1. Spirit Fanfics >
  2. Giftword-Garagem das suspensões >
  3. A pior possibilidade

História Giftword-Garagem das suspensões - A pior possibilidade


Escrita por: CharBorah

Notas do Autor


Oi meus queridos aqui quem fala é eu mesma Melissa Hearts.
E hoje teremos a reação dos nossos queridos personagens ao saber oque aconteceu com Denise.
Então vamos lá!

Capítulo editado em 21/03/21

Capítulo 23 - A pior possibilidade


Narração: Mônica

Já estava saindo de casa, pronta para mais um dia de aula, quando me lembrei do dia anterior, meu coração desejava que tudo se repetisse. Queria que Cebola estivesse ali, na sala, rindo com meus pais.

Me despedi dos meus pais e parti para fora. Assim que abro a porta, me deparo com Cebola sentado sobre o capô de seu carro e olhando para mim, assim que me vê, ele sorri. E eu sorrio também. Meu Deus, eu me sinto em um conto de fadas. Eu estou completamente apaixonada.

— Oi — me aproximei vagarosamente, meu coração parecia que iria pular para fora do peito. Precisava conter minha admiração, eu estava na frente da casa dos meus pais.

— Oi, Mô — se inclinou e beijou minha bochecha. — Entra aí!

Entrei no lado do carona e o aguardei, já estava me familiarizando com o local, gostava até do cheiro.

— Vai vir me buscar todos os dia? — Perguntei e já me arrependo, vou parecer uma mal agradecida.

— Se você quiser, eu venho com o maior prazer — declarou.

Ligou o carro e começou a dirigir, conversávamos a vontade sobre assuntos banais, tudo muito leve e divertido. Até que ele parou e com as mãos apoiadas no volante, respirou fundo.

— O que houve?

— É que… Eu tô sentindo algo ruim, um mal pressentimento. Eu odeio isso, porque me faz pensar muito e se eu penso demais eu chego a conclusões bem negativas.

— Sei como é… — queria contar sobre meu passado, minha história, para que ele tivesse certeza de que eu entendia como ele se sentia, mas quando ele mudou de assunto, desisti.

— E quando é que você vai em outro racha me ver vencer? — perguntou um tanto convencido e eu não pude evitar de sorrir.

— Assim que tiver. Eu gostei do último… e único que fui.

— Fazemos toda sexta-feira, se quiser eu te busco, como da outra vez.

— Eu ficaria grata — sorri.


Quando saímos do carro, após chegar no colégio, vi um carro quase atropelar um estudante. O motorista colocou a cabeça para fora, revelando ser Xaveco, e gritou:

— Olha por onde anda, otário!

Cebola e eu nos entreolhamos e entendemos que hoje não estava sendo um dia bom para ninguém.

Entramos no pátio e Xaveco se aproximou, não demorou muito e Cascão também apareceu.

Xaveco já ia cuspir alguma coisa desagradável naquele momento, mas Cebola o impediu:

— Vai com calma aí, nervosinho — Xaveco se calou, porém parecia que iria explodir, estava com as bochechas vermelhas e o olhar endurecido, olhava de um lado para o outro a todo o momento. Me lembrei do que ele e Denise estavam passando, talvez a mãe dela tivesse descoberto.

— E a Denise, Xaveco? Ela não vem? — perguntei.

— Ou vocês brigaram mais uma vez? — Cascão complementou com um leve humor.

— Desde ontem a Denise não responde minhas mensagens nem minhas ligações. Então hoje eu fui até a casa dela, mas quem me atendeu foi a mãe dela. Ela me expulsou de lá, gritou e me xingou. Mas em um certo momento, ela disse que a Denise estava mal, que ela não estava em casa. E eu tô preocupado porque como assim 'mal' e onde é que ela está? — disparou como uma metralhadora.

— Mal? — Cebola perguntou.

— Vai ver ela ficou gripada e a mãe dela disse que ela não estava em casa só pra te despistar, pra você ir embora — Cascão sugeriu.

— Isso é surreal, eu vou ver ela durante a tarde. Não é possível que algo tão grave assim tenha acontecido de uma hora para a outra — Cebola disse escondendo a preocupação por trás da desconfiança.


Assim que o intervalo acabou, tive que voltar para meu novo lugar, o lugar da Denise estava vago perto de mim, Xaveco dormia na carteira atrás da dela, não havia saído para o intervalo e estava debruçado ali a manhã inteira, normalmente ele estaria rindo e brincando com sua namorada e os outros.

Magali e Marina se juntaram conosco no fundo da sala e estava bom demais para ser verdade, porque quando a Denise não estava, pareciamos divididos. A única pessoa que parecia próxima com Magali era Titi, mas não era a mesma coisa.

— Gente, vem aqui! — Marina, que havia chegado atrasada, disse do lugar dela.

