História Girl Tough Cookie [Imagine:Zico] - Jaehyo x Zico

Os dias seguintes à noite do cinema foram tediosos. Eu não culpo o Jiho, culpo a mim mesma, pois de fato a culpa é inteiramente minha. A vergonha e a maldita timidez me fez evitá-lo. Como poderia uma garota que não consegue ser sociável conseguir manter uma conversa? Por isso todo dia era apenas um “Bom dia”, “Bom dia” e “Oi”, “Oi”. Pude ver o esforço que ele fazia para conseguir falar comigo, isso me deixava feliz, mas mais envergonhada ainda. O que eu deveria fazer? Pensei bastante nisso.

Estava parada em frente ao portão da escola na indecisão de entrar ou ir embora. Passou-me pela cabeça a ideia de falar com o Jaehyo sobre o que anda acontecendo, mas lembro-me claramente de ter prometido algo como “vou me vingar do Jiho” e o modo como mudo de opinião muito rápido poderia irritá-lo. Uma garota que não sabe o que quer. Então, por mais que eu não queira, estava sozinha nessa.

O que você faz quando não sabe de nada ou não sabe o que fazer? Bem, eu jogo no google. Peguei meu celular e em pouco tempo já estava acessando um site chamado “Psiquiatra do Amor” logo abaixo desse título estava “para adolescentes com problemas amorosos”, seria essa a solução?

Me cadastrei com o nome de “ZiJung_Luv” e enviei uma mensagem “Bom dia >.< eu queria pedir um conselho… Tem um garoto que eu gosto, nós somos amigos agora, mas à três dias atrás eu disse-lhe coisas vergonhosas e ele abriu-se comigo, porém agora não consigo manter uma conversa com ele. O que eu devo fazer?”

Depois de dois minutos eu recebi uma resposta e mantemos uma conversa.

Peceki_il: Ele ao menos se esforça para falar com você?

ZiJung_Luv: Sim, sempre tenta puxar assunto >.<

Peceki_il: Então se esforce também.

ZiJung_Luv: O que? Mas como?

Peceki_il: Quando o vê não o ignore, fale com ele. Imagine como deve ser ruim você desabafar com uma pessoa e ela evitar-lhe depois.

Não havia pensado nisso, não havia sequer imaginado que isso poderia estar afetando o Jiho. O que ele deve estar pensando de mim agora?

ZiJung_Luv: Não havia pensado nisso, irei me esforçar a partir de agora. Obrigada ^^

Peceki_il: De nada. Aparentemente estou a disposição. Aparentemente?

O céu estava fechando, o tempo passando e eu ainda mantinha-me parada em frente ao portão, é a hora da decisão. Ouvi uma voz distante gritar “Zico!!!”. Congelei. Ele estava chegando e eu deveria  esperar-lhe, mas meu coração vacilou. Ele batia rápido e espalhava adrenalina. Forcei-me a virar para olhá-lo. Jiho aproximava-se lentamente, ele conversava com seus amigos e ainda não me via. Eu queria que ele me visse, apesar da vergonha, eu queria ser notada. E quando eu fui, ele recepcionou-me com um sorriso que me fez perder as forças, podia cair ali mesmo enquanto seria levada pelo fluxo dos batimentos cardíacos que silenciou o ambiente. Era só eu, seu sorriso e meu coração. Depois de alguns segundos acenei de volta e a vermelhidão do meu rosto, que não me era visível, parecia aparente.

Depois disso o que eu deveria fazer? Pensei em milhares de palavras que eu poderia dizer, mas quanto mais próximo ele ficava,  mais eu esqueci-as. Por isso, apesar de saber que deveria ficar, eu corri, para dentro da escola corri sem me importar com quem estava à frente. E dentro da sala, bateu-me o arrependimento. O que fazer para compensar esse deslize? Pensei, poderia escrever em uma folha um pedido de desculpas, mas seria estranho. Lembrei que tinha umas balas de caramelo que havia comprado de um moço no ônibus. Mas para que elas iriam servir? Me veio uma ideia.

Fui na sala dele que estava vazia exatamente do jeito que eu queria. Parei em frente a mesa dele e peguei as balas. Havia mais do que eu precisava. Peguei uma e coloquei no centro da mesa. Uma é muito pouco. Coloquei duas. Duas é tão sugestivo. Três. Três? Percebi que a quantidade não importava, mas como ele iria saber que foi eu? Então a ideia mais ridícula surgiu, escrevi meu nome com balas de caramelo e saí da sala como se nada tivesse acontecido.

