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História Girl Meets Evil - Palavras.


Escrita por: Ghost_Fanfics

Notas do Autor


Heey,

Como foi a semana de vocês? Estão bem?

Obrigada por todos os comentários e favoritos! Recebi muitas mensagens fofas de leitoras fantasmas e leitoras ativas e queria dizer que todas vocês são muito importantes pra mim. Obrigada por tudo. Você me enchem de inspiração até que eu transborde.

Recardo importante no meu comentário fixado! Confiram lá quando finalizarem a leitura.

Capítulo 39 - Palavras.


Fanfic / Fanfiction Girl Meets Evil - Palavras.

Jeon Jungkook's P.O.V.

É difícil respirar.

Minhas costas latejam em uma dor lancinante e meus pulmões insistem em permanecer vazios. Minha testa se enruga e minha visão, até pouco embaçada, focaliza o teto. Os sentidos debilitados não respondem aos meus comandos. Minhas mãos, pés e virilhas formigam. Ouço ecos distantes dos passos no chão frio e viro o rosto para ver os pés passearem do outro lado da cama.

— Espera um segundo, Srta. Jeon! — A voz da Monstrinha soa longe. Minha frequência cardíaca retumba e meus olhos queimam. Sento-me no chão, atordoado. Massageio a nuca dolorida e a olho. Ela veste as alças do vestido para esconder os seios. — Se esconda! — Ordena em um sussurro sem voz. Preciso de dois segundos para entender seu recado, mas ela não é paciente para tanto.

Joga algo em minha direção, acerta meu rosto. É sua calcinha, que eu pego e analiso. Faço uma careta logo depois e pestanejo.

O que está acontecendo?

— Mas o que... — Murmuro, sem entendre. Recupero o raciocínio aos poucos. A Monstrinha faz um gesto para que eu me abaixe. — O que... — Franzo o cenho e ela arregala os olhos, no ápice de sua impaciência. Ralha comigo por mímica e apanha uma sandália do chão. Atira contra minha testa, com tanta força que eu caio de novo e colido as costas, já doloridas, no chão. Minha testa queima. — Ai... Que mira do caralho...

— Tem algum problema, filha?

— Não! Estou indo, Srta. Jeon!

— Omma...? — Sussurro e massageio a testa.

— Ah... E você viu o meu Fofinho? Os seguranças disseram que ele veio com você, querida... Procurei por ele, mas não encontrei e... — Ouço o ranger das dobradiças na porta do quarto e o estampido da madeira no pórtico logo depois.

O som é como um estalo para me fazer recobrar a lucidez.

Sinto o pulsar da excitação lá embaixo e arregalo os olhos.

Merda. É minha mãe. Merda. MERDA. Será que ela me ouviu? Que merda. Se ela entrar aqui e me encontrar, deixo de ser o Fofinho para ser o Fodido. Inspiro o ar com força para dentro dos pulmões e tento raciocinar. Tinha que ser justo agora? Porra. Merda. Caralho. Se existe um Deus por aí, em algum lugar, Ele me odeia. Merda. Eu estava tão perto de... Tão perto de... Puta que o pariu. Olho para baixo, vejo o membro ainda ereto, inchado e úmido, quase dolorido. Não há nenhum preservativo para me proteger. Eu quase... Quase... Quase fiz tudo errado. Meus pés gelam e eu me sento no chão outra vez, sobressaltado.

Não consegui controlar meus instintos e me deixei levar pelo impulso lupino, pela carência de um contato mais íntimo. Quase estraguei tudo com ela... Logo com ela, a única a quem quero proteger de todo o mal. Nunca me perdoaria se tirasse sua virgindade nesse lugar maldito. Aish. Que merda. Mordo os lábios dentro da boca e procuro um lugar menos exposto para me esconder. Não posso rolar para debaixo da cama, porque não há espaço. Não há qualquer baú ou estante grande o suficiente para me esconder.

As câmeras do lado de fora me pegariam se tentasse me esconder na varanda.

