1. Spirit Fanfics >
  2. Getting fun - hyunminsung >
  3. 8 - getting weird

História Getting fun - hyunminsung - 8 - getting weird


Escrita por: l0velydoy

Notas do Autor


oioi!! a primeira atualização do ano, yeey!!

boa leituras amorecos, vejo vocês nas notas finais <#

Capítulo 8 - 8 - getting weird


 

2:07 PM

 

Lee Minho sempre tivera um sono muito leve, sendo acordado facilmente por qualquer barulho ou claridade. E, quando estava dormindo fora de casa, isso era ainda mais atenuado.

 

Foi por tal motivo que, quando sentiu algo vibrar sobre a cama a qual estava descansando, despertou e abriu os olhos vagarosamente. Resmungou ao perceber a claridade que invadia o quarto, levando uma de suas mãos para cobrir os olhos. Ainda estava muito sonolento, e fez uma careta ao sentir um peso estranho em sua canela, o obrigando a levantar um pouco seu tronco, o que lhe fez soltar um som assustado ao enxergar Han Jisung totalmente adormecido ali. O Lee tampou a própria boca em surpresa e não tardou muito para notar que aquele não era seu quarto, e então todas as lembranças do dia anterior brilharam em sua mente, lhe fazendo fechar os olhos com força e quase choramingar pela situação.

 

O menorzinho ressonava baixo, e tinha um biquinho nos lábios. Desceu seus olhos pelo pequeno corpo e os desviou no mesmo instante quando notou que as perninhas finas e desnudas estavam expostas demais, assim como o short de dormir levantado, mostrando mais do que o necessário para a sanidade do Lee. A pele levemente amorenada parecia ser muito macia, e isso o fez engolir em seco para conter a vontade que sentiu em toca-lo.

 

Balançando a cabeça, Minho procurou não pensar muito no corpo bonito que o bochechudo possuía. Não demorou para voltar a si e ficar abismado, até porque a canela de uma pessoa não é confortável o suficiente para ser feita de travesseiro, mas aparentemente Jisung acreditava que sim. Minho rolou os olhos e afastou sua perna, fazendo com que Han encostasse sua cabeça no colchão, resmungando baixinho, mas sem acordar. Quando percebeu o quão pesado era o sono alheio, chegou até a cutuca-lo na barriga com seus pés e nada obteve como resposta, coisa que lhe fez quase rir. Han Jisung era de fato uma figura.

 

Entretanto, Minho não ficou muito tempo observando o menor e pensando em tirar sarro dele enquanto dormia, isso porque aquela vibração permanecia constante e isso fez com que ele se irritasse. Percebeu que não era o seu celular assim que leu “Hyunjinnie <3” na tela, e isso fez com que primeiramente ele rolasse os olhos, mas acabou por arquear as sobrancelhas e sorrir maldoso, se esticando para pegar o aparelho em mãos. O acastanhado pensou em atender apenas para provocar o Hwang, e quase o fez, mas o barulhinho do ronco de Jisung o impediu de deslizar o dedo sobre a tela. Minho suspirou e apenas cancelou a chamada, se surpreendendo quando leu que haviam quatro ligações perdidas de Hyunjin.

 

--- Tsc, continua a mesma criança persistente de sempre --- resmungou num sussurro enquanto desligava o celular de Jisung, com certo desconforto invadindo seu corpo.

 

Jogou o celular do menino para perto do mesmo e pegou o seu próprio, agora sim se assustando com o horário: eram quase duas da tarde. Claro, ele e Han haviam ido dormir quando o dia já clareava... mas ainda assim, foi uma grande falta de responsabilidade de sua parte, afinal, tinha seu estágio, a faculdade e sua avó. Não podia sumir assim sem mais e nem menos, e por isso telefonou para a clínica para explicar sua situação e o motivo de ter faltado dois dias seguidos, e também pediu para um colega de sua classe passar toda a matéria que perdeu no dia anterior.

 

Eram tantos problemas para resolver que o mais velho queria poder sumir por um tempo, para que pudesse respirar sem as pressões de sempre. Mas ele não podia, era um adulto afinal. Iria precisar correr atrás de tudo e resolver seus problemas.

 

--- Fale baixo... --- ouviu Jisung resmungar com a voz rouca e molinha de sono. --- Shhh...

 

Minho rolou os olhos e chutou de leve o mais novo, até finalmente ele abrir os olhos preguiçosamente. Primeiro Jisung pareceu assustado quando se deparou com o Lee em sua frente, mas segundos depois fez uma careta e bufou, se virando para o lado oposto.

 

--- Ya, me dê um bom dia pelo menos --- o mais velho ralhou, agora cutucando as costas do menino com seu pé. --- Não vai nem perguntar se eu estou bem? --- Voltou a empurrá-lo, ouvindo o menino bufar mais uma vez e ainda mais alto. Aquilo divertiu o acastanhado. --- Hein? Han Jisung... Han Jisung! Han Ji-

 

Han se virou raivoso e assustou a Minho quando tentou morder sua canela, irritado. O maior recolheu suas pernas e encarou o moreno com descrença, no entanto começou a rir da carinha alheia amaçada, além das bochechas infladas devido ao nervosismo.

 

--- Se me perturbar de novo eu vou morder de verdade! --- Apontou o dedo, agora mais desperto do que antes. --- Pare de rir, estou falando sério!

 

--- Ah, quer dizer então que aquele Han Jisung alegrinho e irritante não existe quando você acorda? --- Sorriu para provoca-lo. Talvez aquele fosse o novo hobbie do Lee; provocar Jisung até vê-lo sair do sério.

 

--- Pra’ que eu fui inventar de te ajudar --- o menor sussurrou após suspirar, com um profundo arrependimento.

 

--- Pois é, a culpa é sua. Agora vai ter que arcar com as consequências --- Minho disse, com um sorriso de falsa inocência em seus lábios. Enquanto encarava o mais velho, Jisung só conseguia pensar que preferia o Lee quando ele tinha aquela cara fechada e ficava lhe ameaçando pelos cantos. --- Eu estou com fome.

 

--- Problema seu, ninguém mandou me acordar --- voltou a deitar. --- Agora vai ficar aí passando fome.

 

O maior rolou os olhos – como de praxe.

 

--- Já são duas da tarde.

 

No mesmo instante o moreninho deu um pulo da cama. Se já eram duas da tarde, significava que sua mãe e seu padrasto já haviam saído para trabalhar fazia tempo, e isso fez com que nem tivesse tido aquela conversa que teria com a mulher, a respeito do aparecimento de Minho em sua casa. No entanto, logo o garoto pensou que se sua mãe não havia lhe acordado, é porque ela resolveu deixar aquilo para mais tarde. Jisung preferiu cogitar aquilo, e por isso procurou ficar calmo.

