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História Ghost (Jeon Jungkook) - O último confronto


Escrita por: llyuh e xoi

Notas do Autor


sasa: KJSJSJJAJJAJAJJKJoooii
Eu já nem sei mais oque falar, surtei tanto hoje de tarde com a Mafê e algumas leitoras da fic por causa desse capítulo que acabei ficando sem palavras pra surtar aqui, então só vou desejar uma boa leitura e falar mais com vocês nos comentários 😗✌️

(O capítulo ainda não foi betado então relevem qualquer errinho)

Capítulo 12 - O último confronto


Fanfic / Fanfiction Ghost (Jeon Jungkook) - O último confronto

Ghost | XI

ASSIM que abri meu olhos não vi muita coisa além de um cômodo escuro iluminado apenas por algumas velas. Eu estava presa em uma cadeira, minhas mãos e pernas estavam amarradas e doloridas.

Minha mente estava uma bagunça, eu não sabia onde estava e nem como tinha vindo parar aqui, até que me lembrei de Taehyung aparecendo naquela estrada.

O que você está fazendo aqui, Taehyung? — Perguntei enquanto dava um passo para trás, receosa, ele estava com um sorriso macabro no rosto e aquilo estava me assustando.

— Você me ignorou por muito tempo, Yosun. Por que bloqueou meu número? — Perguntou, ignorando completamente a minha pergunta. — Eu estava preocupado, sabia?

Naquele momento entrei em um dialeto entre contar toda a verdade e dizer que já sabia quem ele era ou fingir que não sabia de nada e inventar uma desculpa. De qualquer maneira não pude fazer nada, Taehyung ameaçou se aproximar de mim e quando tentei correr para fugir ele me segurou com força, até então só me lembro do cheiro forte do pano que ele colocou sobre meu nariz pra me deixar inconsciente.

Ao me lembrar daquela cena entrei em desepero. Taehyung tinha me sequestrado, eu não sei onde estou e nem oque ele pretende fazer comigo mas de qualquer jeito não consigo deixar de temer.

— Hey, você acordou. — A voz dele me assusta. A luz do cômodo foi acesa e eu pude notar que estava em uma sala de jantar, o lugar tinha as paredes e chão feitos de madeira e mesmo estando de noite consegui ver várias árvores através das janelas de vidro. — Você dormiu o dia todo, meu amor. Tive que te trazer para comer algo.

— Onde nós estamos, Taehyung? — Minha respiração estava acelerada.

Ele caminhou até mim e colocou duas tigelas de arroz sobre a mesa na minha frente, logo depois foi para a cozinha e voltou com um vinho e duas taças de vidro.

— Nós estamos na nossa casa, você não se lembra?

— Do que você está falando? Me tira daqui agora, você está louco! — Tentei me debater para tentar sair dali mas eu estava bem amarrada, tanto que meus pulsos já estavam começando a arder.

— Eu sei que você se lembrou de mim, então você deve lembrar da casa que sempre vínhamos para passar um tempo. — Ele sorriu e encheu as duas taças com o vinho. — Nós éramos tão felizes naquela época...

— Você não vê que está completamente maluco, Taehyung? Isso é um sequestro, a polícia logo vai nos encontrar.

— Eu acho um pouco difícil, mas vamos ver se eles conseguem. — Ele sorriu para mim e pegou uma das taças para me fazer beber um pouco, com raiva enchi a boca com vinho e cuspi tudo na cara dele.

— Me tira daqui, eu estou mandando.

Taehyung se afastou com os olhos fechados e secou seu rosto com um pano de prato, a expressão que ele fez quando me olhou me causou arrepios.

— Ah, Yosun... — Ele deu um sorriso fraco e suspirou antes de se sentar na minha frente. — Eu vou deixar essa passar, mas é melhor não fazer isso de novo.

— Eu vou te matar, Taehyung! POR QUE VOCÊ NÃO ME DEIXA EM PAZ?

— Porque eu te amo, e eu sei que você me ama também.

— Você é doente! Eu não te amo, nunca te amei e nunca vou te amar. — Ele trincou o maxilar e se levantou para se aproximar de mim.

— É melhor você colaborar comigo e ficar quietinha, você está me ouvindo? — Sua mão agarrou meu queixo e o apertou com força enquanto me fazia olhar para ele, assim que concordei com um pouco de medo Taehyung soltou meu rosto com agressividade. — Você não foi uma boa garota hoje, Yosun. Espero que amanhã você acorde mais obediente.

