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História Glue - Adoráveis


Escrita por: Vyvs

Notas do Autor


Já são quase 100 favoritos!!!! Muitíssimo obrigada a todos os que favoritaram ou auxiliaram de outra forma no crescimento da fic. Um beijão 😘

Capítulo 10 - Adoráveis


Eu estava surtando. Mesmo estando dentro do táxi eu segurava o braço de Somin com força e gritava repetidas vezes tudo que havia acontecido. Ela estava prestes a me espancar. Eu percebi isso pelos seus olhos cansados e levemente zangados. 

Depois que Terp foi embora MinHo me aparou. Caso contrário eu cairia sentada no chão pensando pelo resto da noite no que aconteceu. Depois eu fui para o bar beber uma bebida bem forte para conseguir engolir todos os acontecimentos. Uísque com gelo. 

Eu tinha toda a atenção da boate voltada para mim. As pessoas cochichavam sobre mim e diziam que aparentemente eu conhecia muito bem Terp e que talvez fosse namorada dele. Neguei tudo com veemência, afirmando que não o conhecia e ainda não havia entendido aquele gesto inesperado do dançarino misterioso. 

Porém a ansiedade do povo foi tão grande que eu precisei ir embora do salão. O Parternon tornara-se um formigueiro humano. O barulho beirava o insuportável. Somin me pegou pela mão e me puxou para fora do lugar, andando com agilidade. 

Depois de esperar alguns minutos nós entramos no táxi, o primeiro que apareceu. Minha amiga aguentou meu falatório com louvor, sem me agredir em nenhum momento (felizmente). Despedimo-nos e eu segui sozinha para meu lar após Somin pagar o taxista. 

Depois de um trânsito infernal e longos minutos ansiosa o senhorzinho de camisa havaiana me deixou em casa. Paguei-o e despedi do homem, agradecendo pelo serviço prestado. Subi para o meu apartamento um pouco trôpega graças ao álcool.

Foi difícil encaixar a chave no buraco da fechadura. Depois de algumas tentativas falhas eu consegui abrir a porta e entrar no apartamento. Tudo estava escuro, por essa razão eu acendi a luz e chamei por Matthew. Queria contar-lhe o que havia acontecido naquela noite. 

— Oppa? — chamei um pouco incerta. No sofá o modelo acordou e sentou-se um pouco assustado. Os cabelos estavam atrapalhados, apontando para cima. Sorri. Ele corou pela primeira vez naquelas semanas. 

— Hm? 

— Desculpa te acordar. Vou te deixar dormir — avisei. Matthew passou as mãos nos cabelos para arrumá-los no lugar. Seus olhos estavam inchados e possuíam olheiras, a expressão em seu rosto era de cansaço.

— Não tem problema. Sente-se aqui — ele indicou com a cabeça para o assento ao seu lado. Seu perfume me inebriou imediatamente. A camisa branca de botões com listras azuis abraçava seu corpo perfeitamente, mesmo estando amassada por ter dormido em um lugar peculiar. 

— Eu tenho tanta coisa para te contar! Mas deixa para amanhã. Você parece cansado — avisei. Não seria certo despejar minhas “aventuras” em Matthew enquanto ele parecia sonolento. Era o efeito do álcool. Ressaca. Antes que eu levantasse do sofá Matthew segurou minha mão e me impediu de sair. Abriu um sorriso compreensivo e apoiou um dos seus braços no encosto do sofá. 

— Agora que você começou, termine. Caso contrário não poderei dormir por causa da curiosidade — ele pediu. Para mim mais parecia que Matthew não estava bem e precisava dormir.

— Não... — comecei, mas fui interrompida. 

— Estou ouvindo — revirei os olhos, porém não consegui segurar um pequeno sorriso. Narrei todos os acontecimentos daquela noite, com uma riqueza de detalhes exagerada. Matthew ouvia tudo atentamente com uma expressão de descontentamento no rosto. 

— Ele me deu um pingente junto de um bilhete — terminei. Exibi o pingente de sapatilhas um pouco eufórica demais, desconectando nossas mãos. BM encarou o pingente, agora em seus dedos, com um olhar aquilino. 

— Bem, pelo menos o desgraçado tem bom gosto — revirei os olhos com essa tentativa de elogio. 

— Por que desgraçado? — indaguei. Foi a vez dele revirar os olhos. 

