História Good Boy - Always

Meu início de noite com o Jimin, foi extremamente agradável. Assistimos um filme de comédia e, sendo honesto, eu não sabia o que estava mais engraçado, se era o filme ou a risada do moreno ao meu lado.

— Foi épico. Eu nunca ri tanto na minha vida. Minhas bochechas doem. – Jimin ainda sorria ao meu lado, massageando as maçãs do rosto.

— Pode apostar que ver você rir, estava mais engraçado. – Brinquei.

— Jungkook, já parou para ouvir a sua risada? Já reparou o tanto que ela é exagerada?

— Vai se foder. – Cutuquei a cintura dele, dando um sorriso baixo. – O que vamos fazer agora?

— Vamos para casa, oras.

— Casa? Vamos comer alguma coisa.

— Ah, Kookie, eu quero ir para casa.

— Jimin, eu estou morrendo de fome.

— Ah Jungkook, sua casa está repleta de coisas gostosas que sua mãe fez para o piquenique. Come quando chegar lá.

— Nossa Jimin, eu queria comer com você.

— Não seja por isso. – Ele me deu o braço e me puxou. – Eu como com você quando chegarmos lá. Eu estou cansado, Kookie. De verdade.

— Vou só comprar um churro, então. Eu estou com fome, de verdade. – Falei sério.

— Tá. Vai lá. – Ele fez um bico.

Enquanto eu estava na fila do churro, pude ver Jimin mexendo no celular e sorrindo.

Peguei dois churros e lhe dei um.

— Não precisava, Jungkook.

— Hoje é meu aniversário. Então você tem que fazer minhas vontades. – Sorri.

— Ah, bom saber. Muito bom saber. – Ele me olhou de um jeito perverso.

Parei a moto do lado de fora do portão, para que Jimin aproveitasse o espaço e descesse sem fazer bagunça. Incrivelmente, o moreno saiu da moto com uma calma que não era dele, e tirou o capacete, balançando os cabelos ao vento.

— Huuuum, parece uma diva. – Falei, com minha voz sendo abafada pelo capacete.

— Ah, vai se foder. – Ele cochichou e deu um sorriso soprado.

Entrei na garagem sendo seguido pelo mais velho. O carro do meu pai já estava lá, mas a casa estava toda escura.

— Não é possível que meus pais já saíram de novo. – Bufei. — E sem carro?

— Jungkook, não sei se você sabe, mas existem sorveterias no nosso bairro. – Jimin revirou os olhos. – Vem logo, porque agora, até eu estou com fome.

O moreno foi entrando e cantando na maior altura.

— Quero só ver se meus pais estiverem dormindo e você está aí cantando dessa altura. – Fui destrancar a porta, mas a mesma já estava aberta.

— Tem ninguém dormindo. – Ele disse e entrou o meio do escuro. – Eles estão mais acordados do que você pensa.

— O que? – Foi tudo muito rápido, quando acenderam a luz e berraram um “SURPRESA” para mim.

Fiquei estático, boquiaberto e, com certeza, com cara de bobo, quando eu vi ali na sala, meus pais, meus amigos da faculdade – incluindo os que me deram o bolo no piquenique -, todos sorrindo e cantando parabéns para mim.

— G-Gente? – Eu não conseguia falar nada. As palavras ficaram presas na minha garganta e eu só mexia a boca, sem pronunciar nenhum som. – J-Jimin? V-Você?...

— Sim, Jungkook, eu sabia de tudo. – Ele sorriu e me abraçou, me sacudindo. – Acha mesmo que seus pais te abandonariam no dia do seu aniversário? Acha mesmo que todos eles te abandonariam no dia no seu aniversário? – Ele apontou para o mar de gente que ocupava minha sala.

Meus olhos marejaram e eu até tentei segurar as lágrimas, mas sem sucesso. Fui abraçar meus pais e amigos, mal enxergando, pela quantidade de lágrimas que desciam.

