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História Golden Boy - Capítulo 10


Escrita por: Pisicopata

Notas do Autor


Gente eu sei que falei que postaria domingo, mas meu gatinho estava no veterinário e complicou as coisas.

Capítulo 10 - Capítulo 10


SEBASTIAN

Margaret não parava de ligar um segundo que fosse, e quanto mais ela ligava mais raiva eu ficava da situação. Falei para ela vir comigo! Mas mesmo assim ela quis ficar em casa, preferiu passar por cima do nosso filho do que ignorar a droga do orgulho e me ajudar.

_Papai, eu estou ficando sem ar -a voz de Derik estava baixa e eu me esforçava para manter a atenção na avenida e não causar problemas ainda maiores. 

_Eu sei filhão, o papai sabe que está difícil mas por favor, aguenta firme ai que já estamos chegando no hospital.

E quando penso que não, o carro simplesmente para.

_Que droga! -gritei, assustando o garoto no banco de trás enquanto socava o volante descontando toda a raiva que estava sentindo ali, acionando a buzina algumas vezes, sem nem perceber o barulho.

Desci do carro para ver o que era, e pela minha pouca noção de mecânica acho que foi a droga do motor que fundiu. Minhas mãos estavam suadas e minha testa também, o nervosismo já fazia parte de mim e no momento eu só me preocupava com meu filho. Depois de fechar o capô do carro, comecei a acenar para os veículos que passavam pela avenida, mas fui ignorado por todos.

Eu odeio o egoísmo do ser humano!

_Papai, está ficando cada vez mais difícil... -e essa foi a ultima coisa que escutei Derik falar antes de fechar seus olhos e encostar a cabeça desacordado no banco. Me desesperando ainda mais.

Peguei meu celular pra ligar pra ambulância e me deparei com Margaret me ligando novamente, agora já é tarde demais pra isso. Arrastei o dedo para o lado e recusei a chamada, tinha outra prioridade no momento, ligar para o hospital. Mas antes mesmo que a chamada completasse a tela do aparelho ficou preta e ele não ligou mais. Droga, sem bateria também?

Isso deve ser alguma espécie de castigo!

Fora de mim, fui até a porta de trás do carro e abri a mesma, me inclinando sobre o banco, então comecei a dar batidinhas de leve no rosto do garoto, que estava pálido e fraco sem demonstrar muita reação.

Meu Deus, eu só preciso que meu filho fique bem!

Um nó se formou em minha garganta ao imaginar o pior acontecendo. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas e eu já estava prestes a me jogar na frente de um carro para forçar que o motorista parasse de qualquer jeito, e foi ai que uma voz surgiu atrás de mim, e eu não sei se foi pra melhorar ou piorar as coisas.

_Senhor, precisa de ajuda? -era a voz de um homem, ele parecia apreensivo com a situação e eu não pensei duas vezes antes de aceitar a ajuda dele.

_A droga do meu carro estragou justo agora e meu filho precisa chegar ao hospital urgente! -falei, deixando claro o desespero em minhas palavras- Meu celular está sem bateria, poderia me emprestar o seu? -me virei para encarar o homem que estava atrás de mim e congelei por um segundo.

Tinha mesmo que ser você?

Pra minha surpresa, o garoto não questionou, apenas desbloqueou seu celular mais que depressa e já estendeu o mesmo pra mim.

_Claro, toma aqui -então peguei o aparelho já discando o numero da emergência e aguardando na linha. Enquanto eles não atendiam vários pensamentos passavam por minha cabeça, primeiro meu filho desacordado no banco de trás do carro, segundo, Margaret desesperada em nossa casa e sem noticias do que está acontecendo, e agora esse garoto, que nem sei o que está fazendo aqui!

_Emergência, em que posso lhe ajudar? -a voz da mulher surgiu calma do outro lado.

_Meu filho, nós estamos parados no meio da avenida saindo da cidade, ele começou a passar mal do nada enquanto jantávamos, começou a falar que estava sem ar e agora caiu desacordado no banco do carro, preciso de uma ambulância agora! -eu estava gritando, sem notar que agora descontava toda a frustração daquela situação em cima da mulher, que seguia calma.

_Tudo bem senhor, preciso saber em qual altura vocês estão.

_Eu não sei a droga da localização, porra! -olhei em volta em busca de uma placa que me desse essas informações, mas não conseguava enxergar nada.

_Fala pra ela que estamos próximos ao Oliver James -disse o garoto, esforçando-se para ler o nome de que estava escrito em um viadulto um pouco mais a frente de onde nós estávamos. 

Passei as informações pra mulher, encarando o menino a minha frente, que me encarava de volta demonstrando preocupação com a situação.

