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História Girl Meets Evil - Monstro.


Escrita por: Ghost_Fanfics

Notas do Autor


Heeey,
Eu ia postar o capítulo ontem, mas minha net parou de funcionar e me frustrou. ;_; (desculpa a quem me perguntou no twitter quando eu ia postar e eu disse que seria na segunda =/)
MEU SANTO YOONGI, G-DEUS, 1K DE FAVORITOS EU NÃO SEI O QUE DIZER. Não sei, mesmo.
Quando comecei a escrever essa história, eu não esperei que isso fosse acontecer, de forma nenhuma. Eu estava mal, queria esquecer o que tinha acontecido comigo e escrevi um pouco pra amenizar a dor. A cada favorito, comentário e mensagem, conheci pessoas gentis, lindas por dentro e por fora, que me apoiaram e me ajudaram, e que se dispuseram a gastar um pouquinho de tempo lendo o que eu escrevo. Eu me importo com vocês, com cada uma. Cada vez que eu falo com vocês, me sinto bem! Vocês me fazem bem, e eu serei eternamente grata. Espero estar à altura desse carinho.

Como uma forma singela de retribuir minha felicidade, preparei um especial de 1K, com mais postagens, então se preparem para uma semana cheia, e as coisas estão esquentando. EITA

Música do capítulo: Monster - EXO

Capítulo 16 - Monstro.


Fanfic / Fanfiction Girl Meets Evil - Monstro.

Jeon Jungkook's P.O.V.

Omma
Fofinho
Me faz um favor

Você
Fala

 

Esquadrinho a mesa enquanto espero a resposta.

Sr. Kwon come a sobremesa com a atenção voltada a uma reunião de emergência que acontece em um grupo do Telegram. À minha frente está __________, com os olhos cravados em meu rosto, brilhando com curiosidade. Satisfaço-me ao ser objeto de sua atenção. Passo a língua pelos lábios, com um sorriso sarcástico. Incito seu ódio e a Monstrinha se levanta, largando a colher na taça da sobremesa.

Ela se afasta.

Guardo o celular no bolso do jeans e me levanto. Omma ergue a cabeça curiosa e eu faço um sinal na direção dos banheiros. Ela assente, apontando para o celular. Seus cabelos estão presos e ela usa joias refinadas. A elegância a faz parecer outra pessoa, uma dama da alta sociedade. Exceto por seus olhos inocentes. Eles são um lembrete de que ainda é ela, apesar da casca de riqueza.

Ausento-me. Inspiro o ar até minhas narinas tremularem, ergo o queixo e varro os olhos pelo lugar, como um caçador. Meu alvo é uma essência adocicada cuja rotina é me enfeitiçar, porém ela se camufla na névoa dos aromas de comida no restaurante.

— Jungkook? — É a voz de Tzuyu.

— Oi. — Falo, concentrado em farejar a Monstrinha.

— Que legal te encontrar aqui. Está em um encontro? — Ela emite ansiedade nas entrelinhas. Betas são tão previsíveis.

— Não... — Gracejo, estreitando o olhar. É um hábito que a afeta e a resposta é imediata. Há excitação em seu rosto. — Vim com minha família. 

— E o que vai fazer quando sair daqui? — Ela sorri.

— Preciso levar minha irmã pra casa, sinto muito. — Invento a desculpa. A essência adocicada perfura meu olfato. — Vou ao banheiro.

— Espera, Kook. — Ela engole em seco e eu preciso me esforçar para não fazer uma careta e acabar com a possibilidade de encontrá-la depois. — Podemos marcar mais tarde, então?

— Me manda uma mensagem.

— Tá... Se der, eu mando. — Seu corpo responde aos meus estímulos com mais veemência do que suas palavras mentirosas. Suas pupilas estão dilatadas. Os poros do pescoço, eriçados. Os mamilos ficam aparentes por baixo da blusa que veste e há um leve aumento em sua temperatura. Sua boca chega a salivar. O que sente é desejo.

Se eu quiser, ela será minha.

Sigo a placa que assinala a entrada do corredor de banheiros, rastreando a essência dela. Acho-a inspecionando sua imagem no espelho aos fundos do corredor. Joga as madeixas escuras para o lado e deixa o pescoço à mostra. O tecido do vestido adere às suas formas, revela a curva do quadril, a cintura bem delineada e vejo seu colo proeminente no reflexo. Ela bagunça minha cabeça e me perturba.