Recebi um carinho imenso de todos ali e desejei mais que tudo nessa vida, que o Tae estivesse conosco.

— Pessoal, muito obrigado. – Consegui dizer, quando fiquei um pouco mais calmo. – Nem sei como agradecer. – Sorri sem graça e minha mãe veio me abraçar mais uma vez.

— Querido? – Ela me chamou e todos ficaram em silêncio. – Fizemos uma coisinha para você. Vá lá no jardim e veja se você gosta.

Saí andando sozinho, na direção do jardim, e quando passei pela porta de vidro, me deparei com uma verdadeira festa montada lá para mim.

Tinham mesas e cadeiras espalhadas pelo mesmo, uma mesa enorme com comidas, outra mesa enorme com o bolo e vários tipos de doce e o melhor, que eu só reparei depois: a festa tinha a temática do Harry Potter. Quase gritei, quando reparei os balões de enfeite das mesas com as cores e símbolos das casas de Hogwarts, os tecidos que as cobriam, tinham as mesmas cores, vários enfeites pequenos sobre as mesas das comidas, eram bonecos e réplicas das coisas que tinham no filme.

Sim, a minha festa era do Harry Potter, ela não parecia nada com uma festa infantil e eu estava aqui preste a gritar, quando uma voz grossa soou atrás de mim, evitando que qualquer som saísse da minha boca:

— Será que o aniversariante me perdoa pelo atraso? – Me virei devagar, e avistei Kim Taehyung em pé, um pouco atrás de mim, cheirando uma rosa vermelha e logo a estendeu para mim.

— T-Tae... – Fiquei sem voz e estático, mais uma vez.

Vendo a minha reação, ele sorriu e veio até a mim, me entregando a rosa e me envolvendo em um abraço extremamente apertado.

— Ah Tae... – Passei meus braços em volta do seu pescoço e comecei a chorar, de novo. – Você veio. – Sussurrei.

— Sim. Eu estou aqui. – Ele começou a afagar minhas costas.

Me senti péssimo pelas coisas que disse e fiz com ele... Taehyung saiu do Canadá por minha causa, só para fazer minhas vontades.

— E-Eu te a-amo. – Comecei a soluçar.

— Eu também amo você. – Ele beijou minha bochecha. – Olha quem mais veio te prestigiar. – O ruivo se afastou um pouco de mim e olhou para o lado. Segui seu olhar e encontrei meus sogros saindo de fininho pela porta de vidro e dando um sorriso enorme.

— Parabéns, Jungkook. – Sra. Kim veio me abraçar e afagou meus cabelos.

— Felicidades, Jeon. – Fui cumprimentado pelo Sr. Kim com um aperto de mãos e um abraço majestoso.

— Gostou da surpresa? – Tae me perguntou, enquanto me abraçava de volta. – Tudo isso veio do Canadá junto comigo. Quer dizer, esses enfeites.

— Sério? – Fiquei boquiaberto. – Eu amei. Amei tudo.

— Sério. Sua mãe fez o piquenique com tanta coisa, já para adiantar, os hyungs não foram de propósito, Jimin te levou para o cinema, de propósito...

— Vocês me enganaram direitinho. – Sorri, ainda sem graça.

Nesse momento, as pessoas que estavam na sala vieram para o jardim e já foram se acomodando nas cadeiras.

Eu fiquei tão feliz, não parava de andar nem um minuto, a todo tempo eu tentava dar atenção para todos ali...

Parei num canto do jardim e fiquei observando as pessoas ali, como se tudo estivesse em câmera lenta... meu coração batia rápido, e eu não podia estar mais feliz. Aquele sorriso do Tae, o sorriso dos meus pais, dos meus amigos... ver todos ali, juntos por mim... parar para pensar no esforço que meu hyung fez, juntamente com os pais dele, de saírem do Canadá e vir para cá só para meu aniversário, só para me ver feliz... Não cabia tanta felicidade no peito, tanto é, que a mesma começou a escorrer pelos olhos.