_Tudo bem senhor, tem um posto próximo a vocês, já avisei aos médicos e eles estão chegando dentro de três minutos, aguarde no local que já estamos a caminho.

_Ok -respondi um pouco mais calmo, então ela desligou.

Estendi o telefone de volta para o garoto, que sorriu simpático e o pegou de minhas mãos, guardando o aparelho no bolso. Seu olhar se desviou para Derek dentro do carro, que estava ainda desacordado.

_Ele vai ficar bem? -perguntou apreensivo.

_Parece que sim -respondi- ele está respirando, mesmo que com dificuldade. Espero mesmo que isso seja só um susto -enquanto não escutasse da boca de um médico que meu filho estava bem, eu não estaria de fato calmo. 

Mas não tem porque eu demonstrar isso agora.

_Bom, agora eu tenho que ir -ele manteve a postura a todo tempo, e mesmo sem entender o por quê, a imagem dele gemendo naquele quarto tomou conta dos meus pensamentos, e foi difícil não transparecer isso no primeiro momento.

Por que diabos estou pensando nisso agora?

_Está a pé? -olhei ao redor procurando algum carro, mas ele confirmou minha pergunta antes que eu encontrasse algo.

_Longa história... -sua expressão me indicava de era melhor nem perguntar o que estava acontecendo ali.

_Bom, eu posso te ajudar -comecei- a ambulância já está chegando, depois disso tenho que ligar para o reboque, se quiser, podemos ir pra cidade juntos e depois você vê o que faz de lá -o garoto pareceu pensar por um momento, e quando viu que era a melhor coisa a se fazer, cedeu.

_Não sei se tenho escolha melhor -um riso, que quase se formou em uma risada saiu de sua garganta- sinceramente, não imaginei que te veria nessas circunstâncias -continuou ele, na tentativa de deixar a situação menos tensa.

Nem eu, pensei.

_Sinceramente -o imitei- não imaginei nem que fosse te ver novamente -então ele ficou me olhando, sem reação. 

Antes que pudéssemos falar algo os médicos chegaram no local, um dos homens já foi logo perguntando meu nome e preenchendo a ficha de Derek, enquanto os outros dois tiravam meu filho com cuidado do banco de trás do carro, levando-o para dentro do veículo e já preparando tudo. 

Quando vi que ele estava no oxigênio, agradeci, imaginando que tudo ficaria melhor agora.

_Vai com a gente, pai? -perguntou o médico se referindo a mim.

_Preciso resolver o problema do carro -falei- não posso deixar ele aqui no meio da rua, preciso mesmo ir?

Não sabia ao certo o que fazer, ainda estava meio desesperado com tudo que estava acontecendo.

_Bom, o garoto precisa de um acompanhante -respondeu o homem, prestes a fechar a porta- se acha melhor tomar conta do seu carro, isso já é uma questão a ser resolvida contigo mesmo -por que ele estava sendo grosso?

Estava prestes a dar uma má resposta, mas fui interrompido.

_Eu vou -disse o garoto atrás de mim, chamando minha atenção com a atitude, quando me virei para encará-lo, ele estava sorrindo calmo, como se já estivesse esperando por essa situação.

_Relaxa, está tudo bem -respondeu antes mesmo que eu o questionasse- estarei no hospital até você aparecer lá -ele tirou o telefone do bolso e me entregou novamente- toma, usa isso aqui pra chamar o reboque e também um uber, sei lá -dando de ombros, o menino subiu na ambulância, sem me perguntar mais nada- cuidado com esse celular, ele não é meu.

O médico me encarou me julgando por minha atitude e eu fiquei lá parado, sem entender ao certo o porque aquele garoto estava fazendo aquilo, depois que a ambulância saiu do local, liguei para a empresa de rebocagem e passei minha localização para o homem do outro lado da linha, já que nem aplicativo do Uber ele tinha no celular.

Pronto, agora só me resta esperar.

[...]

Graças a deus o reboque não demorou muito para chegar e quando expliquei a situação para o motorista do caminhão o cara se comoveu e aceitou me ajudar, me dando carona até o centro da cidade, onde peguei um taxi e fui direto ao hospital.

Assim que desci na portaria, dei meu nome para recepcionista que em seguida confirmou alguns dados do meu filho e me indicou qual caminho pegar para chegar até a área em que ele estava sendo examinado. Mais que depressa segui suas instruções, virei alguns corredores me localizando pelas placas até que cheguei na sala de espera, a primeira pessoa que vi, foi o louco que me ajudou, sentado em um sofá enquanto folhetava uma revista qualquer.