Uma hora depois eu estava no meio da aula e não prestava atenção em nada e isso era terrível, pois poderia prejudicar meu desempenho, devido a isso pedi para poder ir ao banheiro, precisava molhar o rosto para poder esfriar a cabeça. Andando descuidadamente pelos corredores demorei a reparar no Park Kyung em frente ao banheiro. O que ele estaria esperando ali? O Zico? O ZICO??? Continuei lentamente, talvez se passasse, ele não iria reconhecer-me, mas seria bom arriscar? Na dúvida dei meia volta. A cada cinco segundos olhava para trás para ver se o Jiho estava lá, no fundo eu queria revê-lo. Dei de cara com um poste. Mas não tem como existir um poste no meio da escola e quando olhei novamente era o P.O.

Oh, Junggie!

Junggie? - O que diabos ele estava fazendo no meio do corredor?

É a nova membro da gangue, mas nem fala comigo direito.

Ele tinha um olhar de gatinho abandonado natural - Desculpa, eu não tive tempo…

Tudo bem. Então que tal ir comigo até o Zico?

Que? É… - Não posso encontrá-lo sem estar preparada - Eu tenho aula agora, por isso preciso correr.

Virei-me às pressas, mas se de um lado estava o P.O, do outro estava o Park Kyung, esperando, provavelmente, o Jiho. Meu único refúgio era a escada que interligava o segundo com o primeiro andar. Desci no desespero e do meio dela avistei o próprio. Meus passos se embolaram e eu caí. Caí em algo macio e afundei-me em um cheiro familiar. Era caloroso. Jiho estava me segurando.

Você não olha por onde anda?

Não o respondi, ainda estava abraçada a ele pois não conseguia encará-lo. Na minha mente eu ainda organizava as palavras.

Você me ignora durante três dias e ainda acha que tem o direito de me agarrar quando quer?

Afastei-me - Eu não estou te agarrando - contestei de cabeça baixa.

Ah não?

Eu… Eu… E… - Ainda não conseguia manter uma conversa.

Balas de caramelo né? Escreveu seu nome em balas de caramelo - Ele riu - Não acha que é um pouco pornográfico?

Involuntariamente o encarei - O que? Por quê?

Bem, você me dá balas para comer e escreve seu nome com elas. Estaria, indiretamente…

Não! Não é isso - gritei envergonhada.

Ele se fez de magoado - Eu não deveria comê-las?

Também não é isso - Controlei-me e olhei em seus olhos com o rosto vermelho - você deve… Deve comê-las.

Ele riu e cobriu sua boca com a mão, parecia estar envergonhado. Eu deixei o Jiho tímido? De novo.

Jiho se aproximou e bagunçou meu cabelo - Se você continuar dizendo coisas tão descuidadas assim… Bom, irei aproveitá-las - Ele virou-se para ir embora, mas o segurei pelo casaco.

Zico, eu… - Não queria acabar com a conversa ali.

O que?

Eu tenho mais balas na mochila, então...

Riu novamente - Seria uma honra comê-la… as - Mais uma vez envergonhado olhou para baixo movendo a cabeça de um lado para o outro e depois fitou-me - Olha, agora você precisa ir para a aula, mas depois, no intervalo, vamos comer juntos.

Você não vai subir agora? - Perguntei.

Não, preciso ir na diretoria primeiro.

Ah, ok - relutante, subi as escadas e no final dela gritei - Zico! Até mais tarde - Ele riu e disse algo como “Por que você está gritando?” se despediu e cada um seguiu seu caminho.

Na sala cujo o tempo não passava, eu ansiava pela hora do intervalo e quando ele chegou, o som dele que a muito tempo era-me tão irritante, agora parecia mais um coro de anjos. Fui a primeira a levantar, mas a professora me parou - Ho Jung, o que anda acontecendo com você? - Ela disse.

Como assim professora? - Era a minha professora de matemática desde o primeiro ano. Seu nome era Min Su.

Ela continuou me prendendo enquanto os outros saíam - Durante a aula toda, eu pude observá-la perdida em pensamentos. Você nunca foi assim.

Desculpe-me professora, eu não irei fazer mais isso. Hoje eu estou meio assim. Sabe?