Taehyung me viu sozinho no canto e virou na minha direção; eu até continuaria o olhando, se minha visão não fosse interrompida por um Jimin sorridente me agarrando.

— Aaah, que fofinho.. Ele está chorando. – Ele brincou e secou minhas lágrimas com os polegares.

— Para, hyung. – Sorri.

— Kookie, você não tem noção de como foi difícil guardar segredo. – Ele comentou e passou a mão na testa.

— Vindo de você, eu não duvido. Como conseguiu?

— Ah nós fizemos um grupo, juntamente com sua mãe, e eles me lembravam o tempo todo de não te falar nada.

— E fizeram um bom trabalho. – Comecei a gargalhar.

— Fizeram? Eu fiz um bom trabalho. – Jimin estufou o peito e apontou para ele mesmo.

— Obrigado.  — Respondi sorridente.

— Por nada. – Ele afagou meus cabelos. – Agora aqui, eu e o Tae viramos bons amigos nesse tempo, mas isso não acabou com o fato de que ele ainda sente ciúmes de mim. Vá atrás dele, antes que ele dê piti. – Jimin ficou sério.

Olhei pela porta de vidro e vi o Taehyung entrando rápido dentro de casa.

— Vou lá. – Sussurrei e fui atrás dele.

Encontrei o Tae debruçado no armário da cozinha, com o rosto entre as mãos.

— Hyung? – Chamei e ele me olhou de lado.

— Ah, oi Kookie? – O ruivo coçou a cabeça e eu pude ver suas bochechas vermelhas.

— O que foi?

— Nada. – Ele caminhou até a mim e me puxou para a sala. – Vamos voltar lá pra fora?

— Não, espera? – Agarrei o braço do mais velho e o empurrei na parede, fazendo-o bater no interruptor e apagar a luz.— O que você tem? – Perguntei bem perto do rosto alheio.

— Kookie... – Ele suspirou fundo. – Me desculpa, mas eu não consigo não sentir ciúmes de você e do Jimin. Eu prefiro sair de perto.

— Quando sentir ciúmes, venha até a mim e me dê um beijo. – Sussurrei e cheguei mais perto dele, selando nossos lábios.

Taehyung soltou um suspiro de alívio e passou suas mãos para meu rosto, pedindo passagem para aprofundar o beijo. Senti a língua quente e macia do ruivo passando devagar sobre a minha e eu passei meus braços em volta da sua cintura, colando meu corpo no dele.

Chupei seu lábio inferior, dando um estalo gostoso que me fez arrepiar os pelos da nuca. Tomei seus lábios novamente, de um jeito mais necessitado, mais quente. Eu tinha tanta saudade dele, tanta saudade daquele beijo, que eu nem me importei que podia chegar alguém ali e nos ver daquele jeito, tudo o que eu queria, era curtir esse momento ao máximo.

Quando a falta de ar se fez presente, nos separamos dando selinhos.

— Me desculpe por isso. – O mais velho sussurrou.

— Está tudo bem. – Respondi calmo, enquanto acariciava a cintura do outro. – Como vocês conseguiram fazer isso tudo escondido de mim?

— Ah venha, vou te contar. – Taehyung acendeu a luz e me puxou para o sofá. – Sabe, eu estava andando pelas ruas do Canadá, e achei uma loja do Harry Potter. Quando entrei nela, achei um tanto de coisa interessante e... – Ele parou por um tempo. – E aí eu tive a ideia de comprar as coisas. Inicialmente, minha ideia era fazer uma festa para você quando eu chegasse, mas aí, depois de conversar com meus pais, eles decidiram voltar antes do previsto e me ajudar com isso. Entrei em contato com sua mãe, e nós planejamos tudo. Ela fez muita coisa para o piquenique para já ter algo adiantado para a festa, os hyungs não foram porque estavam me ajudando a organizar as coisas, seus pais sumiram de tarde, porque estavam na minha casa, também organizando as coisas. Jimin te chamou para o cinema, para que pudéssemos arrumar tudo aqui.