— Por nada — omitiu. Cerrei os olhos, mas fiquei calada também. Depois de alguns segundos Matthew apontou para o balcão da cozinha e mostrou uma caixa de pizza quase intacta. Quase. — Comprei para nós dois comermos, mas você demorou e acabou esfriando. 

— Me desculpe pela demora oppa. Uma multidão se juntou ao redor e custou a me deixar sair da boate junto de Somin — disse, tocada pelo ato d’ele ter pensando em mim quando comprou comida. Mas eu não estava com fome. — Você chegou cedo hoje. 

— Taehyung me levou em uma festa na casa do amigo de faculdade dele. Porém nós vimos muita coisa errada e preferimos vir embora — narrou, indiferente. Acenei com a cabeça. Não queria nem imaginar as coisas erradas que eles viram. — Bem, eu vou dormir. Boa noite — despediu-se parecendo um pouco chateado. 

Não disse nada, apenas senti seus lábios depositarem um beijo inesperado na minha bochecha. Foi algo muito singelo, mas mesmo assim eu fiquei sentada durante alguns segundos processando aquele ato repentino. A temperatura da minha bochecha só aumentava.

Era bem compreensível Matthew arrastar as mulheres mais lindas do mundo para a sua cama. Um simples beijo na bochecha me deixou retardada, imagine como eu ficaria caso ele fizesse outras coisas. Um arrepio percorreu meu corpo assim que meu cérebro começou a criar imagens de Matthew. Matthew e eu, especificamente. 

— Pare de parecer uma bobona — me repreendi. Levantei-me do sofá tentando espantar aqueles pensamentos da minha mente bastante confusa. 

 

Acordei no sábado com a luz da manhã incidindo sobre meu rosto. Imediatamente abri os olhos, desesperada para me levantar e ir aos ensaios da apresentação. Na janela estava Matthew, abrindo as cortinas. Sentei-me na cama e observei o outro realizando a tarefa com morosidade, enquanto meus olhos vagavam pela fenda reveladora de sua camiseta branca abaixo das axilas. 

Aquela havia sido uma boa noite de sono. Dormi pesado e tive variados sonhos envolvendo Terp e sua dança. Sonhei que ele havia retirado a máscara e exibido seu rosto bonito que eu não cheguei a vislumbrar realmente. Porém aquela noite foi revigorante. 

— Bom dia — cumprimentei, a voz um pouco rouca pelo sono recente. — Quantas horas são? Preciso estar na academia às oito hoje. Teremos ensaio geral. 

— Bom dia Jiwoo. Tenho uma notícia boa e uma ruim para você. Qual quer primeiro? — Matthew perguntou. Fiquei tensa. 

— A boa. 

— Eu já preparei café — ele sorriu docemente, de maneira que eu pensei que nunca o faria. Aquilo me aliviou um pouco. 

— E a ruim? 

— Já é quase meio dia — o sorriso não saiu do seu rosto. Mas o desespero se instaurou na minha expressão. Rapidamente peguei meu celular embaixo do travesseiro e verifiquei as horas: 11h47min. 

Joguei o aparelho na ponta do colchão e tapei o rosto com as mãos. Gritei de desespero. Eu perdi o ensaio geral! Yang Mi comeria meu fígado como prato principal. Bati os pés como uma criança birrenta para extravasar  minha raiva. 

— Por que você não me acordou?! — indaguei, pingando ódio. Matthew fez uma expressão de perplexidade. Colocou uma mão na cintura e me encarou como se fosse me dar uma bronca. 

— Eu tenho cara de despertador por acaso? — teve a audácia de dizer. — Acordei há vinte minutos e pensei: “Jiwoo vai gostar de tomar um café da manhã reforçado, já que é quase almoço”. Tomei um banho rápido e preparei algo para você comer. Depois você acorda, mal diz duas palavras e já está brigando comigo como se fosse culpa minha seu atraso! — exclamou parecendo bravo. Pisquei algumas vezes, digerindo as palavras dele. Eu estava completamente errada por brigar com ele. 

Matthew me deu as costas e estava saindo do meu quarto. Pulei da cama e soltei um xingamento quando meus pés quentes tocaram o chão frio. Mesmo assim eu não desisti de alcançá-lo e impedi-lo de sair do cômodo. 