Nada menos que magnífico serviria para descrevê-la. Seus olhos encontram os meus através do reflexo e ela se vira. A urgência em seu rosto bonito me escraviza. Ela faz um sinal para que eu me aproxime. Ajusto meu foco, reprimo o instinto e recobro a racionalidade, uma atividade diária, e caminho até ela como um servo.

— Está brincando comigo. — Ela cruza os braços abaixo do colo, o que faz seus seios saltarem discretamente. 

— Pareço estar brincando? — Finjo-me de desentendido, com um sorriso cínico.

— Vai continuar com esse joguinho?

— Já disse que vou. — Quero atingi-la.

— Dissimulado. — Ela xinga entredentes. — Se não me contar agora, eu vou fazer uma coisa muito ruim com você.

— Vai me torturar, Monstrinha? — Murmuro com um toque de malícia.

Espero seu desprezo habitual, mas suas bochechas enrubescem e esquentam. A essência adocicada sopra em meu olfato e essa reação dá um fio de esperança para o sentimento platônico que afogo nos cantos mais obscuros da minha mente. Causo algum efeito nela? 

— Você é um pervertido idiota. Tarado. — Ela murmura com desdém e apaga a chama que se acendeu em meu interior. Diferentemente de Tzuyu, a reação dela não é excitação, e sim um arroubo de fúria. — Eu quero saber. E você vai contar.

— Agora não dá. Precisamos voltar pra mesa. — Meu celular vibra e eu confiro.

 

Omma
Eu e Ji Yong vamos ao teatro depois daqui
Pode levar sua irmã pra casa?
Queria namorar um pouco

 

A desculpa que criei para Tzuyu se torna real.

Uma sensação enregelada pressiona minhas entranhas e endurece minha expressão. Com apenas três mensagens, Omma me lembra do abismo que me aparta de __________. Não quero odiar a felicidade da minha mãe, mas seu casamento com Kwon Ji Yong me transforma em irmão da única pessoa que quero tocar, que me fez sentir algo além de mera afeição.

Nunca fui romântico. Sou prático. Não me apego e só invisto em relações que nunca envolveram mais do que satisfação momentânea. Nunca amei e sempre zombei de quem sofria por amor. Agora acho-me entre pedaços de um sentimento que me sufoca. Uma tragédia digna de Shakespeare. Sou irmão dela, e preciso martelar isso todos os dias para reprimir meu desejo.

— Que foi? — Sua voz me recupera das sombras.

— Vou te levar pra casa.

— Por que? Onde estão Appa e a Srta. Jeon?

— Eles vão ao teatro. Vamos voltar, acho que eles estão indo embora.

***

O tilintar de seus sapatos no piso dá o ritmo da caminhada pelas escadas de casa. Não trocamos qualquer palavra no percurso e tudo o que escapa de nossos lábios são suspiros momentâneos. Atravessamos o corredor e paramos em frente aos quartos. O vento assobia nas frestas das janelas antigas e ondula as cortinas pesadas. O ar cheira a terra e grama molhada e, pelo nevoeiro lá fora, posso garantir que mais uma tormenta chuvosa está por vir. 

 Enfio as mãos nos bolsos do sobretudo, com as palmas suadas, apesar do semblante de indiferença.

A Monstrinha abre a porta e me convida com um olhar por baixo dos cílios longos. A ordem é suave e me envolve. Seria perigoso morar ao seu lado, se ela soubesse que não precisa de artifícios para me seduzir ou influenciar. Nem percebo o momento em que deitamos em sua cama, descalços. Ambos fitamos o teto, as mãos entrelaçadas sobre os dorsos e as respirações sincronizadas no silêncio tranquilo.

Ela não me pressiona. Parece notar que eu desejo contar, somente procuro palavras para começar. A escuridão do cômodo fechado transmite a sensação de confiança e segurança que preciso.

E eu falo.

— Sou meio humano, meio lobo. — Murmuro para as sombras, abaixo dos sussurros do vento que irrompe a porta da varanda e circula entre nós. — Tudo bem, se achar que sou um monstro. — Há uma pausa em meu discurso. Espero por uma reação que não vem. — Não vou te culpar se sentir medo, e me considerar mesmo um monstro. Muitas vezes, eu mesmo pensei isso, mas nunca fiz mal a...

— Vamos resolver uma coisa. A Monstrinha sou eu. Você só é o Tarado. — Ela simplifica meus questionamentos existenciais mais profundos com leveza. Não há medo em sua expressão, e a miro de soslaio. Não há hesitação. Ela me aceita com minhas diferenças, sem reservas. Contenho um impulso de tocá-la, beijá-la, tomá-la como minha. — Você é um lobisomem?