Banheiro. Levanto-me e subo a calça, vestindo-a rápido. Encolho os ombros com o arrepio que me atravessa no momento em que toco a ereção para guardá-la e faço outra careta. Preciso de um alívio urgente. Ao menos o pior não aconteceu. Fito a porta fechada do quarto e recolho minha camisa e a gravata, corro para o banheiro e me tranco no cômodo, esperando que a Monstrinha volte para me desculpar.

Ao menos sei que, se existe um Deus por aí, como acredito, Ele me ama. Obrigado, Deus, Você é... Quer dizer, o Senhor é...

Quer dizer... Quê? Já mencionei que sou péssimo com orações?

***

__________ P.O.V.

Penteio os cabelos bagunçados com os dedos e os prendo em um coque apertado. Subo as alças do vestido, abano o rosto quente e tento respirar mais calmamente. Tento me estabilizar, mas ainda pareço destruída. Minha intimidade pulsa em um lance de luxúria devassa e solícita. A umidade é abundante entre minhas pernas trêmulas e pegajosas, que escorregam ao se encostarem. Preciso esfregar a saia do vestido no interior das coxas para não escorrer. Coisa de Ômega?

Entre acordar Jungkook do torpor e me arrumar para sair do quarto, pigarreio e agradeço aos céus por não ter feito nada com a boca que pudesse me sujar ao ponto de não conseguir disfarçar. O constrangimento de encarar Yoongi Oppa daquela forma já foi humilhante o suficiente. Fantasmas, Yoongi e agora a Srta. Jeon. O que precisaremos fazer para ter o mínimo de privacidade nesse casarão?

Nós só estávamos... Estávamos... Nós... Meu Deus.

A camisinha. Onde estávamos com a cabeça para decidir chegar àquele ponto sem um preservativo? Não sei como funciona, mas acho que do ponto em que paramos, ele não nos interromperia para colocar uma camisinha. Minhas entranhas se reviram. Pestanejo, balanço a cabeça e respiro profundamente. Passo as mãos pelo vestido para me recompor. Não posso me desesperar.

Depois eu me resolvo com ele.

Antes de abrir a porta, olho para trás. Confiro se Jungkook escondeu-se, finalmente. Espero não tê-lo machucado ao acertar minha sandália em sua testa, porque foi necessário. Ele parecia aéreo.

— Boa tarde, Srta. Jeon. — Minha voz parece serena e eu tento um sorriso descontraído. Abro apenas o espaço suficiente para sair do quarto e o fecho logo depois. A mãe de Jungkook dá um passo para trás, titubeia um olhar entre mim e a porta e sorri, sem sua alegria natural. Franzo o cenho. — Está tudo bem?

— Ah... Sim. É... Sim. Cadê o Jungkook? — Ela pergunta, aparentemente preocupada. Seus olhos inquietos vacilam sobre a porta outra vez. Dou de ombros, indicando que não sei. — Eu atrapalhei alguma coisa? Você está vermelha...

— Aahm... Não! Quer dizer... Eu estou tentando me exercitar, pra ficar mais forte, sabe? Estou aprendendo umas coreografias de K-pop. Só não te mostro porque, como dançarina, eu sou uma ótima... Digital Influencer. — Encolho os ombros em uma atitude despretensiosa. Não tenho qualquer naturalidade ou talento para ludibriar pessoas, uma arte peculiar de Jungkook.

— Entendi... — Ela sorri mais abertamente, mas ainda não é alegre. Parece desconfortável.

— Você está bem, mesmo?

— Querida, eu preciso te pedir um favor. — Ela caminha pelo corredor e se afasta um pouco de mim. 

— Claro. — Tento não hesitar, mas me desassossego. Ela desconfia de mim e Jungkook e por isso está desse jeito?

— Já te falei sobre o chá de Lingerie? — Confirmo com a cabeça, sem falar nada, porque um nó se forma na garganta. — É que o Jackson me disse que havia umas lojas especializadas nesse tipo de decoração. Eu pesquisei e encontrei uma que tinha exatamente tudo o que eu queria pra arrumar o salão de festas do casarão. — Ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Aí eu comprei pela internet, mas... Jackson me disse que você e Jungkook iam passar algum fim de semana em Seul e pensei... Que vocês podiam buscar. Vocês vão?