— O que...? — Não consegui terminar minha frase já que ele novamente precisou um pano úmido sobre meu nariz e boca, me fazendo ficar inconsciente mais uma vez.

Não sei por quanto tempo fiquei apagada mas assim que abri meus olhos vi que estava agora em um quarto deitada sobre uma cama de casal, no cômodo havia uma televisão grande pendurada na parede, uma cômoda e uma estante com alguns livros, assim como a cozinha o chão e as paredes eram amadeirados.

Quando tomei forças para me levantar corri até uma das duas portas dali, a primeira que abri dava passagem para uma suíte e a segunda estava trancada, como já era de se imaginar.

— ME TIRA DAQUI! — Gritei com a esperança de que Taehyung me ouvisse. — ALGUÉM ME AJUDA! SOCORRO!

Nada. Minha única resposta foi um silêncio perturbador.

Meu estômago estava roncando de fome, minha cabeça estava doendo e minhas costas estavam doloridas por eu ter dormido em uma posição desconfortável. Se eu ficasse mais um minuto naquele quarto com certeza iria enlouquecer de vez.

— Te trouxe uma comida quentinha. — A voz de Taehyung me assustou, ele entrou no quarto carregando uma bandeja de comida. A porta ficou aberta por um tempo e naquele momento tentei fugir, mas a mesma se fechou com força assim que cheguei perto. — Você não vai sair daqui.

Com medo, me encolhi no canto do quarto perto da porta enquanto ele colocava a bandeja sobre a cama. Taehyung não tirava aquele sorriso do rosto oque me fazia sentir raiva e medo ao mesmo tempo.

— Me deixa ir embora daqui, Taehyung. — Murmurei já sem saber oque fazer.

Ele me ignorou completamente e caminhou em minha direção, quando tentei me afastar ele segurou em meu pulso e passou sua mão livre pela minha cintura.

— Você é tão linda... Acho que seria impossível qualquer um não se apaixonar por você. — Sua mão deslizou sobre minha bochecha com suavidade. Minha cara se retorceu em uma careta, aquilo estava me deixando enjoada, e mesmo tentando me livrar dos seus toques não conseguia porque Taehyung estava me prendendo com força contra ele. — Se Jungkook não tivesse aparecido nas nossas vidas a gente poderia ter sido um casal tão bonito... Mas agora nós finalmente podemos ficar juntos, ele não está mais aqui e você agora é minha.

Senti o desespero tomando conta de mim enquanto eu escutava tudo aquilo, não sei de onde tirei forças mas quando percebi já tinha acertado um chute nas partes íntimas de Taehyung e estava agora do outro lado do quarto segurando um copo de vidro como arma. Assim que recuperou a postura ele me olhou com uma expressão indignada e deu um passo em minha direção, com medo apenas apontei o copo para ele.

— SE AFASTA DE MIM!

— Eu não vou tolerar mal comportamentos, Yosun. — Ele não parou de andar até mim então fui obrigada a jogar o copo com toda a força contra a sua cabeça. Diferente do que eu imaginava, aquilo não teve efeito nenhum nele, sem cortes, sem sangue, fazer aquilo só fez Taehyung ficar com mais raiva de mim.

De repente meu corpo foi erguido do chão e atirado sobre a cama com brutalidade, com o impacto acabei batendo minha cabeça na quina da mesinha que estava ao lado da cama, a dor foi tanta que não consegui segurar um gemido sôfrego.

— Meu amor? — Eu estava olhando para o chão enquanto passava a mão na cabeça pelo lugar que bati, quando olhei para os meus dedos me assustei ao ver que eles estavam cobertos de sangue. — E-eu não queria te machucar.

Assustada com o tamanho do ferimento corri para o banheiro e me tranquei lá, ainda estava sentindo o sangue escorrer lentamente da minha cabeça para a minha nuca então procurei por algum pano para pôr sobre o ferimento e tentar impedir que o sangue continuasse saindo.

Assim que achei uma toalha de rosto a coloquei sobre minha cabeça e gemi com a dor.

— Yosun? — Eu continuei em silêncio tentando conter o choro enquanto Taehyung me chamava lá do quarto. Minha cabeça estava latejando e eu tive que me sentar no chão do banheiro para não cair. — Meu amor, abre a porta!

— NÃO ME CHAMA DE MEU AMOR! — Já não estava mais conseguindo conter as lágrimas.

