Pov Lica
Faz algumas semanas que eu fiz as pazes com a Samantha. Nossa amizade voltou totalmente ao que era antes e eu fico muito feliz por isso. Já a nossa relação amorosa, a Sam quer ir com calma, eu respeito o tempo dela e tals, mas durante esse tempo eu roubei uns selinhos e conseguia tirar um sorriso lindo do rosto dela.
Agora estamos na sala de aula, esperando a troca dos professores. A Samantha está sentada na minha frente e eu estou fazendo massagem nos ombros dela enquanto converso com a Tina, que está sentada no chão, ao meu lado (não faço ideia do porquê ela estar no chão, não entendo a cabeça da Tina).
- Você é muito cadelinha da Sam – ela diz rindo
- Não tem como não ser cadelinha dessa mulher – ela vira e ri dá gente – olha que beleza, por ela eu faço ‘au au’ e até abano o rabinho – digo e elas riem de mim
- Você é a coisinha mais fofa do mundo – a Samantha diz com uma voz fina, apertando minha bochecha
- Vocês são muito melosas. Preciso até de insulina, senão fico com diabetes – a Tina faz uma careta
- Para de recalque, Tina. Vai procurar a Clara – a Sammy fala
- O que tem eu? – minha irmã chega
- A sua namorada está com inveja de mim e da Sammy
- Oh meu amor – Clara dá um selinho na Tina – não precisa ter inveja delas. Pelo menos a gente não fica enrolando e já assumimos nosso namoro de uma vez
- Touché – digo colocando minha mão no peito – viu, Sammy? Acho melhor nós nos assumirmos logo, pra elas não terem mais motivos para zoar a gente
- Aham Cláudia, senta lá – a Sammy responde e as meninas riem de mim – você é muito cara de pau Heloísa – ela se estica na cadeira e me dá um selinho
- Tira esse sorriso besta da cara – minha irmã fala me dando um tapa na cabeça
- É impossível. Quando a mulher mais linda do mundo te beija, você não consegue ter outra reação a não ser um sorriso besta
- Nossa senhora, não dá para aguentar a Heloísa apaixonada. Depois dessa eu até vou pro meu lugar – a Tina se levanta do chão e vai lugar dela, atrás de mim
- Bom dia – a professora entra na sala, todos respondem e fazem silêncio
Volto a fazer massagem na Sam enquanto a professora arruma suas coisas.
Ela passou umas lições para fazer individualmente, mas assim que Tina terminou, ela passou as repostas para todo mundo e como não somos idiotas, copiamos na cara dura.
- Turma, eu vou passar um trabalho em duplas para semana que vem. Vocês podem escolher as duplas
A professora explicou todo o trabalho e deixou o resto da aula para organizarmos as coisas.
- Sammy, vamos juntas?
- Pode ser. Vamos lá para casa hoje? Ai já organizamos tudo
- Beleza
O resto da aula passou tranquilamente. Na saída ficamos trocando ideia com nossos amigos por um tempinho. Nos despedimos e seguimos para casa da Samantha.
- É nessas horas que sua moto faz falta – ela diz enquanto estamos andando
- Concordo, mas a dona Marta está mais controladora em relação a moto, então só posso usar para emergências
- Entendo, tia Marta está certíssima
- Não era você que estava com saudades?
- Sim, mas prefiro viver
- Ei, eu dirijo bem
- É... naquelas
- Como? – me viro e olho indignada para ela
- É brincadeira, você é a melhor pilota que eu conheço
- Mas você não conhece mais ninguém que dirige moto
- Exatamente – ela diz rindo
- Você é muito besta – acabo rindo também
Fomos o resto do caminho entre conversas aleatórias.
Chegamos no apartamento dela. A Sammy abre a porta e eu abro um sorriso ao ver minha ídola, mas assim que ela olha pra mim, a expressão dela se fecha.
- Oi Laura, oi Marcela
- Oi Lica, como você está? – Marcela é a única que me responde. Estranho isso, antes a Laura era a que vinha me receber e tudo mais, agora nem parece que eu estou aqui.
- Tudo bem e com vocês?
