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História Giftword-Garagem das suspensões - Quando o mundo para e o coração dispara


Escrita por: CharBorah

Notas do Autor


Oi meu Brasil! Como vai?
Hoje vim aqui postar mais um capitulo que terá grandes surpresas -Surpresas muito grandes- Bom sem mais bla bla blas vamos logo com isso!
Boa Leitura.
—Mel
Capítulo editado: 22/12/2020

Capítulo 19 - Quando o mundo para e o coração dispara


Narração: Mônica


Nós ainda estávamos sentados no corredor, encostados nas paredes. Estava o maior silêncio, ninguém falava nada, ninguém fazia nada, um completo tédio. De repente, senti como se fossemos todos estranhos e que não tínhamos intimidade o suficiente para termos uma conversa sobre o que havia acontecido, ou sobre qualquer outra coisa. Apesar de que, na realidade, eu sou a única estranha aqui.

O silêncio se rompe quando a porta da sala se abre, olhamos todos para a origem do som. Era Cassandra. 

Ela sorria levemente, bizarramente serena, como se não tivesse aprontado nada. Ela olhou de relance para cada um de nós, e apesar de alguns fingirem não notarem sua presença, meu olhar travou nela e busquei em minha mente a razão para todo esse cerco.

“vadia…” Denise murmurou mas todos ouvimos. Marina até riu e olhou para as costas da loira, que parou seu andar e se virou para nós.

— O que disse?

— Não ouviu? Te chamei, vadia. Você me deve explicações — Denise respondeu se levantando.

Xaveco se levantou e segurou Denise pelo braço antes dela avançar na direção de Cassandra.

— Late mais — disse simplesmente e se virou, já começando a andar.

— A única cadela que vejo aqui é você!

— Não vale a pena… — Cebola disse.

Olhei para ele e em seguida para Cassandra, ela não parou de andar, não se virou para trás, talvez nem tenha ouvido, mas eu tenho a impressão de que ela se sentia vitoriosa.

A porta se abriu mais uma vez, mas dessa vez só eu olhei para o professor que saiu da sala ajeitando seus óculos e nós observando sério.

— Para a diretoria.


Ao entrarmos na diretoria, ela pareceu uma salinha muito pequena para nós, nem tinha cadeiras suficientes para nós, eu, Titi e Marina conseguimos lugares, enquanto Denise e Xaveco dividiam uma cadeira. Magali sentou na beirada da mesa. Cascão se encostou em um armário que havia ali e Cebola escorou no batente da porta, como se só estivesse esperando uma oportunidade para sair dali o mais rápido possível.

Eu não gostava muito de reparar nele, me sentia uma bobona porque parecia mais contemplá-lo. Era impossível pensar em algum defeito dele, só conseguia lembrar de como foi atencioso comigo no parque e do seu cheiro que me deixava mais boba ainda.

O professor saiu da sala, fiquei um pouco tensa pensando no que poderia acontecer. Aquela não era a primeira vez que estava na diretoria, com esse papel de culpada, mas sem dúvidas essa era a primeira vez que não estava sozinha nessa. Quando é assim a pena é menor?

— Acho que você pegou pesado com ela — Cascão disse para Denise.

Encarei ele com dúvida. Não acho certo Denise ofender ela, mas entendo suas motivações. Agora as de Cassandra…

Denise revirou os olhos e suspirou cansada, como se pedisse paciência para Deus.

— Cascão não estamos mais na sétima série. Ela não é mais sua namoradinha para você defender, parece que não se lembra do que aconteceu…

Fiquei curiosa sobre o término de Cascão, mas não tive coragem de perguntar sobre, não nesse momento.

O professor chegou interrompendo a conversa, deu um tapinha no ombro de Cebola e pediu que ele entrasse e fechasse a porta.

O professor trouxe consigo diversas pastas de papelão no braço, as jogou na mesa e pude ler o nome de cada um de nós ali. Ele se sentou na cadeira do diretor e alcançou a minha, começando a folheá-la.