Cebola pareceu excitante em levantar, duvidando se ela havia mesmo chamado ele. Mas ela o encarou, encarou a todos. Parecia nervosa, de pé e segurando um papel amassado em suas mãos.

Além de Cebola e eu, Magali, Cascão e Titi chegaram perto dela também, conseguimos ler o bilhete, escrito em caneta azul comum, mas macabro demais para ser uma piadinha da turma.

“Pobre, tola e fraquinha, Marina. É meu próximo alvo!”

Segui o olhar fixo de Marina em Cassandra, era como se pudesse lhe queimar com os olhos, cobertos de raiva.

Ela nem deu tempo de algum de nós dizer alguma coisa, caminhou pisando fundo até o lugar da loira. Chegando lá, deixou o bilhete sobre a carteira, batendo a mão com força, a madeira chacoalhou e algumas canetas caíram. A atenção da turma se voltou para ela, curiosos sobre o conflito.

— Tá de brincadeira com a minha cara, Cassandra?

— Como? — a voz da outra saiu fina, com tom de inocência e desentendimento.

— Não vem dar uma de sonsa. Tenta algo comigo que eu te arrebento — Marina praticamente cuspiu na cara de Cassandra.

— Marina, por favor, sente-se — o professor disse, deixando o quadro e caminhando até a discussão.

— Eu não tenho medo de você, sua vadia. Olha o que eu faço com isso — Marina rasgou o papel em pedacinhos e jogou no rosto da loira, que fechou os olhos e abaixou a cabeça, estranhei, achei que no mínimo revidaria.

—Marina, não vou mais chamar sua atenção, volte agora para seu lugar — o professor insistiu.

— Marina, eu não entendo — Cassandra silabou chorosa — nunca quis seu mal, já fomos até amigas…

Marina a encarou profundamente, como uma fera pronta para atacar a presa.

— Você… — começou mas foi interrompida por Xaveco, que se quer notei se levantar e ir até lá.

— Já deu sua hora, nervosinha — disse arrastando ela até próximo de nós.

— Pronto, todos copiando a matéria agora — o professor parecia aliviado.

Marina parecia tão confusa quanto todos nós.

— Por que não deixou eu quebrar a cara dela?

— Porque eu aprendi a lição de que é melhor ficarmos juntos, já está faltando alguém, não podemos perder mais ninguém — disse entediado, sentando de maneira desleixada em seu lugar.

— Você não estava dormindo? — Magali questionou o encarando de cima a baixo.

— Não consigo dormir, só pensar nela… Eu estou tão preocupado — esfregou os olhos.

— Calma, cara. Pode ser que ela só queira ficar sozinha — Titi tentou o tranquilizar.

— Isso não entra na minha cabeça. Há algo errado.

Cebola suspirou cansado ao meu lado, provavelmente pensava o mesmo mas o problema estava aí, essa era a pior possibilidade.


Narração: Cebola

Não havia nada que me deixasse mais nervoso que meias verdades, histórias mal contadas e mentiras. E quando eu perguntei para a mãe de Denise onde a filha estava, soube que uma história falsa estava por vir assim que ela abriu um sorriso forçado.

— Ela não está, foi passar um tempo com uma tia no interior — mostrava o máximo de dentes que conseguia mas em seus olhos havia uma tristeza enraizada.

— No meio do ano?

— A pobrezinha está doente…

— Invente uma desculpa melhor. O que aconteceu com ela?

Ela pareceu pensar se me contava ou não.

Conheço ela há muito tempo, já que eu e Denise crescemos juntos, brincando por essas ruas, éramos unidos, melhores amigos e entre os outros fui sempre o preferido dessa “tia”, me aproveitaria disso mesmo achando que seja jogar baixo.

— Por favor, todo mundo está preocupado com ela. Pode me contar, eu vou entender se foi algo que ela fez de errado. E vou entender a punição severa…

Parei quando a vi chorar e entrar para dentro, deixando a porta aberta, um provável convite para que eu a acompanhasse, a segui até a sala.

— Eu já começo a me arrepender. Mas naquele momento tinha tanta coisa acontecendo. Esse namoro sem futuro, os boatos, os professores reclamando.

— Como assim? Xaveco daria a vida por ela!

— Eu ouvi histórias de como o término deles abalou ela e depois voltou como se nada tivesse acontecido e eu temi que ela estava enlouquecendo quando vi o que ela fez com outras pessoas, com uma colega de classe. Você estava envolvido nisso, Cebola?

— Calma, calma. Não estou entendendo nada. O que ela fez? Quem é essa colega de classe? — perguntei confuso.

— Maria Cassandra, ela veio aqui e me mostrou os ferimentos que minha filha causou nela. Cebola, ela machucou uma pobre garota!