Fui até ele, e assim que me aproximei o suficiente seu olhar se ergueu vindo de encontro ao meu.

_Ele está bem? -perguntei.

_Parece que sim -ele estava calmo, soltou a revista jogando-a para o lado e então se levantou, mesmo de pé ainda era muito menor que eu, e isso me dava muito tesão, embora esse não fosse o momento mais apropriado para sentir isso- ele teve uma crise alérgica, o médico está com ele em observação mas com certeza deve ganhar alta hoje ainda.

Eu não sabia ao certo o que falar.

_Obrigado por tudo -falei a primeira coisa que me veio na cabeça- você não tinha que ter se preocupado tanto e mesmo assim fez um favor gigantesco para me ajudar.

_Foi pra ajudar seu filho -confesso que doeu quando escutei isso vindo dele, mas quando ele viu minha expressão mudar, tentou contornar a situação- afinal, esse garoto não tem mãe?

Merda! Tem e ela deve estar louca em casa sem saber o que está se passando aqui.

_É outra longa história -não sei se seria prudente contar pra ele o que estava acontecendo- toma aqui seu celular -estendi o aparelho pra ele, que pegou o mesmo e o guardou logo em seguida.

Ficamos em silêncio por alguns minutos nos encarando quando o clima começou a ficar estranho. 

_Posso fazer uma pergunta agora? -tentou quebrar o gelo novamente.

_Faça a segunda -ele deu uma risada quando viu que fiz a mesma piada da primeira vez que nos vimos, mas antes que perguntasse o que queria, eu já respondi de cara, pois imaginava qual era a pergunta, e depois de tudo que ele fez pelo meu filho sem se quer conhece-lo, seria idiotice não falar meu nome- Me chamo Sebastian.

Sua expressão ficou confusa, mas ele gostou de ter uma resposta que não buscava.

_Na verdade -começou, se divertindo com a situação- eu queria saber por que diabos ganhei duas estrelas.

Agora quem riu foi eu, chamando a atenção de alguns outros pais que estavam ali também aguardando seus filhos.

_É mesmo tão importante saber? -ele confirmou com a cabeça, então simplesmente respondi- por mais que você tenha me dado bastante tesão por não ser experiente enquanto transava, Daskalaski me pediu pra que eu avaliasse o sexo de acordo com como ele tinha sido realizado, então... Duas estrelas.

A indignação em seu rosto me fez querer rir novamente, mas preferi não fazer.

_Então você conhece Helena? -perguntou, curioso com a situação.

_Você disse uma pergunta, e já ganhou resposta de duas. Não acho que seja necessário a resposta da terceira -embora estivesse óbvio que sim, já que até mesmo o nome da mulher tinha sido dito por mim- tem dinheiro pra ir embora?

_O que te faz pensar que não? -falou ele, em um tom desconfiado.

_Talvez o fato de você estar andando em uma avenida a pé e sozinho? -depois de raciocinar um pouco o garoto deu uma risada com vergonha, me encarando de baixo, confirmando que estava sem grana- bom, posso pagar seu taxi de volta pra casa se quiser, é o mínimo a se fazer.

_Não vou negar que seria ótimo -respondeu ele.

_Mas antes, posso te pedir uma última coisa? -com firmeza em sua atitude ele assentiu- me empresta seu celular pra fazer outra ligação?

Precisava ligar para Margaret, a essa altura tenho certeza que ela já deve ter colocado a polícia atrás de mim para saber o que eu fiz com o filho dela.

_Claro, toma aqui -ele tirou o telefone do bolso e então o me entregou novamente, já desbloqueado.

Disquei o numero da minha mulher e coloquei pra chamar, e antes que escutasse o segundo toque na espera ela já foi logo atendendo.

_Sebastian? 

_Sim, amor, sou eu, o Dere...

_Por que diabos não me atendeu antes? -eu odeio quando ela me interrompe. Ainda mais quando está histérica.

_A droga do carro estragou no meio da avenida -tentei ser discreto enquanto me esforçava para não levantar a voz, mas a forma que eu apertava os dentes enquanto falava deixava claro a minha raiva, olhei de relance e o garoto estava prestando atenção na conversa- se você tivesse vindo comigo, saberia o que estava acontecendo.

Ela iria questionar, mas seu senso a fez assumir que estava errada, pelo menos nisso, então ela desconversou.

_E como ele está? -perguntou, com a voz baixa do outro lado, sem questionar.

_Pelo visto foi só uma crise alérgica, eles devem fazer alguns exames para saber do que foi, te liguei apenas para falar que está tudo bem por aqui -nós dois estávamos longe de estar na melhor fase do nosso casamento, pra falar a verdade, desde o dia que ela viu aquela droga de foto, ela desconfia que eu tenha algo a ver com o ocorrido.