 

Ao olhar para a cama notou o mais velho lhe encarando com uma careta no rosto, como se dissesse “esquisito” apenas com o olhar.

 

--- Vai logo tomar um banho, vou ir lá ver o que fazer pra’ gente comer --- falou por fim e passou a caminhar para fora do quarto, mas parou ao pensar em certa coisa. --- Espera... você consegue tomar banho sozinho? Se quiser posso te ajudar.

 

A pergunta não era num sentido malicioso e nem provocativo, na verdade havia saído de maneira bem ingênua da boca do mais novo, pois ele realmente queria saber se Minho iria precisar de ajuda. Porém, o Lee não conseguiu evitar uma expressão de espanto, além daquela sensação estranha surgir mais uma vez dentro de si. O rosto corou um pouco, e isso lhe fez querer morrer.

 

--- Eu consigo tomar banho sozinho, larga a mão de ser inconveniente --- acabou falando, virando o rosto.

 

Assim que Jisung percebeu que o mais velho havia ficado sem jeito, começou a rir e se aproximou mais uma vez da cama, tentando assistir o rosto do outro vermelhinho. Aquilo era cômico: Lee Minho todo desconcertado e com vergonha.

 

--- Ah! Você está com vergonha? --- Questionou risonho, enquanto Minho agora tinha uma expressão concentrada para não cair naquela brincadeira. --- O que você estava pensando? Seu indecente! --- Voltou a caçoar, gargalhando ao ver as bochechas alheias voltarem a corar. --- Meu hyung está todo coradinho, nhonhonho~ quer que eu dê um banhozinho em você? Huh?

 

--- Saí daqui idiota --- Minho empurrou-o sem força, mas acabou rindo também conforme o menor continuava com aquelas insinuações bobas. --- Você tem sorte de eu estar incapaz de te dar uma surra.

 

--- Aham, sei. Desiste de tentar me ameaçar, já sei que você é bonzinho. Sabia que sua avó fala isso por aí? Que você é bonzinho --- tentou encostar no rosto de Minho para apertar as bochechas do mesmo, mas o outro não deixou. --- Menino bonzinho da vovó, que orgulho --- fingiu fungar e limpar uma lágrima.

 

--- Como você é insuportável --- o Lee passou a massagear as têmporas, procurando paciência. --- Vai logo buscar comida --- mandou, cruzando os braços.

 

--- Minhas roupas estão ali --- Han apontou para o guarda-roupa ---, pode usar qualquer uma. E vê se toma cuidado com os pontos... depois vamos trocar alguns curativos de novo, apesar de já ter melhorado bastante. Enfim, vou lá embaixo e logo eu volto, qualquer coisa da um grito.

 

--- Eu sei me virar --- rolou os olhos, sentindo seu orgulho totalmente dilacerado por estar sendo tão bem cuidado pelo mais novo.

 

 

~*~

 

2:32 PM

 

--- Suas roupas são horríveis --- foi a primeira coisa que Jisung escutou assim que voltou para seu quarto, encontrando Minho com uma camiseta preta com a estampa de Shingeki no Kyojin e a mesma bermuda que estava antes, alaranjada.

 

--- Fica pelado então --- o menor resmungou, ofendido com o comentário a respeito de suas roupas. Minho sorriu, pois havia conseguido irritar o garoto. --- Seu ingrato, devia deixar ficar aí com fome!

 

O mais velho rolou os olhos com todo aquele drama, enquanto terminava de limpar os pontos de sua coxa. Já não doía mais como antes, e ele conseguia andar sem dificuldades. Entretanto, ficaria uma cicatriz muito feia no local, e isso lhe fez tombar a cabeça para o lado e ficar pensativo.

 

--- Hmm... odeio ter que admitir isso pirralho, mas você estava certo. Fiquei tão nervoso com toda a situação que a sutura saiu toda torta --- suspirou. --- Vai ficar uma cicatriz horrível.

 

Han não sabia se ficava ofendido com a palavra “pirralho”, ou se respondia um “eu te avisei” em alto e bom som. Resolveu dar um jeito de falar os dois.

 

--- Eu te avisei. E outra, não sou pirralho --- ralhou, mas percebeu que Minho não ligou muito já que continuava com aquela expressão de quem estava em seu próprio mundinho. --- O que foi?

 

--- Quando cicatrizar, vou cobrir com alguma tatuagem. O que acha? --- Questionou, finalmente saindo de seus devaneios.

 

Jisung focou seu olhar para a pele branquinha da coxa forte do mais velho, e passou a imaginar alguma tatuagem ali no local. Ok, ele tinha um fraco... talvez um penhasco por homens tatuados; e só de imaginar Lee Minho com uma tatuagem naquela região tão espetacular, lhe fez arrepiar. Sua mão chegou a coçar para tocar o lugar e sentir a textura da pele leitosa de seu hyung.

 

--- Sei lá --- coçou a garganta e parou de olhar para a pele exposta. --- Vai ficar legal. Agora vamos descer lá na cozinha pra’ comer, minha mãe deixou comida feita e é só esquentar.

 

Ambos desceram as escadas, e Minho insistiu em levar os dois gatinhos junto em seus braços. Isso fez Jisung pensar que iria fazer quase dois dias que não falava com Hyunjin, e ele ainda não havia voltado até sua casa para buscar o gatinho adotado e metade das coisas que havia comprado no pet shop. Aliás, foi com isso em mente que logo o menor percebeu que que nem havia pego em seu celular desde que acordara, e por isso ele voltou a subir as escadas com certa pressa. Minho deu de ombros e continuou a caminhar até a cozinha, sentindo sua barriga roncar de fome.

 

--- Que estranho, não sabia que eu tinha desligado o meu celular --- Jisung comentou assim que voltou, e o Lee fingiu demência.

 

--- Depois você mexe no seu celular, estou com fome --- falou enquanto estava sentado na cadeira, observando os vários potinhos de comida sobre a mesa em sua frente.

 

O moreno abriu a boca surpreso quando o celular ligou e passou a visualizar as chamadas perdidas do Hwang, além das mensagens.

 

--- Pode se servir e esquentar a comida a vontade, eu vou ali na sala fazer uma ligação e já volto --- disse com certa pressa, deixando o hóspede sozinho na cozinha.

 

--- Han Jisung, eu estou incapacitado de cuidar de mim sozinho! --- Exclamou alto, esperando que o menor deixasse Hyunjin para lá. Obviamente não foi o que aconteceu, e isso fez o Lee bufar.