— Ahm... Vamos? — Pergunto, confusa. — Ah, vamos sim! — Concordo com um aceno, porque não posso desmentir amigos na frente de adultos. A que ponto eu cheguei para corroborar com as mentiras e enganações de Jeon Jungkook?

— Ah, que ótimo, querida... É bom ver que você e Jungkook estão mais unidos. — Junto as mãos atrás do corpo e roço uma perna na outra. Ainda sinto o líquido viscoso escorrer devagar em minha pele. — Bem... Queria pedir que buscassem a decoração pra mim, pode ser? O frete é caro, e...

— Não precisa se explicar. Imagine... Claro que eu busco suas encomendas. — Enrugo a testa e ela pestaneja. Seu sorriso ainda persiste na mesma tristeza e eu torço os lábios. — O que está acontecendo? Você está triste... — Srta. Jeon pigarreia e varre o corredor com um olhar tristonho. Ela se encosta na parede e cobre o rosto com as mãos. Meu estômago se revira. Temo que ela saiba sobre mim e Jungkook e esteja decepcionada e contará tudo a Appa e nós seremos separados para o resto da vida.

Contudo, ao abrir os lábios para falar com os olhos mareados, sei que não é sobre mim.

— Eu e Ji Yong temos brigado ultimamente... — Ela murmura. — Estamos trabalhando muito e, desde que eu resolvi adiar um pouco a cerimônia pra ajeitar nossa vida... Acho que nos afastamos. Ele está muito estressado com coisas na empresa e eu tenho dormido pouco por causa dos plantões. Algumas colegas me dizem pra parar de trabalhar, porque vou me casar com um homem muito rico, mas tenho meu orgulho, sabe? Sou independente e não quero destruir minha carreira profissional, por causa de um casamento. Você entende, __________?

— Entendo... E acho uma escolha muito corajosa.

— Só que eu não sei mais o que fazer... Estou com medo de Ji Yong pensar que eu não o quero mais. Todos os dias eu acho que ele vai se deitar ao meu lado na cama e dizer que, em vez de adiar a cerimônia, ele quer cancelar. Isso está me angustiando porque eu o amo. Não sei se já se apaixonou alguma vez na vida, mas... Sabe quando você se afeiçoa a algo e não consegue mais se ver afastada dela? — Aquiesço, com um aperto no peito. — É como eu me sinto com Ji Yong. Não consigo imaginar como seria dormir sem ele, jantar sem ele, passear sem ele... Eu sei, tudo passa e se a gente se separar, eu reaprendo a viver sozinha, mas... Eu também sei que nos amamos.

— Vocês precisam de um tempo pra vocês... — Aconselho, e torço os lábios. — Deveriam tirar um tempo, conversar e resolver esse problema. Provavelmente, Appa também quer ficar bem com você. Ele te ama. — A mãe de Jungkook assente lentamente e suspira, aparentemente cansada.

— __________, pode dar uma volta comigo? Podemos passear um pouco? Não queria ficar sozinha... — Ela me olha de soslaio, à beira das lágrimas, e eu franzo o cenho, comovida. — Você é minha dongsaeng, é uma amiga pra mim...

— Claro que sim, Srta. Jeon. Eu só preciso trocar de roupa. Aonde quer ir?

— Sei lá... Podemos comer naquele restaurante do centro, lembra dele? — Sorrio em resposta e assinto. — Só preciso passar pelo hospital pra fazer uma consulta no ginecologista, quer aproveitar pra ir também?

— Está bem. — Dou de ombros.

— Te espero lá embaixo, então? — Ela aponta para as escadas e eu confirmo com a cabeça. A mulher se despede com um sorriso e desaparece pelo corredor. Sei que ela tenta disfarçar, mas quando me dá as costas, limpa algumas lágrimas nos cantos dos olhos.

Ela deve estar realmente chateada e carente.