Desperto do devaneio.

— Não sou metamorfo, não me transformo em lobo. Tenho algumas características lupinas... que você já notou. Farejo e, se quiser, afio garras. — Ergo uma das mãos e ela fita meus dedos longos. — Tenho força além do comum, mas não menti pra você quando disse que fazia exercícios. E é isso. Sou um híbrido de lobo e um Alfa Lúpus. Conhece a lenda dos Alfas e Ômegas?

— Não...

— A gente aprende essa lenda quando estuda o ciclo do arroz, na escola. Não presta atenção às aulas de história? — Provoco, porque sei de seu desempenho na última prova de história e vê-la enraivecida é uma das minhas fraquezas.

— Não me pergunte nada. Só conte. — Seu nariz se franze com petulância. Ela se deita de lado, encarando meu perfil. — E aí? — Saco o celular do bolso e abro uma aba no navegador. Carrego a página da livraria de Seokjin, e acesso a lenda que ele disponibiliza em um de seus links permanentes. — Vai ficar mexendo no celular?

— Irritante. — Resmungo e ouço sua risada. — Aqui, a lenda dos Alfas e Ômegas. Posso ler? — Sinto seu olhar intenso sobre mim, revelando cada uma de minhas camadas, cavando minha pele até o osso, descobrindo cada um dos meus segredos, até saber que eu estou apaixonado por ela. — Monstrinha, está fazendo de novo. — Disfarço o nervosismo com um sorriso zombeteiro. — Aish, você deve me achar muito bonito, mesmo.

— Jungkook, para de enrolar.

— OK. Lá vai... As gerações passam e o tempo carrega as lendas. Algumas são rumores, contos que se espalham para amedrontar crianças travessas. Outras repousam sob o véu da fantasia, para ocultar verdades absurdas. Uma dessas histórias é: Em algum lugar do tempo, seres humanos se dividiam em três subespécies. Alfas, Betas e Ômegas. Alfas eram dominadores, robustos e ágeis, de personalidade rígida e autoritária. Ômegas eram passivos, frágeis e submissos, de personalidade delicada e dócil. Essas duas subespécies eram semelhantes a outros animais não racionais, instintos os controlavam. Já os Betas eram os racionais, equilibrados e independentes de instintos, de personalidades variáveis entre rígidos e dóceis.

— Esses Betas eram tipo gente normal? — Ela pergunta, e eu faço uma careta.

— Todos são "normais", Monstrinha. Só são diferentes.

— Ah... Desculpe. Eu só... É, foi idiota. Desculpe.

— Apesar das diferenças, viviam em paz. Alfas e Ômegas necessitavam um do outro para ter o equilíbrio que já existia nos Betas. Por suas características mais agressivas, os Alfas comandavam como líderes naturais e governavam as sociedades. Os Ômegas, por sua vez, serviam aos Alfas, por sua submissão física e sexual. Já os Betas eram os cidadãos médios, comuns. Assim, por muitas eras, os Alfas e Ômegas monopolizaram o poder de governo sobre os Betas, que serviam aos instintos dos outros dois com sua racionalidade.

— Não tem como isso terminar bem... — Ela murmura, encostando a testa em meu ombro.

— É. Alfas e Ômegas eram como famílias reais. Betas eram a maior parte da população e queriam seu espaço. Eles se sentiam injustiçados com sua condição, porque para Alfas e Ômegas, Betas eram apenas... O resto. As discrepâncias que levaram as duas subespécies a dominação se transformaram em incômodos para a maioria. Aos poucos, os revoltosos acusaram os Alfas de arrogantes e tiranos, e apontaram a dependência extrema dos Ômegas como devassidão e libertinagem, uma ameaça a ordem racional, progressista e correta dos Betas. 

— Deu merda, né? — Ela murmura, e eu rio.  

— O sentimento de injustiça se fortaleceu diante da repressão alfa aos motins beta contra a ordem vigente. Com o passar dos anos, o grupo chamado Orgulho Beta iniciou o que mais tarde seria um massacre. A estratégia era simples. Atacar Ômegas frágeis e dóceis, presas fáceis para a força comum dos Betas, com o objetivo de desestabilizar o equilíbrio dos Alfas. Deu certo. Muitos Alfas morreram ao perderem seus Ômegas. Os que sobraram eram fortes, mas não o suficiente para combater a inteligência Beta. Assim, os Ômegas foram extintos e os Alfas que sobraram fugiram da dominação. De acordo com Jin Hyung, isso é história, não uma lenda.

