História Girl Meets Evil - Tóxico.

Jeon Jungkook's P.O.V.

Seu sono atormentado me desperta. Minha cabeça vacila no travesseiro, meus músculos se distendem e minhas narinas queimam. Um odor denso e quente de almíscar se apodera do ambiente. Meu olfato condensa notas de baunilha e caramelo. É saboroso e adocicado. Minha boca saliva e minha visão embaça. Meus poros se arrepiam e minha superfície se torna febril. Uma onda excitante de calafrios contorna meu dorso, até a virilha.

Sou feito de selvageria. A racionalidade esvaece.

Então, reconheço.

É o cheiro dela.

Respiro pela boca, mas o ato falha. A essência infesta o ar, cada vez mais extasiante. Uma gota de suor escorre por minha testa e eu lanço uma olhadela por cima do ombro, para vê-la em uma cena tórrida. Ela parece dormir, mas se contorce debaixo do edredom que dividimos, com a testa brilhante e os lábios entreabertos. Tomo a péssima decisão de espiar por baixo da coberta. Arrependo-me.

Os nós de seus dedos estão brancos, porque ela segura a calça do pijama pela parte interna da coxa. O odor doce é tóxico, me faz delirar. A mão escorrega até sua própria virilha e ela respira como se estivesse prestes a sufocar. Os dedos caminham até sua intimidade e eu quero tocá-la. Sinto-me pulsar, despertando a excitação como nunca provei.  

— Jung... J...

É um gemido. É-é... É meu nome?

A adrenalina flui em minhas veias e me enrijece.

Eu não posso fazer isso.

Ela está dormindo.

Viro-me de costas para ela. Meu corpo vibra com a pulsação tóxica. Tento acalmar meus impulsos e a cama se mexe. Sento-me e a vejo correr para o banheiro, batendo a porta. O cheiro se impregna em cada centímetro do colchão e me leva aum impulso inconsequente. Avanço até ela. Afago a porta do banheiro com os dedos trêmulos e meu suspiro sai entrecortado.

Como isso é possível? Cambaleio para trás, assustado, e fujo do quarto dela, me tranco no meu. Colido contra a parede e encaro o teto. Arfo com a boca aberta e cerro as pálpebras. Lembro do toque em sua pele, a urgência de suas unhas em mim, minha boca sedenta pela dela, sua voz torpe em meu ouvido. Então me lembro. Somos irmãos, ainda que não sejamos.

Por causa disso, não pude sorrir com sua confissão de que gostou do meu beijo. Não pude ser honesto sobre querer outro. Não pude abraçá-la. A frustração me maltratou e me absorveu. Adormeci ao seu lado e ela me acordou para atrair meus instintos mais animalescos. Tive que fugir para não atacá-la, porque eu nunca a tocaria sem seu consentimento. Eu a desejo, mas nunca me descontrolei assim.

O que está acontecendo comigo? E com ela?

Baixo o olhar para a ereção no cós amarrotado. Meus músculos estão tensos como após um exercício vigoroso e eu me toco por cima do tecido da calça. Entreabro os lábios sem reprimir um gemido quase mudo em minha garganta. Enfio os dedos pelo cós e seguro o membro duro, quente, pulsante. Circundo-o com a palma, escorregando a mão pela extensão.

Uma onda de arrepios incendeia minha pele.

— Monstrinha, o que tá fazendo comigo? — Sussurro para as sombras.

***

— Bebê, o que você quer aqui a essa hora da manhã? O sol já saiu?! — Seokjin boceja, descendo os degraus da escada em espiralnos fundos da livraria. Ele espreguiça o dorso nu e veste uma camiseta com os dizeres: "Sra. Pitt sim, e daí?"

— Tenho um assunto urgente, Hyung.

O sino na porta da livraria tilinta, indicando a entrada de alguém. Inalo um odor de entorpecente mascarado com a loção pós-banho de fragrância fresca. Hoseok se esgueira pelas prateleiras abarrotadas de livros e acena com seu sorriso iluminado. Ele anda até nós, que estamos próximos ao caixa da loja, pula sobre o balcão e se deita de lado, apoia o cotovelo na superfície e apoia a cabeça na mão.