— Por isso ele não quis comer comigo. – Pensei alto e vi o mais velho abaixar o olhar. — Você voltou que dia? – Perguntei para desviar do assunto.

— Ontem. – Ele me olhou sem graça.

— Então, quando você me ligou para desejar feliz aniversário, você já estava aqui?

— Sim. Foi por isso que eu desliguei rápido a ligação. Fiquei com medo de dizer algo que não devia. – Tae deu um sorriso soprado.

— E eu aqui sofrendo, achando que você estava do outro lado do mundo. – Fingi estar chateado.

— Me desculpe. – O ruivo abriu seu sorriso quadrado. – Eu queria ter vindo aqui mais cedo, mas não queria estragar a surpresa.

— Eu amei tanto isso aqui. – Respondi, sentindo minhas bochechas corarem. – Não sei nem como agradecer.

— Aaaah – Seu sorriso foi do feliz, para o malicioso. – Eu sei como você pode agradecer. – Ele se aproximou de mim e me beijou de novo.

— Rm rm... Desculpe incomodar o momento do casal fazer as pazes, mas sua mãe está chamando para cantar os parabéns, Jungkook. – Jin chegou na sala, nos chamou e já foi embora de novo.

— Ah, dá para esperar mais um pouquinho. – Sussurrei e puxei o ruivo de volta, iniciando um beijo mais intenso.

**

— Kookie, não esqueça de fazer o pedido antes de soprar as velas. – Minha mãe sorriu e começou a bater palmas.

Todos ali presentes acompanharam o gesto dela e começaram a cantar os parabéns para mim. Mais uma vez, não consegui me conter e me derramei em lágrimas ali, na frente de todos.

Hora de soprar as velas... o que eu poderia pedir? Eu já tinha tudo que precisava. Já tinha minha família completa, meus amigos, já sentia a felicidade de todos... estava tudo perfeito, mas eu consegui pensar num pedido importante, fechei os olhos e inspirei fundo, pronunciando baixinho cada palavra:

Eu quero que isso tudo aqui, seja eterno.

Soprei as velas, soltando todo o ar que guardei nos pulmões, antes de fazer o pedido.

Eu não podia estar mais feliz, não tinha como aquele momento ser mais perfeito, eu simplesmente não tinha palavras para expressar tal sentimento.

**

Depois que distribuí os pedaços de bolo, eu peguei um para mim e era prestígio.

— Gostou do sabor? – Taehyung chegou sorridente perto de mim.

— Você não tem jeito. – Sorri e lhe dei um selinho, ali na frente de todos.

— Eu preciso te dar seu presente. – Ele sussurrou. – Vem comigo?

— Presente? Isso aqui tudo para mim já é um presente. – Sorri sem graça.

**

Taehyung abriu a porta do meu quarto devagar e eu vi que em cima da minha cama, repousava três embrulhos: dois pequenos e um absurdamente grande.

— O que você acha que é? – O mais velho perguntou, dando pulinhos de ansiedade.

— Não faço ideia. – Respondi boquiaberto, o que fez o ruivo gargalhar.

— Amor? – Tae se aproximou de mim e me deu um selinho. – Eu sei que nada que eu fizer, vai ser o suficiente para me redimir por não ter passado o dia com você. Mas olha, eu comprei estes presentes com todo o amor que eu posso te dar e eu espero que você goste.

— Tae...eu estou muito feliz por você estar aqui comigo. Você não tinha obrigação nenhuma de fazer essas coisas. Eu não imaginava que você fosse fazer isso e eu fiquei realmente muito feliz. Obrigado por tudo.

Taehyung sorriu de lado, me puxou para a cama e trouxe a caixa grande para o espaço que tinha entre nós.

— Pode abrir. – Ele sorriu.