 

Ao perceber o quanto o mais novo se preocupava em falar com Hyunjin, Minho se sentiu incomodado de certa forma. Não sabia dizer o porquê, mas aquela amizade e namorico dos dois não lhe parecia nada natural, e ele se sentia estranho com isso. Estava na cara o quão apaixonadinho Han Jisung era por Hyunjin, mas o Lee não sabia se aquilo era mútuo... algo lhe dizia que o Hwang estava querendo lhe atingir de certa forma.

 

Minho tinha certeza que se fosse realmente com o intuito de lhe provocar, não estava funcionando. Entretanto, ele resolver ir escondido para ouvir a conversa daqueles dois contrastava com tal certeza, mas repetia para si mesmo que só queria saber se Jisung contaria da sua presença ali na casa para o Hwang.

 

--- Me desculpe Jinnie, nem percebi que meu celular estava desligado --- escutou a voz de Han sair de forma mais meiga, e Minho ficou boquiaberto pois não era tratado daquela mesma forma. --- Mas aconteceu alguma coisa? Você não falou comigo ontem... seu gatinho está aqui em casa ainda.

 

Por um segundo o Lee arregalou os olhos e apontou para si mesmo, pensando que a palavra “gatinho” se referia a si. Porém, logo se lembrou dos filhotes e segurou a própria risada. Ele tinha um humor questionável.

 

--- O quê?! --- A voz do garoto agora estava mais alta e surpresa, e isso acordou o mais velho de seus próprios pensamentos. --- Vir buscar agora? Ah... não acha melhor fazer isso mais tarde? A gente pode aproveitar e sair para algum lugar, sei lá...

 

“Então quer dizer que o pirralho vai esconder que eu estou aqui” --- O Lee pensou, quase dando risada do nervosismo alheio. Resolveu deixar o menor ainda mais aflito, e então apareceu na sala, se divertindo ao assistir Jisung arregalar um pouco os olhinhos e colocar o indicador na boca, pedindo silêncio.

 

--- Tudo bem então --- ele se virou e continuou a falar no celular, mordendo os lábios. Empurrou o Lee com o ombro quando este se aproximou novamente, mas voltou a abrir um sorriso quando escutou a voz de Hyunjin do outro lado da linha --- Não sei... onde você sugere? Na praça do centro...? Eu ainda não visitei lá desde que voltei, acho uma boa ideia.

 

“Praça do centro” --- o mais velho guardou a informação, fazendo uma careta, afinal, naquele local dava bastante casais.

 

--- Vai num encontro? --- Minho questionou com a voz relativamente baixa, e isso fez com que Han voasse encima de si e cobrisse sua boca com a palma da mão pequenina, enquanto lhe lançava o melhor olhar ameaçador que conseguia.

 

--- Tudo bem então Jinnie, até mais tarde... --- ainda cobria a boca de Minho, mas agora a expressão ameaçadora dava lugar a uma expressão apaixonada. --- Ah não, pode desligar você --- soltou uma risada boba, e o Lee fingiu ter ânsia. --- Beijos, até!

 

Finalizou a ligação e continuou encarando a tela do celular com os lábios rasgados em um sorriso, e nem percebia que sua outra mão continuava sobre a boca do maior, isso até sentir algo molhado nela. Olhou assustado para Minho e depois para sua mão, não acreditando que ele havia mesmo lhe lambido ali.

 

--- Que nojo! --- Han exclamou, tentando passar sua palma com saliva no rosto de seu mais novo hyung.

 

Se aquilo tivesse acontecido antes da ligação, Minho estaria rindo. No entanto, escutar o diálogo entre os hyunsung, e ver o quanto o menor estava rendido pelo Hwang havia tirado todo o pouco de bom humor que existia em si. Por isso ele apenas segurou firmemente o pulso do garoto, o prendendo em seu olhar.

 

--- Não vai falar para o Hwang que eu estou aqui? Que você me ajudou? --- As perguntas saíram duras, e aquilo fez o menor suspirar.

 

“Voltamos para a estaca zero” --- pensou Han sobre sua relação conflituosa com o Lee.

 

--- Eu só não quis falar por ligação --- disse o mais pacífico o possível. --- Eu vou falar pra’ ele hoje, não gosto de esconder as coisas, ainda mais quando envolve vocês dois --- tentou puxar seu pulso, e Minho deixou e soltou-o, com os olhos semicerrados em sua direção. --- O que foi?!

 

--- Provavelmente ele já deve saber --- estalou a língua no céu da boca e sorriu maldoso, se divertindo com o espanto que surgiu na face rechonchuda em sua frente. --- Está com medo do Jinnie ficar bravinho? --- Jisung fechou a cara e empurrou o mais velho, indo para a cozinha com os passos duros, e Minho o seguiu prestando bastante atenção no corpo pequenino. --- Sabia que você tem pernas tortas?

 

--- “Sabia que você tem pernas tortas” --- Han repetiu enquanto lavava suas mãos, forçando uma voz esquisita. Sabia sim que suas pernas eram um pouco tortinhas para dentro, além de serem finas, e não ligava para os comentários a respeito delas.

 

Ainda com seus olhos atentos sobre o mais novo, o Lee se sentiu um pouco ofendido ao notar como ele lavava as mãos com afinco.

 

--- Era só saliva, eu não tenho doença não --- ralhou, logo tentando se proteger quando o bochechudo chacoalhou as mãos molhadas em sua direção.

 

--- Você não ia gostar se eu lambesse sua mão --- passou a levar os potinhos de comida até o micro-ondas.

 

--- Tem certeza? --- Agora encostado na geladeira, olhava sugestivo na direção de Jisung que apenas lhe devolveu o olhar com expressão de tédio.

 

--- Desiste Minho hyung, você não consegue me intimidar.

 

--- Não foi o que pareceu naquele dia na rua da casa da minha avó... você pareceu bem surpreso no início --- sorriu presunçoso.

 

--- É claro, você pegou no meu pescoço --- o menor rolou os olhos, colocando os potinhos já quentes sobre a mesa.

 

--- Então quer dizer que você gosta quando pegam no seu pescoço, Jisung-ah? --- Assim que sua pergunta saiu dos lábios, segurou a risada ao assistir o mais novo continuar fingindo estar impassível.

 

--- Vem comer logo, não estava com fome? --- Bateu a tigela com certa força na mesa, já perdendo a paciência com o mais velho. --- Depois eu que sou o insuportável... --- murmurou num resmungo.

 

Eles comeram num silêncio estranho. Minho ainda estava esquisito depois de escutar a conversa do mais novo com o Hwang, e Jisung estava irritado demais para trocar alguma palavra. Sentados na mesa, só se falaram na hora de discutir para ver com quem ficaria o último pedaço de frango, e o Lee acabou o comendo sobre protestos escandalosos de Han.

