1. Spirit Fanfics >
  2. Glue >
  3. Uma manhã cheia de emoções

História Glue - Uma manhã cheia de emoções


Escrita por: Vyvs

Notas do Autor


Demorei? Pra caralho, eu sei. Isso está ficando frequente mas eu tenho uma boa explicação: foi o casamento de uma pessoa da minha família e eu fui obrigada a arrumar roupa, maquiagem e coisa e tal. Uma chatice só. Semana passada foi uma bosta e nem deu pra postar, mas hoje eu vim. Muito obrigada a quem esperou, comentou e favoritou. E me desculpem pela demora ❤

Capítulo 22 - Uma manhã cheia de emoções


Jiwoo:

 

— Merda! — abri os olhos assustada e aquilo foi o suficiente para a luminosidade do local atacar impiedosamente meus olhos. Percebi estar deitada sobre o braço de Matthew, e talvez por essa motivo ele deveria ter resmungado um palavrão. Seu braço deveria estar doendo. 

Levantei-me com um pouco de dificuldade e deitei do outro lado da cama, sem tocá-lo. Matthew se moveu também e aproximou-se de mim, enterrando seu nariz em minha nuca. Pelo suspiro que ele soltou pude perceber que aquele não era um bom dia. 

— Me desculpe se eu te acordei — murmurou. — Eu acabei de receber uma notícia péssima e por isso xinguei. Não tem nada a ver com você. 

— Tudo bem — consegui dizer, mesmo minha língua ainda estando adormecida. — O que aconteceu? 

— Pode dormir primeiro. Depois eu te conto — seus dedos acariciaram meus fios de cabelo, mas naquele momento eu não queria mais dormir. Mesmo sendo maravilhoso receber um cafuné de Matthew Kim eu queria saber o que acontecia com ele. 

— Estou esperando — avisei. Outro suspiro. Virei meu corpo para poder encarar seus olhos. Mas ele não me encarava. Segurei seu rosto e acariciei de forma desajeitada com meus polegares. Eu queria beijá-lo mas não o faria sem ter escovado os dentes após acordar. 

— Meu pai virá me visitar — sussurrou. 

— E isso é ruim? 

— Péssimo — Matthew levantou-se da cama e foi ao guarda-roupa. Tirou de lá uma bermuda e uma camiseta propícias para atividades físicas. Vestiu-as na minha frente enquanto eu analisava seu corpo tão bem trabalhado e seu despudor ao ficar só de cueca na minha frente. 

Era irritante ficar corada toda vez que Matthew se encontrava de maneira mais sexy. Para quem não o conhece o modelo esbanjava sensualidade e isso era um fator de risco para mim, principalmente naquele momento que qualquer brecha encontrada era usada para que nos beijássemos.

Saí da cama e fui escovar meus dentes no banheiro do meu quarto. Depois penteei meus cabelos e os prendi num coque desajeitado no topo da cabeça. Pensava a todo momento sobre o motivo para o senhor Kim ter uma imagem tão denegrida. 

Encontrei Matthew na cozinha. Ele parecia pronto para sair e cozinhava algo atentamente. Seu olhar preocupado tornava o rosto sombrio, algo um pouco assustador no caso. Compadecida com sua situação eu caminhei até ele e abracei suas costas, repousando o rosto sobre o tecido leve da camiseta. 

Dormi agarrada naquele lugar a noite toda, aspirando o perfume másculo que Matthew Kim exalava. Além de aconchegante o corpo forte foi meu porto seguro, que me protegeu dos trovões assustadores da tempestade. 

Suas mãos cobriram as minhas. Sorri contra suas costas. BM soltou um suspiro alto e isso fez com que eu apertasse mais seu corpo. 

— Minha mãe largou meu pai pouco depois dos meus três anos — começou. — Eu fiquei com meu velho. Depois de um divórcio turbulento ele só sabia trabalhar e trabalhar, deixando minha educação por conta de babás e dos empregados da nossa casa. Nós nunca sentamos e tivemos uma conversa de pai para filho — a tristeza na voz dele era quase palpável. Aquilo me cortava o coração.

Eu não sabia como era aquele sentimento de rejeição vindo dos meus pais. Minha família, mesmo um pouco defeituosa, sempre foi bastante amorosa. Mamãe e papai sempre tiravam tempo para mim e Wonwoo até mesmo quando nos tornamos adultos. 

— Não precisa contar se isso te machuca — eu disse. Não queria vê-lo triste. 

— Meu pai arranjou uma esposa alguns anos mais nova que ele. Pensei que finalmente teria uma mãe, mas aquela mulher me tratava de forma indiferente e ainda trata — notei que ele fungou. — Meus momentos de felicidade eram quando eu viajava para a casa da minha mãe no interior deste país, só que ela acabou engravidando e passou a se importar com apenas meus irmãos — fez uma pausa e recuperou o fôlego. — Te incomodo contando isso?