Me lembro como se fosse hoje, depois que cheguei do trabalho e vi ela em prantos naquela cama, desesperada, parecendo que quem tinha perdido um ente querido era ela, por mais que eu tenha fingido remorso -se é que eu fingi de fato- ela nunca mais foi a mesma. Estamos á beira do divórcio e se não fizemos isso até hoje, foi por conta do nosso filho.

_Preciso desligar -falei quando notei que ela não ia falar mais nada- estou sem bateria, quando chegar em casa conversamos.

_Tudo bem -e simplesmente desligou.

Quando encarei o garoto novamente ele estava sem graça por ter entendido minha parte do ''longa história'', entreguei o celular de volta pra ele depois de excluir o numero da lista de chamada e sorri envergonhado.

_Desculpa por isso, se quiser já pode ir.

_Eu preciso -disse ele, pegando o aparelho novamente.

O silêncio tomou conta do lugar novamente, era muito desconfortável saber que ele sabia que eu era comprometido, e pior ainda, a gente já tinha transado.

_Toma aqui o dinheiro do táxi -falei, pegando uma quantia bem maior do que necessária e estendendo para o garoto, que pegou a mesma sem conferir e agradeceu logo em seguida- mais uma vez, obrigado por tudo, foi de grande ajuda.

_Não tem por quê me agradecer, ainda bem que o Derek está bem -sorri com a ideia dele se preocupar de fato com meu filho. Estiquei o braço para um aperto de mão e ele correspondeu em seguida- foi um prazer Sebastian. A propósito, sou o Theo.

_Eu sei -respondi e vi que ele estava surpreso com minha atitude, então me expliquei- seu nome não tinha mudado no aplicativo quando nos conhecemos -dai tudo fez sentido na cabeça dele- Golden Boy...

Theo deu uma risada quando percebeu que eu sabia seu ''atual'' nome.

_Então pelo menos voltar lá -disse se referindo ao aplicativo- você voltou? -suas sobrancelhas estavam arqueadas enquanto ele falava.

_Digamos que para ver se seu desempenho tinha melhorado -foi impossível não rir, e ele fez o mesmo, me tranquilizando um pouco depois de todo o ocorrido.

_Então você viu que melhorei -suas mãos estavam enfiadas no bolso de trás de sua calça, encarei ele de cima á baixo com um sorriso maldoso em meu rosto, e fui correspondido com outro igual.

_É uma pena não ter ganho -dei de ombros- quem sabe nos vemos outrora pra podermos tirar tais dúvidas.

Embora agora ele soubesse que sou casado e que filho, ainda sim sou um cliente.

_Não sei se isso vai ser a melhor coisa a se fazer -ele deu de ombros e então se inclinou para pegar a revista novamente, rasgou um pedaço de uma das folhas e voltou a me encarar- tem uma caneta?

Muito difícil um juiz não ter uma.

_Sim -já imaginando o que ele faria, estendi a caneta e esperei que ele me passasse seu contato, depois que ele o fez, sorri de canto mas não peguei o papel, então ele ficou sem entender, até que me expliquei- se for pra acontecer, deixa que eu te procuro, já sei como e onde te encontrar.

Envergonhado ele guardou o papel no bolso e me entregou a caneta de volta.

_Então ta bom, preciso ir, até mais e melhoras pro seu filho -outro aperto de mão foi dado, mas agora esse era definitivo.

_Até mais -então ele saiu.

Fiquei ali sentado no mesmo sofá que ele se encontrava mais cedo esperando o médico me dar noticias, depois de alguns exames descobri que meu garoto é alérgico a nozes, e o que lhe fez mal foi o bolo de chocolate com nozes que ele comeu de sobremesa. 

Ver ele bem me tranquilizou por inteiro, por mais que minha vida estivesse um completo caos, Derek sempre me trazia paz com sua inocência, esse menino é de longe uma das coisas que eu mais amo e eu não quero o perder por nada. Depois de ganhar alta fomos direto para casa, quando chegamos lá Margaret já estava dormindo e achei melhor deixar as coisas assim.

Ajudei meu pirralho a tomar um banho e então me deitei na cama com ele, lendo sua história favorita até ele dormir, como de costume. E para não ter que lidar com a mulher do quarto ao lado me fazendo perguntas sobre o que tinha acontecido, fiquei ali, a noite toda, dormindo com meu filho em sua cama.

E pra piorar, sonhei que estava fodendo Theo o tempo todo.


Notas Finais


E o que será que vai rolar agora que os dois se encontraram?
10 reais pra quem descobrir


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