— Me desculpe por ser grossa com você... — pedi com timidez. Ter Matthew me encarando com aquela expressão de raiva me intimidava um pouco. 

— Vá tomar um banho. Você está com cara de ressaca. 

Foi um banho rápido. Depois de Matthew sair um pouco irritadiço do quarto eu fiz menção de segui-lo, porém as palavras dele ressoaram na minha mente como uma melodia maligna. Arranjei uma roupa para ficar em casa e me banhei, lavando os cabelos no processo. 

Eu não estava só com cara de ressaca (olheiras profundas, palidez e cara de desespero), mas também me sentia com ressaca. Minha cabeça latejava, minha língua parecia áspera como asfalto e doía mexer os olhos. Meu corpo parecia prestes a desmontar como se fosse peças de Lego. 

Penteei os cabelos molhados, vesti meu short de moletom carmesim, uma camiseta preta de malha e pantufas brancas fofas com meu nome bordado em dourado. Passei um pouco de hidratante nos braços e pernas, um pouco de desodorante nas axilas e me considerei digna de sair da minha toca. 

A cozinha estava vazia quando cheguei. Matthew já havia comido e no momento em questão estava jogado no sofá assistindo à desenhos animados e ruminando sobre o quanto aquilo era horrível. Por algum motivo desconhecido ele odiava animações, mas não deixava de assisti-las. 

Ainda envergonhada com a mancada que dei com ele eu me sentei e tomei meu café da manhã na cozinha. Bebi uma xícara de chá verde ainda morno, sem açúcar e comi iogurte natural com frutas. Desejei com todas as minhas forças comer algumas carolinas que Matthew comprou na padaria da minha rua, mas depois de ter vacilado com Yang Mi eu achei melhor evitar aquelas calorias. 

Então, depois de escovar os dentes, eu criei coragem para andar até a sala. BM não me viu de início. Ele continuou resmungando para a televisão sobre os desenhos. Foi aí que ele me viu. Porém não deu importância nenhuma e continuou xingando as animações de mal gosto que, segundo ele, deixava as crianças retardadas. 

— Oppa? — chamei. Ele voltou a me olhar. 

— Hm? — murmurou. 

— Você ainda está zangado? — ele me olhou como dissesse: “o que você acha?”. Suspirei. Pedir desculpas não era o meu forte. Eu não sabia como começar o assunto e muito menos como chegar ao ponto principal. Com os braços cruzados sobre o peito Matthew me encarava, como se esperasse por algo. — Desculpe-me por ter gritado daquele jeito. 

— Você grita muito — observou. Abri um sorriso sem graça. 

— Eu acho que sim. Desculpa por isso também — eu estava em um estado de calamidade. Era deplorável. Mal conseguia me desculpar por ter me exaltado. — Eu também nunca agradeci direito por você ser tão prestativo. Desculpa por isso — olhei para seus olhos esperando alguma reação vinda dele. 

Foram segundos angustiantes de silêncio e espera. Nossos olhares conectados, sem nenhuma outra interação além dessa. Meus neurônios trabalhando com toda a sua capacidade. 

E então ele abriu um sorriso largo, exibindo todos os seus dentes. Em seguida uma risada alta e divertida escapou dos seus lábios. Minha vontade? Decapitá-lo. Com uma faca cega. 

— Você é tão adorável! — exclamou. — Desculpa rir assim, mas é que eu imaginei que Jeon Jiwoo seria mais fria. Você é realmente uma gracinha corada desse jeito. 

— Quer morrer jovem? — a minha indagação saiu um pouco engasgada. Minhas bochechas queimavam, mas daquela vez eu não sabia se de raiva ou vergonha. — Eu aqui passando por cima do meu orgulho e você aí, fazendo hora com a minha cara! Achei que você estava com raiva de mim!

— Calma Jiwoo — pediu. Bufei. — Pessoas bonitas como eu não podem sofrer raiva à essa hora do dia. — exibiu-se um pouco orgulhoso. Eu quase me esqueci daquela faceta arrogante dele. Quase. — Ei! Jiwoo! — chamou. Fiquei em silêncio, encarando-o com uma expressão de ódio. 

Dei-lhe as costas. Rapidamente ele veio e segurou minha mão. O sorriso debochado deu lugar à preocupação e uma ponta de arrependimento. Abri um sorriso cínico. 

— Você também é adorável para um rapaz que se intitula como insensível e arrogante. 



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