Quando a minha vida se tornou aquilo? Até o ano passado eu só era uma editora comum preocupada apenas em ganhar dinheiro e comprar minha casa própria, agora eu estava presa em uma casa com um maníaco que me persegue desde a minha vida passada. Isso é muito para mim, eu só quero que tudo acabe de uma vez, nem que para isso eu precise morrer de novo.

A ideia de cometer suicídio me assustou, naquele instante me perguntei oque estava acontecendo comigo. Me lembrei da conversa que tive com Yoongi e Eunji sobre os fantasmas que nos estimulam a fazer esse tipo de coisa e só consegui ter medo. Eu não aguento mais tudo isso.

Amedrontada, fechei meus olhos com força e dobrei meus joelhos para poder apoiar a minha cabeça neles.

Mesmo com os olhos fechados senti uma presença, era como se alguém estivesse ali me encarando, mas assim que levantei meu olhar vi que continuava sozinha no banheiro.

"Não faça nada de ruim com você mesma, eu estou indo" Àquela altura eu já estava pensando na ideia de estar louca com toda aquela situação, levando em conta que escutei a voz de Jungkook não sabia se era um sussurro ou se aquilo só era coisa da minha mente. "Eu te amo".

A porta do banheiro se abriu e Taehyung apareceu com a feição em uma mistura de raiva e preocupação. Assim que ele me viu ali encolhida no chão do banheiro se ajoelhou ao meu lado e começou a cuidar do ferimento na minha cabeça. Eu já não estava entendendo mais nada, ele parecia outra pessoa agora, estava sendo cuidadoso e carinhoso enquanto limpava todo o sangue que tinha escorrido pela minha nuca e costas.

De qualquer maneira não consegui me manter acordada pra questionar ou fazer qualquer coisa, eu simplesmente apaguei ali nos braços dele.

▃▃▃

Mais uma vez passei um dia inteiro inconsciente, acordei naquele fim de tarde chuvoso, minha cabeça doía e uma grossa faixa de atadura e esparadrapo passava da parte de trás da minha cabeça até minha testa.

Eu estava deitada novamente na cama, meu corpo estava tão fraco que eu mal conseguia me mover, não sabia se era por ter passado tanto tempo sem comer nada ou por causa do tanto de sangue que perdi de manhã.

Quando comecei a olhar ao meu redor vi Taehyung sentado na poltrona do quarto enquanto segurava algo na mão destra, só então notei que era o colar que achei na minha casa assim que me mudei. Desde que o joguei no carro nunca mais tinha visto ele, nem mesmo lembrava da sua existência.

— Se lembra dele? — Ele se levantou e caminhou até mim, eu tentei sair da cama mas Taehyung foi mais rápido e me segurou pelo pulso, me obrigando a continuar deitada perto dele. — Eu que te dei ele no seu aniversário, você amou esse colar. — Me olhou. — Fiquei feliz em te ver usando ele no restaurante.

Eu decidi calar a minha boca e ignorá-lo pelo tempo que for necessário. Taehyung sorriu e colocou o colar em mim, sua expressão agora era carinhosa e ele tinha um ar nostálgico.

— Sabe? Naquele dia que... — Ele se afastou de mim e começou a encarar algum ponto na parede, eu aproveitei nossa distância para me afastar um pouco e me sentar longe dele. — Que eu atirei em você... Eu nunca quis te matar, Yosun. Por que você entrou na frente da arma? Eu nunca quis fazer aquilo com você.

— Eu não ia deixar você matar o Jungkook, mas pelo visto não adiantou de nada, não foi? Mesmo assim você o matou, mesmo vocês tendo sido amigos...

— Ele tirou você de mim, mesmo eu gostando muito dele, Jungkook tirou a única pessoa que eu amava além da minha avó. — Ele me encarou e eu pude notar seus olhos tristes e cansados.

— Você não entende que ele nunca me tirou de você, Taehyung? Eu sempre te amei, não romanticamente mas você sempre esteve no meu coração, por que você tinha que fazer aquilo com a gente?

— Eu... — Taehyung suspirou antes de continuar. — A minha avó faleceu naquela manhã... Eu já não sabia oque estava fazendo, se eu fosse preso ou morresse, nada iria me abalar mais. — Eu abri minha boca para falar algo mas ele prosseguiu. — Eu vi que não teria mais ela ali comigo e saber que você iria ir embora depois de se casar com Jungkook foi um golpe muito forte para mim, eu nunca quis perder vocês duas.