Deixo os ombros caírem com um suspiro fatigado e abro a porta do quarto.

Entro e penso em algo para vestir. Dirijo-me à porta do closet e escuto um assovio atrás de mim. Viro o rosto para encontrar Jungkook sentado em minha cama, já vestido com a camisa social meio aberta, um sorriso nos lábios e a testa machucada. Há uma aura sedutora em seus olhos escuros e cálidos, uma sagacidade que fascina e instiga. Jungkook é lindo.

Ele gira uma peça de roupa com o dedo indicador erguido no ar. É minha calcinha. Rio, reviro os olhos e desvio meu caminho. Paro à sua frente e estico a mão para recebê-la. Jungkook trava o maxilar e inclina a cabeça para o lado, cinge minha cintura com um braço e me puxa para sentar em seu colo. Tento recolher minha peça íntima, mas ele se esquiva e a guarda no bolso da calça.

Meneia a cabeça com a malícia que lhe é típica e me lança uma piscadela, pressionando os dedos em minha cintura. 

— Você ainda não perdeu o hábito de roubar minhas coisas? — Ele ri e inclina a cabeça para beijar meu ombro com uma pressão leve. O gesto de carinho me aquece. — Sua testa está toda vermelha.

— É que você e Yoongi Hyung decidiram me transformar em alvo, hoje. — Seu murmúrio é distraído e os dedos passeiam por minhas costas, agora. — Eu queria te pedir desculpa, Monstrinha. — Seu dorso se enrijece e eu o fito mais atentamente. — Pelo que aconteceu... Eu perdi o controle, quase...

— Eu também estava fora de mim... Não somos culpados, né? — Tamborilo os dedos nos joelhos e encosto a têmpora em seu ombro. — Temos que tomar mais cuidado... Se... Ahm... — Não consigo evitar o embaraço, agora. As carícias de Jungkook em minhas costas são relaxantes. — Sabe?

— Não sei. — Ele murmura sem me olhar. Mesmo assim vejo o brilho ácido em sua expressão e lhe dou uma cotovelada na barriga. Ele solta o ar pela boca e ri. — Certo, entendi... Mas, e aquela história de passar pelo Heat virgem, porque ninguém te obrigaria a transar, e que lidaria com as consequências, mesmo que isso machucasse você e tal...

— Isso mesmo. Você está me obrigando? A que horas foi isso? — Franzo o cenho, dissimulo uma confusão e ele estreita o olhar. — Não fui eu que te pedi pra fazer aquilo de novo? — Quero que ele compreenda que minhas ações falam por mim e não apenas pelo o que eu digo.

— Então, agora eu sou o primeiro na sua lista? — A pergunta é quase inocente, apesar do assunto. Entreolhamo-nos e eu retorço os lábios. — Você está fazendo aquela cara de quando quer brigar comigo. — Sua frase me desarma e eu rio. Tento dar outra cotovelada em sua barriga, mas Jungkook segura meu braço com delicadeza e passa em volta de sua cintura, fazendo com que eu o abrace. Suspiro com a sensação de estar tão próxima dele.

— Nunca tive uma lista de verdade, seu idiota. A única pessoa com quem pensei em fazer isso foi você. Desde o começo.

— E o Yoongi?

— Hm... Naquele dia, lá na livraria do Jin, quando me falaram sobre essa história de virgindade, e me perguntaram se eu tinha um namoradinho, o único nome que me passou pela cabeça foi o seu. Quando pensei no Yoongi, não foi com... Vontade. Só que eu achava que não podia fazer nada com você porque não me queria e não podíamos.

— Achava que eu não te queria?

— É. Você soube disfarçar muito bem que era loucamente apaixonado por mim, quando me acusava disso. — Cutuco sua cintura e Jungkook ri, soltando uma interjeição grave em seu timbre melodioso.

— Aish... Vai começar, Monstrinha? — Eu rio e ele me balança em sua perna. — Pois bem. Vou comprar umas camisinhas. — Eu rio com o que ele diz e me aninho melhor em seu colo.

