, voltando sua atenção para o melhor amigo que estava encostado no batente da porta, cutucando a parte descascada da tinta.

 

--- Se eu fizer isso vou chegar atrasado pro trabalho --- explicou-se ao se aproximar, batendo na mão inquieta de Han.

 

--- Não tem problema, você trabalha pro seu pai --- continuou a insistir. --- Vamos logo, qualquer coisa eu falo pra ele que você se atrasou por minha culpa, hm?

 

“Como se isso fosse resolver muita coisa” --- Changbin pensou, mas por fim acabou cedendo e aceitou levar o amigo pra praia. Afinal, fazia muito tempo que não iam juntos para tal lugar e apesar de não ser muito de demonstrar, o Seo estava feliz com a volta de Jisung na cidade.

 

--- Tudo bem, vamos logo --- disse por fim, empurrando o maior quando este foi na intenção de lhe abraçar.

 

~*~

 

9:18 AM

 

Ambos os garotos já estavam próximos a orla da praia, e quando chegou o momento de atravessar a mesma rua que foi palco da quase tragédia do dia anterior, Jisung ficou enrolado e olhando para os lados, certificando-se que nenhum maluco de moto estava se aproximando. Changbin irritado por toda aquela demorada pegou no braço do melhor amigo e o arrastou até o outro lado, ouvindo um “bruto” saindo do maior, o que lhe fez rir.

Porém, assim que Han bateu os olhinhos naquele mar enorme a alguns bons metros de distância, resfolegou. Apesar de ainda ser nove horas da manhã, o dia já estava bem ensolarado e as ondas estavam generosas. Fazia mesmo muito tempo que o garoto não voltava para o mar, e isso certamente o agitou – mais do que ele já naturalmente costuma ser agitado.

 

Entretanto, quando estava prontíssimo para já tirar o tênis e sair correndo pela areia em direção à água, foi segurado pelo amigo baixinho.

 

--- Calminha aí Ji, vamos passar no quiosque primeiro --- apontou para um quiosque charmosinho de madeira, coisa que fez o maior notar que até isso mudadara ali, vistp que antes não tinha toda aquela estrutura novinha.

 

--- Espero que você tenha dinheiro pra me comprar um suco bem gostoso de laranja --- Jisung comentou como quem não queria nada, caminhando animado em direção ao local.

 

Assim que chegou, Han foi direto no cardápio. Apontou para o suco ali ilustrado e sem nem ao menos ver o preço, já foi logo dizendo:

 

--- Bom dia! Eu gostaria de um suco de...

 

--- E aí, Felix! --- Changbin chegou lhe interrompendo.

 

Jisung ia voltar a pedir seu estimado suquinho, no entanto, assim que levantou a cabeça e deu de cara com o vendedor do quiosque, ficou intrigado. Se tratava de um garoto que não era muito mais alto do que si, de cabelos loiros. No rosto alheio havia um pontilhado e sardinhas, que se assemelhavam a uma bela constelação, e sua pele era levemente bronzeada.

 

Aqueles olhos espertos... o nariz pequenininho e levemente arrebitado... a boca carnudinha... Han o conhecia de algum lugar, tinha certeza disso, e então ficou forçando sua mente a se recordar do garoto, e isso justificava o motivo de estar o encarando com uma expressão bastante concentrada e engraçada.

 

--- Han Jisung? --- Repentinamente o dono das sardinhas adoráveis questionou, logo abrindo um sorrisão que permitia observar seus dentes branquinhos e alinhados. --- Whoa! Claro que é você, as bochechas não negam! --- Brincou, se inclinando na bancada do quiosque apenas para dar um empurrãozinho amigável no ombro de Jisung.

 

O moreninho não teve tempo nem para reclamar sobre o comentário a respeito de suas bochechinhas salientes, pois logo se recordou de quem se tratava.

 

--- Felix...?

 

--- Acertou, bobão --- Changbin confirmou, dando um tapinha na nuca do melhor amigo. O Seo voltou toda a sua atenção para Felix e continuou a falar: --- o Jisung chegou aqui ontem, e vai ficar por um tempinho. Estava pensando em apresentar ele para os outros meninos.