Destampei a caixa, sob a tampa tinha a seguinte frase: Os cinco sentidos do amor. Pude ver cinco embrulhos menores com um cartãozinho pendurado em cada um.

Peguei o primeiro embrulho:

“Visão

Olhar nos seus olhos, é a coisa mais perfeita do meu mundo”

Extremamente envergonhado, abri o embrulho e mal pude acreditar, quando vi uma câmera fotográfica lá dentro.

— Tae.. – Exclamei.

— Você gosta de tirar fotos, então faça bom proveito. – Aquele sorriso quadrado tomava conta do seu rosto e eu não pude deixar de sorrir também. – Olha os outros.

“Olfato

Seu cheiro também me deixa louco”

Abrindo o embrulho, vi que o mesmo guardava um perfume caríssimo.

— Taehyung, você...

— Xiu. Abre os outros. – Ele gargalhou.

“Paladar

Seu beijo adoça minha vida, acalma minhas mágoas e me permite voar para longe”

— Claro. – Soltei algumas risadas exageradas, ao encontrar bombons recheados com uva.

— Tinha que ser. – Tae sorriu vitorioso. – Próximo. – Ele estava mais ansioso que eu.

“Tato

Seu abraço me acalma e me protege de tudo”

Eu já nem sabia mais o que dizer... a cada pacotinho que eu abria, uma vergonha imensa tomava conta de mim e eu queria me esconder... dessa vez, encontrei um relógio, não preciso nem dizer que é de uma das marcas mais caras né?

— Tae... – Sentia meu rosto queimar. – Ele é lindo. Obrigado.

E agora o último pacotinho da caixa:

“Audição

Vou cantar, até você ouvir, aquele verso que eu fiz para te ver sorrir”

Nesse embrulho, continha um DVD com capa e silk com uma foto de nós dois lá no sítio... linda a foto.

— Coloca no seu notebook. – O ruivo levantou correndo, trouxe meu computador para perto de nós, e encaixou o DVD lá dentro.

De repente, começou a rodar um vídeo do Tae tocando violão e cantando uma música.

— Essa música é de um grupo brasileiro. Tem a letra original dela e a tradução no encarte do DVD. – Taehyung me entregou o encarte.

— Obrigado, amor. – Não sabia se chorava ou se sorria, após ouvir a música.

Estiquei meus braços igual a um bebê, pedindo um abraço, tal que foi me dado de imediato.

— Gravei essa música lá no Canadá, antes de você dizer que eu cantava bem e que deveria cantar mais. – Ele sorriu. — Quando você se sentir distante de mim, ouça ela, veja esse vídeo... só não esqueça que eu não te deixarei só, por nada nesse mundo.

— Obrigado, Tae. Obrigado de verdade. – Afundei meu rosto no pescoço alheio. – Me desculpe pelas coisas que eu te disse, pelas atitudes que eu estava tendo, me desculpe por ser tão idiota com você... a pessoa que eu mais amo nessa vida.

— Te desculpo, sim. – O ruivo afagou meus cabelos de um jeito bem carinhoso. – Tem mais dois presentes. – Ele cantarolou, o que me fez sorrir soprado.

— Ah me deixe ver o que são. – Funguei, afim de conseguir respirar direito.

— Veja esse primeiro. – O meu hyung me entregou uma sacolinha pequena com o desenho do mapa do maroto. – Já gostei do embrulho.

— Amor? – Ele pousou a mão sobre a minha e me encarou sem graça. – Esse é simples, é só uma lembrancinha que eu trouxe para você de lá.

— Tae, se eu já gostei da sacolinha, eu vou amar o que tiver aqui. Você sabe que eu não ligo para essas coisas de ser simples ou não, para mim, o que vale é a intenção. – Voltei a abrir a sacolinha e tirei uma caixinha de lá, abri a mesma e ela me revelou um colar do Harry Potter, escrito “Always”. – Taehyung... Eu sempre fui louco por um colar desse. Você não tem noção do tanto que eu já procurei dele por aqui, mas nunca achei. – Fiquei surpreso.