Foi então que eu lembrei de Taehyung e dos momentos bons que tivemos juntos, as tardes brincando na cachoeira com Jisoo e Jennie, as nossas conversas, nossas risadas. Ele era uma pessoa boa, não merecia acabar assim.

— Depois que te vi morta nos braços de Jungkook não aguentei e acabei atirando em mim mesmo. — Nessa altura eu já estava tentando segurar o choro.

— E Jungkook...

— Eu atirei nele também.

Um silêncio interminável tomou o quarto.

— Eu sei que me tornei isso que sou hoje por não me arrepender de ter matado ele. — Falou se referindo a ter se tornado um espírito maligno. — Mas acho que parte disso é porquê eu queria me desculpar com você.

Mais alguns minutos de silêncio se prolongaram entre nós dois, eu estava tentando lidar com tudo que ele estava me dizendo.

— Eu te desculpo, Tae... — Nós nos olhamos novamente. — Mas por favor, você tem que me deixar ir.

Eu pensei que ele finalmente iria me deixar ir embora e vi em seus olhos que ele queria fazer isso, Taehyung se levantou e antes de tentar fazer qualquer coisa seus olhos escureceram.

— Eu disse que você não vai sair daqui! — Ele deu as costas para mim e saiu do quarto batendo a porta com força.

Não consigo entender oque está acontecendo com ele, em um minuto parece que Taehyung é aquele meu amigo de infância e no outro um monstro. Mas depois do que ele me disse sinto que Tae e Jungkook são os que mais estão sofrendo em toda essa história e eu sou apenas o motivo de todo o sofrimento deles.

Minha barriga roncando me fez sair dos meus pensamentos, faminta, olhei para a bandeja com comida que Taehyung deixou na mesinha ao lado da cama e finalmente fui comer.

▃▃▃

Três dias. Já fazem três dias que estou aqui. Me pergunto se minha família já ligaram para a polícia e estão procurando por mim. Realmente espero que as autoridades consigam me achar, mesmo no meio de toda essa mata fechada. Eu ainda continuo assustada com tudo que está acontecendo mas acho que manter o pensamento de que em breve vou ser resgatada está me acalmando.

Eu estava sentada na poltrona enquanto observava a chuva que caía do lado de fora, frustrada por não ter conseguido quebrar o vidro daquela janela.

Já deveria passar das cinco da tarde, das duas vezes que Tae entrou no quarto para trazer minha comida ele nem se quer me olhou, apenas entrou, deixou a bandeja no lugar de sempre e saiu.

Depois de um suspiro cansado me levantei e peguei uma blusa de manga comprida na cômoda, eu tinha acabado de tomar um banho quente e o quarto estava congelante, além de presa em cárcere de privado não queria ficar resfriada também.

A porta do quarto se abre e Taehyung logo entra com uma bandeja com oque parece ser sopa, eu volto a me sentar na poltrona de costas para ele já que não estou com fome e nem com ânimo para olhá-lo. Pelo reflexo do vidro da janela o vejo se aproximar de mim, ele para logo atrás da poltrona e aproxima sua mão do meu ombro mas logo em seguida ele hesita e dá meia volta para sair do quarto.

Algumas horas depois do céu escurecer comecei a me preparar para dormir, minha mente estava cansada e eu já não conseguia nem mesmo imaginar policiais invadindo essa casa e me libertando daqui.

Não sei por quanto tempo dormi mas acordei com um barulho estrondoso vindo de algum lugar da casa, assustada, me encolhi na cama e encarei a porta como se Taehyung fosse quebrá-la a qualquer momento.

A casa voltou a ficar em silêncio por alguns segundos até que algo de vidro se quebrou e fez um barulho alto.

— Cadê a Yosun, desgraçado?

Cogitei a ideia de estar ficando louca quando ouvi a voz de Yoongi não muito longe de mim.

— Você não teme pela sua vida? — Ouvi a voz de Taehyung e logo em seguida um barulho de algo quebrando. Eu engoli em seco e corri para a porta.

Antes de tentar gritar e implorar para Yoongi fugir daqui ouvi alguém bater na janela do quarto, assim que olhei para lá vi Eunji tentando quebrar o vidro com uma pedra grande.

— Eunji! — Eu corri para a janela e tentei explicar que o vidro era blindado mas ela não parecia estar me ouvindo. Ela fez um sinal pedindo para que eu me afastasse e assim fiz.

Eunji colocou a mão na janela e falou algo, em seguida o vidro se quebrou em vários pedaços.