 

Depois de terem lavado a louça juntos, Minho seguiu o caminho até a sala e se jogou no sofá. Estava com sono novamente, e só de pensar no tanto de problemas que tinha para resolver desejava dormir e nunca mais acordar.

 

--- Que horas você vai ir embora? --- Jisung questionou, fazendo questão de empurrar as pernas branquelas do maior para que pudesse se sentar no estofado.

 

--- Está me expulsando da sua casa? --- Tentou esticar as pernas sobre o colo do mais novo, mas o mesmo não deixou.

 

--- Sim, seu folgado --- se levantou. --- E eu não vou deixar você dormir de novo, você ficou apagadão ontem por muito tempo --- cruzou os braços.

 

O Lee esboçou um sorrisinho e voltou a abrir seus olhos, encarando o rostinho alheio enquanto se ajeitava no sofá para prestar mais atenção no menor. Olhou-o de cima abaixo, sugestivo.

 

--- E o que você vai fazer pra’ me manter acordado, hm? --- Arqueou as sobrancelhas, rindo despreocupado quando o garoto ameaçou lhe acertar uma almofada. --- Estou só brincando, você parece estar muito nervoso hoje, sabia? Quer que o hyung te faça relaxar? --- Continuou a provocar, gargalhando quando o assistiu sentar novamente no estofado e bufar.

 

Minho não sabia explicar, mas se sentia tão à vontade com Han. Se conheciam a pouco tempo e nem eram próximos, mas as brincadeiras saiam de maneira fácil, além de ser divertido vê-lo todo emburradinho. O mais novo lhe atraia, e naquele instante o Lee teve a certeza de que se não fosse por Hyunjin, Jisung se tornaria um amigo muito próximo.

 

--- E pensar que eu tive medo de você --- Han confessou e negou com a cabeça, decepcionado com si próprio.

 

--- Deveria continuar tendo, ainda sou doido pra’ te descer o cacete --- comentou casualmente, se esticando para que pudesse pegar o controle da televisão, mas não conseguiu nem a ligar pois Han avançou para tirar o controle de sua mão. --- Qual o problema?

 

--- Você ainda não me contou o que aprontou --- o rostinho cheio estava sério. --- Vamos Minho hyung, acho que a essa altura do campeonato tenho o direito de saber o que houve com você pra’ ter apanhado desse jeito... e nem tente me enganar falando que foi assaltado.

 

O acastanhado pensou e pensou, e chegou na conclusão de que não contaria toda a verdade para Jisung. Primeiro porque não sabia qual reação ele teria, e segundo porque era arriscado demais.

 

--- Eu arranjei confusão com uns caras aí, e deu no que deu --- avançou para puxar o controle, mas antes de voltar para seu lugar ficou pertinho do rosto de Han, encarando aqueles olhos brilhantes profundamente. O menor ficou minimamente surpreso com tamanha audácia, mas não se afastou.--- Não seja tão curioso Jisung-ah, isso nunca é bom --- assim que as palavras saíram de sua boca, ele aproveitou a proximidade para olhar por breves segundos a boquinha rosada, ainda sem conseguir se afastar.

 

“O que é isso?!” --- O moreninho pensou, num conflito interno. Já desconfiava que Lee Minho, com aquela aparência metido a bad boy, deveria ser um canalha e cafajeste, além de um grande provocador. Contudo, o problema maior ali é que Jisung agora começava a se sentir balançado pelo mais velho, e aquilo definitivamente não podia acontecer.

 

--- E esses caras... eles moram aqui no bairro? --- Questionou baixinho, fingindo indiferença com a proximidade. Minho continuava lhe encarando daquele jeito estranho e que lhe transmitia calafrios por todo o corpo. --- Hein?

 

--- Por que quer saber?

 

--- Eu fiquei preocupado quando te encontrei naquele estado, todo machucado... e sei lá, o negócio parece ser sério. E se voltarem a vir atrás de você?

 

A palavra “preocupado”, que saiu de maneira tão natural da boca do mais novo, tocou num ponto sensível em Minho. Eles nem se conheciam direito, e saber que ainda assim Jisung estava preocupado... lhe dava uma sensação gostosa, daquelas que dá um quentinho no peito e que te faz sentir-se amparado.

 

--- Você é muito ingênuo, Han-ah --- não resistiu e levou sua mão para tocar com cuidado a bochecha do garoto, deslizando seu indicador ali. Jisung estava hipnotizado, petrificado no local. --- Não pode trazer deliberadamente as pessoas para dentro de sua casa pra’ ajudar. E se eu fosse alguém de más intenções?  --- À medida que as palavras saiam sussurradas, chegava ainda mais perto. O menor era bonito demais, e ele parecia tão entregue ao carinho que estava recebendo em sua bochecha, quase tombando ainda mais seu rosto na mão de Minho.

 

Ambos não sabiam explicar o que estavam acontecendo, mas nenhum queria sair daquela atmosfera tentadora que havia tomado o local. Han prestava atenção na boca de seu hyung enquanto ele falava, sentindo uma vontade gritante de beijá-lo.

 

--- Eu já sabia que você não era alguém de más intenções --- respondeu arrastado, a mão indo instintivamente até a nuca alheia. Minho se arrepiou com o toque.

 

--- Nesse exato momento, eu acho que sou --- a respiração estava pesada, e pensamentos nada castos rondavam sua mente. Sua vontade era a de jogar Han Jisung naquele sofá e prová-lo como se não houvesse o amanhã, toma-lo como seu.

 

Os narizes se encostavam, as bocas a milímetros de distância, raspando superficialmente. Nenhum queria dar o braço a torcer primeiro, mesmo que não estivessem raciocinando direito.

 

Contudo, o beijo não veio. Isso porque a campainha da casa se fez presente, e isso despertou os dois daquele encanto.

 

Jisung deu um pulo do sofá e quase tropeçou em seus próprios pés enquanto ia em direção a porta, sentindo seu rosto queimar. Minho não estava muito diferente afinal, parecia que havia saído de um feitiço e passava as mãos com certa força sobre seu rosto.

 

--- Fala aí Jisung --- Seungmin cumprimentou assim que o menorzinho abriu a porta. --- Cadê o encrenqueiro?

 

Han ainda estava envergonhado e perdido em seus próprios pensamentos, e por isso nem respondeu. Apenas deu passagem para o Kim.

 

--- Eu estou aqui --- o Lee finalmente disse alguma coisa, tossindo algumas vezes em nervosismo. Olhou para Jisung e percebeu que ele parecia muito mais desestabilizado do que si, e por isso pediu: --- Jisung-ah, você pode ir buscar meu celular e minhas roupas lá encima?

