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História Golpe do destino (Tidelli e Natiese) - Piquenique


Escrita por: LeninhaMiller

Capítulo 10 - Piquenique


            Rodrigo saiu do orelhão, e Tiago correu para a pensão. Não queria que o amigo soubesse que ele estava o espiando. Seria uma situação muito chata e, além disso, queria evitar mais uma briga.

            O rapaz mais novo chegou todo sorridente na pensão. Dona Alma até ficou olhando para ele e pensando: Nossa... O que uma ligação não faz?

            Quando chegou ao quarto, ele viu o Tiago deitado na cama e escutando música no walkman. Rodrigo pensou em não contar nada, mas, diferentemente do amigo, não queria deixá-lo preocupado sem saber aonde tinha ido.

            — Tiago, eu vou sair com a camionete agora a tarde.

            — O quê? — perguntou Tiago, tirando o fone do ouvido.

            — Eu disse que eu vou sair com a camionete agora a tarde.

            — É? — perguntou ele, sério — E para onde?

            — Eu vou sair com uma patricinha que eu conheci ontem antes de chegar à boate. Nós vamos até o Parque da Cidade.

            — Com uma patricinha? — fez uma pausa — Que bom! Nós estamos mesmo precisando de mais joias para fornecer a Priscilla. Só assim para que ela nos perdoe.

            Rodrigo ficou em silêncio, colocando as mãos nos bolsos, e Tiago continuou:

            — O que foi? Falei algo errado?

            —Não... Eu já tinha pensado nisso.

            Tiago ficou surpreso e levantou-se da cama.

            — Hum... É assim que se fala, tigrão! — sorriu — Mas diz aí... A garota é bonita?

            — Sim, é. E parece ter muito dinheiro.  

            — Hum... Agora sim o velho Rodrigo está de volta! Eu estou gostando de ver.

            — Bom... É... Tudo bem então? Posso levar a camionete?

            — Claro, Rodrigo. A camionete é tanto minha como sua. E se você vai trabalhar, não tenho motivos para não deixar. Certo?

            — Certo! Eu já vou...

            Rodrigo pegou a chave da camionete em cima mesa e saiu do quarto da pensão, deixando Tiago pensativo. Ele jogou com força o walkman sobre a cama e ficou andando de um lado para outro, pensando naquelas palavras do amigo. Tiago conhecia muito bem Rodrigo e sabia dizer quando ele estava mentindo.

            — Eu só espero que seja isso mesmo, Rodrigo... Porque se não for...

            Ao dizer essas palavras, saiu rapidamente da pensão pegou um táxi. Minutos depois, Rodrigo chegou à frente de uma cafeteria. Ele deu uma buzinada para que Rafaela aparecesse. Ele não estava se importando de se encontrar com ela na casa de Karen, mas Rafaela sugeriu que eles se encontrassem em outro lugar para evitar suspeitas.

            Rafaela tinha escutado a buzina e saiu rapidamente da cafeteria. Ela estava com um short jeans com barra desfiada, uma blusinha cinza clara e um tênis. Já Rodrigo estava, como sempre, com os seus óculos escuros, calça jeans rasgada no joelho e jaqueta de couro.

            Ela abriu a porta do passageiro e deu um sorriso para ele.

            — Boa tarde!

            — Boa tarde, linda! — sorriu também, dando um beijinho no rosto dela — E então, aonde vamos?

            — Nós vamos ao Parque da Cidade.

            — Hum... Um parque? Gostei... — sorriu.

            — Gostou mesmo? Nós poderíamos fazer um piquenique por lá. O que acha?

            — Sim... Boa ideia. — disse ele.

            Rodrigo funcionou a camionete. Logo atrás Tiago estava observando tudo dentro de um táxi, mas não quis mais segui-los, apenas pagou a corrida e saiu do carro, andando, em seguida, pelas ruas de Niterói.

Rodrigo e Rafaela passaram em um supermercado e compraram sucos, frutas e sanduíches. Também uma toalha xadrez para forrar o lugar. Depois, continuaram pelas ruas, e Rafaela dava todas as coordenadas para não se perderem e chegarem tranquilamente. Além disso, ela foi falando mais sobre o “Parque da Cidade”, e o rapaz já estava louco para chegar. Parecia ser mesmo um lugar maravilhoso para se passar o resto da tarde.

