História Girls Like Girls - Casa na árvore

Hayley.

Respirei fundo olhando o quarto decorado, eu não sabia se ela ia gostar daquele contraste, talvez nem curtisse aquele ar aconchegante, Yasmin era uma geek, e eu maldita esqueci de instalar o Play3, ela logo chegaria e para a minha maldição ficar maior, o sistema de energia estava danificado então seria a luz de vela.

Deixei meu celular carregando, pelo menos teríamos um som legal para curtir o vácuo da noite. Sorri negando com a cabeça arrumando a póla Pokémon que guardava as alianças.

Ok, eu estava sendo rápida, mas Tay tinha acabado de pedir Sofi em namoro, e se eu não corresse iria levar um grande chute no meio da bunda, e aquela morena me daria mesmo. Agora eu sei que ela também curte a ruiva aqui, e eu me agarraria a ela como um carrapato, se Yasmin não me quisesse mais teria que me suportar.

Neguei com a cabeça, ela nem ao menos tinha atendido minhas ultimas ligações e muito menos visualizado . Eu havia feito a surpresa quase sem a certeza de que ela viria. A garota era tão bipolar que me deixava maluca, sua timidez as vezes influenciava para que ela me deixasse alone sempre.

Mas eu sentia em algum canto nos seus olhos que eu deveria continuar, e sempre tentar, quem sabe no final do arco Iris eu encontre o seu sorriso.

Deitei no pequeno puf redondo e deixei que o sono me levasse, todas as minhas energias tinham sido gastas e ela nem ao menos se importou em me responder. Aquela sensação doía como o inferno. E mais uma vez eu estava jogada na fossa.

- Hey bad girl... – ouvi uma voz me chamar, deveria ser a morte querendo me levar para o paraíso dos trouxas. – auch! – o som da pancada me fez abrir os olhos.

E por alguns segundos eu frisei o olhar na morena a minha frente, seus óculos estava jogados no chão e ela massageava a testa.

- de longe a entrada parecia maior... – ela choramingou e eu como uma perfeita trouxiane caminhei até ela e pegando os óculos e os colocando em seu rosto. Seu sorriso de canto surgiu como um feitiço, mortal, e tirou de mim toda a raiva pela demora e vácuo. – uaal... – ela ajeitou os óculos observando a pequena sala. – essa casinha da Lauren é incrível! – sua voz doce soou baixa e logo ela caminhava observando tudo.

- sim, mas foi eu quem arrumou... – rangi os dentes, quase três horas de puro serviço e ainda ser ignorada. – quer dizer... bom... ficou isso ai...

- esta... hum... adorável – ela sorriu tocando a minha face, e eu juro que se não fosse pelo meu lindo e maravilhoso alto controle eu tinha babado litros.

- não tem energia... – peguei o meu casaco – acho melhor a gente ir pra algum lugar...

- você fez tudo isso e agora quer sair? Vamos ficar e aproveitar ok? – movi a minha cabeça positivamente. – o que você gostaria de fazer agora? – além de te beijar? – digo... podemos só ficar aqui?

- eu estou quebrada na verdade – gemi a puxando para o meu abraço me aninhando entre os seus seios, lado bom de ser baixinha, sorri. – o que acha de dormir comigo? Podemos acordar mais tarde e pedir uma pizza....

- ótimo, porque eu estou cansada também... – ela sorriu me beijando de leve. – desculpe por não responder, se meus pais me vissem no celular eu iria ficar sem ele por um bom tempo... na verdade eu já estou de castigo...

- andou fugindo é mocinha? – joguei as diversas almofadas no chão e peguei o cobertor gigante que estava no quarto da Tay. – espero que seu pai não venha armado atrás de mim.

- não... – ela tirou os tênis e se sentou ao meu lado. Sua blusa xadrez era tão cheirosa, eu só queria agarrar seu corpo e fazê-la de travesseiro. –  na verdade minha mãe quem tem porte de arma... já que ela é do exército... – ok, saber daquilo me deixou preocupada, engoli em seco tentando não me abalar muito com isso.

- já to me vendo virando uma peneira nas mãos da sua mãe... – neguei a puxando para mim e escondendo o meu rosto no seu colo. – se ela me matar mais tarde, saiba que eu escolho você... – tirei a bola de Pokémon que estava no meu bolso e deixei que rolasse até as suas mãos.

Ela estava deitada ao meu lado, meu rosto na altura do seu peito enquanto a colcha marrom escura nos aquecia. A garota apenas sorriu pegando a bola vermelha com a mão livre, meus olhos se fixaram no seu rosto, querendo guardar qualquer expressão que ela desse.

- que fofa... eu tinha algumas dessa também... – ela sorriu me beijando de leve. – vamos ver... – ela então puxou a tampa, revelando as duas alianças de prata. Bem clichê, mas a aliança que eu queria não tinha, a minha seria do Batman e a dela com a pequena máscara do Darth Vader desenhada no corpo. Infelizmente demoraria até chegar, então foram as comuns mesmo.

- isso é...

- Eu tive tanta sorte quando você simplesmente me beijou... e agora eu quero ser sua amiga também, mas uma amiga especial, uma amiga que quer estar sempre com você, quero beijar você, e construir o nosso mundo. Você aceita ser a minha namorada? Assim você vai poder me bater em período integral! – sorri enquanto ela apenas me fitava, seus olhos tão escuros e ainda assim pareciam transparecer suas emoções, ela estava quieta e era possível que me deixasse mais uma vez no vácuo.

- eu sabia que você estava aprontando – ela pegou a aliança da bola e a colocou em seu dedo – e pela primeira vez eu gostei!

Seu corpo virou rapidamente me prendendo no chão, suas pernas circularam a minha cintura enquanto meus braços eram suspensos acima da minha cabeça, movi minha cintura tentando em vão me libertar, mas ela usava da força e da garantia dos meus sentimentos para que eu não mudasse a posição. E a visão dos seus seios a poucos centímetros do meu rosto estava me causando um inferno na terra.

- eu sabia que essa sua timidez era só uma fachada da mulher selvagem! – rebati quando ela sorriu –

- cala a boca... – ela gargalhou me beijando, eu até achei que seria algo rude, mas ela era carinhosa e aos poucos afrouxou o aperto em minhas mãos e eu a abracei a puxando ainda mais para mim.