— Bom dia, seres humanos. Bom dia, Gato. — Ele fala para nós e acena para o gato preto de Jin. — Não está muito cedo pra marcar uma reunião de emergência do clube à prova de balas? Taehyung e Jimin disseram que não vinham. Yoongi Hyung não respondeu, nem precisa. Ele não é ninguém antes das dez. Cadê o Namjoon?

— Tá levantando, já desce. — Jin enche uma caneca com café e boceja de novo. — E você passou a noite acordado também, né? Negociando o quê?

— Sementes de ginseng com um pessoal da América do Sul, fique tranquilo. Não era nada ilegal, dessa vez. — O estômago de Hoseok ronca. — Aish, Jungkookie, o que houve? Pela sua cara não é bom. Ainda bem que eu trouxe sal grosso. Bem que meu horóscopo disse que eu teria preocupações muito em breve. Preocupação me dá fome. Tem alguma coisa pra comer aí, Hyung? — Seokjin deixa um pote cheio de biscoitos sobre o balcão. Hoseok o abre e o cheiro de gengibre invade o ar. — É horrível. — Ele come um pedaço de biscoito. — Horrível. — Mastiga mais um pedaço. — Eca. — E come mais.

— Adiante o assunto, Bebê. — Jin se senta em uma cadeira giratória e cruza as pernas, bebendo o café fumegante.

— O que nosso dongsaeng tem? — Hoseok também se vira para mim.

Pigarreio e cubro a boca com o punho fechado. Hoseok mastiga mais um biscoito e Jin arqueia a sobrancelha. Ambos exalam paciência e compreensão, mas eu sei que estão prontos para me bombardear.

— Todos os ômegas foram extintos, mesmo?

— Sabia. — Jin bate a mão na perna. — Já tivemos essa conversa. O que foi? Tá se sentindo sozinho de novo? Seu Rut foi antes do começo das aulas, não? Faltam alguns meses pro próximo.

Tento falar, mas Hoseok me interrompe.

— Aigoo, Hyung. Ele não se contenta com betas, já discutimos isso. Ainda mais sendo um Lúpus... É mais difícil pra ele do que pro Yoongi Hyung. — Hoseok protesta. — Deixe o coitado. Ele só quer transar.

Sinto o rosto esquentar e tento cortá-lo, mas Seokjin fala por cima de mim.

— Ah! E eu estou impedindo, Hobi? Já disse pra ele caçar meninas betas que se pareçam com ômegas. Tem muitas fofinhas por aí. E meninos também, lindos, por sinal.

Quero argumentar, mas eles não deixam.

— Uma beta parecida com uma ômega não é uma ômega. Também já discutimos isso. E eu acho que devíamos...

— Hobi, eu não tenho como fabricar uma Ômega pro nosso Bebê não sofrer mais nos cios.

Meu instinto mais zangado se aflora e não seguro o impulso que sai por minha boca como uma avalanche.

— Será que vocês podem me ouvir?! — Soco a parede ao meu lado e os dois me olham sobressaltados. Meus ombros sobem e descem rapidamente, por causa da respiração furiosa. — Por que minha vida sexual sempre é o assunto preferido de todo mundo?

— Jungkook, onde estão os honoríficos? — Seokjin explana didático. — Não é porque você é um lobinho alfa muito fofo e raivoso, que pode gritar com a gente, tá bem? Então, tá bem.

— O que está acontecendo? — Namjoon Hyung aparece por uma porta lateral e desce os degraus, com cara de sono e vestido em um pijama listrado. — Ô, começaram a reunião sem mim? Onde estão os outros?

— Dormindo.

— Aigoo. — Namjoon pega a caneca da mão de Jin e bebe o resto do café. — Jungkook-ah, parecia tenso no áudio. O que houve?

— Os Ômegas estão mesmo extintos? Eu sei que falo sobre isso a cada seis meses, mas... Dessa vez não é porque necessito de um Ômega. — Engulo em seco e me lembro do cheiro adocicado de caramelo e baunilha que me seduziu na noite anterior. — Não existe... Hm... A possibilidade de haver um por aí?