— E cadê as que você comprou aquele dia?

— Quais?

— Aquelas. No dia terrível que você comprou meus absorventes.

— Monstrinha, — Ele ri, jogando a cabeça para trás. Quando volta a me olhar, seus olhos são apenas dois risquinhos. As mãos seguram minha cintura de maneira mais firme e eu sinto arrepios subirem pela minha espinha. — Aquilo tem meses, eu usei todas na mesma semana... — Ele estreita o olhar. — Aliás... Foram as últimas que eu comprei. Faz muito tempo...

— Tarado.

— Quem é que está me pedindo pra comprar camisinhas? Tarada... Monstrinha... Aish, não sei mixar nomes como você faz. Então, vai assim mesmo. Monstrinha tarada e foda-se. — Eu rio com o que ele fala e Jungkook aperta meu corpo contra o seu de maneira reconfortante.  Eu pensei que não tinha como nossos corpos se encaixarem melhor, mas estava claramente errada. — O que Omma queria com você?

— Vamos sair. Ela está triste porque tem brigado muito com Appa e... Bem... Queria achar um jeito de ajudar os dois. Percebi que Appa também anda tristonho pelos cantos, mal conversa comigo. — Jungkook me observa de perto e torce os lábios. — Que foi?

— Deveríamos nos meter em uma briga deles?

— Oras, Jungkook. Não vamos nos meter, mas poderíamos ajudá-los a se reconciliar.

— Acha mesmo? Se eles se separassem, nós poderíamos... — Ele insinua com uma seriedade quase grave no olhar e eu meneio a cabeça em negativa. — É, é uma ideia meio merda e egoísta. E você quer fazer o quê pra ajudar?

— Ainda não sei... Mas, quando souber, você vai me ajudar. Aliás, por falar em ajuda... Que história é essa de ir pra Seul no fim de semana? Está sabendo? Srta. Jeon disse que você e Jackson combinaram algo... — Arqueio a sobrancelha e Jungkook ri.

— É... Ele nos convidou e eu falei que sim. Pensei que fosse gostar de visitar sua casa e seus amigos de lá. Eu... Ah... Achei que fosse ser legal. — Ele encolhe os ombros e acaricia meu joelho. — Sempre reclama de estar em Juggi, e de como era melhor morar em Seul, aí achei que... — Beijo sua bochecha e ele me olha de lado. — Pelo visto, eu fiz certo, né?

— Sim... Eu adoro Seul. — Tento me levantar, mas Jungkook me segura. — Ah, queria ficar aqui também, mas vou sair com sua mãe, preciso me limpar e trocar de roupa. — Ele assente e se aproxima. Jungkook funga meus cabelos e eu viro o rosto para o lado para lhe dar mais espaço.

— Não íamos ler o diário?

Bato a mão em minha testa e praguejo.

— Aish, com tudo isso eu esqueci. E isso é o mais importante a se fazer. — Angustio-me e fito o diário de Wang Juran que jaz em um canto da cama, entre os lençóis bagunçados. — Vamos fazer o seguinte. Assim que eu chegar, nós lemos, certo? Você vai sair de casa?

— Não sei... Pode ser que eu vá atrás de alguma garota que queira terminar um servicinho pra mim. — Ele ri e eu estreito o olhar. Sei que é brincadeira, então, entro na dele. — Aliás, aquela aposta ainda está de pé? Porque eu tenho o número da Tzuyu e...

— Nem invente, Jeon Jungkook. — Falo em tom de falsa ameaça e Jungkook ergue as sobrancelhas.

— Aigoo! Temos uma aposta pra provar que você não é ciumenta e a escolhida foi a Tzuyu. — Ele me acusa e cutuca minha cintura com o indicador. — Lembra disso? Foi você que pediu.

— Ah-ham. Vai lá, então. — Falo entre uma risada e outra, mas paro quando o olho.

Ele está mesmo sendo irônico, ou está falando sério?