 

O mais novo apenas assentiu e subiu as escadas com certa pressa.

 

--- O que aconteceu aqui? --- Seungmin finalmente perguntou, se aproximando do melhor amigo. --- Que eu saiba o Ji é super falante, e ele está todo esquisito, sem contar nessa tensão... ah, hyung! Não vai me dizer que você bateu no garoto?!

 

--- O quê?! Claro que não Minnie! --- O mais velho retrucou, indignado com a insinuação. --- Que droga de amigo você é? Nem perguntou se eu estou bem!

 

Seungmin rolou os olhos e se aproximou, inspecionando seu melhor amigo.

 

--- Você parece bem até demais, agora me fale o que aconteceu.

 

No mesmo instante o menor apareceu na sala com as coisas de Minho. Acanhado, estendeu para o mais velho sem nem o olhar nos olhos direito.

 

--- Aqui suas coisas Minho hyung... minha mãe lavou suas roupas.

 

Uma expressão de surpresa e curiosidade se fez presente no rosto do Kim, este que voltou seu olhar para Minho como se perguntasse quando foi que ele e Jisung haviam ficado tão próximos ao ponto de o mais velho ser chamado de hyung daquela maneira. Que ele saiba, até ontem aqueles dois quase se pegavam no soco.

 

--- Obrigado por tudo Jisung-ah, diga para sua mãe que eu sou muito grato por ela ter deixado eu ficar aqui por esse tempo sem falar nada para a minha avó --- recolheu os objetos, sentindo as mãos se esbarrarem.

 

--- Eu falo sim, pode deixar --- recolheu suas mãozinhas e os acompanhou até a porta. --- Tchau hyung, tchau Seungminnie --- acenou, um sorriso meio torto de puro nervosismo bordando seus lábios.

 

--- Tchauzinho Ji --- Seungmin acenou de volta.

 

Assim que Han fechou a porta, Minho se abaixou no chão. Ele não podia acreditar que havia se deixado levar de maneira tão leviana como havia feito, e também não conseguia entender o porquê de o mais novo lhe deixar tão desestabilizado daquele jeito. Outra coisa que rondava a sua mente, que conseguia deixar toda aquela situação ainda pior, era se lembrar que Jisung estava ficando com Hyunjin.  Definitivamente, esse último tópico era o que mais lhe incomodava... por inúmeros motivos.

 

--- Cara, o que rolou? --- O Kim ajudou o amigo a se levantar. --- Você quebrou o Jisung.

 

--- Eu quebrei o Jisung? Ele que me quebrou! --- Replicou, em crise. Fazia muito tempo que Seungmin não o via daquela forma.

 

--- Olha, eu fiquei muito surpreso quando recebi sua mensagem falando que estava na casa do Han, levando em consideração que ele é o mais novo bichinho de estimação do Hwang.

 

Minho bufou e passou a andar com passos pesados na medida do possível – ainda estava um pouco dolorido por conta dos machucados –, procurando ficar longe daquela casa.

 

--- Não fale assim dele --- puxou seus próprios fios de cabelo, frustrado.

 

No mesmo instante uma risada se desprendeu de Seungmin. O Lee voltou seu olhar mais raivoso o possível na direção do amigo.

 

--- Não acredito que você comeu o Jisung! Ya, Lee Minho! Eu já sabia que você odiava o Hwang, mas não ao ponto de foder o namoradinho dele --- ainda ria, desviando de um soco do mais velho.

 

--- Cala a boca seu imbecil, eu não comi ele... e mesmo se tivesse o feito, não seria para atingir o Hwang, não sou baixo a esse nível.

 

O Kim estava achando aquilo tudo muito cômico.

 

--- Whoaa~ você está mesmo afim do Han! Vivia falando que queria descer uma surra nele, agora eu saquei o tipo de surra que você quer dar no garoto --- tampou a boca, escondendo o sorriso em seus lábios. --- Se bem que, realmente, ele voltou bem gostosinho...

 

--- Que inferno de garoto --- Minho choramingou. --- O que aconteceu foi que eu quase o beijei, e ele queria isso tanto quanto eu. Não teria problema algum caso ele não estivesse tendo um rolo com o Hyunjin, logo com o Hwang!

 

--- Isso vai ficar muito estranho --- Seungmin concordou, se divertindo com a situação.

 

--- Que porra! Eu não consegui me controlar, eu não sei o que deu em mim...

 

--- Se acalma hyung. Vamos pra’ minha casa, lá você ajeita seus pensamentos.

 

--- Eu quase beijei o pirralho do Jisung --- negou com a cabeça. --- E o problema é que eu ainda quero muito isso.

 

--- Quer voltar lá pra’ dentro? Aproveitar que estão sozinhos --- Seungmin arqueou as sobrancelhas, desviando mais uma vez do melhor amigo.

 

--- Vai tomar no seu cu e vamos logo pra’ sua casa.

 

~*~

 

7:03 PM

 

Changbin não havia respondido nenhuma das trinta mensagens de Jisung, e também não retornou as dez ligações.

 

Han estava em crise; o mais puro desespero.

 

Ele havia de fato se entregue totalmente àquele momento com Minho, e tinha plena certeza de que se não fosse por Seungmin, teriam levado tudo aquilo longe até demais. O menor estava quase explodindo, ainda mais quando se dava em conta de que logo Hyunjin chegaria para lhe buscar.

 

Óbvio que ele não se sentia culpado e nem nada, até porque não tinha relacionamento fixo nenhum com o loiro. Entretanto, o fato de o Lee e o Hwang não se darem bem um com o outro já era um grande motivo de lhe deixar afetado com toda aquela situação. Temia que Hyunjin soubesse daquele episódio, pois não queria que ele se afastasse de si.

 

--- Filho, seu namorado já está lá fora te esperando --- sua mãe apareceu na porta de seu quarto, lhe dando um susto. --- Chegou num carrão --- sorriu, mais animada do que Jisung.

 

Han espirrou um pouco de perfume e deu mais uma olhadinha no espelho para então ir encontrar o Hwang. Seu coração estava acelerado como sempre acontecia quando estava perto do maior, mas agora o nervosismo de todo aquele dia estava ali também.

 

Pegou o gatinho do mais velho e também os utensílios que haviam comprado para ele. Se despediu de sua mãe e do padrasto e estão saiu de casa, suspirando quando avistou Hyunjin encostado no carro preto. Parecia um príncipe.

 

--- Oi Jinnie --- cumprimentou assim que se aproximou, sorrindo pequeno.