Fito o topo da cabeça de __________, inspirando o ar com força, só para revirar os olhos quando sua essência invade meu olfato. A testa da Monstrinha ainda está encostada ao meu ombro, aquecendo-o por cima da camisa xadrez.

— Mas, se é a verdade... Somos... Betas?

— Você é. Todos os humanos comuns, hoje, são os antigos Betas. Mas, os Alfas não morreram, eles procriam em segredo. É algo como um desejo de vingança, para retomar o poder. Segundo Jin Hyung, meu pai deve ser Alfa, porque minha Omma é Beta. E eu sou um tipo raro de Alfa, Alfa Lúpus. Sou mais forte e tenho instintos mais... Agressivos, por assim dizer.

— Por isso é um híbrido de lobo?

— Não. Essa parte aí é só porque eu sou uma aberração mesmo. — Dou de ombros e ela ri. — Hoseok Hyung diz que, segundo as fofocas nos mercados negros, os Alfas têm criado híbridos com o propósito de formar um exército pra retomar o poder. Só que eles esqueceram de um detalhe. As pessoas têm vontade própria, e muitos de nós, híbridos e Alfas novos, não queremos guerra.

— E os Ômegas?

— Foram extintos.

— Você disse que os Alfas dependem dos Ômegas, assim como os Ômegas dependiam dos Alfas.

— É, mas acho que conseguimos nos adaptar a extinção deles.

— Como? Você disse que alguns Alfas morreram depois de perder "seus Ômegas".

— Aish, Monstrinha. Falar sobre isso é como ter aquela conversa sobre de onde vêm os bebês. — Faço uma careta. — Para de me olhar desse jeito. — Ela puxa a manga da minha camisa. — Aish! Alfas se atraem por Ômegas e Ômegas se atraem por Alfas.

— Como assim? — Ela parece realmente não entender, e eu gemo. — Não entendi, Jungkook.

— Atração sexual, Monstrinha.

— Tudo bem, mas se atrair sexualmente não significa dependência. — Ela murmura, depois de pensar um pouco. Tomo um fôlego, porque sinto a temperatura do corpo dela subir e algumas gotículas de suor se formam em suas têmporas. — Significa?

— No caso de Alfas e Ômegas, meio que sim. O cheiro do Alfa atrai o Ômega, e vice-versa. Um Alfa só se satisfaz sexualmente se praticar o ato com um Ômega, além disso tem o... — Hesito. Tento aparentar naturalidade ao falar, mas estou constrangido ao explicar isso para ela, que mantém os olhos arregalados sobre mim. __________ se senta na cama.

— Tem o quê?

— O cio. — Sua testa se enruga e a expressão até pouco tempo tranquila se perturba. Sua respiração se torna menos contida, seu peito sobe e desce com mais vigor, mesmo que ela faça isso de maneira discreta. — Não sou tão anormal por ter isso, certo? Você menstrua e eu não acho estranho.

— Você tem cio igual a um bicho? — Ela arregala os olhos.

— Não é igual a um... — Sento-me na cama e baixo a cabeça até mirar o zíper do meu jeans. — É, é igual a um bicho. — Rio, esfregando o olho.

— Mesmo?! — Ela espalma as mãos nas bochechas com uma expressão chocada. — Por isso você é um tarado que vive se enfiando em todo buraco que vê?! E como é?! E o que isso tem a ver com um Ômega?!

— Aish. — Resmungo baixinho, revirando os olhos. — A noite vai ser longa.

— Me responda!

— Quando eu passo por esse período... — Pigarreio e volto a deitar. Os olhos dela me seguem, curiosos. — Sei que só me satisfaria completamente com um Ômega. — A Monstrinha se debruça sobre meu dorso e me encara. — O que você quer saber?

— Homem ou mulher?

— Tanto faz. Basta ser Ômega. Como sou heterossexual, minha preferência é por mulheres. Mas, acho que essa conversa já...

— Se Ômegas não existem mais, como você se satisfaz?

— Aish, Monstrinha. Tem noção do que está me perguntando? Eu não pergunto sobre seus parceiros sexuais.

— Nunca nem vi. Anda, me conta. Eu fiquei curiosa. É como se eu estivesse conversando com um cachorrinho. Own. — Ela continua debruçada sobre meu abdome, e seus cotovelos exercem mais pressão. Não dói, só me obriga a concentrar mais energia no ato de reprimir meu instinto de jogá-la nessa cama e atacar.