- Tudo bem também – Marcela responde novamente, fica um silêncio desconfortável, até a Sammy se pronunciar
- Estamos no meu quarto, fazendo um trabalho – ela sai me puxando pelo corredor
- Samantha – Laura se pronuncia pela primeira vez desde que estamos aqui. A Sammy para e se vira – eu quero a porta aberta – depois disso, seguimos pro quarto dela, deixando a porta aberta
Vejo que a Samantha estranhou o pedido e eu também estranhei, afinal, ela nunca tinha falado isso das outras vezes que eu vim aqui.
- Acho que minha futura sogra não gosta mais de mim – digo tentando fazer graça
- Futura sogra?
- É o que eu pretendo que sua mãe seja minha. Daqui a um tempinho será oficial
- Entendi – ela diz rindo – mas não é que ela não gosta de você, mas ela me viu chorando por sua causa, então acho que ela ficou com um pé atrás – engulo em seco – mas já passou, já estamos bem. Depois eu converso com ela e a faço superar tudo
- Ok...
Começamos a fazer nosso trabalho, fizemos umas pesquisas e até que acabamos rápido.
Eu não conseguia tirar da minha cabeça que eu estraguei totalmente a minha relação com a mãe da menina que eu gosto. Entendo totalmente o lado da Laura e concordo completamente com ele, eu fiz a filha dela ficar arrasada. Ela deve me odiar, mas a única coisa que eu posso fazer é esperar a Sammy conversar com a mãe dela e torcer para ela entender toda a história e me perdoar.
- Vamos comer alguma coisa? – pergunta depois de guardamos os materiais que usamos
- Acho melhor não Sammy. Sua mãe já esta P da vida comigo, não quero forçar nada
- Acho isso uma bobagem, mas se é isso que você quer – ela dá de ombros – vamos lá, vou te levar até lá embaixo
- Não precisa
- Vamos logo, afinal, é só lá que eu vou conseguir me despedir direito – ela me lança uma piscada e eu rio
- Bom... já que você faz tanta questão
Saímos do quarto dela e assim que pisamos na sala, eu vi um pinguinho de gente correndo até nós
- LICAAAAA – o Léo se joga nos meus braços e eu o levanto
- Hey pequeno, tudo bem?
- Tudo. Eu estava morrendo de saudade
- Eu também, não aguentava mais ficar sem te ver – faço coquinhas nele e ele se contorce nos meus braços
- Vamos jogar meu jogo novo? Ele é muito legal – ele pede todo animado e eu fico sem saber o que fazer. Olho para Samantha com uma expressão de desespero no rosto, tentando pedir um help pra ela
- Ela vai sim, Léo. Leva ela pro seu quarto, eu faço um lanche pra gente e já chego lá também – fuzilo a Samantha com meu olhar e ela apenas me lança uma piscada e vai para cozinha
O Leonardo pula do meu colo e me guia até seu quarto. O quarto era todo azul, a cama era em formato de carrinho, tinha vários brinquedos espalhados pelo quarto inteiro e uma televisão com um vídeo game na escrivaninha.
- Olha Lica, esse é novo. Minha mãe que comprou – ele me mostrou a capa de um jogo de corrida
- Que legal Léo. Mas o que você acha da gente jogar esse jogo na vida real? – me olha interessado – você tem carrinhos aqui? – ele assente e vai até um canto do quarto e tenta pegar um baú
- Pega pra mim, por favor
- Claro – vou até lá e pego o baú, era realmente muito pesado
Abrimos e eu vejo umas centenas de carinhos ali, era obvio que ele tinha carrinhos. Monto uma pista improvisa com algumas coisas que estavam espalhadas pelo chão, explico para ele o circuito e começamos a brincar, eu estava me divertindo demais, parecia uma criança.
Ele soltava umas gargalhas tão gostosa de vez em quando que eu não me aguentava e ria junto com ele.
Em um momento, eu olho para porta e vejo a Samantha nos observando
- Olha Léo, chegou mais uma competidora
Ela ri e vem até a gente, se sentando ao meu lado
- Vou querer competir mesmo, mas antes, vamos comer para repor todas as energias – ela entrega um lanche para gente e comemos fazendo algumas graças de vez em quando
Passamos o resto da tarde brincando com o Léo, foi incrível. Quando fui embora, nem lembrava mais que a mãe da Samantha queria me matar.
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