 

--- Oi Hannie --- ele abriu aquele lindo sorriso, apertando levemente a bochecha gordinha do menor. Ao notar o filhote de gato e algumas sacolas nos braços do menor, foi rápido em ajuda-lo. --- Ah, achei que eu fosse pegar o gatinho quando voltássemos.

 

--- Pra’ falar a verdade... não estou muito afim de ir nessa praça --- olhou para baixo, sem graça. --- A gente pode levar ele na sua casa e voltar pra’ cá, sei lá... só não estou muito legal, me desculpe por isso.

 

Hyunjin pareceu preocupado, tocando mais uma vez no rosto do mais novo para que ele levantasse a cabeça.

 

--- Ei Hannie, aconteceu alguma coisa? --- O menor negou, mas o Hwang sabia que era mentira. Jisung era muito transparente e fácil de ler. --- Está tudo bem se não quiser me contar agora, e não precisa se desculpar. Quer ir na minha casa? Meus pais estão numa reunião da empresa.

 

Se Jisung estava nervoso antes, agora estava o dobro.

 

--- Mas está tudo bem eu ir lá assim? --- Se alarmou um pouquinho, ansioso com a ideia.

 

--- Entra no carro --- o Hwang piscou e abriu a porta para o menor. --- Vou fazer você esquecer todos esses problemas.

 

“Não, não vai. O problema envolve você” --- Han pensou, mas mordeu os lábios. Hyunjin estava sendo um fofo consigo, como sempre. Não sabia no que ia dar essa sua visita na casa do loiro, ainda mais levando em consideração que os dois estariam sozinhos lá. Por outro lado, o bochechudo cogitou que aquilo poderia ser até melhor, afinal, iria contar sobre ter ajudado Lee Minho e seria melhor fazer isso num local sem outras pessoas. Han contaria tudo, menos a respeito do quase beijo. --- “Aquilo foi um erro, não vai se repetir e por isso não preciso contar”.

 

Sendo assim, entrou no carro e procurou relaxar. No rádio tocava um kpop qualquer com o volume baixo, e Jisung foi cantarolando durante o caminho enquanto fazia carinho no felino. Hyunjin prestava bastante atenção na voz doce do garoto ao seu lado, e acabou por sorrir.

 

--- O que foi?

 

--- Sua voz é bonita --- elogiou sem rodeios.

 

O moreninho se encolheu no banco devido a vergonha repentina, agradecendo o mais velho de maneira desajeitada. Era sempre assim quando se tratava de Hwang Hyunjin, e qualquer elogio mínimo fazia com que Han ficasse parecendo uma garotinha adolescente com sua primeira paixão.

 

Não demoraram muito para chegarem na casa luxuosa. Jisung ficou boquiaberto, observando o tamanho daquele local que mais aparentava ser uma mansão. Ficava logo na beira do mar e encostada numa pequena montanha, e a residência era em sua maior parte feita de madeira e vidro.

 

--- Caramba, sua família ficou ainda mais rica nesse tempo que eu estive fora? --- O menor acabou por questionar enquanto descia do carro, ainda com os olhinhos brilhantes arregalados.

 

--- Talvez --- Hyunjin disse entre risadas, se divertindo com a reação exagerada costumeira do garoto. Ficou aliviado por vê-lo parecer mais tranquilo e relaxado.

 

--- Sinto que vou me perder lá dentro --- murmurou, seguindo Hyunjin pela escadaria larga que dava acesso àquelas portas enormes de casa de gente rica.

 

Conforme adentrava o local, mais surpreso ele ficava. Era tudo muito espaçoso e bem decorado, com móveis e aparelhos eletrônicos caros. Logo na sala havia um enorme quadro com a foto da família Hwang, além de pinturas chiques que enfeitavam as paredes. Han estava tão encantado com o local que nem havia notado o loiro pegar um spitz alemão pequenino em seu colo.

 

--- Esse aqui é o Kkami --- se aproximou do mais novo, mas voltou a se afastar quando o pequeno cãozinho passou a rosnar para o gatinho que ainda permanecia nos braços de Jisung. --- Acho que vai demorar pra’ ele se acostumar com o gatinho --- fez uma careta.

 

--- Vai nada, logo eles ficam amiguinhos --- deu alguns passos para perto do maior, esticando o felino com cuidado para mostrar ao cachorrinho. --- Olha Kkami, esse é seu novo irmãozinho. Você não vai poder ficar bravo com ele pra’ sempre, tudo bem? --- A voz saia com um tom carinhoso, e Hyunjin assistia a cena sorrindo, sentindo curar onde doía. --- Eu sei que deve ser difícil dividir o Jinnie, mas esse gatinho também precisa de um lar --- brincou, tirando gargalhadas do mais velho. --- Por favor, cuide bem dele.

 

--- Você é um bobo --- o loiro disse ainda sorrindo, e colocou o cachorrinho no chão. --- Vem, vamos leva-lo para o meu quarto.

 

O bochechudo voltou a segui-lo pela casa, agora indo para o andar de cima. Havia tantas portas, tantos cômodos e afins que Jisung pensou que daria para trazer umas cinco famílias para morar no local.

 

--- Seu quarto é incrível --- falou assim que passou pela porta, logo se dando conta de que se tratava de uma suíte.

 

Era tudo muito limpo e organizado, além de cheiroso. As paredes eram num tom de azul claro, e logo ao lado da porta havia umas cinco pranchas escoradas ali. Pôsteres de bandas aleatórias decoravam o local, assim como polaroids. A cama era king size, e parecia ser muito macia. A sacada possuía portas de vidro, e boa parte estava aberta.

 

--- Obrigado, mas pra’ falar a verdade acho o seu quarto e a sua casa em geral muito mais aconchegante --- enquanto falava o Hwang ia ajeitando as coisinhas de seu novo gatinho no chão.

 

--- Você fala isso porque nunca foi pobre --- negou com a cabeça, se aproximando para colocar o felino em sua mais nova caminha. --- Gatinho sortudo.

 

Ao terminarem de ajeitas as coisas, o loiro se levantou e estendeu sua mão para que Han também se levantasse.

 

--- Quer me contar agora o que aconteceu? --- Questionou, ainda segurando a pequena mão. Levou Jisung até a sacada, e mesmo que estivesse escuro por ser de noite dava para visualizar as ondas do mar se quebrando, fazendo um barulho gostoso de se ouvir.

 

O menor suspirou e voltou sua atenção para Hyunjin, que já havia soltado sua mão.

 

--- Eu não queria falar sobre isso porque não sei muito bem como você vai reagir, mas enfim... hoje mais cedo eu não deixei você ir na minha casa porque o Minho estava lá, e fiquei com receio de acontecer algum desentendimento ou algo do tipo.