— De forma alguma — soltei sua cintura. BM girou em seu eixo e ficou de frente para mim, seus olhos marejados. O coração doía só de olhar. 

— Eu parei de visitar minha mãe há alguns anos. Foi aí que eu comecei a aproveitar a minha vida. Beijei todas que senti vontade e bebi muito mais do que podia. E em uma das muitas festas que participava acabei conhecendo um agente de modelos que me lançou para o mundo. 

“Obviamente meu pai não aceitou minha profissão. Ele queria um filho médico, arquiteto ou advogado. Qualquer uma dessas profissões chatas e supervalorizadas serviria. Fui obrigado a fazer faculdade. Então uma pressão insuportável recaiu sobre mim. Por essa razão eu comecei a beber mais e me relacionar com mais mulheres. 

As discussões com meu pai se tornaram mais frequentes até que ele me deserdou e me tocou para fora de casa. Sinceramente, se não fosse pela ajuda do seu pai eu não teria para onde ir ou a quem recorrer” — ao piscar pequenas lágrimas caíram dos olhos de Matthew. — O que eu quero dizer é que sempre que vejo meu pai nós dois brigamos e isso só acaba me machucando mais. Não quero vê-lo. Não quero brigar outra vez. Não estou preparado para isso...

— Dessa vez eu estou com você — argumentei. Ele parou de falar por alguns segundos e olhou tão fundo nos meus olhos que me arrepiei. 

Puxei seu rosto até que estivesse na altura do meu para que eu pudesse beijar seus lábios. Nosso beijo teve gosto de hortelã por causa dos meus dentes recém-escovados e aquilo foi muito bom.

Inicialmente Matthew apenas se deixou ser beijado, talvez porque eu tomei a atitude. Todavia aos poucos suas mãos se guiavam de forma instintiva para meus quadris onde repousaram. O ósculo se intensificou ainda mais com a aproximação dos nossos corpos e, sob meu toque, pude sentir os músculos de BM relaxarem. 

Um cheiro de coisa queimada infestou o ar. O modelo me soltou de forma abrupta e correu para a frigideira no fogo. Gargalhei. Éramos muito idiotas. 

— Isso é culpa sua! — Matthew gritou em tom de brincadeira o que me provocou mais risadas ainda. O rapaz jogou a comida queimada na lixeira e a frigideira na pia. Virou-se para mim ainda segurando a espátula de maneira ameaçadora. — Volte aqui Jiwoo! Lide com as consequências dos seus atos! — gritou. Saí correndo pela casa até chegar à sala de TV. 

Tropecei no tapete e caí por ali mesmo, sem conseguir parar de rir da minha burrice. A gargalhada de Matthew ressoou alta por todo o apartamento. Aquilo era música para os meus ouvidos. A risada de BM era contagiante e muito rara. 

Ele caiu propositalmente ao meu lado sem a espátula em suas mãos. O rosto estava vermelho de tanto rir e naquele momento ele sugava o ar de maneira forte para os pulmões. 

— Você foi uma menina muito má Jiwoo — começou de maneira sensual bem perto do meu ouvido. Sorri quando um arrepio percorreu todo meu corpo. — Merece uma punição — seus dedos tocaram minha cintura. Quando achei que o beijo viria, acabou que o desgraçado começou a fazer cócegas em mim. 

— Matthew! — gritei enquanto me mexia como uma minhoca no tapete. Seus dedos continuavam com a tortura hilariante. — Para! Pelo amor de Deus! — gritei outra vez.

— Vou parar antes que os vizinhos chamem a polícia — ele disse. — Está tudo bem com você?

— Está — concordei. O acompanhei ao me levantar do tapete. BM me segurou pela cintura e finalmente me beijou, encurralando-me na parede e atacando meus lábios de forma afoita. Novamente o Efeito Montanha Russa assolou meus sentidos, fazendo meu estômago se revirar em diversas piruetas. 

A língua de Matthew era quente e muito experiente, além de atrevida. Entrou em minha boca, explorando toda a região como se nunca houvesse feito isso. Sem se conter o rapaz desceu para o meu pescoço e começou a abusar da região sensível, arrancando suspiros altos de mim. 

— Vai marcar — sussurrei de forma fraca enquanto seus lábios sugavam a pele sensível do meu pescoço. Tentei empurrá-lo para longe, porém não surtiu efeito nenhum. Na verdade eu nem queria que ele se afastasse, só que não deixasse marca nenhuma em mim. 

— Eu quero que marque — devolveu sem deixar meu pescoço por completo. Suspirei. Aquele homem era o diabo, definitivamente. Me instigava até que eu ficasse louca. 

Seus lábios voltaram a cobrir os meus e as mãos, cada vez mais sedentas, repousaram na minha cintura e apertou com desejo. Intensifiquei o beijo puxando-o pela nuca. Engoli um gemido que quase escapuliu. 

Um apito alto e incômodo soou, nos tirando daquela bolha onde estávamos imersos. Matthew afastou-se e puxou o celular do bolso do short. Foi para a cozinha atender à ligação. 