Com um olhar de quem havia flagrado algo, ela disse - Não é só hoje. Todos os professores notaram isso. De uns dias pra cá você não presta mais atenção nas aulas - Ela se aproximou sussurrando - Olha, vou lhe dar um conselho. Ouvi que você anda se envolvendo com aquele marginal da classe três B. Ele não vale a sua atenção.

Professora - Fiquei irritada - Você não o conhece então não diga coisas que não sabe. Agora me dê licença - Saí às pressas sem olhar para trás.

Como pode uma professora falar assim de um aluno? Não são eles que deveriam acreditar em nós? Mas se bem que eu realmente estou mais desleixada. Não posso continuar assim.

Deixei esses pensamentos de lado e continuei em direção ao refeitório. Ele estava cheio, mas ainda assim conseguia encontrar o Jiho de longe, não pelo dom que você ganha quando começa a gostar de alguém, mas porque é sempre óbvio onde ele está. Como uma integrante da Bape Gang eu irei confiante sentar-me com eles e ninguém iria me parar.

Está observando a vítima? - Jaehyo surgiu em meio a multidão.

Ah é… Não, é… Sim, claro, ainda não tenho ideia de como, mas com certeza irei magoá-lo.

Ele riu - Sim, certo, mas agora deixe esse rancor de lado e vamos comer.

Eu não queria - Claro, vamos - Mas eu fui.

Sentamos na mesa - Eu não tinha levado a sério…

O que?

A “vingança”. Não coloquei fé.

Eu vou… Eu - Amo - Odeio ele. Eu…

Já teve algum avanço?

Sim…

Jiho surgiu com seu bando - Em que? - todos se sentaram e ele sentou-se ao meu lado - Que avanço?

ZICO - Estou ferrada - Não, nada.

Que? - Jiho disse - Deixando isso de lado, o que você tinha prometido hoje? Lembra?

Sim… - Olhei para o Jaehyo e ele estava estranhando a situação - Eu disse que íamos comer juntos - Pisquei para ele e o mesmo sorriu.

Jiho me encarou calado por um tempo, sua mão apoiava a cabeça - Achou que ninguém iria ver essa piscada? Vocês estão tendo um caso?

Ninguém aqui é obrigado a lhe dar explicações - Jaehyo disse.

Você não, mas ela sim.

Os interrompi - Eu não…

Não precisa dizer nada para esse idiota - Jaehyo se alterava.

Zico ria - Ok, ok, agora já entendi porque aquela ideia de “vingança” de uma hora para a outra.

Isso é coisa sua? - Park Kyung perguntou para o Jaehyo.

Vocês enchem a porra do saco - Levantou-se - Ho Jung, vamos.

U-kwon o puxou forçando-o a sentar - Onde pensa em ir?

Ho Jung, ele não vale a pena - Jaehyo disse.

Quem não vale a pena? - Zico ria, mas estava irritado - Ho Jung, você lembra daquela noite?

Não sabia o que fazer. Estou ferrada - Noite? Sim…

Naquela noite não parecia que você achava que eu não valho a pena - Me julgava com os olhos

Jaehyo disse - Você é um idiota? Não é óbvio que isso foi estratégico?

Não era o que parecia quando ela chorava em meus braços.

Fiquei boquiaberta, o que iria dizer? Como iria me explicar? - E-eu…

E-eu, E-eu, eu, eu, eu. Por que não diz nada Ho Jung? - Jiho me contestou - Por que não diz para ele que gosta de mim?

Jaehyo empurrou o U-kwon e levantou-se - Se você não é capaz de algo, não diga que irá fazê-lo - Encaminhou-se a saída.

Jaehyo! - Gritei - Espera.

Jaehyo? Espera? Sério isso? - Jiho também levantou-se - Se eu soubesse que vocês se conheciam… - Ele foi embora.

P.O levantou-se - Junggie, por que você foi se meter com os dois?

U-kwon também - Não dá para ter os dois.

Park Kyung foi o último - Vacilona - E foram embora.

Mais uma vez eu estava sozinha e metida em uma confusão. O que fazer no meio dessa loucura? Eu precisava me explicar. Mas por onde? Por quem?

Peguei meu celular e comecei a escrever para o Peceki_il “Estou ferrada! O garoto que eu gosto e o meu amigo agora me odeiam”.

Peceki_il: O que aconteceu?