— Yosun, minha querida. Você está bem? — Ela entrou pela janela tomando cuidado para não se cortar com os pedaços de vidro, e assim que já estava segura no quarto veio me abraçar fortemente. — O que foi isso na sua cabeça? Ele te machucou?

— Sim, mas... Eunji, o Yoongi, ele...

— Ele vai dar um jeito nisso tudo, mas agora o importante é você ir embora, Yosun. — Ela segurou em meus ombros e apontou para a janela. — Hoseok está nos fundos da casa em uma caminhonete, ele vai te levar pra minha casa.

— Não, mas e vocês? — Firmei meus pés no chão assim que ela começou a me guiar até a janela.

— Nós temos coisas para fazer aqui, não se preocupe.

— Eunji...

— Yosun...

Ao ver que ela já estava ficando sem paciência caminhei até a janela rapidamente, mas antes de poder sair do quarto meu corpo foi erguido do chão e eu fui puxada no ar até a sala, em segundos eu estava na frente de Taehyung com o braço dele envolta do meu pescoço.

Coloquei minhas mãos em seu braço para tentar sair dali, ele estava apertando minha garganta com força e aquilo já estava me deixando sem ar.

— Yosun! — Yoongi gritou e só então o vi parado de frente para mim com um livro em mãos, ele estava tão assustado quanto eu.

Eunji apareceu na sala, no mesmo instante ela se agachou e colocou a mão no chão, um raio de luz branco surgiu embaixo da palma da sua mão e seguiu até Taehyung e eu, o chão tremeu embaixo da gente e ele acabou me soltando, aproveitei a chance para correr para longe.

— Você não vai a lugar algum! — Ele gritou e meu corpo mais uma vez foi erguido no ar, eu fui arremessada contra a parede atrás de Taehyung com força e caí no chão um pouco desnorteada.

Eunji e Yoongi ficaram lado a lado, os dois recitaram algum feitiço e fizeram um gesto com a mão e então uma barreira de luz apareceu entre Taehyung e eu. Ele deu uma risada irônica como se tivesse debochando daquilo e em seguida atravessou a barreira, ele segurou em meu pescoço e me ergueu do chão.

— Diga para os seus amiguinhos irem embora, Yosun. — Eu notei que seus olhos estavam escuros e só então percebi que aquele não era Taehyung.

— Tae... — Sussurrei por não estar conseguindo falar direito, sua mão ainda estava apertando meu pescoço firmemente. Eu coloquei minhas mãos sobre a dele para tentar afrouxar o aperto em minha garganta. — Tae, esse não é você... Por favor... — Minha garganta já estava ardendo, eu estava perdendo o ar. — Me solta, Taehyung, você está me machucando.

Seus olhos voltaram a ficar castanhos, o aperto em minha garganta foi diminuindo gradativamente mas antes dele poder me soltar por completo seu corpo foi arremessado para o outro lado da sala.

Eu caí no chão e respirei fundo para tentar recuperar o ar. Yoongi correu até mim e me ajudou a levantar, assim que fiquei de pé ele me abraçou com força.

— Você está bem? — Perguntou com preocupação, sem conseguir falar apenas concordei com a cabeça.

— Min... Vai embora daqui, eu não quero que você se machuque. — Supliquei.

— Eu não vou te deixar com esse monstro, nós temos que dar um fim nele de uma vez por todas, Yosun.

Eu tossi para tentar me livrar da ardência na minha garganta e concordei com a cabeça. Não sei como posso ajudar mas Eunji e Yoongi parecem saber oque estão fazendo.

— Eu confio em... YOONGI! — Quando olhei para trás vi uma faca vindo na direção das costas de Yoongi, num movimento rápido pulei sobre ele e o derrubei no chão segundos antes dela atingí-lo.

Nós dois olhamos para Taehyung que estava parado na nossa frente, Eunji tinha sumido da sala e a essa altura pensamentos ruins já estavam tomando minha cabeça.

Taehyung ergueu a mão e vários pedaços grandes de vidro quebrado começaram a flutuar na frente dele, ele moveu a mão para frente e então todos os estilhaços voaram em nossa direção.

Eu senti que aquele era meu fim, não só eu como Yoongi também iria morrer alí por minha causa. Fechei meus olhos com medo já esperando pela dor, mas depois de alguns segundos sem nada ter acontecido os abri novamente.

Me surpreendi ao ver Jungkook parado na nossa frente enquanto os pedaços de vidro que eram para nos atingir giravam ao seu redor, ele me olhou parecendo aliviado e então voltou seu olhar para Taehyung. Os vidros voaram todos na direção de Tae, alguns o atravessaram mas outros conseguiram cortar ele.