 

O maior ajeitou sua postura e se aproximou um pouco mais, curioso com aquilo. Algo dentro de si passou a borbulhar no mesmo instante.

 

--- Como assim? Por que o Minho estava na sua casa?

 

--- Eu o encontrei todo machucado ontem e acabei ajudando, com muita insistência. Ele não quis ir para o hospital de jeito nenhum, e por isso tive que leva-lo para a minha casa... ajudei a limpar os ferimentos, dei remédios e ele acabou dormindo por lá mesmo --- suspirou, percebendo que o Hwang prestava muita atenção e tinha uma expressão muito diferente da que esperava no rosto... parecia preocupado. --- Hoje de tarde o Seungmin foi buscar o Minho lá em casa, e é isso.

 

--- Eu não acredito que aquele idiota ainda faz essas coisas --- disse depois de um tempo, perdido em seus próprios pensamentos. Jisung arqueou as sobrancelhas, curioso. --- Mas ele está bem agora?

 

--- Deve estar... não falei mais com ele --- respondeu, achando aquilo tudo muito estranho. Achou que Hyunjin fosse ficar furioso consigo, mas ele parecia estar muito preocupado a respeito do Lee. --- Vocês... quer dizer, você sabe o motivo de ele ter apanhado daquele jeito?

 

--- Não --- mentiu, mas Han não notou. A verdade é que Hyunjin não estava esperando tamanha proximidade entre Jisung e Minho, e nem mesmo estimava mais isso. Porém, ao mesmo tempo agora estava preocupado a respeito do Lee, não tinha nem como ele ficar sabendo como o outro estava se não fosse através daquele que estava em sua frente.

 

--- Você não ficou bravo comigo? É que eu sei que vocês não se dão bem...

 

O Hwang vacilou por um segundo, mas disfarçou sorrindo. Se aproximou e pegou o mais novo de surpresa quando o envolveu em seus braços.

 

--- Eu jamais ficaria bravo com você por ter ajudado alguém --- se curvou, apoiando seu queixo no ombro do moreno. Sorriu pequeno quando sentiu Jisung retribuir o abraço. --- Eu e o Minho já fomos muito amigos antes, mas aconteceram algumas coisas ruins e estamos assim agora --- acabou por confessar, pois sabia que o menor estava extremamente curioso. Hyunjin era esperto demais, nada passava despercebido de seus olhos, e ele preferia contar as coisas de sua maneira. Tinha receio de Minho ou Seungmin acabarem distorcendo toda a situação.

 

--- Jura?! --- Jisung exclamou, surpreso. Afastou seu rosto do peitoral do maior, mas sem sair do abraço. --- E por que se odeiam agora? --- Não resistiu e acabou questionando.

 

--- É uma longa história... podemos deixar isso pra’ outra hora? --- Pediu, quase fazendo um biquinho. Sendo sincero, Hyunjin queria poder aproveitar seu tempo com Jisung Apesar de tudo, agora se via todo encantado por aquele jeitinho único dele, e queria estar sempre por perto de toda a energia positiva que o bochechudinho emanava. --- Só mais uma coisa... se você souber mais notícias do Minho, sobre como ele está ou coisas do tipo, pode me contar?

 

Ficaram se encarando por um tempinho, até que Han concordou e sorriu pequeno.

 

--- Tudo bem. Se ele já foi seu amigo, é natural que esteja preocupado independente da briga que rolou entre vocês dois --- contemplou, e o maior assentiu. --- Hyunjin-ah, você é mesmo um príncipe.

 

O loiro jogou a cabeça para trás enquanto gargalhava, apertando um pouquinho mais Jisung em seus braços, o fazendo rir também. Hyunjin tinha uma risada engraçada e gostosa, sendo muito fácil se viciar naquele som.

 

--- Você é mesmo uma figura --- havia parado de gargalhar, mas o sorriso permanecia na boca carnuda. Estavam próximos, ainda naquele abraço, e isso permitiu que o Hwang decorasse com calma cada traço bonito do rosto alheio. Notou algumas pintinhas perdidas pela bochecha gordinha do garoto, e não resistiu sua vontade de tocá-las. Han se via mais uma vez sem falas, sentindo seu coração disparar. O loiro aproveitou que estava com o indicador no rosto dele e passou a contornar o desenho da boca do menor, com ternura.

 

--- O que... --- tentou questionar, absorto com o carinho peculiar. Pela diferença de altura, os olhos de Jisung estavam na direção dos lábios carnudos do Hwang, e isso lhe fez salivar e abaixar a cabeça. --- Hyunjin... --- manhou quando a mão grande deslizou de sua boca até chegar em seu queixo, delicadamente levantando seu rosto para que os olhos se conectassem.

 

--- Posso te beijar, Hannie? --- A pergunta saiu num tom rouco e meio sussurrado, e isso junto com a brisa gelada do mar fizeram com que as perninhas do mais novo vacilassem. Ao notar o menor parecer petrificado pelo pedido, se curvou para sussurrar no ouvido de Han: --- eu posso? --- Deixou um selinho no início da mandíbula levemente marcada, logo abaixo da orelha. Quase sorriu ao notar o quão tímido ele estava, e por isso subiu o beijo para o canto da boca do garoto. --- Huh?

 

Veja bem, apesar de sua vida sexual não ser tão ativa assim, Han Jisung não era nenhum garotinho virgem, e já havia beijado muitas e muitas bocas por aí. Entretanto, aquele que estava em sua frente distribuindo selinhos por todo o seu rosto era Hwang fucking Hyunjin, e isso definitivamente mudava o ciclo natural das coisas.

 

Tal fato justificava sua situação atual: surpreso e tímido demais para ter alguma reação mais ousada. Os locais onde os lábios cheios beijavam agora seu pescoço formigavam, a temperatura de seu corpo começava a subir assim como os pelinhos da nuca eriçarem.

 

--- Está tudo bem? --- Hyunjin voltou a perguntar ao notar a mudez alheia, se afastando um pouco para encarar o mais novo, e ele estava adorável; travado e com as bochechas vermelhas chamando atenção. O Hwang circundou a cintura fina com suas mãos como sempre sentiu vontade, dando um leve aperto no local para despertar Han de seu próprio mundinho.

 

--- A-ah... é só que você me pegou de surpresa --- gaguejou, rindo sem jeito para camuflar a timidez. Jisung queria morrer por estar agindo de tal forma, ainda mais se tratando do Hwang. Fantasiou tanto aquele momento, jurando que teria atitude o suficiente para beijá-lo primeiro, porém a realidade ali era outra. --- É só que ter você assim, me pedindo isso... eu fico nervoso --- confessou, abaixando um pouco a cabeça e mordendo os lábios. --- Você é muito bonito... --- murmurou todo acanhadinho.