 

--- Seria ótimo! Podemos colocar o papo em dia --- sorriu amigável. --- E aí Jisung-ah, como é Seul? Por que voltou?

 

O citado intercalou seu olhar de Felix para Changbin, e de Changbin para Felix. Estava boquiaberto e confuso, e só conseguiu puxar o amigo um pouco para longe, gritando em sussurro:

 

--- Você fez amizade com o inimigo?! --- Apontou nada discretamente para o Lee, este que tentou disfarçar uma risada. --- O que rolou nessa cidade?

 

Changbin rolou os olhos e respirou fundo, segurando os ombros de Han e encarando-o como se fosse falar algo muito importante e que por isso era necessário bastante atenção:

 

--- A divisão acabou --- disse, e os olhinhos do maior se arregalaram. --- Quer dizer, ainda há uma rinchinha aqui e ali, mas não é nada muito sério. A questão é que a maioria aqui se aproximou, sabe... crescemos --- disse como se fosse o óbvio.

 

A questão é que, quando eram crianças, por volta dos seis a sete anos, havia uma guerra naquela praia por motivos desconhecidos, mas que apenas todos sabiam que tais motivos já estavam estabelecidos. Era uma briguinha infantil entre as crianças, que dividiram a praia e quando qualquer membro do grupo invadia o território inimigo, era permitido as mais diferentes maneiras de punição. Jisung ainda era traumatizado a respeito disso, pois teve uma vez que ingenuamente correu atrás da bola que foi para o lado esquerdo da praia, e Lee Felix correu atrás de si com uma lata de tinta rosa.

 

Uma lata de tinta rosa.

 

Sim, o pestinha do Lee surgiu com uma lata de tinta rosa, e Jisung não corria mais rápido do que ele. O resultado foi um Han chorando no meio da areia da praia enquanto todos riam de si por estar rosa... até mesmo os amigos do lado esquerdo que era o seu lado!

 

--- Mas a gente tinha até um juramento, e....

 

--- Cara, isso já passou. Supera --- deu dois tapinhas amigáveis no ombro alheio e saiu andando para se aproximar novamente do quiosque.

 

--- Mas desde quando isso acabou? --- Questionou, seguindo o Binnie.

 

--- Faz dois anos --- Felix que respondeu, sem nem titubear.

 

Jisung estreitou seus olhos na direção do australiano, duvidando de que tudo havia se apaziguado com tanta naturalidade.

 

--- Se quer saber o motivo, tem nome e sobrenome --- Changbin se intrometeu, fazendo uma pausa dramática. --- Christopher Bang.

 

Agora sim o pobre Han estava ainda mais confuso. Chris era o líder do lado esquerdo da praia, e ele mais do que ninguém odiava todos do lado direito. Fora ele quem criara o juramento de fidelidade, além de ser ele o dono das melhores ideias de vinganças e punições.

 

--- O Bang?! Pff, impossível! --- Zombou, abanando a mão. --- Podem me falar o real motivo agora, eu aguento.

 

--- O Chris e eu namoramos faz dois anos e meio --- Felix disse, numa tacada só, estendendo a mãozinha diminuta para mostrar um anel de compromisso fininho e prateado.

 

O moreninho ficou por um tempo estagnado, sem nem conseguir se expressar direito – coisa que era raridade. Conseguia apenas ouvir Changbin rindo de sua cara, sendo acompanhado pelo Lee.

 

--- Meu Deus --- foi o que conseguiu sussurrar, ainda chocado. --- Não psso acreditar que no final de tudo foi o Chris que acabou traindo a gente --- se voltou para Changbin ---, que decepção.

 

--- Pois é cara, fiquei assim também quando soube --- negou com a cabeça, compreendendo o que o amigo estava sentindo. Felix rolou os olhos diante da cena tosca. --- Logo você supera.

 

Jisung assentiu. Porém, se virou com os olhos acusatórios na direção do australiano.

 

--- Você jogou tinta em mim, não me esqueci disso.

 

Felix começou a dar risada e se curvou duas vezes em brincadeira, enquanto pedia desculpas.