            — Você vai gostar muito de lá, Rodrigo. Esse parque tem uma das mais belas vistas de Niterói, e o seu topo fica a 270 metros da cidade. Tem também duas pistas de voo livre, onde as pessoas praticam Asa Delta. E dessas pistas, dá para ver todas as praias.

            — Caramba... Deve ter uma vista maravilhosa então! E deve ser um lugar bem bacana para tirar foto.

            — E é... — sorriu, pegando algo na bolsa — Por isso, eu trouxe a minha câmera para tirarmos umas fotos... O que acha?

            — Muito bom. Vou adorar tirar fotos contigo! — disse ele, sorrindo para ela.

            Rafaela ficou com vontade de beijá-lo, mas ainda era cedo para isso. Os dois ainda não tinha chegado a esse estágio. Assim, continuou com os olhos na estrada e dando dicas a ele.

            Vários minutos depois, Rodrigo conseguiu chegar até o parque. Eles saíram da camionete e entraram no local até chegarem em uma das pistas. Na medida que caminhavam, o rapaz ficava muito encantado com tudo. Sem falar, que não parava de sorrir ao lado de Rafaela. Ela era muito simpática e bonita. Ficou até se perguntando como não tinha encontrado aquela mulher antes.

            — Rafaela, aqui é lindo...

            — Viu? Eu sabia que você ia gostar...— pegou na mão dele — Agora vem...

            Rodrigo a seguiu e, em poucos segundos, ele se deparou com uma linda vista de todas as praias de Niterói.

            — Caramba... Isso é real mesmo?

            Ela deu um sorriso.

            — Para, seu bobo.

            Rodrigo foi até o final da pista para olhar mais de perto aquela linda vista. Ele abriu os braços e disse:

            — Meu Deus, é muito lindo... E olha esse ventinho gostoso.

            Rafaela ficou ao seu lado o observando. Em seguida, ele virou-se para olhá-la. Não disse nada, apenas fez, ou melhor, pegou na nuca dela e a beijou carinhosamente. Após o beijo, eles se olharam e se beijaram novamente. Dessa vez, o beijo fora mais intenso e provocante. A garota o envolveu com seus braços, enquanto ele a beijava.

            Quando o beijo terminou, Rodrigo e ela pegaram o que haviam comprado para o piquenique e começaram a montá-lo naquele local. Para a sorte deles, naquele dia, o parque não estava movimentado. Também era dia de semana.

            Rodrigo forrou o chão com a toalha xadrez, e Rafaela foi colocando toda a comida em cima. Em seguida, os dois se sentaram e ficaram-se olhando novamente. Depois, olharam a vista das praias. Tudo era muito natural e intocado. Parecia um verdadeiro paraíso.

            Rafaela virou-se para olhá-lo e sorriu. Rodrigo também sorriu e perguntou:

            — O que foi?

            — Isso é tão estranho.

            — O quê?

            — Eu estou em um parque fazendo piquenique com o amante da minha mãe... Eu nunca iria imaginar que no futuro aconteceria uma coisa como essa.

            Rodrigo sorriu e disse:

            — É... Mas para mim é a coisa estranha mais incrível que me aconteceu até agora.

            — É? — perguntou ela, bem séria.

            — Você traz uma paz tão boa.

            — Vou começar a ficar vermelha desse jeito.

            — E eu tenho certeza que ainda vai continuar linda.

            — Ah, para... — sorriu.

            Ele tocou com carinho no rosto dela e selou os seus lábios nos dela por alguns segundos. Depois desse beijo, os dois tiraram algumas fotos e começaram a comer as delícias do piquenique. Enquanto isso, o vento os envolvia suavemente, e os pássaros cantavam próximos a eles.

            Rafaela se deu conta que ainda não sabia muito sobre aquele rapaz, então resolveu fazer algumas perguntas.

            — O que você faz?

            — Eu? Ah... — ficou com um pouco de vergonha, mas não queria mentir para ela — Eu roubo coisas.