Taehyung e Jungkook se encaravam seriamente, os dois estavam a poucos metros um do outro e mantinham os punhos cerrados.

— Finalmente nos reencontramos, amigo. — Taehyung disse com um sorriso macabro no rosto, as íris dos seus olhos agora estavam negras. Jungkook ergueu sua mão e o atirou para longe.

— Eu esperei bastante por esse dia, Taehyung. — Kook começou a caminhar lentamente até Tae que agora estava preso contra a parede. — Daquela vez você conseguiu me matar... — O chão da casa começou a tremer e então todos os vidros das janelas se quebraram fazendo um barulho ensurdecedor. — Mas agora sou eu quem vou dar um fim em você.

Yoongi ainda estava com os braços sobre mim, ele tinha me abraçado para me proteger dos cacos de vidro que voaram da janela, felizmente nenhum caiu sobre a gente.

Taehyung e Jungkook continuavam se encarando com um olhar mortal, eles dois já estavam me dando medo, Kook estava mais assustador do que no dia que briguei com ele.

— Eunji está lá fora, vamos. — Yoongi sussurrou e segurou em minha mão para me guiar até o lado de fora da casa. Ele correu em minha frente e quando eu estava prestes a sair a porta se fechou com força.

— Ótimo, agora estamos nós três juntos novamente. — Taehyung pulou da parede que estava sendo preso por Jungkook e nos olhou com um sorriso doentio no rosto. Notei que seus olhos estavam ficando completamente negros, aquilo estava me assustando.

Jungkook caminhou até mim e me deu um beijo rápido na testa.

— Vai ficar tudo bem, meu amor. — Me assegurou. Meu amor. Ele realmente tinha se lembrado de mim.

Taehyung estava nos olhando com ódio e assim que notou meu olhar sobre ele, sorriu, eu não entendi oque ele estava pensando em fazer até que senti um frio tomar todo o meu corpo, uma sensação agonizando me tomou por completo e só alguns segundos depois percebi que Taehyung tinha desaparecido, e agora eu já não estava mais conseguindo controlar o meu próprio corpo.

— Não ousa fazer isso com ela! — Jungkook ia me dar um soco mas parou com o punho a poucos centímetros do meu rosto.

— Vamos lá, Jungkook. Você disse que iria acabar comigo, vamos ver se você tem coragem. — Minha boca se movia contra a minha vontade, foi então que caiu minha ficha; Taehyung tinha me possuído.

Minha mão se ergueu e Jungkook foi jogado contra o mini bar que tinha na sala, as taças que estavam penduradas na estante caíram sobre ele, nesse instante o pânico me dominou.

Taehyung se aproximou lentamente enquanto Kook se levantava com dificuldade, ele não reagia de jeito nenhum, se Taehyung continuasse no meu corpo Jungkook nunca iria conseguir bater nele.

— Vamos, lute comigo, não era isso que você queria? — Taehyung riu e socou a cara de Jungkook, o máximo que Kook conseguiu fazer foi segurar meus pulsos para que eu não continuasse deferindo socos contra ele.

Quando percebi eu estava segurando um espeto grande de ferro, daqueles que usamos para mexer em lenha de lareira, Taehyung o apontou para o peito de Jungkook e então estalou a língua no céu da boca.

— É uma pena que eu não possa te matar... — Lamentou. — Mas... — Ele apontou a ponta afiada do espeto para o meu coração, Jungkook tentou contê-lo mas Taehyung deu alguns passos para trás. — Ainda posso matar a única pessoa que está viva no nosso triângulo amoroso, não?

— Você não seria capaz... — Assim que Jungkook terminou de falar Taehyung apertou a ponta do espeto contra o meu peito, eu senti a minha carne sendo perfurada, a dor era insuportável e a sensação de não poder gritar estava me deixando desesperada.

— Não seria capaz? Mesmo? — O sangue estava escorrendo pelo meu peito em grande quantidade, assim que Taehyung retirou o espeto eu pude ver o tamanho do ferimento.

— Você... — Jungkook trincou o maxilar e cerrou os punhos, assim que tentou se aproximar Taehyung apontou a ponta afiada para o meu outro peito.

— Quer que eu a fure de novo?

— É melhor você deixá-la em paz, senão...