 

--- Vou te fazer o suco de laranja agorinha como cortesia --- falou, e isso fez Han se animar. --- Mas isso da tinta foi ideia do Hyunjin, eu juro. Foi ele que trouxe a lata e falou para tacar em você, eu só realizei a tarefa.

 

Como um flash a mente de Jisung, que já estava cansada de tantas coisas novas e também recordações humilhantes, acabou acendendo ao ouvir aquele bendito nome.

 

Hwang Hyunjin.

 

Ok, apesar de Han ter um trauma e ressentimentos grandes em relação a Felix, podia muito bem assumir que acima do Lee existia outra pessoa que lhe tirava ainda mais do sério quando criança, e essa pessoa era ninguém mais e ninguém menos do que o Hwang.

 

O moreninho não sabia dizer o motivo, mas os dois viviam discutindo e brigando, e até já se pegaram no soco uma vez – e se lembrava que quando chegou em casa, apanhou mais uma vez de sua mãe.

 

O sobrenome “Hwang” sempre fora bastante conhecido na cidade, pois eram eles os moradores da casa mais luxuosa do local, bem na frente da praia, sobre o começo de uma montanha que sempre fica no final de toda orla de qualquer praia. Além disso, o garoto se lembrava de como todos daquela família eram simpáticos e educados, sempre se preocupando com a praia e ajudando a quem precisasse – com exceção do mais novo. Isto é, os Hwang eram fodidamente podres de ricos, e Jisung se lembrava claramente como o Hyunjin era um metido de nariz em pé, que ficava se gabando disso a todo instante, e foi quando ele estava se achando sobre sua família ser melhor do que a de todo mundo e que eram os donos da praia, que Jisung lhe meteu um soco.  

 

--- Por que você está sorrindo igual um retardado? --- Seo perguntou, interrompendo os pensamentos do maior.

 

--- Tô’ aqui lembrando quando eu bati no Hyunjin, porque ele ficou se gabando do dinheiro da família dele pra cima do nosso lado --- explicou.

 

--- Ai meu Deus eu lembro certinho disso! --- Felix exclamou, dando risada. --- Mas eu te garanto que o Hyunjin mudou bastante, está bem mais amigável e tranquilo, e sempre sai com a gente --- explicou, e Jisung duvidou um pouco daquilo --- Mas enfim, quantas brigas a gente separou de vocês dois?

 

--- Muitas --- o menor ali concluiu ---, em todas o Jisung perdia.

 

--- Cala a sua boca! --- Han se exaltou, incrédulo. --- Éramos crianças, a gente batia e apanhava no mesmo nível!

 

--- Mentiroso --- Changbin riu. --- Você é assim desde criança, se mete em brigas mesmo sabendo que vai apanhar. Felix, ontem mesmo ele se meteu sabe com quem? Lee Minho.

 

--- Nossa Changbin como você é um fofoqueiro --- Jisung disse desgostoso, cruzando os braços e fazendo uma expressão como se fosse um gatinho abandonado.

 

Enquanto o menor explicava, Felix fazia o suco – e era só por isso que Jisung ainda não havia saído dali.

 

--- Justo o Minho? Misericórdia --- o Lee comentou, fazendo uma caretinha adorável. --- Ele nunca vem aqui na orla da praia, pra falar a verdade sempre o vejo correndo com a moto nesse mesmo horário em que ele quase te atropelou ontem, como se sempre estivesse atrasado para alguma coisa.

 

O moreno franziu o cenho, pensativo. Aquele Lee Minho lhe intrigou demais, mas ele havia jurado para si mesmo que não iria atrás de confusões, ainda mais se tratando de alguém de quem quase apanhou.

 

--- Eu só sei que ele é um grande ignorante! Quase me matou e ainda queria ter razão, tsc --- rolou os olhos.

 

--- Deixa de ser exagerado, a moto nem te acertou --- Changbin apontou, apenas para irritar o melhor amigo. Aquele era seu hobby afinal.

 

Como o australiano tinha acabado de terminar seu suco, Jisung apenas o pegou na mão e disse:

 

--- Já cansei do Binnie, tchau Felix vou lá na beira da água.