 

Hyunjin soltou uma risada baixa, sentindo vontade de apertar Han inteirinho tamanha a fofura que ele exalava naquele instante.

 

--- Ei, olhe pra' mim --- pediu, enquanto seu polegar acariciava a sutil curva da cinturinha. Observou-o levantar lentamente o rosto. --- Você também é muito bonito. E não precisa ficar nervoso Hannie, eu quero isso tanto quanto você.

 

Jisung sentiu seu coração começar a bater ainda mais rápido enquanto sustentava o profundo olhar do loiro. Por fim, ele apenas balançou a cabeça algumas vezes em concordância.

 

--- Você pode me beijar --- confirmou, e aquele foi o estopim para que finalmente sentisse os lábios alheios sobre os seus.

 

Agora o menor podia confirmar: a boca de Hyunjin era de fato extremamente macia.

 

No início era apenas um selinho, e os lábios ficaram grudadinhos por longos segundos. No entanto, quando se afastaram minimamente Han viu o olhar até então doce do Hwang se transformar em algo mais intenso, e isso lhe arrepiou inteirinho. Não teve nem tempo de pensar, pois logo as bocas voltaram a se encontrar e dessa vez com mais vontade.

 

Jisung levou as mãos até a nuca do Hwang, ao passo que o outro ainda apertava sua cintura. Han abriu levemente os lábios, e quando sentiu a língua de Hyunjin em contato com a sua foi como se despertasse ainda mais aquele seu lado que estava escondidinho devido a vergonha que tanto sentia instantes atrás. Sendo assim, avançou um pouco para frente e deu intensidade ao ósculo. O beijo era molhado, estalos podiam ser ouvidos por todo o quarto, e só se separaram para que pudessem respirar, com o loiro dando uma leve mordidinha no lábio inferior do garoto.

 

Não demoraram muito para voltarem a se atracar, e dessa vez o mais velho o encostou na porta de vidro da sacada, antes aproveitando para deslizar uma de suas mãos pela bundinha levemente arrebitada, coisa que fez o menor suspirar e soltar um gemidinho em surpresa. Jisung jogou a cabeça para trás encostando-a no vidro quando o loiro passou a explorar seu pescoço e clavícula, e para não ficar para trás tirou suas mãos da nuca dele apenas para que pudesse adentrar por debaixo da camiseta. Sua mãozinha ligeira passou a escorregar por todo o abdômen de Hyunjin, raspando com audácia suas unhas curtinhas na pele quente.

 

--- Você vai me enlouquecer --- o Hwang disse arrastado, aproveitando para dar uma mordidinha na pele clarinha do menor, sentindo-o derreter em seus braços. Quando tirou sua mão da cintura dele e levou-a com cuidado para perto do rosto e pescoço do garoto, notou-o soltar gemidinho todo dengoso. O loiro arqueou as sobrancelhas e se afastou, um sorriso brincalhão presente em seus lábios e os olhos brilhando em luxúria. --- Ah Hannie, não acredito...--- escorregou sua mão da lateral do rosto do mais novo direto para o pescoço e fez uma leve pressão ali, sentindo seu corpo inteiro ferver ainda mais quando o assistiu se contorcer manhosinho. --- Você gosta que eu pegue aqui em você? Hm?

 

--- H-hyunjin-ah --- respondeu, fora de si. Hyunjin avançou mais uma vez e capturou sua boquinha, ao passo que aumentava a pressão do aperto em seu pescoço, o levando a loucura. Han soltava sons contra a boca alheia, sentindo seu membro começar a ficar dolorido. Desesperado, tentou tirar a mão bonita de seu pescoço. --- N-não faz isso comigo --- disse ofegante assim que as bocas se desgrudaram.

 

--- Por quê? Você gosta --- segurou o pulso fino, se divertindo ao assistir Jisung ficar tímido quando desceu seu olhar. --- Não se preocupe Hannie --- ainda segurando o pulso do menino, levou a mão dele até o volume de sua calça e o menor resfolegou surpreso, mas não tirou sua mãozinha dali. --- Eu também tô’ duro.

 

As bochechas salientes de Han se avermelharam ainda mais, porém, não queria e não iria perder aquela oportunidade. Arteiro, apertou o pau do loiro e se deleitou quando escutou-o soltar aquele gemido arrastado.

 

--- Você está assim por causa de mim, Jinnie? --- Questionou, esticando seu rosto para lamber a boca do mais velho. Hyunjin gostou muito daquilo.

 

--- Sim, só por você bebê --- chupou a linguinha inquieta de Jisung.

 

Hyunjin estava prestes e pegar o menor no colo e leva-lo até sua cama, já entregue demais a todo aquele momento entre os dois. Porém, antes mesmo de conseguir o fazer escutou o carro de seus pais estacionar. Largou Han por um segundo e se esticou na sacada, tendo a certeza de que eram eles quando os viu descer do automóvel.

 

--- O que foi? --- Jisung questionou, se aproximando.

 

--- Meus pais chegaram --- suspirou. --- Eles não sabem que eu também gosto de garotos, então a gente vai ter que continuar isso outro dia --- fez um carinho na bochecha do mais novo, percebendo que ele havia ficado descontente.

 

--- Tudo bem... acho melhor você já me levar então, acho que vou ficar um pouco se graça com seus pais aqui --- confessou, coçando a nuca sem jeito.

 

O Hwang assentiu e puxou-o para mais um abraço, distribuindo vários selinhos por todo o rosto gorducho de Jisung. Deu mais um beijo, e mais um aperto ligeiro na bunda pequena.

 

Antes mesmo de deixar a enorme casa, Han já tinha em mente que teria sérios problemas para pegar no sono naquela noite. Muitas coisas haviam acontecido em apenas vinte e quatro horas; quase havia beijado Minho e tinha certeza de que se não fossem pelos pais de Hyunjin, teria ido muito além do que aquelas amassos com mãos bobas.

 

Han Jisung estava perdido, com conflitos por toda a sua mente. Porém, ele também estava se sentindo realizado: havia beijado Hyunjin, e tinha sido maravilhoso.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


é isto hehe :') hmm me deu uma vontade de continuar esse momentinho dos hyunsung mas o melhor tem que ficar pra depois né~

mas e aí, o que acharam desse capítulo? quero aproveitar e agradecer mais uma vez aos comentários e a todos os favoritos, eu fico muuuito feliz!! <3

espero que tenham tido um natal e um ano novo bom, e desejo a todos que 2021 seja um ano de muitas conquistas ~~sim, sou mt boiola

até a próxima atualização! beijinhos, fiquem bem <3 se quiserem, me sigam no twitter: @l0velydoy


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...