Grande droga.

— Quanto ela te pagou? — perguntou Magali.

— Como? — o professor ergueu o olhar sobre os óculos de grau e encarou a morena.

— Para você acreditar nela, ou ela te deu algo ou você é um tapado — Marina respondeu, incrível como as duas se completam.

— Vou ignorar seu comentário sem cabimento. Além do mais, os históricos de vocês não são dos melhores. Estou abismado, Mônica.

Engoli em seco. Mesmo eu sendo inocente em meu passado, tinha vergonha dele, vergonha de como Penha o manchou. Sei o que veria a seguir, ele iria expor o registro em suas mãos para os outros e como sempre, eles acreditariam. Foi assim que a sala pareceu grande demais e eu me senti sozinha.

— Você me pareceu uma aluna tão exemplar. Pensei que ter alguém na turma que cumprisse com os bons costumes europeus, seria um bom exemplo. Mas eu estava errado. Cortou o braço de uma colega com caco de vidro? Cortou o cabelo dela e a ameaçou com uma tesoura…

Senti um zumbido no meu ouvido enquanto ele falava, me lembrei de como fui linchada uma vez no ensino fundamental, após Penha me incriminar de seus feitos mais uma vez.

“Seu lugar é no hospício e não em um colégio”

“Cuide da sua cabeça, vamos arrancá-la"

“Você vai conhecer a morte cedo, vadia”

Meu rosto queimou, meu olhos arderam ao se lembrar. Eu não quero chorar, eu não posso chorar na frente de todos.

Sei que todos estavam surpresos e que esperavam uma resposta minha, mas não conseguia dizer nada, se não o choro entalado sairia de uma vez, abaixei a cabeça e fiquei em silêncio. Me sentia humilhada.

Todos continuavam em silêncio e eu podia sentir os olhares sobre mim. Eu precisava dizer algo, fazer algo. A vida me deu mais uma chance, não é possível que eu esteja condenada à solidão e à humilhação para o resto da vida.

Respirei e ergui a cabeça, segurando as lágrimas o máximo.

— Assim como hoje, isso foi tudo uma armação…

— Claro — o diretor soltou uma risada anasalada. Ergui meu queixo, não deixaria ele me desestabilizar.

— Mas você não vai acreditar. A Cassandra…

— Sem acusações!

O hipócrita me interrompeu mais uma vez.

— Como não presenciei o ocorrido, vou dar apenas um castigo em vez de advertência. Sem intervalo por uma semana.

— E com que autoridade você diz isso? Não é diretor, nem coordenador… — Cebola questionou.

— Não, mas sou responsável por manter esse colégio em ordem na ausência do diretor.

— Isso é um absurdo. Eu quero eleição! — disse Titi que esteve esse tempo todo digitando no celular e só agora havia aberto a boca para dizer algo.

— Agora podem ir para a sala, nossa conversa acabou.

Nós levantamos e seguimos para a sala, Denise e Titi reclamaram o caminho inteiro. Enquanto o resto de nós estava estressado e chateado com a situação.

Quando chegamos na sala, ela estava vazia, nem percebi o sinal tocar. Na verdade eu nem sabia o que eu estava fazendo, estava meio tonta, e angustiada pensando no que meus “colegas” iriam pensar sobre mim agora.

A porta bateu atrás de nós. Cascão foi até lá checar, ele tentou abrir de todo jeito, até a chutou. Nada. Estávamos trancados e eu me senti sufocada, droga. Tenho que tirar esse medo do meu peito, isso vai me fazer desabar.

— Tá trancada, merda! — ele exclama e se senta sobre uma carteira qualquer no meio da sala.

Me sentei no meu lugar e percebi que todos sentaram perto um do outro no centro da sala. Até a Magali (certo é que a Marina teve que dar um empurrãozinho para isso acontecer).