Ela. Como não desconfiei antes? É ela, mais uma vez.

— Isso é uma mentira, sua filha não fez nada de errado. Essa garota só quer arrumar briga com a Denise. Sabe como ela gosta de se meter em confusão, mas nunca machucaria ninguém.

A mulher secou as lágrimas e concordou com a cabeça.

— Peça para Denise voltar, ligue para essa tia ou seja lá com quem ela estiver.

Já começava a me entusiasmar, ela parecia concordar comigo.

— Não dá, não é fácil assim. Onde ela está é… é um… — procurava a palavra certa — um hospital psiquiátrico.

Fiquei um tanto desnorteado, não levei ao pé da letra quando ela falou sobre enlouquecer.

Duvidava se estava mesmo falando com uma mãe, com uma mulher que dizia amar tanto e querer proteger tanto a filha que mandava ela para um hospício. Cresci ao lado da Denise, ela é como uma irmã para mim, e ela não precisa disso, dessa internação.

— Como pode?

— Eu só…

— Se deixou levar pelo o que outros falavam e nem se importou com os sentimentos da filha. Confiou na palavra de estranhos sem nem duvidar. Porque não perguntou aos que estão com ela todos os dias? Os amigos, o namorado, iríamos provar o contrário.

Ela suspirou antes de me responder.

— Já disse que esse namoro tomou um rumo esquisito.

— E de quem você ouviu isso? Porque eu estava lá em todos os momentos, eu vi ela chorar, eu dei bronca nele, vi o quanto ele estava arrependido e vi as coisas se acertarem, os dois mudaram, mudaram para melhor.

Meu coração apertava ao pensar no que Denise estava passando agora e sozinha, sem nenhum conforto dos amigos.

A mãe dela estava calada olhando para um ponto distante.

— Saia da minha casa — me expulsou sem olhar nos olhos.

— Deveria repensar no que está fazendo. Vai perder sua filha assim.

— Sai daqui — repetiu.

— Só se me dizer qual lugar ela está, você pode estar disposta a se afastar dela mas eu não, nunca irei desistir dela.

— Certo.


Quando contei ao Xaveco, ele parecia que iria explodir. Não o julgo, não sei como me controlei ao saber que minha irmã foi dada como instável, por uma cobra psicopata.

Pedi para Mônica me acompanhar, porque eu sentia uma angústia crescendo dentro de mim, vindo de um desconforto no estômago e que provavelmente iria culminar em uma ânsia gigantesca. Contudo, de algum modo, perto da Mônica isso se amenizava, eu me sentia em paz perto dela.

Xaveco corria, como nunca havia visto ele correr, o acompanhava atrás, para tentar impedir que ele fizesse alguma besteira. Quando ele estava fora do controle, ele era como uma criança, fazia besteira e percebia apenas depois, e já aconteceu dele nem perceber.

Deixou o carro estacionado de qualquer jeito na frente do hospital e pulou para fora. Estacionei atrás de si e junto com Mônica tentei alcançá-lo, sem sucesso, quando entramos ele discutia com a balconista.

— Mas moça, preciso ver ela!

— E eu já lhe disse que sua presença não é autorizada — suspirou nervosa.

— Mas moça… — Xaveco disse aumentando o tom de voz.

Interrompi ele antes de que fizesse alguma idiotice.

— Boa tarde, moça. Sou um amigo da paciente Denise, eu poderia vê-la?

— Ninguém é autorizado a ver a paciente, desde que seja autorizado pela responsável por ela. E a mãe dela, não deixou nenhum outro contato além do dela — explicou, checando algo no computador.

— Você não poderia ligar para ela? Diz que é o Cebola, ela vai saber do que se trata — a funcionária estranhou meu nome, e parecia querer rir, provavelmente se perguntando se aquilo era sério — é sério!

Ela pegou o telefone e discou o número, ao tempo de que ela fazia a ligação, olhei para Xaveco e o repreendi com o olhar. Encarei Mônica que parecia um pouco assustada com toda a situação.

— Desculpe te arrastar para isso.

— Não, ela é minha amiga também. Mas ainda não acredito que isso está acontecendo.

Minha cabeça doeu ao lembrar porque isso estava acontecendo. Cassandra, tinha que ser ela. Juro que nunca odiei alguém tanto como odeio ela. Nem mesmo Magali é tão desprezível quanto ela.

— Moço? — a recepcionista me chamou, me trazendo de volta à realidade.

— A responsável autorizou sua entrada. Mas somente a sua — respirei aliviado — o quarto é o 379 e você será acompanhado por um enfermeiro — acrescentou, me estendendo um adesivo escrito “acompanhante”.


Notas Finais


E aí oque acharam? Sim eu cortei na melhor parte.
Beijos e até o proximo.
-Mel


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...