— Entendo. — Namjoon medita, sereno. — Se quer saber... — Ele fita Seokjin e faz um sinal. — Jinie, traga o prato.

— O que quer ver, querido?

— O garoto quer saber, deixe-o saber.

— Aish. Agora ele vai bater na Europa com o pau na testa, amanhã mesmo. — Seokjin se levanta e meneia a cabeça. Hoseok ri e eu cruzo os braços com a expressão contraída.

— Espera! Quer dizer que Ômegas existem mesmo e vocês me omitiram esse PEQUENO detalhe?! Vocês me veem sofrer há dois anos com esse maldito cio a cada seis meses... — Ofego, minha garganta arranha e meus olhos queimam. Sei que estão vermelhos. Minha pele se encrespa. — Acham que podem esconder coisas assim porque eu sou o "Bebê", o "Garoto"? Os outros sabem? Yoongi Hyung sabe?!

— Eu disse. Falei que devíamos contar a ele, não falei? — Hoseok Hyung faz um floreio. — Mas, né? Eu sou o doido cagado do grupo, que anda com sal grosso, gosta de chaconha, bolonha e brisadeiro e não fecha com morto. Ninguém me ouve.

— Quieto, Hoseok. — Seokjin ralha. — Bebê, existem motivos pra...

— Não me chame de bebê! — Meu grito ecoa dentro da loja.

— Jeon Jungkook. — A voz de Namjoon Hyung me faz retornar. — Está se excedendo. — Afronto Namjoon, que me analisa pacientemente. Seu semblante sábio devolve meu olhar com ainda mais intensidade e eu baixo a cabeça.

— Aish. Me desculpem. — Esfrego a palma da mão na testa. — Podem me falar, por favor?

— Agora sim. — Namjoon sorri. — Os Ômegas foram extintos. A história aconteceu como dissemos. E a matança foi ainda mais cruel na Ásia. Qualquer indício de gene Ômega em qualquer grau de família foi aniquilado. Em nosso continente, não há registro de Ômegas nos últimos quatrocentos anos. Porém... — Jin se ergue com uma bandeja de prata arredondada na mão. A superfície é espelhada e as bordas são entalhadas com arabescos e flores de cerejeira. — A vida sempre encontra uma forma de renascer.

Namjoon vira a bandeja para mim e meu reflexo na prata se torna as cores utilizadas para criar uma imagem. É uma vila que não se parece com nada que eu já tenha visitado na Ásia. Os traços de arquitetura são europeus. Em quase sua totalidade, os habitantes são mulheres de várias etnias, das mais brancas até as mais negras, de aparência dócil e delicada. Há alguns homens também, franzinos. Entre todos, há um homem robusto e de trejeitos dominadores.

É um alfa. Um único alfa para uma tribo inteira de ômegas.

A voz de Namjoon se ergue.

— Manifestações do gene Ômega são raríssimas, mas quando acontecem, os pais entregam o bebê para essas tribos, que ficam na Europa. No início, os Alfas pensaram que conseguiriam repovoar a Terra com Alfas e Ômegas, e criaram esses campos de concentração para que Ômegas procriassem. Contudo, eles só geram filhotes Betas, e suas vidas são curtas. Alguns Ômegas não passam do primeiro cio, outros não conseguem aguentar a gestação. Quase nenhum tem a chance de cuidar de seus descendentes. Hoje, alguns Alfas lideram essas tribos para cuidar dos Ômegas até a morte, geralmente prematura.

 — Jungkookie, eu já estive em uma dessas tribos, pra vender unguento e ingredientes de inibidor de cio. Não é um bom lugar pra visitar. Parece uma terra arrasada. Tem órfãos pra todo lado, e Alfas que perderam pessoas amadas. — Hoseok Hyung se senta no balcão. — Você não ia querer ir até lá pra passar um cio.