— Olha... – Tae abriu o símbolo das relíquias e me mostrou que havia uma foto nossa lá.

Definitivamente, eu estava apaixonado por aquele colar.

— Bem, agora por último, mas não menos importante... – Peguei na mão dele o terceiro embrulho.

Dentro, havia outra caixinha. Delicadamente abri e visualizei mais um par de alianças; essas porém, tinha escrito Always bem de leve por cima, e dentro dela, estavam lá, maravilhosamente gravados... os nossos nomes.

— Ai, amor. – Sorri igual a uma criança que ganha um doce. – Eu amei. Agora nós temos duas alianças. – Continuei sorrindo.

— Que bom que você gostou. – O mais velho se inclinou e me beijou. Ele foi impulsionando seu corpo sobre o meu e me deitou na cama, passando seu braço esquerdo por debaixo no meu pescoço, levantando um pouco a minha cabeça, enquanto sua mão direita tratava de acariciar devagar, cada parte do meu corpo...

Aaai Taehyung, você me deixa louco.

**

Já eram quase duas da manhã.

Depois que meus amigos foram embora, eu, o Tae e meus pais, ainda ficamos ali no jardim por um tempo conversando, até que os mais velhos decidiram ir dormir.

Peguei meus bombons que ganhei de presente, estiquei uma coberta na grama, joguei algumas almofadas por cima, afim de nos acomodar mais um pouco.

Puxei minha coberta que tinha a bandeira da Inglaterra e cobri nós dois, afinal, duas horas da manhã já está frio.

— Coloca para mim, Tae? – Tirei do bolso o colar com a nossa foto.

— Claro, amor. – Taehyung, como todo seu cuidado, abriu o fecho da correntinha e passou pelo meu pescoço o prendendo ali.

— Agora, isso. – Tirei do outro bolso a caixinha com as alianças. – Não tivemos tempo de colocar, não é? – Sorri travesso.

Tirei as alianças da caixinha e as coloquei sobre a palma da minha mão. O ruivo pegou a que continha seu nome, e colocou no meu dedo logo após tirar a que estava lá.

— Essas vão ficar comigo. Vou mandar gravar nossos nomes nelas também. – Ele tirou a outra do seu próprio dedo e as guardou na caixinha.

— Minha vez. – Segurei sua mão direita e coloquei a aliança que continha o meu nome gravado, envolta do seu dedo anelar, logo deixando um breve selar sobre ela.

Nossos olhares se encontraram e eu pude ver o brilho que tinha nos olhos do ruivo. Sentia minhas bochechas queimarem e sabia que estava vermelho, afinal, estava com vergonha, porém, essa vergonha nunca ia ser maior do que a felicidade que eu estava sentindo naquele momento.

Não tinha como ser mais perfeito, não tinha como agradecer por tudo aquilo, de todos os presentes que ganhei na vida, esse ruivinho na minha frente foi de longe o melhor deles e eu sou muito grato por isso.

Subi minha mão esquerda para a nuca dele e o puxei para perto de mim, selando nossos lábios; assim, eu o empurrei sobre as almofadas e nós ficamos ali, em plena madrugada, curtindo um ao outro mais um pouquinho, afinal, a saudade era enorme.

Separamos o beijo com selinhos demorados e carícias na bochecha.

Comemos alguns bombons entre um beijo aqui, outro lá e fitamos o céu um pouco, analisando as estrelas, as mesmas que eram testemunhas do amor que um sentia pelo outro.

— Eu amo você mais que tudo nessa vida. – Surrurrei no ouvido do Tae.

— Eu também te amo mais que tudo. – Taehyung depositou um selar na minha testa. — E o nosso amor, será eterno. – Ele levantou a mão direita e eu entrelacei nossos dedos, deixando nossas alianças serem iluminadas pela luz da lua.

— Para sempre. – Ele cochichou.

— Sempre e sempre.

Always, Tae.

Always.