            — É? Só isso? — perguntou ela, olhando seriamente para ele.

            — Sim.

            Rafaela continuou séria, mas não disse nada. Rodrigo também ficou sério e um pouco surpreso com a reação dela. Tinha imaginado que ela poderia sair daquele local no mesmo instante se ele dissesse a verdade.

            A garota acabou se lembrando da conversa que ela tinha ouvido entre sua mãe e Yuri. Desse modo, fez uma pergunta ao rapaz.

            — É... Você está morando nessa cidade com o seu amigo, né?

            — Como sabe sobre ele?

            — Lembra que eu te falei que tinha escutado uma conversa entre minha mãe e o amigo dela? O Yuri ficou super afim do seu amigo.

            — Ah, é... — sorriu — Mas o Tiago não é gay.

            — Hum... — sorriu — E ele também rouba coisas como você?

            — Sim. Nós somos uma dupla.

            — E de onde se conhecem?

            — Nós crescemos juntos em um orfanato. E nem eu e nem ele sabe quem foram os nossos pais.

            — Entendi... E nunca foram adotados?

            — Não. O que acontece é que... Em uma noite, apareceu um cachorro no orfanato. O Tiago tinha gostado muito dele, e por mais que o dono do orfanato não quisesse ficar com o animal, foi convencido pela esposa que seria uma boa companhia para as crianças. O problema é que o cachorro odiava o Sr. Romes. Sempre quando ele aparecia, o cachorro tentava avançar nele. Então, em um jantar, ele perguntou ao Tiago o que ele tinha achado da comida. O Tiago disse que estava horrível, que se fosse para que ele sobrevivesse de sua própria comida, certamente, estaria morto... O Sr. Romes, então, disse: É claro. É carne de cachorro. O Tiago e eu socamos aquele homem naquela noite até ele não conseguir se mexer de tanta dor. Depois roubamos a chave da entrada e fugimos de lá. Por isso, nunca fomos adotados. Nisso, acabamos crescendo em toda parte.

            Rafaela fez uma cara triste por ouvir aquela história, e Rodrigo a repreendeu.

            — Não faz isso...

            — Isso o quê?

            — Sentir pena dele. Ele odeia isso.

            — Ah, não... Eu não senti.

            Os dois olharam para a vista por um momento para preencherem o silêncio que se instalou. Rodrigo a olhou novamente e pegou na mão dela, dando um beijo carinhoso.

            — E você?

            — O quê?

            — Me fale um pouco sobre você...

            — Ah... Eu sou modelo em Londres.

            — Sério? Caramba... Eu bem que tinha percebido que você levava jeito...

            — É? — sorriu novamente, olhando fixamente para ele.

            — Com certeza! Você é maravilhosa, e olha... Eu adoraria te ver desfilar...

            — Ah... Podemos ir para Londres, então... — piscou o olho — Tenho certeza que você vai adorar tudo por lá.

            — Eu imagino que sim, mas enquanto isso não acontece... Desfila para mim.

            — Como assim, Rodrigo? Aqui?

            — Aqui. Por favor! — pediu ele, fazendo uma carinha pidona.

            — Não vai rir, hein?

            — Não. Pode ficar tranquila. Eu vou é pirar quando te ver desfilando.

            Ela soltou um riso e largou lentamente a mão dele, não deixando de encarar os seus olhos castanhos brilhantes. Ela respirou fundo, porque estava nervosa ao perceber os olhos de Rodrigo em cima dela, e começou a desfilar na frente dele.

            Depois Rafaela parou de desfilar, fazendo uma pose final.

            — Vem...— disse Rafaela, estendendo a mão para ele — Agora quero ver você desfilando...

            — Não. Eu não levo jeito para isso.

            — Vem... Eu te ensino.

            Rodrigo pegou a mão dela e aproveitou para agarrar a cintura dela.

            — Rodrigo, o que está fazendo? — disse ela, tocando carinhosamente no rosto dele.

            — Uma coisa que eu deveria ter feito desde o nosso primeiro encontro. — declarou ele, beijando-a com intensidade.



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