Ele é rápido.

ZiJung_Luv: Bem… É… Digamos que o meu amigo é  A e o garoto que eu gosto é G.

Peceki_il: Sim, entendi.

ZiJung_Luv: Sem querer enrolar… Eu havia prometido para A que iria magoar B, mas não sou capaz de magoá-lo porque gosto dele. E parece que A e B se odeiam.

Peceki_il: E porque você prometeu isso? É retardada? -.-

ZiJung_Luv: G.G eu estava com raiva ;-; magoada. E G parecia um idiota, mas ele não é. Não é.

Peceki_il: Então vá explicar as coisas.

ZiJung_Luv: Mas começo por quem? Com quem eu falo primeiro?

Peceki_il: Eu tenho que saber de tudo agora? .-. Sei lá, quem é mais importante?

Quem é mais importante?

ZiJung_Luv: Obrigada *-*

Jaehyo ou Jiho? Meu amigo ou o garoto que eu gosto? Sempre escutei que amizades vem antes de paixões. O certo seria falar com o Jaehyo primeiro? Então irei falar com ele. Não me importei com a quantidade de matérias que poderia perder, tinha que resolver as coisas. Fui na sala do Presidente do Conselho Estudantil, ela estava fechada, mas iria esperá-lo na porta. Depois de meia hora ele apareceu.

Jaehyo - estava ansiosa - Preciso falar com você.

Não me interessa - Seus olhos eram indiferentes - Só vai perder tempo.

Eu precisava pedir desculpas e explicar as coisas - Jaehyo eu não queria mentir - A verdade é sempre a melhor opção - E eu não menti, só não tive tempo para contar-lhe o que aconteceu.

Tempo? Três dias é pouco? - Abriu a porta - Se isso não é ter tempo…

Eu não sabia como falar. Achei que você pensaria coisas horríveis de mim.

E agora eu nem penso.

Eu só me enrolava - Jaehyo desculpa. Eu gosto do Zico e mesmo que eu tente não gostar, estaria apenas mentindo para mim mesma.

Ótimo, fique com ele.

Mas… - Não queria perder meu único amigo - Eu também gosto de você. Jaehyo é o melhor amigo que eu poderia arrumar.

Eu? O melhor? - risada sarcástica.

O puxei pelo casaco - você mesmo havia dito que não colocava fé na minha “vingança”, então por que está tão irritado?

Olha, eu realmente odeio o Jiho, por isso quero me manter longe.

Mas você não tem nenhuma consideração por mim? - O olhei triste - Nem um pouquinho?

Você… - Jaehyo já amolecia - Se prometer que nunca mais irá esconder nada… Se eu não precisar ficar falando com o Jiho… Talvez…

Sim, sim, sim… Só não posso prometer que deixarei de gostar dele… Nem de me distanciar.

Ficou irritado - Eu entendi. Só não venha chorando quando for magoada.

Eu virei.

Você...

Na saída o tempo havia piorado e os pingos de chuva começaram a surgir. Eu havia esquecido o guarda-chuva e todos pareciam ter lembrado de trazê-lo.

Você não vê a previsão do tempo? - Jaehyo surgiu - Estava em todos os jornais.

Me surpreendeu - Não prestei atenção.

Por quê? Por que estava ocupada pensando no Jiho? - Como ele sabia?

Na… - Jiho passou por nós sem ao menos me olhar. Foi rápido e frio. Enquanto o via desaparecer na tempestade que se formava, percebi que nos distanciamos, mas não só fisicamente - Zi-co.

Jaehyo sorria - Foi-se… Isso não é ruim para você?

-Jae desculpa - Corri em meio a chuva, pois não podia perdê-lo - Zico!!! - Eu gritava.

Minha voz havia o alcançado. Ele parou. Virou-se e eu corri para perto - Jiho você entendeu errado. Eu gosto de você,  apenas de você.

E…?

Jiho, eu não menti para você. Seja lá o que está pensando, ainda te amo.

Não era mais o Jiho caloroso que eu conhecia - Você acha que eu sou idiota?

O que foi Zico? - Jaehyo surgiu - Você tem medo?

Medo? Do que eu teria medo?

Jaehyo me cobriu com o guarda-chuva - Que eu contasse tudo que sei sobre você.

Eu não me importo. Faça o que quiser.

Zico! - Porque ele estava tão indiferente?