— Você não tem medo de morrer? Eu sou uma fera e tal... — Estreito o olhar. Ela torce os lábios, desdenhando da minha ameaça.

— Jungkook, você me deu um celular de presente porque ficou com remorso de me deixar sozinha. É óbvio que não vai me matar, vou chutar até que você gosta de mim. — Tento não rir e volto a mirar o teto para disfarçar o brilho nos olhos. — Então, como se satisfaz? O que precisa fazer?

— Posso te mostrar como eu faço, se quiser. Você só tem que tirar a roupa. — Falo com sarcasmo, com o objetivo de alfinetá-la, de provocar sua ira para que ela mude de assunto, ou esbraveje comigo.

Mas sua resposta me surpreende tanto que racha minha expressão impassível.

— Eu sou uma Beta, não te satisfaria por completo. Espera, se Ômegas não existem, você nunca se satisfez?

Minhas sobrancelhas se erguem.

— Aish. Você nem sabe do que está falando.

— Não?

— Você já teve um orgasmo? — Pergunto mais direto. Ela recua um pouco e retira os braços de cima de mim. Senta-se melhor na cama, suas bochechas ruborizam e ela evita me olhar. — Então, orgasmos são orgasmos. E sim, eu me satisfaço normalmente.

— E-eu...

— O quê?

Ela pigarreia desconcertada.

— Nada. — A Monstrinha se deita ao meu lado. Um trovão ressoa lá fora, nos lembrando de que a chuva se aproxima. — Jungkook...

— Fala...

— Tem outros como você, por aí?

— Tem sim...

— Se você encontrasse um Ômega, ficaria com ele, ou com ela? — Pergunta com um murmúrio envergonhado.

Giro o corpo na cama e deito de frente para ela. Suas pernas flexionadas se entrelaçam, descobertas, e a barra do vestido quase não cobre seu quadril. As curvas tênues de seu corpo me prendem em uma teia da qual não quero me livrar. Sorrio despreocupado, ergo uma mão e acaricio sua testa, bagunçando seus cabelos depois. Mergulhamos no silêncio. Ouço o vento frio murmurar acima de nós, e o chiado da chuva ressoa ao longe e farfalha nas árvores do pomar. Atinge o teto e invade a varanda do seu quarto.

Ela permanece imóvel sob o toque dos meus dedos.

Queria poder dizer que não procuro Ômegas.

Que nenhuma genética poderia me roubar dela.

Que a única pessoa que me satisfaria completamente é ela.

— Monstrinha, você por acaso é uma Ômega, está escondendo de mim e quer me conquistar? Porque a gente já descobriu que estava apaixonada por mim, hoje mesmo, mais cedo.

— Não adianta conversar com você. — Ela retruca, monótona, e se vira de costas. Pega um edredom, mas antes que se cubra, vislumbro uma parte descoberta de seu quadril e engulo em seco. Preciso sair daqui antes que faça uma idiotice da qual vou me arrepender. Preparo-me para sair, mas sinto uma mão puxar as costas da minha camisa. Olho para trás e a vejo. — Fecha a porta da varanda? — Aquiesço e a obedeço. Um hábito. Fecho as portas e me volto para ela.

— Quer mais alguma coisa?

— Fica aqui até eu adormecer? — Não é a primeira vez que ela me pede isso, e eu sorrio.

Ela confia em mim para velar seu sono.

Ela não me vê como um monstro.

— Você gosta tanto de mim... — Reviro os olhos e me sento na cama, no lado contrário para o qual ela está deitada. — Por que não confessa de uma vez? — Cruzo os braços e a vigio. Temo que tenha pesadelos, mesmo que seu celular esteja sobre a mesinha de cabeceira.

— Hoje não vai conseguir me irritar. — Ela murmureja, de olhos fechados.

Mal sabe que, todas as vezes que insisto nisso, busco algum indício de que ela gosta de mim, para poder dizer o mesmo.

***


Notas Finais


TRAILER DA FANFIC: https://www.youtube.com/watch?v=alMhPs3sAvI
Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=e8q3OET5dwk
Meu twitter: @ghooost_fa
Obs.: Essa é minha interpretação do universo ABO. Não estou seguindo o modelo tradicional, estou usando de licença poética e liberdade de criação. A história ainda vai se aprofundar nessa questão, então podem esperar mais esclarecimentos... Porém, a essência é a mesma. PUTARIA. Desculpa o palavreado oihoihohioh

To animada e agradecida! Obrigada de novo pelos 1k de favoritos.

~~Ghokiss


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