 

O loiro disse tchau e Changbin falou que já ia trabalhar, correndo rapidamente até Jisung apenas para tomar um pouco do suco e apertar as bochechas do menino, coisa que acabou fazendo ele rir.

 

--- Sai daqui seu ridículo, estou bravo com você --- pegou o suco de volta e tentou esconder a risada. --- Não me faz rir.

 

--- Mias tarde a gente se fala Ji!

 

Han assentiu e acenou, logo voltando a caminhar, e como havia deixado o tênis com Felix, podia sentir a areia quentinha e fofinha sob seus pés. Sorriu com a sensação.

Quando finalmente já estava na frente da imensidão azul, caminhou até a água salgada estar sobre suas canelas, e ele se abaixou para tocar o mar. Levantou-se novamente e enquanto bebericava o suco, olhou ao seu redor, notando algo que lhe chamou atenção.

 

Não muito longe dali havia um pequeno grupo com quatro pessoas que pareciam estar recolhendo o lixo da praia, com camisetas iguais que muito provavelmente eram de voluntários. Han se perguntou porque se tratava de tão poucas pessoas, sendo que a praia era extensa e certamente precisaria de mais gente para colaborar. Interessado e curioso como era, começou a caminhar em direção àquele pessoal, e enquanto se aproximava notou que eram três mulheres e um garoto.

 

--- Hm... oi? --- Chamou uma das mulheres, esta que lhe olhou com um sorriso sem mostrar os dentes, gesticulando para que ele falasse. --- Vocês trabalham como voluntários?

 

--- Isso mesmo --- ela afirmou, simpática. --- É um projeto que começou há um pouco mais de cinco anos, mas como pode ver, poucas pessoas realmente querem ajudar a preservar a beleza da cidade.

 

Han fez uma carinha de triste e concordou, num suspiro lamentoso.

 

--- Realmente... mas enfim, eu não estou trabalhando agora e acredito que consigo ajudar vocês --- se ofereceu, sinceramente interessado em se voluntariar.

 

A mulher – que parecia ter mais ou menos a idade de sua mãe – sorriu abertamente.

 

--- Claro! Com certeza será muito bem-vindo, sempre precisamos de apoio. Espera um momento que irei chamar meu filho para ele pegar seu número de telefone, assim eu posso entrar em contato com você pra explicar tudo certinho.

 

O mais novo assentiu, observando ela ir até o garoto loiro, este que concordou com a mãe e começou a caminhar em sua direção.

 

Enquanto ele vinha se aproximando cada vez mais, Jisung ia perdendo o folego. Os fios dourafos do garoto eram levemente compridos, estando metade preso. Ele era alto, e dava para notar que era dono de um belo corpo.


Quando finalmente estava de frente com ele, Han pôde apreciar com mais precisão o rosto alheio. As sobrancelhas eram grossas e bem desenhadas, os olhos eram castanhos escuros e tinham um formato belo, o nariz era na medida certa e, por fim, aquela boca carnudinha...

 

--- Oi?

 

O menor acordou de seu encanto ao ouvir a voz bonita e tentou disfarçar com um sorriso nervoso. O que ele não percebeu, é que o garoto bonito em sua frente também havia o admirado, mas de uma maneira bem mais discreta. O loiro estendeu o celular em sua direção.

 

--- Você veio pegar meu número, certo? --- Jisung disse, tentando não deixar claro o nervosismo por estar diante de uma pessoa tão bonita. Ele pegou o celular e rapidamente digitou seu número ali.  Ao notar a mudez alheia, Han encarou o garoto e franziu um pouco o cenho pois não estava entendendo porque ele lhe encarava e sorria daquele jeito. --- O que foi? Tem alguma coisa em mim? --- Se preocupou, rapidamente tateando seu próprio corpo.

 

--- Não é isso --- o desconhecido lhe respondeu enquanto sorria ainda mais, voltando a pegar o celular. Jisung se perguntava como era permitido alguém tão lindo existir daquela forma. --- É que... você não está me reconhecendo?

 

O moreno fez uma expressão confusa, curvando levemente sua cabeça num ato genuíno e adorável sob os olhos profundos que estavam em sua frente.

 

--- Como assim? Você me conhece? --- Questionou, não conseguindo se lembrar do rosto alheio.