Cebola se sentou sobre minha carteira, na beirada, ficando bem ao meu lado. Dei um sorrisinho curto e acho que ele viu, porque sorriu também. Santo Deus, sou a pessoa mais boba desse mundo!

— Saco! O wi-fi não funciona direito aqui — Titi disse e se deitou sobre duas carteiras.

— Isso é uma oportunidade de você tirar a cara do celular e conversar com a gente — Xaveco para o amigo.

— De vocês eu tenho pena, fracassados.

Ri de leve, Titi era uma comédia. No bom sentido, claro.

— E vocês já estão namorando? — Denise disse e olhei para os lados para ter certeza de que ela estava falando comigo e Cebola. Pisquei duas vezes e olhei para ele sem saber o que responder. O que foi uma péssima ideia porque ele me encarava também, e eu não sabia o que ele queria dizer com o olhar calmo dele.

— Não…

Após a fala dele, olhei para Denise que continuava com seus olhar brincalhão sobre nós.

— E não rola nem um beijinho, não?

Não era esse o tipo de vergonha que eu estava acostumada a passar, e apesar de eu me sentir desconcertada, tinha algo bom dentro do meu peito. Eu gostava de ser alvo desse tipo de brincadeira e não de outras cruéis.

Okay, todos me olhavam de maneira sugestiva. Será que ele estava se divertindo com isso também?

Quando virei para o encarar, fui surpreendida por uma de suas mãos deslizando pela lateral do meu rosto e trazendo seus lábios para junto dos meus. Foi rápido, mas o suficiente para fazer meu coração disparar.

Céus! O garoto que eu tô afim me beijou. Eu não posso acreditar.

Tentei disfarçar e agir como se não fosse nada, mas era impossível.

Denise revirou os olhos e disse algo como “sério?”, ou coisa assim, não conseguia prestar atenção direito.

— Não posso obrigar ninguém a nada, Denise.

— Ah, qual é? É só um beijo, entre amigos.

— Eu não beijo meus amigos assim — Marina entrou na conversa.

— Me dá um beijinho aqui então, Denise. Só entre amigos — Titi disse rindo.

— 'Tá louco, parceiro? — Xaveco fez uma cara de bravo para o amigo, mas ficou engraçada. Era uma careta forçada, eles estavam brincando.

Eles estavam brincando.

— Tudo bem, por mim.

Até Cebola me encarou surpresa.

— Uau, segura essa mulher!

— Que isso, Marina… — disse sem nem perceber, sem nem perceber que minha voz saiu mais alta que o normal, o que fez a maioria rir.

— Não quero que se sinta forçada ou violada — Cebola disse, atencioso, compreensível. Sem dúvidas esse é o cara que eu gostaria que me beijasse.

— Tudo bem…

Mais uma vez ele tocou em meu rosto, seus dedos deslizaram na minha pele e ele me trouxe para perto de si. Fazendo com que mais uma vez nossas bocas se encontrem. O mundo pareceu parar, senti que não havia ninguém olhando, só eu e ele, só nós. Perdi a audição, a visão e a noção do tempo.

Quando nos afastamos todos nos olhavam com expectativa, não sei o que esperavam.

— Lindos, já sou a madrinha.

— O que você está aprontando, Denise? — Cebola questionou.

— Nadinha. Mas eu posso parar com isso se vocês aceitarem um acordo. Só uma troca de favores.

Não sabia nem o que responder, por um lado queria que parasse por conta da minha timidez, mas por outro, eu gostava de ter alguém me fazendo ficar próxima de Cebola.

— Certo — Cebola disse.

Mas talvez ele não tivesse os mesmos pensamentos que eu.

— Tenho sua palavra, Cebola? — Denise insistiu e ele confirmou — E você, Mô?

— Concordo.



Notas Finais


E então oque achararam?
Comentários?
Oque a Denise tem em mente?
Que favor será esse?
E Mônica e Cebola?
Isso e muito mais só no proximo capitulo!
Beijos.
—Mel


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