— Não estou brincando. — Jungkook fala mais concentrado e eu estreito o olhar. Dou uma cotovelada em sua barriga. Ele se desconcentra e eu me levanto. Ando com passos pesados para o closet e ele me segue. — O que foi que eu fiz agora?!

"O que foi que eu fiz agora?" Aquela situação era outra. De lá pra cá a gente já desfez o acordo e agora está ficando de verdade. — Resmungo, irritada. — Mas, espera aí! Quer dizer que você cogitou mesmo ir atrás da Tzuyu, agora?

Jungkook aponta para si mesmo com as duas mãos e arregala os olhos, incrédulos.

— EU?! Não! Só estava enchendo seu saco, eu... Eu estava brincando! Você não percebeu?!

— Você não me engana, Jungkook! Ai, que ódio! Vai lá, atrás da Tzuyu, então! — Bufo irritada e entro no closet para pegar uma roupa.

— Mas eu estava brincando, Monstrinha! Era ironia! — Ele insiste, e eu mordo o lábio, procurando algo para vestir.

Que droga.

Ele estava mesmo sendo irônico. Sinto um leve constrangimento, agora, porque Jungkook está sendo sincero. Ou seja, acabei de explodir à toa, por causa de uma insegurança tola, inexperiência com relacionamentos reais e por não ter a sagacidade de entender sua ironia. Não levei em conta a personalidade de Jungkook. Ele é um alfinetador, e eu gosto disso nele. Eu gosto. Adoro sarcasmos e, ainda assim, não entendi que ele só mencionou a Tzuyu para me lembrar de que essa aposta é tão falha quanto nosso acordo.

Nunca vai se cumprir.

Ele só estava tentando me mostrar isso e eu... Explodi totalmente sem noção.

— Certo, não estou entendendo, Monstrinha. Você diz que não é ciumenta e que eu posso brincar com o que quiser, aí eu brinco e você me responde desse jeito? Cadê a Kwon __________ fria que odeia o Jungkook passional? Você está com ciúme?

— Não estou! — Pego uma calça e uma camiseta, sem saber como driblar a situação. Desvio o caminho dele e avanço para o banheiro, apressada. Jungkook persiste em meu encalço.

— Você sente ciúme... De mim? — Ele ostenta um semblante de surpresa e um sorriso que beira a arrogância. Típico dele.

— Eu mereço. Claro que não. — Praguejo baixo e entro no banheiro. Largo as roupas sobre um balcão e fito Jungkook, ainda parado à porta. — Que foi? — Ele dá um sorrisinho de lado e esfrega a testa com os dedos. — Que foi, Jungkook?

— É que é chato ser gostoso... Agora que você provou do Taradokook, não quer mais dividir. — Ele fala com sarcasmo e eu estreito o olhar. — Mas, eu já tinha avisado, né? Agora eu sou exclusividade sua?

— Aish, vou te bater.

— Sou ou não sou, Kwon __________?

— É! Agora sai daqui! — Retiro o outro pé da sandália para jogar nele.

— Espera só até mais tarde, vou fazer essa exclusividade valer à pena. — Jungkook ri como uma criança e corre para fora do meu quarto antes de ser atingido.

Inflo os pulmões e fecho a porta. Tiro minha roupa com a cabeça cheia com todos os problemas que me rodeiam. Estou prestes a não suportar tudo em meus ombros. Enquanto me limpo e me visto, penso na carta de Jisoo, nas ameaças que rondam à espreita, no diário que preciso terminar de ler, nos problemas amorosos de Appa e Srta. Jeon que posso ajudar a resolver, no que quase eu e Jungkook fizemos agora há pouco, e no que isso representaria para mim. Estou sobrecarregada... Mas, não quero uma válvula de escape.

Agora, o que eu quero é aniquilar toda ameaça que se interponha em meu caminho.

***


Notas Finais


TRAILER DA FANFIC: https://www.youtube.com/watch?v=alMhPs3sAvI
Meu Twitter: @ghooost_fa

Parabéns pra todo mundo que fez aniversário essa semana <3

O que acharam do capítulo? Quero saber as teorias!

~~Ghokiss


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