 

--- Quando tempo, Han Jisung --- esboçou um sorriso sincero. --- Logo minha mãe vai entrar em contato com você, mas espero que entre como voluntário, iria ser ótimo. A gente se vê por aí --- ao terminar de dizer, acenou com a mão e se virou, continuando a se afastar.

 

Jisung ficou um tempinho parado, tentando raciocinar o que havia acabado de acontecer. Quer dizer, ele tinha certeza absoluta que tinha acabado de conhecer a pessoa mais bonita que já viu em sua vida, e tal pessoa sabia seu nome.

Percebendo que estava parado igual um retardado no meio da areia, ele se virou e começou a caminhar de volta para o quiosque, ainda confuso e de cenho franzido. Han tinha certeza de que não conhecia aquele loiro bonito, mas então como ele sabia seu nome?

 

--- Vim trazer o copo --- colocou o objeto que antes tinha um suco muito gostoso sob o balcão. --- Felix, por acaso você...

 

--- Eu falei que ele tinha mudado bastante --- o australiano lhe interrompeu no mesmo segundo, pegando o copo. Percebendo a lerdeza alheia, se inclinou no balcão e completou: --- o loiro que você acabou de conversar é o Hyunjin.

 

E pela milésima vez naquele dia, Jisung ficou boquiaberto. Estava até cansado dessas surpresas repentinas, mas o que ele podia fazer afinal? E de todas elas, saber que aquele garoto gatinho que havia de conhecer se tratava na verdade do Hwang, fora a que deixara Han mais surpreso. Ele não esperava que Hyunjin fosse virar um adulto tão bonito como havia realmente se tornado, e o pior – ou melhor – de tudo era que ele aparentava estar exatamente como Felix dissera: bem mais agradável.

 

Agora entendia o que ele quis dizer com agradável... com certeza era em todos os aspectos.

 

--- O Hyunjin... ele... uau --- foram as únicas palavras que conseguiu proferir.

 

--- É, eu sei --- o loirinho sorriu. --- Ele abalou você então --- deu uma piscadinha.

 

--- Aquele homem que eu acabei de ver na praia, ainda que seja o Hwang, abala qualquer um --- disse com total convicção, ainda se lembrando daquele rosto bonito e harmonioso.

 

--- Não ia falar nadinha não porque sou comprometido, mas realmente, o Hyunjin cresceu bem. Aliás, isso tudo é porque você não o viu saindo do mar com a prancha debaixo de um dos braços --- Felix ia dizendo, colocando mais lenha na fogueira... ou melhor, mais inspiração na imaginação já naturalmente fértil de Jisung.

 

--- Ai papai --- Jisung suspirou só de imaginar, porém logo balançou a cabeça. Oras! Aquele era Hwang Hyunjin! --- Chega de falar dele, preciso ir embora! Tchau Felix, foi bom te reencontrar --- disse com um sorriso ---, porém, pode ser que eu ainda decida vingar aquela tinta...

 

--- Ah, não vai não, agora eu tenho o Chris --- se gabou, todo sorridente só de pensar no mais velho. --- Se quiser você pode tentar com o Hyunjin e...

 

--- Não toca no nome dele não, faz o favor --- pediu, recebendo uma risada ainda mais alta do loiro como resposta. --- Outra hora a gente se fala --- acenou e finalmente começou a andar para longe.

 

Enquanto voltava para a casa, o dito cujo do Hyunjin não saia de sua mente. Jisung se sentia muito mal pelo efeito que ele lhe causara, parecia errado se encantar tanto com a beleza de uma pessoa de tal maneira. Mas o que ele podia fazer afinal?

 

Ficou pensando em como seria daqui pra frente, tendo que frequentar os mesmos lugares que o Hwang. O jeito seria correr dele igual o diabo corre da cruz...

 

Entretanto, mal sabia Jisung que o Hwang havia ficado tão encantado quanto, e talvez ele não economizaria esforços para se aproximar do bochechudinho.


Notas Finais


é isto! obrigada por lerem até aqui <3

espero que deixem algum feedback, pra saber o que estão achando hehe

beijinhos pessoal, fiquem bem e se cuidem!


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