— É, Bebê... Sabemos que deve ser difícil passar por esses momentos, mas... Queríamos te proteger de tomar uma decisão impulsiva e viajar pra lá. Você sofreria ainda mais. Yoongi foi uma vez, só pra colher informações, e diz se arrepender amargamente de ter posto os pés lá. E olha que ele não ficou com ninguém, porque namorava, na época.

Minha cabeça rodopia com o maremoto de informações.

— Eu n-não... Não quero ir a esse lugar. Não quero participar de rituais do povo Alfa. Nem perguntei sobre isso porque quero manter relações com um Ômega. — Garanto.

— Aish. Então por que está falando sobre isso? — Hoseok estreita os olhos. — Metódico. Tinha que ser virginiano. Termine.

— Obrigado. — Resmungo e os três Hyungs me olham. — É que eu... Bem...

— Aigoo, não me diga que conheceu um Ômega. — Seokjin recolhe a bandeja que me entregou e se senta na cadeira. Ele parece apavorado. — Por favor. 

— Jungkook, você conheceu um Ômega? — Namjoon se volta para mim, com a boca retorcida em uma expressão preocupada.

— Como poderia? Vocês disseram que não havia Ômegas na Ásia.

— Podia ser um viajante... — Jin especula, e Namjoon bate em seu braço com as costas da mão. Ele faz um gesto para que Seokjin prossiga. — É... Jungkookie. É que eu tive um presságio...

— Como assim, Hyung? O que viu? — Hoseok pergunta e come um biscoito de gengibre. — Eca. — Ele dá o resto do biscoito para o gato preto de Jin.

— De que se envolveria com um Ômega...

Não ouço a confusão que eles fazem. O mundo congela. Meu coração pula no peito, excitado. Lembro-me da noite anterior, da essência tóxica de almíscar, baunilha e caramelo, da minha reação, de como ela me fascina. Todas as sensações que sinto diante dela me bombardeiam e alarmam que ela é, sim, uma Ômega.

Como é possível? Sua presença é de uma humana Beta... comum. E a Monstrinha já tem dezoito anos. Se fosse Ômega, teria passado por seu primeiro Heat, o cio do Ômega. E provavelmente conheceria a história dos A.B.O's. E ela não seria tão rebelde, não se oporia a mim, e não resistiria a minha voz. Ela saberia que meu cheiro é de um Alfa, e se atrairia por...

Lembro-me. No dia em que chegou a Juggi, eu estava no cio e ela sentiu meu cheiro. Perguntou qual era meu perfume e disse que era... bom. Betas não se influenciam tanto por minha essência. E, por mais que sempre dê errado, ela tenta me obedecer. Apesar da rebeldia, ela cumpre tudo o que eu peço, e não parece ser ela, quando o faz. Seu corpo e trejeitos também são delicados, como os de um... Ômega.

— Bebê? — O eco da voz chama minha atenção. Percebo que prendia o ar e volto a respirar, com força. — Acho que ele tá aqui de novo. Bebê, no que estava pensando? — Os três Hyungs estão parados à minha frente. Reparo que estou sentado na cadeira que antes pertencia a Jin Hyung.

Seus semblantes alarmados se cravam em mim.

— Acho que Kwon __________ é Ômega. — Afirmo.

O momento que segue é de um silêncio muito tenso. Os rostos pálidos se estarrecem.

— Vish. — Hoseok faz uma careta. — Sabia, meu horóscopo não falha. Ainda bem que eu trouxe sal grosso. — Hoseok tira um saquinho com pequenos cristais de sal da bolsa que pende do cós de seu jeans, jogando para mim. Pego-o no ar e o fecho na mão.

— Sua irmã postiça, Jungkook-ah? Ômega?

— Aish... Jisoo nunca me falou nada sobre isso. — Seokjin passa os dedos pelo queixo, intrigado. — Mas, faria sentido. __________ é toda delicadinha. E o Jungkook gosta tanto dela... E ela está sempre atrás do Yoongi. — Seokjin fita Namjoon de perto, e os dois trocam um olhar profundo.