Fiquei os próximos minutos encostada na parede tentando recuperar o fôlego e acalmar as batidas do meu coração. Segurei minhas bochechas numa tentativa inútil de amenizar o tom avermelhado delas. Tudo culpa daquele diabo! 

Andei até a cozinha assim que o modelo encerrou a ligação. Mantive-me calada e não fiz pergunta nenhuma, pois não quis parecer invasiva ou fofoqueira.

— Terei que ir à um evento hoje à noite — disse ele como quem não quer nada. Senti um incômodo tamborilar alto no peito. Contudo eu não poderia demonstrar isso, já que Matthew e eu não estávamos em um relacionamento sério. — Será muito bem remunerado — Concordei com a cabeça. Não queria parecer incomodada. 

— Fiquei sabendo que muita gente frequenta as festas que você está — comentei também como quem não quer nada. Esporadicamente BM era convidado para participar de boates para que várias pessoas também fossem para conhecer e popularizar o lugar. Isso rendia uma boa grana. 

— Quer ir comigo? — convidou. Neguei. 

— Não. Não quero segurar vela para Matthew Kim — brinquei de forma descontraída enquanto ele sorriu e balançou a cabeça para os lados. Na realidade eu estava me corroendo por dentro. Eu conhecia muito bem a reputação de BM e sabia que não eram alguns beijos que o seguraria.

Nada o seguraria. 

— Tenho que ir malhar — ele passou por trás de mim e depositou um beijo estralado atrás da minha orelha. Não preciso citar o quão arrepiada fiquei com aquilo. — Volto para o almoço. 

 

Eu havia esquecido o quão chato era não fazer nada. Estava deitada de barriga para cima no sofá, encarando o teto límpido e pensando no que deveria matar meu tempo. 

O céu nublado me impedia de fazer muitas coisas, por isso todo o meu monstruoso tédio sendo expelido. Matthew malhou a manhã toda e depois do almoço caiu na cama e dormiu como pedra. E lá eu me encontrava: sozinha sem ter o que fazer. 

Ficar de papo para o alto me fazia pensar. Pensar em coisas que não deveria pensar muito, caso contrário enlouqueceria.

Um exemplo bem claro daquilo era meus pensamentos indo parar no rapaz que ressonava tranquilamente em seu quarto. 

Eu sabia que não deveria me apegar de nenhuma forma à homem nenhum, pois assim evitaria ficar magoada. Não estava preparada para enfrentar outro relacionamento desde MinHo. 

Isso era tudo muito bonito na teoria, a prática já era outra história. Um beijo de BM era capaz de me deixar toda abestalhada, molenga, derretida. Quando seus lábios tocavam os meus todo meu corpo obedecia apenas aos comandos do rapaz. 

Ele não sentia-se muito feliz naquele dia. Foi uma manhã recheada por emoções e ele não parecia saber lidar com elas muito bem. O pai era um assunto delicado para BM.

Meu celular chamou minha atenção quando vibrou encima da mesa de centro. Despertei do meu torpor e estendi a mão para atendê-lo, soltando o ar dos meus pulmões quando o identificador de chamadas piscou com o nome de Somin. 

— Vamos ver o Terp hoje? — apenas com a menção de ver o dançarino misterioso meu coração disparou. Fazia tanto tempo que não o via que quase me esqueci dele. Sua lembrança ainda permanecia em minha memória graças ao seu presente sempre pendurado em meu pescoço. 

Foram tantas coisas acontecendo de uma só vez que eu estava um pouco doida, desnorteada. Primeiro foi o festival e em seguida a aproximação repentina de BM. Acontecimentos tão fortes tiraram meu rumo. 

— Que horas vem me buscar? — indaguei. Não estava com paciência para enrolações. 

— Matthew não vai se zangar? — o tom ácido e levemente irônico de Somin era inconfundível. Revirei os olhos, como era normal. 

— Não. Ele mesmo vai sair hoje à noite — sussurrei tentando não parecer ciumenta. A verdade incontestável é que eu morria de ciúmes de qualquer pessoa, só não era de demonstrar isso. 

— Vocês dois tem um relacionamento estranho — observou. — Passo aí pelas nove. 

— Ok — encerrei a chamada e voltei a me deitar no sofá. Naquela noite eu veria Terp, mas ainda não sabia se era bom ou ruim. Minha curiosidade mórbida não diminuiu nenhum pouco e eu não fazia a menor ideia se Matthew se importaria.

Aliás, por que eu insistia em pensar naquele diabo? Algo em mim mudou, era inegável. Só me restava descobrir o quê.


Notas Finais


Gente dá um help aí e comentem e favoritem nas minhas outras fanfics de KARD, por favor.

Tonight: (one shot J.woo): https://spiritfanfics.com/historia/tonight-10437884

Hard Feelings (BWOO): https://spiritfanfics.com/historia/hard-feelings-10405569


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...