Vocês dois se merecem - Jiho disse - Não dá para confiar em nenhum.

O segurei pelo casaco - Eu realmente gosto de você, por que não acredita em mim?

Eu acho que não é esse o problema Ho Jung - Jaehyo aproximou-se - Ele acredita sim, mas tem medo.

Medo - Jiho riu e forçou minha mão a soltá-lo. Me empurrou para cima do Jaehyo - Eu teria medo de dois idiotas?

Sim, você tem medo que eu me vingue - Jaehyo continuou - Tem medo de gostar dela e que a qualquer momento eu possa me vingar. Talvez eu devesse.

Jiho irritado gritou - Ah, vai se foder - E foi embora.

Não sabia o que fazer - E agora?

Vai atrás dele.

O que?

Eu não deveria dizer isso, só que parece que você vai chorar a qualquer instante.

Mas agora a pouco.

Jaehyo suspirava - Isso não tem nada a ver com você.

Estava confusa - O que?

Se não quiser se meter não pergunte. Apenas vá.

Eu corri desesperada. Lágrimas desciam e misturavam-se com os pingos de chuva que caiam no meu rosto. Onde ele está? Onde ele está? O avistei caminhando sozinho. Eram suas costas e eu jamais erraria em relação a isso. Me aproximei ainda chorando e ofegante. Estava cansada, mas não podia parar, o segui calada. Minutos passaram-se sem ele parar ou dizer uma palavra. Não sabia para onde ia e nem se ele sabia que eu o seguia.

Quanto tempo você vai continuar com isso? - Jiho perguntou. Fiquei surpresa e corri para sua frente.

Zico eu não sei nada sobre você e o Jaehyo, eu juro.

Eu juro? É óbvio que você não sabe - Ele não me olhava.

Continuei chorando - Eu gosto de você. Mas o Jaehyo é meu amigo e eu gosto muito, muito de você.

Se você diz que gosta de mim, goste apenas de mim - Ele parou - Se você diz que quer se vingar, se vingue. Escolha apenas uma coisa.

A chuva continuava forte - você sabe… E você? Disse que iria confiar em mim, mas agora.

Não sabia que você e o Jaehyo se conheciam

E qual o problema? O que tem isso? Eu não sei de nada mesmo. Qual é seu medo?

Ele aproximou-se e me cobriu com o guarda-chuva - Você vai ficar doente.

Eu já estou molhada mesmo -  Percebi que ele evitava o assunto.

Vou perguntar novamente - alisou meu rosto com a mão - Posso confiar em você?

Sim, sempre.

Sua expressão era triste - Mas você conseguiria confiar em mim?

Eu… - Era uma pergunta estranha, confusa. O que ela significava?

Bem, segure isso - Ele me deu o guarda-chuva e tirou o casaco - Vista isso.

Não…

Vista logo isso.

Coloquei o casaco, pois estava morrendo de frio - Estamos parecendo um casal - ri.

Vem cá - ele me puxou para seu peito e me abraçou com uma das mãos - Qualquer coisa que o Jaehyo disser, eu quero que você não acredite. Acredite apenas em mim.

Era quente e confortável. Podia ficar ali durante horas e horas - Ok.

E qualquer dúvida, pergunte a mim.

Ok.

Não pense que eu não estou irritado, porque eu estou muito irritado - Ele me apertou - Não sei como vocês se conheceram, mas não confio nele.

Agora estava curiosa - Você confia em mim?

Você é uma garota muito bobinha.

Bobinha? - Independente do que isso significava, provavelmente seria um sim. Me deixou feliz.

Ele soltou-me - Para que lado você mora mesmo?

Não! - Afastei-me - apesar de querer ficar, não posso me arriscar a irritá-lo novamente.

A culpa é do Jaehyo.

Afastei-me - Não interessa, não quero brigar mais. Amanhã a gente pode brigar de novo - Corri para o outro lado. A chuva não podia me esfriar porque tudo o que sentia pelo Jiho esquentava meu corpo.

O que aconteceu no passado deles? Não posso negar que isso me trás curiosidade, mas não tenho o direito de interferir em algo deles. Não importa o que tenha acontecido, não irei deixar que isso estrague o que eu tenho com eles. Espero que com o tempo eles se resolvam. Espero que eles possam falar sobre isso sem temer nada. Espero poder não ter que escolher nenhum dos dois.