— Senão o quê? — Taehyung riu irônico. — Mas quem sabe possamos fazer um acordo... — Kook respirou fundo e relaxou as mãos, ele parecia estar disposto a aceitar qualquer coisa para se livrar de Taehyung. — Os amigos bruxinhos da Yosun acham que eu não os vi abrindo um portal para o inferno, acontece que eu não quero ir para lá ainda, gosto do clima frio e também sou lindo demais pra ficar trancafiado no inferno pela eternidade.

— Onde você quer chegar com isso?

— Não precisa ser muito inteligente para entender, Kook. — Sorriu debochado ao falar o apelido. — Você entra no portal e vai no meu lugar, só assim eu vou deixar a Yosun em paz.

Eu tentava gritar para Jungkook não fazer aquilo mas tudo em vão, ele estava com uma expressão pensativa e depois de alguns minutos deu um suspiro. Meu coração acelerou e eu fiquei nervosa com a sua resposta.

— Você promete deixar ela em paz?

— Eu prometo. — Kook não viu mas Taehyung jurou em falso, ele sorriu e cruzou os dedos atrás das costas enquanto prometia.

Àquela altura eu lutava internamente para tentar tomar o controle do meu corpo novamente.

Jungkook olhou para o meu rosto uma última vez antes de me dar as costas e caminhar para fora de casa. Meu coração estava acelerado e eu tentava gritar para ele parar mas nada saía da minha boca.

Assim que Eunji e Yoongi nos viram saindo de casa os dois correram até a gente, Yoongi tentou chegar perto de mim mas Taehyung o arremessou para longe.

— Não se aproxime! — Jungkook pediu ao ver Eunji se aproximando de mim. — Não é a Yosun.

Taehyung deu um sorriso vitorioso e jogou meu cabelo que estava com as pontas molhadas de sangue para trás. Mesmo sem conseguir controlar meu corpo eu sentia a dor angustiante no meu peito, o sangue continuava escorrendo sem parar, manchando toda a minha blusa.

Olhei ao redor e vi um pentagrama invertido queimando no chão, o fogo era completamente vermelho e mais quente do que o normal, nós estávamos a vários passos de distância mas mesmo assim eu sentia o calor daqui.

Ao ver Jungkook se aproximando cada vez mais do circulo de fogo voltei a tentar retomar o meu autocontrole. Quando ele parou na frente do pentagrama se virou para mim e me olhou nos olhos.

— Eu te amo... — Sussurrou com os olhos marejados. — Sinto muito por não podermos ter ficado juntos. Esse era o meu dever na Terra, te reencontrar e ficar com você.

Uma tristeza tomou o meu peito e quando eu vi Jungkook pisar na linha de fogo meu sangue ferveu.

— Jungkook, NÃO! — Finalmente consegui controlar meu próprio corpo, a única coisa que consegui fazer foi empurrá-lo para longe, impedindo-o de entrar no pentagrama.

— YOSUN! — Kook, Eunji e Yoongi gritaram juntos ao entender oque eu estava prestes a fazer, lágrimas escorriam dos meus olhos enquanto eu tomava coragem para entrar no pentagrama. Taehyung ainda estava no meu corpo e aquela era a única maneira de mandá-lo para onde ele deveria ir.

— Eu amo vocês.

Jungkook correu até mim e tentou me impedir mas foi tarde demais. Eu entrei no pentagrama e a linha de fogo cresceu a uma altura enorme, meu corpo começou a queimar e internamente eu sentia uma dor insuportável.

Antes de tudo se tornar vermelho consegui ver meu corpo sendo jogado para o lado de fora, a única coisa que continuou ali dentro foi meu espírito.

Eu já não sentia nenhuma ardência ou dor, meu único sentimento era medo. Taehyung estava na minha frente me encarando com seus olhos completamente negros, ele agora tinha chifres na testa e sua pele estava em um tom avermelhado, suas unhas se tornaram grandes garras pretas, aquela era sua verdadeira forma, um demônio.

— Você fez isso de novo! — A sua voz estava diferente da habitual, agora muito mais grossa e medonha. — Você se sacrificou pelo Jungkook de novo!

O círculo pareceu se expandir, o fogo começou a ficar mais quente e flamejante a cada segundo. Eu estava assustada mas não me deixei abater, nem pelo oque estava acontecendo e nem pela forma assustadora de Taehyung.

O chão de grama sumiu debaixo dos meus pés e nós dois começamos a flutuar.

— Não importa, eu me sacrificaria quantas vezes fossem necessárias pra salvar quem amo.