— O cheiro dela me atrai, e ela sente o meu. Betas não sentem meu cheiro. E Betas não têm cheiro.

— Jungkook, já estive com ela e asseguro que sua presença é de uma Beta. — Namjoon afirma com certeza. — Ômegas obedecem sem questionar, é uma relação de submissão total. Já viram como ela enfrenta o Jungkook?

— Mas, ela me obedece. — Intervenho, e os três arqueiam as sobrancelhas em um movimento ensaiado. — Bom, ela tenta.

— Ainda não faz sentido. — Namjoon se afasta. — Preciso fazer umas pesquisas. — Hoseok se encosta em uma parede, subitamente quieto, e Seokjin caminha pela livraria, desorientado. — Jungkook-ah, se essa menina for mesmo uma Ômega, terá alguns probleminhas.

— Quais?! — Pergunto confuso.

— Primeiro, moram juntos, um de frente para o outro. Um Alfa percebe o cio de um Ômega há metros de distância. Às vezes, se descontrola e ataca. E ela é sua irmã. — Namjoon estreita os olhos. — Bom, pelo menos pra isso tem solução. O grande problema é que o presságio de Jin foi um mau auspício. Conhecer um Ômega não te fará bem. Algo de ruim vai acontecer se você se envolver com um Ômega. — Há gravidade em seu tom, e ele se vira para Hoseok. — Pode conseguir os ingredientes de um inibidor?

— De Ômega? Mas, ela já passou por um Heat?! É perigoso dar o inibidor a um Ômega virgem. — Hoseok me olha. — Ela é virgem?

Que merda de pergunta é essa?

— Aish! — Faço uma careta. — E-ela... Isso importa?!

— Claro que importa. Se ela for Ômega, não pode passar por um Heat sendo virgem. Ela morreria. Eu sei, já ouvi que Ômegas morreram assim, nas minhas andanças por aí. — Hoseok fala com um olhar distante. — Acho que preciso de chá.

— Ani, ani, ani. Não. Espera. Se vocês confirmarem que a Monstrinha é Ômega... Ela... Ela vai ter que perder a virgindade antes do cio? Quer dizer...

— O quanto antes? Sim, Bebê. — Jin procura algo em uma pilha de livros na prateleira. — Ela tem algum namoradinho?

— Quê?! Não! — Levanto-me, com a frequência cardíaca alta. Há um zumbido em meus ouvidos e me mexo em alerta, defensivo.

— Aish, então ela precisa de um namoradinho urgentemente. — Seokjin solta uma risadinha. — Claro, se for uma Ômega.

— Jin, vai fazer a poção do inibidor?

— Vou sim, Hobi. Tenho naquele livro ABO: A História Não-Contada. Quero conversar com a __________. Vai ser extraordinário se ela for mesmo uma Ômega. Uma Ômega em quatrocentos anos... — Jin sorri para Namjoon, que franze o cenho.

— Mau auspício.

— Aish, é a irmãzinha da Jisoo. Ela não vai fazer nada de mal para o meu Bebê. — Jin rebate o companheiro, e Hobi se pendura em um armário, perseguindo o gato preto. — Hobi! Vai derrubar meus livros!

— Aish, Hyung. Pode fazer um incenso pra mim? — Ele grita de cima do armário. — Eu ganhei um tatu semana passada de um cliente e levei o bicho pra loja, só que ele fede a esgoto, e agora tudo lá em casa está com cheiro de bueiro entupido.

— Semana passada eram três galinhas e agora é um tatu?

— Não brigue comigo! Brigue com as pessoas que não sabem que eu gostaria de ser pago em Wons.

— Hyung... — Aproximo-me de Namjoon, longe da algazarra de Jin e Hoseok. — Isso é verdade? Se a Monstrinha for... U-uma Ômega... Ela... Ela pode não ser uma Ômega, não pode?

— Kookie... Preciso examiná-la pra poder ter certeza de algo. Quero que a traga aqui o quanto antes. Tenho que conversar com ela, e... descobrir. — Namjoon baixa o olhar. — Fique de olho na sua irmã... Ela pode estar em perigo.

***