— Você é uma vadia estúpida, você acha que está sendo heróica fazendo isso mas só está sendo idiota. — Ele se aproximou e agarrou o meu pescoço com força. — Agora nós vamos ficar presos aqui para sempre!

Ele me empurrou com força e me prendeu entre a parede de fogo e seu corpo, suas garras perfuraram as laterais do meu pescoço e mesmo estando ali somente em espírito ainda continuava sentindo dor.

— Por sua culpa vou ficar preso no inferno por toda a eternidade, sua cadela! — Ele apertou ainda mais as mãos em minha garganta. — Mas eu juro que vou te fazer sofrer por todo o tempo que ficarmos aqui.

Eu fechei meus olhos com força por causa da dor, a ficha de que agora estaria destinada a ficar no inferno para sempre me assustou, naquele momento eu só queria que ele me matasse de uma vez.

— SOLTA ELA! — A voz normal de Taehyung gritou, eu abri meus olhos para ver oque estava acontecendo. Tae me largou e se afastou alguns passos de mim.

— Você sabe que ela merece sofrer, olha só como você acabou por causa dela! — No começo achei que ele estivesse falando consigo mesmo, só então entendi que aquele realmente não era Taehyung, e meu amigo, o verdadeiro Tae, ainda estava vivo em algum lugar naquele corpo.

— Eu não vou machucar a Yosun, é melhor você ficar longe dela! — Os olhos deles estavam mudando de cor, mas sempre que eles ficavam castanhos o preto tomava conta de todo o seu glóbulo ocular novamente.

— Você quer machucar ela sim, ela é a causadora de todos os seus problemas, você tem que se vingar.

Aquele ambiente pesado estava me fazendo mal, eu caí ajoelhada no chão e tentei respirar, mas era como se todo o ar tivesse sido sugado e trocado por enxofre e gás quente.

— EU DISSE QUE NÃO! — No mesmo instante que Tae gritou aquilo ele voltou a sua forma humana e caiu de joelhos assim como eu.

Eu engatinhei lentamente para tentar ajudá-lo mas recuei assim que uma figura diabólica saiu de dentro de Taehyung. A sombra negra era igual a ele mas tinha olhos vermelhos, asas e chifres, eu tremi ao ver aquilo e fechei meus olhos com medo, desejando que tudo aquilo não passasse de um pesadelo horrível.

— Me desculpa por te fazer passar por isso, me desculpa, me desculpa. — Tae sussurrou em meu ouvido e logo em seguida senti seus braços me abraçando.

— Você é fraco, Taehyung. Vocês dois merecem ser punidos. — Eu abri meus olhos em tempo de ver o demônio jogar uma bola de fogo em nossa direção, Taehyung entrou na minha frente e se usou como escudo enquanto ainda me abraçava com força.

— Tae... — Não consegui segurar o choro ao ver a sua expressão de dor, aquele sim era o meu amigo de infância e vê-lo acabar daquela maneira estava me machucando demais. — Tae, fala comigo.

— Diz que me perdoa, por favor. — Ele pediu entre um gemido de dor.

— Eu te perdôo, por favor, fica comigo. — Eu o abracei com força enquanto ainda chorava compulsivamente. O fogo ao nosso redor estava ficando mais denso e a cada segundo estava ficando mais difícil de respirar ali.

— VOCÊS NÃO VÃO FAZER AS PAZES. — O demônio gritou e mais uma bola de fogo foi jogada contra Tae, eu o abracei com mais força ao ouvir o seu grito de dor. Eu tentei me colocar em sua frente para o proteger mas ele me impediu.

— Você quer se sacrificar por mim? — Ele deu um sorriso fraco e sôfrego em meio a sua expressão de dor. — Isso significa que você me ama também?

— Eu sempre te amei, Tae.

Vi algo queimar a cima da gente, o demônio estava criando mais uma bola de fogo, dessa vez maior e mais quente. Taehyung já não aguentava mais e acabou caindo ao meu lado com os olhos semicerrados.

— Me desculpa por ter feito aquilo, eu espero que você e Jungkook consigam ser felizes. — Ele colocou a mão sobre meu coração e deu um sorriso fraco. — Eu sempre vou te amar, Sunnie.

A bola de fogo foi atirada contra a gente e no mesmo instante Taehyung me arremessou contra a parede de fogo que nos prendia, meu corpo atravessou a barreira e a última coisa que vi foi Taehyung sorrindo largamente para mim, então tudo se tornou vermelho e logo depois um mar de escuridão.


Notas Finais


((((👉😔👈))))


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